Dia De Empreguete, Véspera De Madame! escrita por Fernanda Melo


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Então capítulo 37 postado, fic acabando ffaltando somente dois capítulos...
Nova fic já elaborada e primeiro capítulo já quase sento finalizado, logo postarei para vocês... Boa leitura.



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Tudo estava entrando em verdadeira harmonia na casa dos Hale, até porque Jasper tinha planos de surpreender sua linda esposa naquela tarde de sexta-feira. Ela ainda não havia voltado para casa às crianças se arrumavam em seus quartos enquanto Milena preparava o melhor jantar daquele ano.

                Quando Alice chegou já estava quase na hora do jantar ela estranhou aquele silêncio e por não ver seus filhos ali presentes na sala fazendo suas bagunças.

                - Jazz onde as crianças estão?

                - Ah estão no quarto se arrumando, porque você não vai tomar um banho relaxante o jantar já está quase pronto.

                - Tudo bem estou precisando mesmo. – Os dois selaram um curto beijo antes dela subir, Alice largou os sapatos no meio do caminho, jogou a bolsa na poltrona que havia no canto de seu quarto e foi diretamente para o banheiro. Jasper ao ouvir o barulho do chuveiro entrou no quarto e pegando os sapatos e bolsa de Alice e levando-a até o closet, pegou seu presente para ela e deixou uma sacola no chão e uma sobre a cama. Em seguida trancou a porta do closet com a chave e levou-a consigo.

                Foi para o banheiro social do segundo andar para se trocar, colocando uma roupa social e perfeita para a ocasião, em seguida indo ver como as crianças se encontravam. Nicolas já estava pronto com seu cabelo bagunçado de propósito e aquele terninho que provavelmente deixaria Alice maluca. Katherine acabava de ver qual das tiaras combinaria melhor com seu vestido rosa salmão de renda na parte de cima e que fazia um laço na parte de trás.

                Todos já no primeiro andar Jasper caminhou às pressas ao ver que a esposa já caminhava para sair do quarto, ele apagou a luz da sala deixando uma pequena luminosidade à luz de velas. Ajeitou a gravata borboleta vermelha de Nicolas e chamou por Katherine, a copa já estava toda arrumada, o balde de champanhe já preparado. O barulho do salto entrando em atrito com o chão poderia ser ouvido enquanto ela descia as escadas.

                - Jazz? Você está ai? – Ela na ouviu nenhuma resposta, em sua mente se passava mil e uma perguntas e a primeira seria porque o closet estava trancado e esta roupa, em seu corpo agora, a única a sua disposição. Uma linda sandália de salto meia pata laranja Royal e um lindo vestido azul de um ombro só, curto e que deixava bem evidente sua linda silueta.

                - Por aqui mamãe. – Nicolas estendeu a mão encaminhando a mãe em direção a copa.

                - Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – Alice estava confusa, sabia ao certo que aquilo tudo era alguma trama de Jasper e um jantar romântico em plena sexta feira, completamente longe de seu aniversário de casamento ou alguma data comemorativa. Uma musica suave tocava no fundo e Alice pôde ver ali naquela luz de vela Jasper ajeitando sua camisa, não conseguiu segurar o curto riso daquela cena. – Tudo bem o que você anda aprontando Jasper Hale?!

                Katherine segurou sua gargalhada e Jasper olhou para filha com um olhar reprovador, mas a menina pouco se importava com o que pai pensava, ela estava achando tudo aquilo uma enorme piada. Balançava o corpo como um pêndulo de um relógio, estava nervosa, anciosa e com fome, sem contar que aquela musica e a pouca luminosidade estava lhe fazendo criar uma ânsia por sua cama.

                - Vamos logo papai. – A menina disse puxando o braço do pai já impaciente o suficiente que até parecia que ela iria contar ela mesma sobre o assunto para sua mãe.

                - Alice meu amor. Eu... Bem, sei que nosso casamento já é oficializado no cartório, mas sei o quanto você adoraria ter um lindo casamento religioso e estou aqui para lhe pedir mais uma vez em casamento.

