Caspian, ela te deixou.
Falava essa voz em minha cabeça. Não ela não tinha me deixado, não, eu não poderia viver sem ela.
Eu lhe ajudarei
Ajudaria-me, com o que? Poderia trazer Susana de volta?
Não, mais eu poderia lhe consolar
Uma escuridão surge e me envolve por completo, não consigo enxergar nada e fecho os olhos por precaução. Começo a sentir solidão, dor, abandono. E voz ainda continuava.
Eu posso lhe ajudar a superar a dor
Dizia, poderia? Pensei comigo mesmo.
Claro, é apenas você ficar aqui comigo
A voz estava tranqüila, como se já pudesse saber minha decisão. Se eu ficasse, acho que seria mais fácil eu superar essa minha perda tão grande. Eu ainda estava de olhos fechados e os estava abrindo lentamente. E eu pensava muito durante esse pequeno tempo. Por fim minha decisão estava tomada.
Aceito. Disse em pensamento.
Ótimo
Abri meus olhos e a escuridão os tomou por completo.
Susana Pevensie
O lugar era lindo e eu não queria sair de lá, era tão calmo e a alegria era tanta. Mais, eu não poderia estar ali. Mais a pergunta seria: onde eu estou?
- Está em meu país, Susana. – ouvi uma voz já conhecida, me virei e me deparei com o mesmo leão que aparecera em meu sonho.
- Seu país? – perguntei, sem sair do lugar.  Leão estava a poucos passos de mim, mais, mesmo minha mente dizendo que era seguro que me aproxime dele, mais meu corpo não se movia.
- Sim. – respondeu ele e depois olhou para trás. olhei também.
Tinha três pessoas se aproximando, mais, de acordo que elas iam se aproximando suas sombra que estavam mais perto iam mudando. De dois ia diminuindo e do outro ia mudando os pés. Quando estavam ao lado do leão, tive um susto, eram dois castores e um homem mais ele tinha pernas de um bode ou sei lá do que. Com esse susto me afastei alguns passos deles e eles me olhavam, sorrindo.
- Susana. – disse o leão se aproximando de mim, junto com os outros três. – Olhe atentamente para eles. – disse, olhando para os três que estavam ao seu lado.
Fiz o que ele pediu e olhei atentamente para os três e imagens, lembranças, foram entrando em minha mente. Uma estava eu, Pedro, Lucia e esses dois castores, estávamos atravessando um rio congelado e logos estavam nos perseguindo. A outra era Lucia e eu, estava abraçando o homem de pernas de bode.
- Sr. Tummnus? – perguntei, olhando para ele, que apenas respondeu com um sorriso.
Corri até ele o abracei, não acredito, eu o conhecia, ele era o homem de quem Lucia havia me contando na primeira vez que ela me falara de Nárnia. Como eu poderia tê-lo esquecido? Quando o soltei, virei-me para os dois castores.
- Sr. E Sra. Castores? – perguntei meio receosa. Os dois também sorriram.
Cai de joelhos diante eles e os abracei.
- Esta se lembrando? – perguntou o leão se aproximando.
- Estou. – eu disse. – Aslan? – perguntei, um sorriso se formando em meu rosto e esse mesmo sorriso sendo correspondido por Aslan.
- Sim, minha querida. – ele disse. Mais logo sua expressão ficou seria.
- O que aconteceu comigo? – perguntei, me levantando e ficando de frente para ele.
- Susana, você se entregou a Felícia, para salvar Lucia e Caspian. – ele disse pausadamente. Fui me recordando das últimas coisas que conseguia me lembrar. Eu beijando a testa de Caspian. – Ela tomou toda a sua energia vital, mais você não morreu.
- Como assim? – perguntei confusa.
- Susana, você ainda esta viva, mais por um pequeno fio. Você apenas esta aqui para fazer uma escolha.
- Que escolha?
- Poderá voltar para o seu corpo normalmente, mais apenas para derrotar Felicia que isso apenas você pode fazer e salvar a pessoa que tu amas. Mais apenas terá uma semana para isso, caso não consiga fazer isso, abandonara seu corpo para sempre. – disse Aslan. – Mais a outra escolha, você poderá ficar aqui e ser feliz, e deixar seus irmãos e Caspian cuidarem de Felicia.
Vários pensamentos estavam em minha cabeça, mais eu já sabia minha decisão.
- Aceito a primeira, voltarei para cuidar de Felicia e salvar que eu amo. – eu disse, com firmeza.
- Pois muito bem.
- Espere. – eu disse. – Do que terei que salvar a pessoa que amo? – perguntei, já sabia que teria que um dos meus irmãos ou Caspian.
- Isso, você irá descobrir. – disse Aslan.
Ele assoprou em minha direção e um monte de poeira se envolveu ao meu corpo, mais eu continuava de olhos abertos. Sentia meu corpo ficando cada vez mais pesado e depois ele estava deitado.
Tento mexer minhas mãos e consigo, logo depois minhas pernas. Logo estava mexendo todo o meu corpo. Sentia alguém em cima de mim e me mexi para que notasse que eu estava bem, viva.
A pessoa se levantou e ficou me olhando, os olhos assustados. Reconheci Caspian na mesma hora. Sentei-me na cama e o fiquei olhando, ele não tirava os olhos de mim.
- Não pode ser. – ele disse por fim, quando estava em pé, de frente para ele. Caspian começava a se afastar de mim. Chegando cada vez mais perto da porta.
- Caspian, sou eu. Estou bem. – eu disse, me aproximando dele.
- Se afaste de mim. – ele disse, quase gritando. – Não, você não pode estar viva, eu sei que não. Deve ser o monstro que viera me matar, foi o que ela disse. Ainda bem que eu confiei nela.
- Nela quem? – perguntei. Aquilo já estava me assustando. Caspian não poderia...
- Felícia, ainda bem que fiz a escolha certa, então ela me avisou e estava certa. Eu irei matá-lo. – disse, pegando a espada e a apontando para mim.
- Não... – foi tudo que eu consegui dizer, as lagrimas caindo pelo meu rosto.
O que estava acontecendo com o Caspian? Como assim ele se aliou a Felícia? Alguma coisa estava errada, aquele não era o Caspian que eu conheço.