Wunsch escrita por Tsuki no Taiga, Alexia Jo


Capítulo 19
A Chegada


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap chatinho, mas prometo que o próximo vai ser beeem mais interessante.



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Capítulo 19

A Chegada

 

Ao passar pelo enorme portão que dava entrada aos prestigiados e belos jardins, Selene permitiu-se mergulhar no seu mundo de memórias que a tanto abandonara. Os seus dias enquanto residente de La Rochelle, as pessoas que conhecera, os fenômenos que tinha presenciado e os conhecimentos que tinha adquirido sobre o que na realidade era. Momentos bons e maus, mas que preenchiam por completo o diário do seu passado.

- Selene, Ariel veio nos receber! – Exclamou Melanie oferecendo-lhes um dos seus melhores sorrisos. Ao longe era possível observar um enorme lance de escadas de mármore branco com algumas folhas caídas devido a uma rajada de vento que as soltara das suas árvores.

No fundo das escadas encontrava-se uma jovem de pele pálida e estatura baixa. As suas curvas eram avantajadas tornando-a ainda mais bela, cabelos lisos e negros, tal como os seus olhos, adornavam os seus ombros e suas costas. O seu corpo encontrava-se revestido por um clássico vestido verde-escuro que combinava perfeitamente com a pedra olho-de-tigre embelezada pelos seus diversificados tons castanhos.

Pierre parou o carro enquanto dois homens que usavam uniformes requintados abriam as portas do carro para os recém-chegados saírem.

Alexia sorriu ao ver ao ver a anfitriã com o seu típico esplendor sedutor. De mãos estendidas para a frente as duas encontraram-se trocando palavras que demonstravam a sua saudade e afeto. O mesmo aconteceu com Selene, feliz por voltar aquele lugar e reencontrar conhecidos.

Meganie e Melanie encontravam-se maravilhadas com o regresso de Selene e Alexia, finalmente o grupo voltara-se a reunir, apesar das suas diferenças, estavam juntos num objetivo em comum e estavam decididas a levar tudo em frente.

Os rapazes encontravam-se extasiados com a pura beleza que estavam presenciando. Aquele lugar para eles era mágico, tão belo, tão magnífico, tão agradável...

- Não reclamaria de morar aqui. – Gustav assumiu num suspiro.

- Nem eu…- disse Georg virando-se para os gêmeos – E vocês?

Bill e Tom se entreolharam e apesar de Tom não saber o que o olhar do irmão lhe dizia, algo lhe impeliu a responder.

- Nham! Gostamos da nossa casa. – Responderam em uníssono.

 

Ariel não parava de falar com Selene e Alexia sobre assuntos um tanto banais. Havia muito tempo que tinham se separado e muitas novidades tinham acontecido.

Bill encontrava-se apreensivo devido ao esquecimento que lhes fora oferecido por parte das suas duas protetoras, e embora seus amigos lhe perguntassem á toda hora o porquê de ele estar tão preocupado, Bill teimava em dizer que era impressão deles.

O vocalista colocou seus óculos escuros, não aguentava mais ser confrontado com olhares sérios ou curiosos a cada vampiro que via. Aquilo só tornava aquele ambiente frio e gélido.

Gustav e Georg já tinham desistido de perceber a troca de palavras que corria entre Ariel, Alexia e Selene. Parecia uma conversa constituída essencialmente por frases repletas de códigos, sem citar o fato de que estavam falando em francês ¬¬. Ninguém perceberia.

Meganie e Melanie, ao contrário das três vampiras que iam à frente do grupo, controlavam cada movimento dos seus protegidos, tal como lhes fora pedido. Nada poderia correr mal.

Pelas janelas, ainda abertas era possível receber a brisa fresca da noite e observar a lua nas suas tentativas falhas de se esconder atrás das nuvens.

A cada passo que davam, o som proveniente do salão de refeições tornava-se cada vez mais audível sendo abafado pelos passos ecoantes. O chão fazia as passadas tornaram-se fortes ribombando a cada passo. Conseguia-se completamente ter a noção da amplitude daquele requintado e exuberante corredor.

As longas cortinas envaideciam as frias paredes de mármore branco. Os quadros destacavam-se das paredes tal como as suas personagens. As próprias molduras eram embelezadas pelas talhas douradas e motivos naturais.

Tudo era belo embora não harmonioso, característica do seu estilo vitoriano.

