Todos nós do New Direction nos dirigimos ao palco e Rachel estava chorando, ela estava muito nervosa. Finn tentava acalmá-la, cheguei perto e a abracei.

-Rachel, você foi incrível hoje... Se não ganharmos, não se preocupe, seu esforço valeu á pena! Todos adoraram nossa apresentação. Abra um sorriso, por favor. –Ela sorriu e subimos as escadas, nos deparando com um palco e com muitas pessoas nos olhando.

Era agora.

Ficamos todos juntos de mãos dadas. Estava com minha mão direita dada para Kurt e minha esquerda estava apertando a de Santana. Todos nervosos e respirando ofegantes. Olhávamos para os holofotes e tentando manter a calma.

Ao nosso lado esquerdo, o grupo dos Warblers. Assim que chegamos, Sebastian sorriu para nós e logo depois os caras do Dalton Academy também. Sorrimos de volta. Eles eram, com certeza, os competidores mais simpáticos. Ao lado deles, o grupo dos senhores de idade e logo depois, o Vocal Adrenaline.

Só de lembrar do nome do grupo me subiam calafrios.

O Diretor Figgins apareceu no palco com quatro envelopes na mão. Os jurados estavam ao lado dele. Um deles era uma moça muito bonita, parecia ser simpática. Seus cabelos eram encaracolados levemente loiros, usava um batom vermelho forte e sorria olhando para todos os lados. Outro deles era um moço bem malhado. Ele tinha pinta de galã de novela. Tinha cabelos escuros que desciam até os ombros, pele morena, tinha uma barba não muito grande, e seus olhos eram negros, mas brilhavam conforme as luzes atingiam sua face. O outro parecia um homem mau-humorado. Era gordo e baixinho, suas sobrancelhas eram grossas e toda hora parecia estar com cara de bravo. Não tinha muito cabelo, mas tinha um cavanhaque cinza, aqueles olhos pareciam intimidadores.

Estremeci assim que o Diretor Figgins abriu a boca para falar. A platéia calou-se e só se ouvia o barulho das respirações.

-Então, vamos anunciar agora os vencedores da noite... –Ele abriu o primeiro cartão, apertei forte as mãos de Kurt e de Santana, fechei os olhos e fiquei atento ao que ele iria dizer. –Em quarto lugar... Os senhores de Out of Time! –Acho que esse era o nome do coral de velhinhos. Todos aplaudiram, suspirei de alívio. Eles sorriram e pegaram o pequeno troféu. Admito que me deu uma dor no coração, mas realmente, eles não eram lá essas coisas...

Agora a competição ficou acirrada.

Os Warblers eram muito bons, mesmo. Não conseguia imaginar como faziam aquelas coisas todas com as vozes. O Vocal Adrenaline... Nem se fala. Pareciam profissionais. E a gente. O New Directions. Um simples grupo com pessoas diferentes... Eu diria... Especiais.

-Vamos ao terceiro lugar...– Meu coração começou a pular e olhei pra cima, nervoso esperando Diretor Figgins ler aquele maldito papel logo! -...The Warblers! Parabéns, garotos! –Os garotos sorriram e Sebastian pegou o troféu agradecendo. Fiquei com pena, todos eles eram talentosos demais para ficar em terceiro lugar... Quando eles passaram por nós, sorriam e desejavam boa sorte. Percebi que gostavam mais de nós do que do Vocal Adrenaline. Sebastian passou por mim, sorriu e parece que o vi piscar pra mim... Talvez tenha sido impressão... Ou estava fazendo de boa. Mas quando olhei para Kurt, ele encarava Sebastian com uma expressão de raiva.

Agora era só o New Directions e o Vocal Adrenaline.

Suspirei e me virei para ver o grupo todo. Todos estavam sérios, com o olhar distante, todos nervosos e tensos. Meu coração palpitava rapidamente, parecia que ia ter um ataque...

-Agora, os grandes vencedores da noite... –Olhei para a platéia e vi meus pais e Coop acenando pra mim. Me lembrei do que Coop disse. Preciso ser positivo...

Tudo vai dar certo... Tudo vai dar certo... Tudo vai dar certo...

-E em segundo lugar...

Nós vamos vencer... Nós vamos vencer... Nós vamos vencer...

Apertei forte as mãos de Santana e Kurt, fechei os olhos, tremendo e esperei o Diretor falar.

