Capítulo XV

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- Há alguns anos atrás... – Jun iniciou o seu monólogo, tendo a atenção do team 7 de operações. – Foi desenvolvida uma... Er... Espécie de máquina. – Disse do jeito mais simples possível, visando que todos entendessem. – Foi uma encomenda do Departamento de Defesa dos EUA.

- Ótimo. – Sasuke resmungou. – Departamento de Defesa! – Se o DD estava envolvido, boa coisa não sairia daí.

- Quieto, Sasuke! – Sakura ralhou com ele e se voltou para Jun, esperando que ela continuasse.

- Bem, essa máquina, tinha como objetivo, transportar coisas... – A morena suspirou e remecheu na franja. Explicar até aí estava tudo bem, o problema era o que viria a seguir.

- E...? – Kakashi a incentivou, quando viu que ela tinha travado.

- Mas o projeto não deu muito certo. – Disse por fim, preferindo ocultar alguns detalhes. – O básico dessa máquina era que ela quebrava as moléculas e depois as reajuntavam, em um outro lugar.

- Isso é possível?! – Sakura perguntou chocada. Nunca poderia imaginar algo desse tipo.

- Na teoria, sim. – Jun assentiu. – Mas na prática... – E a jovem fez uma careta. – As moléculas não se rearranjavam direito, havia falhas. Principalmente com seres vivos.

- SERES VIVOS? – Foi a vez de Naruto exclamar, surpreso.

- Sim. – Jun assentiu novamente, suspirando em seguida. – Nenhuma das cobaias sobreviveu... – E haveria mais coisas para ela acrescentar, mas isso era irrelevante para a atual situação. – Sem contar que os objetos desfragmantados precisavam “viajar”... – Fez aspas com os dedos.

- Como assim viajar? – Kakashi se pronunciou, franzindo as sobrancelhas sem entender.

- É um conceito de Física... Vocês não vão entender. Nem eu mesma entendo muito bem. – Ela estava mentindo, é claro. Mas havia certos detalhes que precisavam ser omitidos. Pelo seu bem. – Mas o importante é frisar que o objeto mandado com essa máquina, nunca chegava ao seu destino certo, sem contar que, para fazer isso, precisava haver um outro objeto e...

- STOP, STOP, STOP! – Naruto exclamou. – Não estou entendendo nada, Jun! – Disse quase que choroso.

- Vamos por em termos simples... Para enviar um objeto para algum lugar com essa máquina, um outro objeto, semelhante e com a mesma massa, deveria vir. Uma troca. Consegue entender?

- Então... – O loiro murmurou. – Se o prédio se foi, alguma coisa vai ser posta no lugar dele?

- Exatamente! – Jun exclamou, aliviada que o loiro houvesse entendido. – Isso deve acontecer nas próximas horas. Claro, se essa máquina foi usada.

- O que na atual situação, é a melhor hipótese que temos. – Kakashi resmungou e precionou as têmporas. Uma dor de cabeça se iniciando. – Só me pergunto o que diabos, e de que parte do mundo vai aparecer naquele terrono baldio.

- Tem que ser algo semelhante, e com a mesma massa. – Jun deu de ombros. – Provavelmente um outro prédio.

- Mas e se houverem pessoas dentro dele? – Sakura perguntou apreensiva. – O que vai acontecer com elas?

- Er... – Jun não queria falar sobre isso. Ela havia visto o que havia acontecido com uma das cobaias, e não havia sido nada bonito. – Vamos nos preocupar com isso quando acontecer, ok?

- Quando acontecer?! – Naruto disse incrédulo. – Nós vamos deixar acontecer?!

- Não tem como parar isso, Naruto. – Jun suspirou. – Para cada ação, há uma reação. Não é como se desse para dar stop.

- Mas e as pessoas? – Sakura insistiu. – Nós temos que...

- Temos que o quê? – Kakashi disse cansado. – Um milhão de prédios no mundo podem ter as características desse que desapareceu e ser posto em seu lugar. Se é que vai ser um prédio.

