Fathers Eyes escrita por Giovanna Marc


Capítulo 3
Tempestades, trovões e um caminhoneiro.




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No meio de uma tempestade que começou do nada, Eve começou a correr pela estrada de pedra escorregadia. Uma vez ou outra ela tinha que se equilibrar para não cair. Desastrada. Sempre foi assim. Ainda com seu relicário na mão, Eve se indignava com a má sorte que tinha. Tinha que começar uma tempestade justo hoje? Justo no dia em que ela resolveu fugir. Então a garota riu da sua própria desgraça enquanto parada no meio fio da estrada cansada. Aquela frase que as pessoas falam quando alguém faz algo inesperado “Vai chover hoje, você fez algo”. Isso era a perfeita frase dela.

Eve olhou para os dois lados e não fui um carro sequer passar. Ela iria pedir carona a todos, afinal ela não conseguiria ir andando até Nova York. Eve começou a sentir o peso de sua roupa que estava ensopada. Ela olhou para o céu e viu que o tempo estava realmente feio. Trovões e raios por todo lado. Alguns trovões pegavam a ruiva de surpresa que se assustava fácil. Fortes gotas caíam sobre seu rosto. Ela estava ficando com raiva daquela chuva. Talvez Deus não quisesse que ela fugisse. Mas a garota iria desobedecê-lo e iria até o fim. Então ela ouviu um barulho. Olhou para trás e viu um pequeno carro vindo rápido. Ela sorriu. E logo começou a fazer sinal para pedir carona. Ela fazia sinal como uma criança desesperada. Queria sair logo daquela chuva. Não queria ficar doente também. Não agora. Eve percebeu que o carro se aproximava na mesma velocidade. Estava começando a perder esperanças. Ela ficou com o braço esticado e olhando para o carro. E conforme ele se aproximava mais rápido era sua velocidade. E foi nesse momento que Eve olhou para o chão e viu logo a sua frente uma grande poça de água da chuva. Antes que pudesse reagir a isso. O carro passou a sua frente. A grande poça se tornou o banho de Eve. Ela apenas fechou os olhos e ficou ali petrificada de raiva e ódio. Ótimo. Não precisava acontecer mais nada. Indignada com tudo aquilo, ela olhou para o céu com raiva.

- O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO? DIGA-ME! SEU INGRATO! TODOS VOCÊS, DEUSES, INGRATOS! BRINQUEM COM A VIDA DE QUEM MERECE, NÃO COM A MINHA!

Aquelas palavras gritada por ela poderia não fazer efeito nenhum. Mas ela precisava desabafar e gritar com alguém. Essa era a raiva que ela tinha. Se houvesse algum Deus escutando-o agora. Ótimo. Ela precisava disso. Ela queria respostas. E recebeu um dos maiores trovões que ouviu em sua vida. Assusta ela recuou dois passos e continuou a olhar para o céu. Ela não sabia como fazer isso, mas faria de algum jeito. Então a garota ouviu uma buzina e o barulho de um grande motor se aproximando. Esperançosa ela olhou para o fim da estrada e viu um grande caminhão de carga. Ele estava chegando perto dela. Então em meio aquela tempestade Eve ergueu as mãos pulando freneticamente pedindo carona.

O motorista viu uma pequena garota no meio-fio erguendo suas mãos, pedindo carona. Uma jovem sozinha nesta tempestade. Ela era louca? Entediado de viajar sozinho, sabia que não iria fazer mal dar uma carona a jovem bonita ali. Então começou a parar o caminhão, apenas passando alguns centímetros a frente de onde ela estava e destrancou a porta.

Eve soltou um grito de alegria e entusiasmo ao ver o caminhão parar a sua frente. Ela olhou para o relicário em suas mãos e sorriu para ele sozinha. Apertou sua bolsa contra seu peito e correu até a porta do caminhão. Era um caminhão alto. Ela subiu o pequeno degrau que havia e abriu a grande porta. Avistou um senhor, um velho com um cigarro na mão e um boné com a bandeira do país. Ela sorriu para ele.

- O que uma jovem bonita faz no meio dessa chuva?

- Senhor, a chuva não estava em meus planos!

Ela disse animada e sentou-se no banco. Por um momento ela se sentiu constrangida em molhar o banco do velho.

- Desculpe, estou molhando seu banco...

- Ah, ele seca depois.

Ela sorriu para ele e colocou sua bolsa no chão, ao lado de seu pé. Então o motorista deu partida no caminhão que fazia um barulho engraçado de acordo com Eve. Ela então olhou para seu relicário em sua mão e depois o colocou no pescoço. Ficaria mais seguro ali. Naquele momento Eve sentiu um frio terrível percorrer por sua pele. Mas isso não a mataria.  O motorista olhou aquela jovem molhada e com um olhar triste. Queria saber mais sobre ela. Odiaria ficar nesse silêncio atordoador.

- Para onde quer que eu a deixe?

- O mais perto que você conseguir de Nova York.

- Ótimo, porque estou indo para lá.

- Que bom. – Animou-se.

Eve finalmente chegaria à Nova York. Era apenas há duas horas dali. O velho parecia uma pessoa boa. Talvez seria uma viajem tranquila.

- Posso saber seu nome?

- Eve.

- Eve? Um belo nome.

- É. Minha mãe tinha gosto para essas coisas... Posso saber o seu?

- Franklin.

- Legal. Tem algum apelido? Adoro apelidos!

- Não... Que tal criar um para mim?

- Sério? – Ela riu.

- Vamos! Crie um para mim. Tenho cara de...

- Velho! – Então os dois riram.

- Ah qual é! Sou jovem ainda. Minha vida está só começando.

- Louco!

- Não sou louco, só tenho senso de humor.

- Ah, eu não sei...

- Ah, vamos lá. Arrume um.

- Deixe-me pensar por uns momentos...

Eve começou a olhar para o velho sorridente que fumava seu cigarro e dirigia com a maior alegria. Como se ele amasse fazer aquilo. Como ele conseguia? Na verdade Eve tinha inveja desse velho que conheceu a minutos atrás. Ele parecia ter a vida que sempre quis. Tudo que ela queria era respostas de sua vida. Porque tudo era perfeito até sua mãe morrer. Ela sempre daquele dia como se fosse ontem. O dia em que Lucy a chamou para conversar. E contou que sua mãe havia feito uma viajem para o céu. Hoje ela ria daquilo. Céu? Minha mãe? Ela uma triste verdade. Mesmo com apenas oito anos ela sabia que sua mãe nunca fora uma santa. Voltando a realidade, Eve ainda procurava encontrar um apelido ao senhor que lhe concedeu a carona. Então riu ao lembrar-se de um desenho que adorava: Coragem: O cão covarde.

- Eustace!

- O que?

- Eustace é meu personagem favorito de um desenho. Ele é um velho rabugento. Mas eu o adoro. Eu sei que você não é rabugento, mas é corajoso como ele. Está decidido.

- Mas isso nem parece um apelido. É um nome! – Retrucou.

- Mas eu gosto, e pronto.

- Você é doida. – Rimos.

- Ah, meu apelido é Freaky.

- Freaky?

- Sim, a aberração.

- Não parece uma.

- Acredite, eu sou. Tenho esse apelido desde os meus onze anos, e não me importo que me chame assim. Até gosto.

- Tudo bem, Freaky. Chegamos à Nova York em trinta minutos. Eu conheço um atalho.


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Notas finais do capítulo

Estou feliz por já ter gente lendo *-*
Agradecida Espero tornar essa história uma boa história.
Se estiver alguma opinião ou algum puxão de orelha é só falar! Criticas são bem vindas!