Quase desmaiei quando o ouvi dizer:

-Vocal Adrenaline!

Meu Deus... Meu Deus!! MEU DEUS! NÓS TÍNHAMOS GANHADO!

Naquele momento, fiquei paralisado, olhando pra frente, com os olhos arregalados, eu tremia muito, minhas pernas ficaram bambas, os holofotes apontaram para nossa direção e caíram vários confetes do teto. Acordei do transe quando Sam me deu um abraço apertado gritando.

Aquele era, definitivamente o momento mais feliz da minha vida.

Depois, comecei á gritar, pular, abraçar todos que apareciam na minha frente. Quinn veio até mim sorrindo, me abraçou forte, depois veio Sugar, depois Finn, depois Mike e quando percebi, estávamos todos nos abraçando, aquilo doía. Mas não estava nem aí!

Nós tínhamos ganhado as Regionais!

Sr. Schuester pegou o troféu, o ergueu e todos aclamaram. Era tanta gritaria, festa... Tanto na platéia quanto no New Directions. Olhei para ver a reação do Vocal Adrenaline. Jesse nos olhava vermelho de raiva, as meninas ficaram tristes, mas algumas cruzaram os braços e ficaram nos encarando. A maioria dos garotos nos encaravam intimidamente.

“TOMA ESSE TROFÉU NA CARA DE VOCÊS, TROUXAS!” Pensei.

Achei aquele grupo convencido demais... Nem levantaram um segundo na nossa apresentação, ou cumprimentaram a gente... Eles tinham é inveja.

Depois de um looongo tempo de festa entre o club e a platéia, saímos do palco. Descemos para os camarins gritando, pulando... Parecia que todos nós havíamos tomado o mais forte dos energéticos existentes. Eu estava muito feliz, mesmo! Aquilo foi uma realização! O New Directions, pela primeira vez, ganhou as Reginais.

Assim que chegamos no camarim dancei umas músicas idiotas junto á Sugar, depois abraçava Rachel, que chorava loucamente, mas sorrindo muito, pulava junto á Finn e quando Kurt se aproximava eu o beijava sorridente, Kurt não parava de sorrir. Ele ria toda hora, sorria, pulava, dançava... Aquele era o nosso momento!

Sr. Schuester riu e bateu palmas.

-Garotos, vocês foram ótimos! Parabéns! O troféu é de vocês!!– Ele saiu abraçando um por um de nós.

-Parabéns, gente! Eu amei a apresentação!– Disse Emma, também abraçando cada um de nós –Mas não se sintam especiais só por terem ganhado, sintam-se especiais porque vocês são talentosos, e mereceram isso com esforço!

-Emma disse tudo! Vocês mereceram esse prêmio, garotos! E muitos ainda estão por vir!– Segurei na cintura de Santana que envolveu seus braços em meu pescoço. Sério, meu relacionamento com Santana estava muito bom. Ela era como uma grande companheira pra mim.

Como uma grande amiga pra mim.

Ela passou por muitas coisas como as que eu passei, mesmo ela sofrendo mais... Ela foi uma das pessoas que mais me ajudou. Assim como...

-ARTIE!– Gritei, correndo e pulando em seu colo e dando um beijo em seu rosto. Aquilo, de fato, foi  uma brincadeira. Era como se estivéssemos bêbados. –EU TE AMO SEU LINDO! A GENTE GANHOU! UHU!– Artie arregalou os olhos sorrindo e todos começaram á rir voltando para a farra.

-Calma aí, cara! Guarda por Kurt!– Eu saí de seu colo, mas dei um abraço nele.

-Nunca mais me chama de gravatinha.

-Por que?

-Porque aposto que você se amarrou nisto aqui...– Disse eu dando uma entortada na gravata de Artie. Ele ajeitou de novo e sorriu.

-Admito que fiquei um gato com ela!– Eu ri.

-VOCÊ FICOU UM CADEIRANTE GOSTOSO!– Disse eu sentando no seu colo de novo enquanto passava minhas mãos sobre seu cabelo, despenteando e tirando todo o gel.

-VOCÊ QUE É GOSTOSO, GRAVATINHA!– Disse ele rindo sem parar. Eu e Artie éramos como dois melhores amigos daqueles que se xingam, botam apelidos estranhos e brincamos sempre. Era muito engraçado passar meu tempo com ele. –Agora sai do meu colo, você não é tão magro assim...– Eu ri e dei uma voltinha pra ele.