Não demorou muito até chegar ao salão onde o jantar estava sendo servido.

Mesas enormes e requintadas estendiam-se por todo o salão coberto por inúmeros tipos de comidas e iguarias.

As pessoas desfrutavam do banquete com gesto educados ao mesmo tempo que trocavam palavras agradáveis, tristes, conservadas, exageradas, persuasivas e neutras.

Os temas de conversa eram infinitos e suficientes para abafar os barulhos dos talheres de prata.

- Aqui só tem humanos – disse Alexia após separar-se de Ariel - Melissa e Megan ficarão aqui com vocês e depois os levarão para seus dormitórios.

- Não se preocupem. Aqui estão seguros. – Assegurou Melanie olhando para os rapazes.

- Também disseram isso da outra vez. – disse Bill roucamente olhando para o seu irmão alheio ao comentário.

- Aqui é diferente! – Avisou Alexia com a sua voz a advertir respeito e o seu olhar fixo no vocalista, revoltada com o seu comentário. Bill retraiu-se e pousou de novo o seu olhar no irmão.

- Tenham calma. – Apelou Selene. – Não há nada a temer. Ariel tem conhecimento do… - hesitou olhando para Georg e Gustav. - … da nossa situação. Também colocou neste salão mais segurança. – Bill olhou em volta deparando-se com certos olhares discretos.

- São eles? – questionou.

- Parece que sim. Bem… - com uma mão atirou um pouco do seu cabelo para trás das costas. – Eu e Alexia estaremos numa sala com os restantes. Iremos demorar um pouco, precisamos falar com Emmus. – avisou a escritora.

- O quê?! – Bill sobressaltou-se dando um passo em frente. – E se…

- Não vai acontecer nada. – respondeu Megan tentando acalmar o vocalista antes que chamasse demasiadas atenções.

- Confie em nós. – Pediu Melanie lançando-lhe um deslumbrante sorriso. – Vai correr tudo bem, né? – Conformado Bill assentiu para todos, mas não conseguiu parar de sentir desconforto desde a saída de Alexia e Selene.

A advogada, a escritora e o príncipe andaram por um corredor comprido até uma grande porta de mogno que tinha um grande dragão encravado. Do lado de fora, havia um serviçal que servia para anunciar a entrada.

Após dizer quem eram, o homem abriu as grandes portas.

- Representando a Casa Romanov, as Grã-Duquesas Alexandra Nikolaevna e Elena Pavlovna da Rússia, e Príncipe Herdeiro Vincent Cosidini de La Rochelle – anunciou ele.

A atenção dos presentes virou-se para as três figuras que andavam lado a lado calmamente pelo tapete vermelho. A sala era enorme e um longo corredor que levava até um homem sentado em uma grande cadeira dourada que estava embaixo de um estandarte de um Dragão Negro. As cores eram branco, dourado e azul, havendo predomínio do branco e a cada duas das pilastras que sustentavam o pesado teto de concreto, no meio havia uma confortável cadeira prateada.

Curvaram-se em direção ao homem sentado que sorriu para eles.

- Ora vamos – Emmus sorriu fazendo um sinal para que se levantassem – Bem vindos de volta.

- Obrigada, senhor – Alexia disse polidamente após levantar-se – É muito bom estar volta.

- Meninas, eu ouvi boatos – um belo rapaz de longos cabelos dourados e olhos azuis chamou a atenção – De que vocês tornaram-se guardiãs de um Puro. Isso é verdade?

- Não só nós duas – Selene respondeu – Tivemos ajuda.

- Espero que Ariel tenha proporcionado total conforto para o Puro e seus amigos – Emmus disse – Sentem-se – completou apontado para duas cadeiras prateadas.

Vincent, como príncipe herdeiro, sentou-se ao lado de Emmus. Selene sentou-se na cadeira que levava o seu nome, ao lado do rapaz loiro. Respirou fundo.

- Senti saudades – o rapaz sussurrou.

- Pena eu não poder dizer o mesmo – a vampira rebateu.

Ficaram naquela sala por um bom tempo. Mais tarde Melanie e Meganie juntaram-se a eles.

 

Berlim, Alemanha...

 

A rua estava escura, a lua estava alta e fora os baderneiros de plantão, todos dormiam... Ou deveriam.

- Para! Por favor! – a moça suplicou. Ela estava com pés e mãos amarrados, as mãos para trás. Seus cabelos vermelhos pingavam gotículas de água gelada que misturavam-se com suas lágrimas.