Jun queria falar. Queria falar que talvez o prédio que aparecesse fosse o mesmo que havia sumido, mais ou menos. Mas ela não podia, por que não iria poder explicar isso. Suspirou. Ela ia ser tachada de louca mais cedo ou mais tarde, mas evitaria isso por enquanto.

E já que ela não podia abrir a boca, era melhor se afastar para clarear os seus pensamentos. Ela tinha que por o seu encéfalo para funcionar. Pensar no que diabos estava acontecendo, pois ela não tinha ideia. Não tinha ideia do que eles estavam tramando. E ainda havia esse problema. Ela não sabia se eram eles. Suspirou, e seu suspiro atraiu o olhar de Kakashi.

- Você está bem? – Ele perguntou, franzindo as sobrancelhas. Jun tinha uma expressão cansada e um tanto quanto confusa. Talvez toda essa situação fosse demais para ela.

- Eu estou e... – Ela travou, sentindo um latejar na cabeça.

- Jun? – Kakashi a chamou, preocupado. A expressão de cansaso havia sido substituída por uma de dor.

- Eu estou bem... – Disse com dificuldade. Sua cabeça começando a latejar mais e mais. – Apenas preciso saber onde é o banheiro.

- Você tem certeza que...?

- Onde é o banheiro, Kakashi? – Jun o interrompeu, incisiva.

- Oh shit... – Resmungou. – Sakura, indique o caminho para a Jun. – Pediu e se afastou. Jun estava começando a lhe irritar. Ele tentava ser gentil, mas sempre que o tentava, ela vinha com várias pedras na mão. Talvez devesse tentar ser indiferente.

- Não precisa me levar, Sakura. – Jun forçou um sorriso e rangeu os dentes. A dor cada vez mais forte. – Apenas me indique o caminho.

- Tem certeza? – A rosada perguntou, preocupada.

- Tenho. – Disse sem assentir. Qualquer movimento brusco poderia fazer com que uma nova onde de dor fosse propagada.

- Saindo dessa sala, você segue pelo corredor sul e depois vira no corredor leste. É a última porta do corredor. – Sakura explicou as direções, se certificando que Jun havia entendido.

- Obrigada. – Jun agradeceu e começou a sair, antes que Sasuke ou Naruto se oferecessem para acompanhá-la. – Já volto... – Murmurou e se foi.

- Qualquer coisa grite! – Naruto disse, rindo, e recebeu um peteleco de Sasuke em seguida. – Hey! – Reclamou.

- Muito idiota mesmo... – Sasuke resmungou e se retirou também, indo para a sua desk.

A esses momentos, Jun já havia alcançado o corredor norte e seguia para o corredor leste. Sua dor de cabeça ficando cada vez mais forte. Começou a suar frio.

- Shit... – Resmungou e apertou o passo, levando uma das mãos a cabeça, como se isso fosse a fazer parar de doer. – Tinha que acontecer justo agora? – E finalmente ela alcançou o banheiro feminino.

Era um espaço amplo, branco e limpo, não que a morena tenha notado isso. Ela se enfiou no último reservado e rapidamente levantou a saia do seu vestido, revelando ambas suas coxas claras e desnudas, ou não tão desnudas assim. Preso a sua cocha esqueda, havia uma pequena bolsa, da qual, com as mãos trêmulas por causa da dor, ele retirou uma ampola e uma seringa.

As mãos trêmulas a dificultaram, mas depois de alguns momentos ela finalmente conseguiu preparar a seringa. Levantou mais um pouco a saia e tateou na sua coxa, próximo a virilha, pela sua veia femoral, finalmente a encontrando.

Mas bem, não seria tão difícil assim a encontrar. Havia várias outras marcas de agulhas por ali. Tanto na perna esqueda, quanto na direita.

Suspirou e manteve firme a mão, para em seguida, inseri a agulha de uma vez por todas.

Rangeu os dentes, e quando a agulha estava possicionada, apertou o embolo.

Calmamente retirou a agulha, e segundos depois, seu corpo relaxou. A dor, a tremedeira e o suor indo embora. Suspirou.

Ela estava bem.

Por enquanto.

Continua...