-Lógico, eu sou gostoso!– Artie riu sem parar e depois Mercedes começou á empurrá-lo para longe, que saíram gritando “SAIAM DA FRENTEEEEEE!” Kurt veio e me abraçou por trás.

-Ta me traindo com o cadeirante, é?– Disse ele virando meu rosto e beijando minha boca. Eu o abracei. –Esse é o melhor dia da minha vida. –Disse Kurt choramingando.

-PELO AMOR DE DEUS, NÃO CHORA!– Kurt riu imediatamente. –Tudo o que eu menos quero hoje, é ver você chorar... Ei, eu vi seus pais na platéia. Seu pai acenou pra mim assim que nossos olhares se encontraram.

-Ele gostou bastante de você, Blaine...– Brittany passou correndo no nosso meio e parece que ela estava só de sutiã. –Meu Deus, o que foi aquilo?...– Disse Kurt rindo de Brittany correndo como uma louca com sua langerrie vermelha com listras brancas. Eu ia me virar para olhar, Kurt puxou meu rosto e meus olhos voltaram-se á ele. –Eu o proíbo de ver essa cena...

-Que foi? Meu namoradinho ta com ciúmes?...– Disse eu mordendo de leve seu pescoço. Ele ria e tentava me afastar, sem sucesso.

-Pelo amor de Deus, Blaine! Estamos com todos em volta, para com isso!

-Brittany está de langerrie pouco se ferrando pros outros, porque eu tenho que ligar?– Disse eu beijando sua boca. Kurt não parava de rir.

Depois de um grande tempo de farra e alegria, resolvemos comemorar numa boate. Todos resolvemos não beber pois já estávamos loucos e agitados o bastante. Se bebermos podíamos morrer de ataque cardíaco. Quando chegamos, o lugar era bem espaçoso. Tinha uma pista de dança enorme, não com muita gente, um barzinho com drinks logo ao lado direito e do outro lado, haviam banheiros e alguns sofás coloridos em neon.

Peguei na mão de Brittany e nós dois fomos dançar na pista. Logo depois, Mike se juntou á nós e começou á fazer vários passos de dança de esculachar. Brittany entrou no meio da brincadeira e fiquei lá, com cara de brisa olhando pros dois esculacharem minha dança. Depois, uma mão tocou meu ombro direito e quando olhei para trás...

-Sebastian!– Disse eu dando um aperto de mão –que prazer vê-lo aqui!– Ele sorriu.

-O prazer é meu... Ahn...

-Blaine Anderson!

-O prazer é meu, Blaine! Vim parabenizá-los pela grande apresentação!

-Vocês foram demais também! Eu me arrepiava a cada refrão que cantavam... Olha só... Até me arrepiei agora de lembrar!– Ergui meus braços para mostrar minha pele arrepiada. Ele riu.

-Obrigado. Estávamos torcendo pra vocês se não ganhássemos. Aquele Vocal Adrenaline era um grupo muito metido...

-Tem razão... Eles nem sequer nos cumprimentaram. Mas enfim... É um prazer conhecê-lo! Coincidência estar na mesma boate que o Club todo, né?

-Sim... Eu passei aqui com uns quatro caras dos Warblers para sei lá... Esfriarmos um pouco a cabeça.

-Lamento muito vocês não terem ganhado...

-Não fale assim! Vocês mereceram! Estamos felizes por termos ficado em pelo menos, terceiro lugar!– Kurt chegou perto dançando, encarou Sebastian e se apoiou no meu ombro direito.

-Olá, Sebastian! Como vai?

-Eu vou bem ahn...

-Kurt. Kurt Hummel. –Disse Kurt, seco.

-Muito prazer- disse Sebastian estendendo a mão para Kurt. Kurt a apertou com mal gosto. Fiquei chateado por ver Kurt tratando-o daquela maneira, mas logo depois ele o encarou e Quinn o puxou para dançar com ela.

-Desculpa pelo Kurt, é que... Ele é meio ciumento...– Sebastian cruzou os braços.

-Vocês namoram?

-Sim... Eu sei lá... Não me considero gay. Só gay pelo Kurt. Não olho pros outros caras com os mesmos olhos que olho para Kurt.– Sebastian assentiu com a cabeça olhando para o chão.

-Eu sou gay, também.– Vish –Eu tava ficando com um cara, mas não deu muito certo...