                - Ah papai peça direito. – Katherine intrometeu vendo que o pai estava nervoso e gaguejando algumas vezes, com isso ele acabou ficando mais nervoso ainda e olhou assustado para a criança.

                - Está bem, traga as alianças para mim. – Katherine pegou a pequena caixinha de veludo cor pérola e entregou para o pai. – Mary Alice Brandon Hale, você aceita mais uma vez se casar comigo?

                Com um largo sorriso no rosto e com as mãos trêmulas ainda, um pouco anestesiada com a novidade, ela olhava para a aliança.

                - Aceito, obviamente eu aceito me casar novamente com você Jazz.

                Os dois abraçaram-se e esquecendo um pouco que as crianças estavam presentes no recinto beijaram-se apaixonadamente e somente com os murmúrios eles lembraram-se dos pequenos.

                - Que nojo. – Ambos os irmãos disseram em uníssono som fazendo a típica careta repulsiva como se vissem um animal nojento ou algo do tipo.

                - Eu te amo minha pequena. – Jasper disse olhando no fundo dos olhos de Alice  o que com certeza a fez ficar um pouco desconcertada.

                - Eu te amo Jazz. – E mais uma vez eles se beijaram, desta vez, porém, brevemente por causa das crianças.

                - Então minha princesa o que achou do meu pedido, foi bom? – Jasper argumentou com a menina.

                - Sim. Faltou a declaração, mas está bom.

                - Mulheres. – Nicolas revirou os olhos e Katherine o fulminou, Jasper não pôde evitar soltar uma gargalhada alta e Alice sorriu mesmo com a atitude machista de seu filho tão pequeno, mas o que ela poderia fazer é cada espécie com sua natureza.

***

Nesta mesma hora Derek esperava sentado em uma mesa reservada em seu restaurante predileto e pelo atraso de Victoria de quase quinze minutos estava começando a achar que havia realmente levado um bolo daqueles. Não estava muito acostumado a ser deixado de lado, normalmente as mulheres imploravam para sair com ele, afinal era famoso, bonito e rico e muitas dessas mulheres de seu ramo eram inteiramente interesseiras.

Quando estava vendo a escuridão lhe tomar e ficar cada vez mais envergonhado por ninguém aparecer a sua luz aparece no fim... Ou melhor, pela porta da frente do restaurante. Victoria ao avistá-lo ali presente abriu um largo sorriso, aquele seu vestido branco delicado caia-lhe tão bem e realçava cada vez mais a cor de seus cabelos e Derek percebeu o que mais havia lhe atraído em Victoria e nunca havia notado que tinha uma queda por mulheres ruivas naturais.

- Desculpe-me pelo atraso saí tarde da empresa hoje.

- Não tem problema algum, estou feliz em vê-la e você está incrivelmente bonita.

- Obrigada. – Após de uma troca de beijos na bochecha, por enquanto, e em seguida puxar a cadeira educadamente para ela eles puderam começar a conversar.

- O que você mim diz sobre você?

- Bem... Vou ser bem sincera, não gosto que me contrariem muito, sempre que sei que estou certa não tente discutir, mas quando percebo estar errada logicamente peço desculpas. – Ela olhou para o sorriso bobo de Derek e pensou se seria mesmo possível ela se apaixonar por alguém novamente. Derek não parece nem um pouco com James, mas ao lembrar-se bem sabia que os homens sabiam fingir muito bem.

- O que mais?

- Meu maior defeito é sempre desconfiar de tudo e de todos.

- Eu acho que entendo... Olha eu entendo que tudo isso que você passou foi muito conturbado para você e se você precisar de um tempo eu estarei disposto a lhe dar, esperarei por você o tempo que for preciso. – Ele involuntariamente pegou na mão da mulher acariciando-a levemente, não podia negar havia se apaixonado na primeira vez que seu olhar voltou para a sua face angelical.