- E por que eu deveria? – perguntou o deslumbrante homem – Vamos, diga-me onde eles foram, eu sei que você sabe!

- Eu não sei! Juro! Eu só peguei o fim da conversa! – disse com voz chorosa.

O homem apenas a pegou pelo cabelo e afundou a cabeça na bacia cheia de água, deixando por algum tempo e tirando logo em seguida.

- Vamos, fale! – ele exigiu – Eu posso tirar a verdade do seu sangue, mas eu não quero te matar.

Alicia não falava nada, apenas chorava baixinho. Sabia que ia morrer, e por seus lábios Klaus não saberia o paradeiro de Alexia, no fundo, ainda tinha escrúpulos.

- Tudo bem então – disse o vampiro – Sabe, o seu sangue pode me dizer toda verdade. Todas as suas lembranças serão minhas, seus desejos, seus segredos, seus conhecimentos, tudo. – ele aproximou a boca do ouvido dela. Sua voz soava sensualmente rouca – Para eu arrancar isso de outro vampiro, eu só preciso de uma pequena dose do sangue dele, mas de humanos... – Sorriu sadicamente – Tenho uma má noticia para você, Alicia Archetti, eu vou secar as suas veias.

 

La Rochelle, França...

 

Bill, agora em seu quarto, estava preocupado. Apesar de seu irmão estar no quarto ao lado, não podia deixar de estar preocupado.

Levantou-se da cama e saiu do quarto, andou por um corredor estreito até que chegou à porta com a inscrição 312. Bateu levemente.

- Já vai! – ouviu alguém responder. A moça abriu a porta e arregalou os olhos – Bill?

- Alexia... Eu... Posso entrar?

- Claro! – a advogada deu espaço para que ele adentrasse o lugar.

O quarto era enorme e o vermelho predominava, as paredes eram vermelhas com alguns delicados morceguinhos pintados em preto, a maioria dos móveis também era escarlate. As cortinas eram negras, assim como o cortinado da cama e o tapete era preto e vermelho.

- Belo quarto... Cores bonitas – o artista comentou.

- Obrigada – Alexia disse sentando-se na cama e cruzando as pernas em formato borboleta – O que o traz aqui?

- Desculpe te incomodar, é que com toda essa correria toda eu até esqueci de te perguntar. Como está o caso do Tom?

- Eu vou ser sincera, Bill. A Jeanne tem uma ficha muito suja com a polícia e algumas das acusações não foram levadas adiante por falta de provas. Se conseguirmos provar que ela é culpada, ela pode ser presa. Jeanne não tem uma boa reputação, ela já foi presa por falsificação e agressão, nisso nós podemos conquistar o júri.

- Um teste de DNA não poderia resolver o caso? – o moreno perguntou.

- Deveria resolver, mas Klaus não vai deixar que ela saia prejudicada e ele tem inúmeros contatos. Se der negativo, provavelmente ele vai encontrar um jeito de falsificar.

- Mas Vincent não é médico?

- Do mesmo jeito que ele pode falsificar, aos olhos do júri eu também posso. Vince é próximo demais de mim.

- Mas então o que podemos fazer?

- Eu estou tentando reunir todas as vítimas que a Jeanne fez e todos os arquivos, tanto do dia dos delitos quanto do dia em que ela teve relações sexuais com o Tom.

- Se precisar de algum contato eu posso conseguir sem problemas – Bill informou – É uma vantagem de ser famoso.

Diante daquela afirmativa os olhos de Alexia brilharam.

- Até mesmo com Dayana Mendonza?

- A Miss Universo? – Bill torceu o nariz – Georg já namorou com ela. – continuou dando de ombros.

Agora a cara de Alexia é que estava hilária com os olhos vidrados e a boca quase tocando o colchão.

- Se você quiser, eu posso contatá-la – ele disse - Mas já te aviso: Ela é um nojo.

 

Berlim, Alemanha...

 

Sentia que sua vida lhe deixava. Klaus tinha sido maldoso o suficiente para deixá-la com o mínimo de sangue para que morresse aos poucos.

Com suas últimas forças, Alicia arrastou-se até a parede branca e, com seu próprio sangue, escreveu um aviso que seria visto por alguém quando dessem por sua falta. Com alguma sorte, Alexia saberia quem estava a caminho.

 

Continua...


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