-Lamento por você...– Ficamos mais alguns segundos olhando pro teto, sem assunto.

–Am... Não quero mais atrapalhar sua noite. Vai se divertir com seus amigos –ele colocou a mão sobre meu ombro direito. –porque a noite é de vocês!– Ele sorriu e se afastou. Eu simplesmente me virei e comecei á dançar junto á Rory e Tina.

O DJ parou no meio da música e disse:

-A casa aqui quer parabenizar o New Directions por terem vencido as Regionais!– Todos que estavam na boate nos aplaudiram. Santana se aproximou de mim cambaleando e rindo como uma doida.

-Que gravata borboleta legal...– Disse ela cutucando minha gravata. Com certeza ela tinha bebido.

-Sant, você não devia beber...– Ela colocou o dedo indicador sobre minha boca e ficou passando-o pela minha cara toda.

-Shhhh, mamãe. A garota aqui quer se divertir hoje!– Ela olhou para o copo em sua mão, que estava vazio. –DROGA! QUEM BEBEU MINHA BEBIDA DE NOVO?! –Disse ela revirando o corpo, mas antes de cair, segurou em mim. Eu ri.

-Sant... É melhor você não beber mais. Além do mais, não foi ninguém que bebeu sua bebida. Foi você!– Ela olhou pro copo e depois voltou-se á olhar pra mim.

-Verdade, né? Meu Deus, como o tempo passa...– Ela começou á rir loucamente até que parou e soluçou por causa do efeito da bebida. –Blaine... Eu não quero virar uma velha com rugas e peitos caídos!– Disse ela chorando no meu ombro, manchando minha blusa de maquiagem. –EU QUERO CONTINUAR GOSTOSA!– Um cara dos Warlbers passou por nós e me olhou.

-Por que ela está chorando?

-Porque ela não quer virar uma velha com rugas e peitos caídos.– Ele franziu as sobrancelhas.

-Ela está...

-Sim! Com certeza!– Ele sorriu e saiu de perto de nós. Santana parou de chorar do nada e olhou pra mim sorrindo.

-Blaine, você é muito gato... Eu iria pra cama com você.– Disse ela tentando erguer minha camisa. Abaixei-a rapidamente e tirei o copo da mão dela. Entreguei-o a Mercedes e sentei-a em um dos sofás neon. Ela estava muito bêbada, mesmo.

-Sant, sossega! Você bebeu demais...– O DJ parou a música de novo.

-Gostaria de pedir que alguns do New Directions suba aqui e cante para nós!– Santana tentou ficar em pé e saiu gritando.

-EU VOU! EU VOU! ASSIM QUE EU ACHAR MEU COPO, EU VOU! –Peguei no braço dela e puxei-a, deitando-a no sofá. –Me deixa cantar, Blaine seu sem graça. Não vou mais pra cama com você!

-Santana, me escute! Tenta relaxar um pouco! Você está muito agitada. Daqui a pouco sua pressão cai.

-Não sabe o que está perdendo!– A ajeitei numa postura melhor e pedi á Brittany que tentasse acalmar Santana. Britt era a única que conseguia fazer isso. Depois fui no barzinho do outro lado da boate e pedi uma água. Começava á ficar com sono... Kurt veio por trás de mim, me abraçou e deu um leve beijo na minha bochecha.

-Está se divertindo, querido?

-Sim! Bastante.

-Que tal subirmos lá e cantarmos alguma coisa?

-Ah, Kurt... Não estou com pique o bastante pra isso...

-Por favor, amor!– Disse ele enchendo meu rosto de beijos.

-Agora não vou conseguir cantar... Já estou querendo ir pra casa e dormir... O dia foi cheio hoje...– Ele assentiu com a cabeça.

-Tudo bem! Vamos prestar atenção então em quem vai cantar...– Nos surpreendemos quando Puck subiu no palco ao lado de Quinn. Ela sorria pra ele, docemente. Do mesmo jeito que ela sorria pra mim quando estávamos juntos. Eles começaram á cantar Unbroken da Demi. Era estranho o jeito como Puck olhava para Quinn... Espera aí...

Eu já entendi tudo!

Naquele dia que eu, Quinn e Kurt saímos da sala juntos no final da audição de Kurt para o Club, ele não encarava Kurt, e sim, Quinn.

Ele entrou no Club só para ficar mais perto de Quinn. Por isso ele ficou mais gentil comigo depois que ela terminou comigo.

