–N-não espera vocês estão me dizendo que... que minha mãe... mentiu para o meu verdadeiro pai e esse pai está me procurando a cinco anos? Co-como isso é possível? eu...

Eu apenas não podia acreditar naquilo, tudo era muito confuso para que eu entendesse de uma só vez. Eu vi meu mundo cair numa mentira, tudo que havia ali eram mentiras primeiro minha mãe mentiu para o meu verdadeiro pai, pra mim e para meu pai adotivo dizendo que meu verdadeiro pai tinha nos abandonado e que ela gostava na realidade do Maurício–san e que só tinha percebido isso depois de uma aventura sem sentido na sua vida (na qual eu acabei nascendo). Em segundo a Natsuki-chan que passava seus dias saindo comigo e quem sabe até fingindo ser minha amiga nas horas vagas do trabalho (que agora descobrira do que era) de assassina profissional numa máfia. E por último a Clara que passou esse tempo todo fingindo ser minha amiga para me avaliar, como se tudo fosse um teste, o pior de tudo é que todos naquele carro apenas esperavam que eu aceitasse que a maioria do que eu vivi em toda minha vida tinha sido mentira, as lembranças com minha mãe, os tempos difíceis que passei com meu pai adotivo, minhas amizades, tudo que tinha vivido era falso! Quando me disseram aquilo era como se estivesse rasgando meu coração em pedacinhos e devolvido apenas parte dele para o lugar.

Eu a princípio fiquei chocada de mais pra reagir, depois a única coisa que queria era voltar pra minha casa onde Maurício-san iria me receber com o sorriso que sempre tinha no rosto. Eu comecei a abrir a janela do lado em que o garoto estava (sendo que eu estava no meio do banco detrás e do meu lado esquerdo estava a Hikari-chan e na direita o Tsunayoshi-san).

–Deixa que eu abro a janela pra você –disse Tsunayoshi sendo gentil comigo.

Ele abriu a janela, mas ninguém estava entendendo o “porque” eu queria que abrissem a janela já que o dia estava mais para frio do que para quente.

Assim que ele terminou de abrir a janela eu sentei no seu colo, eu não percebi o quanto isso havia sido vergonhoso até minutos depois, mas o garoto ficou com o rosto quente e perguntou:

–O-o que você está fazendo?

Ninguém entendeu até que a Hikari-chan me puxou de volta para trás me tirando do colo do garoto e gritou:

–FECHE A JANELA AGORA ELA QUER PULAR DO CARRO!

Tsunayoshi-san fechou a janela imediatamente e Hikari-chan me perguntou:

– Por que você ia pular? Tá maluca? Esta querendo morrer?

Eu a olhei, lembrei de coisas que havia passado com ela e com a Natsuki-chan e virei o rosto num “hum” com ar de “não ligo para o que você diz”, já virada com o rosto para o outro lado e abaixado com o cabelo cobrindo o rosto senti meu rosto ficar molhado e rapidamente levei minha mão a ele. Quando o garoto percebeu que estava chorando (uma lágrima caiu em sua mão enquanto ele admirava o lado de fora do carro pela janela escura) percebi que ele ia falar que estava chorando, por isso descobri meu rosto e fiz um gesto de silêncio com o dedo para que não falasse nada, ele concordou com um sim rápido com a cabeça e fez um gesto que entendi como “pode usar meu ombro se precisar”, eu estava tão vulnerável que resolvi usar mesmo o ombro dele. Eu deitei a cabeça em seu ombro com meu cabelo pra frete do rosto e dormi.

Tsuna pv on:

Hikari-san falou algo que não escutei para Kagura-san depois de a puxar do meu colo, eu não havia entendido por que ela estava em cima dele mas ela me parecia esperando um oportunidade para fazer algo que Hikari-san definiu como pular do carro, não sabia do que aquela garota era capaz mas pular de um carro em movimento não era algo que eu chamaria de sensato. Logo depois eu comecei a me distrair com uma placa de neon do lado de fora do carro. Fiquei olhando para as placas do lado de fora até que algo tocou minha mão, eu olhei e notei que era uma gota então olhei para o rosto da garota e percebi que ela estava chorando eu ia falar para ela que ela podia demorar um tempo para entender aquilo, mas ela fez sinal de silêncio com o dedo para mim e resolvi ficar calado e fiz apenas um gesto com a mão de “vai dar tudo certo” mas ela deve ter entendido de outra forma pois deitou no meu ombro e dormiu, não tive coragem de a acordar. Depois dela dormir fomos direto para o aeroporto sem muita conversa só o Xanxus falava de vez em quando coisas como:

“Saia de perto da minha irmã lixo”, “você quer que eu te mate”, “ela não merece ser tocada por algo baixo como você”, “Hikari-san tire minha irmã do ombro desse lixo!”.

Não intendo como a Kagura-san não acordou, mas ela me parecia estar tendo um pesadelo e tanto. Quando chegamos ao aeroporto resolvi acorda-la então eu a sacodi.

Tsuna pv off

Acordei assustada e acabei dando um tapa no Tsunayoshi-san, por causa do pesadelo que estava tendo, no meu pesadelo havia um monstro me seguindo e ele comia as pessoas que eu conhecia mas eu estava muito assustada para fazer algo contra o monstro e quando o Tsunayoshi-san me acordou eu pensei que poderia ser o monstro que finalmente tinha me alcançado por isso lhe dei um tapa.

–Desculpe eu... eu não queria ter feito isso! –eu disse me desculpando.

Ele me olhou com uma cara de confuso claramente pensando algo como “talvez ela seja bipolar”

–Bem de qualquer forma nós vamos descer do carro agora – ele disse esfregando o rosto onde havia levado o tapa- Não se preocupe! –ele riu parecendo não se importar com meu tapa. Talvez eu seja fraca demais pra fazer um chefe da máfia se machucar!

Ele estendeu a mão pra mim e eu a segurei, ele me ajudou a sair do carro e depois soltou minha mão, percebi que estávamos em frente ao aeroporto da minha cidade e todos iam em sua direção Tsunayoshi-san na frente com Hikari-chan um pouco atrás dele ao seu lado a Natsuki-chan, eu um pouco atrás delas (não estava falando com elas) e Xanxus-san atrás de mim para evitar uma fuga. Nós entramos nessa formação no aeroporto e todos fomos em direção ao guichê para comprar as passagens. Eu, Xanxus-san, Natsuki-chan e Hikari-chan ficamos esperando sentados num banco do aeroporto que era uma lugar bastante grande, cheio de lojas, ele era todo azul e verde e os locais eram espaçosos era um lugar bastante bonito.