Puck estava gostando de Quinn!

Eu e Kurt nos entreolhamos, percebi que ele tinha percebido a mesma coisa. Mas pelo menos, Puck estava bem mais simpático, ele não batia mais nos outros... Sim, ele ainda era um pouco rebelde. Mas ele nunca encostou um dedo em nós do Glee Club (só naquela vez que ele jogou raspadinha no Artie. Mas isso ainda não foi um bater... E ele nem estava no Club ainda.)

Quando eram umas 3 da manhã, eu estava morrendo de sono e queria conversar com meus pais. Queria saber o que eles acharam do show. Fui ver Santana e ela estava melhor, estava meio sonolenta, mas o efeito da bebida já tinha passado. Ofereci á Britt para levar Santana para casa, Britt agradeceu. Santana apoiou no meu ombro e ia cambaleando de sono enquanto andava.

-Já vou indo, gente.– Disse eu dizendo tchau para cada um do Club. Passei para dar tchau para Sebastian. –Tchau, Sebastian! Já vou indo.

-Nossa, mas ainda é cedo...– literalmente cedo.

-Estou morrendo de sono. O dia foi cheio pra mim...– Apertei sua mão.

-Am... Será que... Você podia me passar seu telefone? Queria continuar mantendo contato... De boa! Só pra gente se comunicar e marcar algo pro Glee Club e os Warblers fazerem juntos... Sei lá.– Eu ri.

-Tudo bem, Sebastian.– Passei para ele meu numero e ele me passou o seu.

-Obrigado, Blaine.

-De nada.– Assim que ia sair, Kurt apoiou no meu outro ombro, contrário do que Santana apoiava, sonolenta.

-Já vai, amor?

-Já! Estou com sono... Quer carona?

-Quero sim!– Kurt revirou os olhos para Sebastian –Adeus, Sebastian.

-Até mais, Kurt.– Eu, Santana e Kurt fomos andando até o carro. Coloquei Santana deitada no banco de trás e Kurt foi no banco de passageiro ao lado do meu.

-Aonde é sua casa, Sant? –Ela sussurrou seu endereço, com a voz rouca de tanto gritar enquanto estava bêbada. Kurt entendeu e me explicou. Fui até lá e deixamos Santana sã e salva de volta para casa. Eu fui levar Kurt para sua casa e parei na frente dela. Puxei o freio de mão e comecei á beijar Kurt. A rua estava deserta e o calor de seu corpo ia passando para o meu.

Comecei á tirar sua camisa mas Kurt me parou.

-Blaine... Chega. Está demais.

-Por favor... Só mais um pouco...

-Blaine!– Ele se afastou –Desculpa, amor... Mas é que não quero que minha primeira vez seja num carro... E também eu estou suado.

-Não ligo se você está suado. Mas já que você quer que nossa primeira vez seja especial... Eu entendo.

-N-nossa?... Nossa primeira vez?– Eu o beijei.

-Eu, pelo menos, quero ter com você.–Ele sorriu e nos beijamos de novo. Ele abriu a porta, apoiou-se no vidro, sorriu e disse:

-Obrigado por me acompanhar no melhor dia da minha vida, Blaine.

-Eu te amo, Kurt.– Ele sorriu e acariciou meu rosto.

-Eu também te amo, Blaine.– Se virou e entrou em sua casa.

Quando cheguei em casa, percebi que Kurt tinha esquecido seu cachecol no banco de passageiros, saí do carro e acabei esquecendo de pegá-lo. Abri a porta da frente e meus pais e Cooper estavam me esperando na sala com um bolo não muito grande, na mesinha de centro na sala. Eu abri um sorriso e os três começaram á me aplaudir.

-BLAINIE!!!– Disse minha mãe, me abraçando forte. –MEU BEBÊ GANHOU AS REGIONAIS!– Tá... Vou deixar ela me chamar de bebê desta vez, só porque ganhamos as Regionais. –MEU BEBÊ E SEUS AMIGOS GANHARAM AS REGIONAIS!– Ela se afastou e tinha lágrimas no seu rosto, ela acariciou o meu –Tenho tanto orgulho de você... –Ela se afastou e Coop estava de braços abertos na minha frente.

-BAIXINHO!!– Eu o encarei –Brincadeira! Parabéns, Blainie!! Que orgulho do meu maninho...– Disse ele me abraçando forte. –Puxou pro irmão dele... Que sortudo...

-Coop... Você não podia parar de se achar nem quando eu ganho?– Ele riu.

-É brincadeira, gravatinha! Parabéns.– Ele bagunçou meu cabelo e meu pai estava na minha frente sorrindo pra mim.

-Filhão! Que orgulho! Parabéns! Você é muito talentoso! Por que nunca me disse que sabia cantar?– Ele me abraçou.

-Eu e Cooper vivemos cantando aqui em casa... E sempre que tem alguma festa com karaokê nós também cantamos...

-Acho que nunca prestei muita atenção... Mas você é muito talentoso, filho! Mereceu esse prêmio!

-Obrigado, pai. –Minha mãe se dirigiu até o bolo de chocolate com morangos, que por sinal era o que eu mais gostava. Minha mãe sabia todos os meus gostos. Poderia até fazer uma lista dizendo qual eu mais gosto e qual eu menos gosto. Ela sorriu e deu um passo á frente.

-Fiz pra você, amor. Seu favorito! Para comemorarmos!– Eu sorri e não pude resistir á aquele pedaço de bolo delicioso... Peguei um prato e me servi, assim como meus pais e Cooper. Ficamos na sala comendo enquanto conversávamos. Meu pai olhou para meu pescoço e franziu as sobrancelhas.

-Filho... O que é isso no seu pescoço?– Ai meu Deus. Acho que ficou uma marca quando Kurt deu um “chupão” no meu pescoço no carro... Passei a mão sobre ele e estava um pouquinho inflamado, quase nada. Olhei para Cooper e para mamãe. Parece que eles já haviam entendido. Cooper estava com os olhos arregalados e mamãe nos entreolhava. Eu não sabia o que responder –Ahn?

-N-não sei...

-Parece um chupão... Andou fazendo coisas por aí?

-Não pai... Claro que não.

-Então não tem problema eu checar o carro, não é...?

-Vai em frente!– Ele se levantou e saiu pela porta da frente. Até que me lembrei...

O cachecol de Kurt! Meu pai viu ele saindo do auditório com ele... Agora eu estava perdido! Meu pai voltou segurando o cachecol.

-De quem é isso?

-N-não sei...– Meu pai franziu as sobrancelhas.

-Você não me engana, Blaine. Eu vi aquele garoto do seu grupo saindo do auditório com isto aqui...- Meu pai olhou para mim com o olhar intimidador. –Blaine... O que isto fazia no seu carro e o que significa essa marca no seu pescoço.– Fiquei em silêncio –Você estava com aquele garoto no carro?

-S-sim... Eu o dei uma carona!

-Mas e essa marca no seu pescoço?– Eu olhei pro chão.

-Tá, pai. Ele é meu namorado! O nome dele é Kurt, é um bom garoto. Eu sei que você deve estar pensando que eu sou gay e tal... Mas eu só amo Kurt, se não fosse para eu estar com ele, eu não estaria com ninguém! Não consigo olhar para outro garoto do mesmo modo que olho para Kurt. Parece que eu tenho necessidade em mantê-lo feliz.– Pronto. Falei tudo o que pensava. Meu pai ficou em silêncio com a mesma expressão, minha mãe se levantou.

-Querido... Eu conheci Kurt e ele é realmente um ótimo garoto! Ele faz Blaine feliz, Blaine o faz feliz... Os dois são felizes juntos. Kurt é educado, talentoso, inteligente, adorável... Mesmo sendo gay, ele é até melhor que muitos garotos heteros por aí... Aceitei Kurt em nossa família... Por favor, é importante pro Blaine!– Meu pai me encarou, ainda com uma expressão fria.

-Realmente, Kurt sabe se divertir. E ele gosta de Blaine pelo que ele é. E pelo que Blaine me conta... Ele ama muito Kurt. Ficaria triste sem ele...– Disse Cooper tentando ajudar. Todos nós ficamos por muito tempo olhando meu pai, mas ele continuava com a mesma expressão fria. Ele colocou o cachecol nas minhas mãos e subiu as escadas, em silêncio. Eu comecei á chorar. Minha mãe sentou ao meu lado e me envolveu em seus braços.

-Calma, Blaine... Vai dar tudo certo, confia em mim...– Cooper ficou á minha frente com uma expressão de piedade.

Ótimo, o dia que era pra ser o mais feliz da minha vida, virou o mais triste também.