- Não quero que perca tempo comigo afinal deve ter tantas meninas bonitas por aí querendo namorar com você.

- Não se engane tanto com o mundo dos famosos Victoria, a grande maioria pensa somente na fortuna que temos, são poucas as mulheres que não deixam a fama subir e tomar sua mente por completo, Alice é uma das poucas mulheres assim.

- Ela me parece ser bem prestativa e preocupada com os filhos.

- Ela daria a vida para vê-los felizes.

- Imagino o quão desolada deve ter ficado quando ficou longe da filha.

- Tenho que confessar que a muito tempo o brilho no olhar e aquele sorriso encantado não parecia com tanta freqüência naquele rostinho de menina de Alice. – Ele suspirou. – Ela engravidou muito cedo e passou por mau bocados sozinha com Jasper.

- Ela já não era casada com Jasper?

- É uma longa história e quando você souber verá o quanto ela é dedicada a família. – Ele notou Victoria sorrir meio envergonhada. – Você tem vontade de ter filhos Victoria?

- Meu maior sonho. – Ela disse com um olhar vago, ele percebeu que aquilo havia incomodado-a e não sabia se deveria ou não aprofundar no assunto então resolveu se arriscar.

- Você quer conversar sobre isso, algo lhe incomoda?

- Aqui não, alguém pode ouvir.

- Bem... Já terminamos de jantar quer ir até meu apartamento? Eu prometo que é somente para conversarmos, não sou um típico homem apressado, eu juro. – Ele sorriu ao olhar para ela e então Victoria pode sentir a sinceridade exalar de Derek.

- Tudo bem. – Ela aceitou, que mal teria, confiava em Derek já era um ótimo progresso ele não tinha jeito de maníaco ou de nenhum safado, parecia sim já ter aprontado poucas e boas, mas nunca tentaria fazer mal contra alguém.

Quando entraram no apartamento Derek procurou por uma garrafa de vinho e duas taças, de principio Victoria não queria aceitar, mas acabou caindo na tentação, por fim, contando tudo sobre sua vida, Derek ficou adimirado por ela ser esta mulher forte do jeito que é, admirava- a cada vez mais.

- Você é uma mulher e tanto, bastante corajosa.

- Normalmente a gente tenta seguir em frente e fiquei surpresa comigo mesma de ter conseguido fazer isso. – Victoria olhou preocupada para o relógio e ao ver as horas marcadas se surpreendeu. – Seu relógio está marcando a hora certa? – Ela perguntou enquanto tirava seu celular de dentro da bolsa.

- Sim.

- Por Deus perdi completamente a noção do horário.

- Fique mais um pouco.

- Ah melhor não, não devia ter ficado até tarde na rua. Tenho que agradecer e dizer que este jantar foi maravilhoso e sua companhia é ótima.

- Eu que tenho que lhe agradecer por ter aceitado meu convite. Foi maravilhoso te conhecer Victoria. – Ele beijou as costas da mão da mulher que acabou ficando com as bochechas rosadas de vergonha. Enquanto caminhavam e se despediam com um simples abraço na porta Victoria se questionava se devia mesmo deixar seu coração tomar a dianteira e quando já caminhava pelo corredor parou de imediato voltando a passos apressados em direção a Derek. – Esqueceu alguma coi... – A fala do rapaz foi interrompida pelo beijo apaixonante de Victoria. Ambos eram feitos um para o outro todos poderiam perceber isto a longa distancia. E quando o beijo foi finalizado ambos se entreolharam e Victoria finalmente tomou conta do que havia feito.

- Me desculpe eu não sou assim é que... – E mais uma vez as palavras foram silenciadas por mais um beijo apaixonante vindo da parte desta vez de Derek, ele havia gostado e não queria que ela se desculpasse, ele gostava daquele contato físico com ela, adorava sentir seu cheiro e a boca dela colada na sua, o toque macio de sua pele era tão delicado.

- Não peça desculpas por algo tão maravilhoso, eu adorei sua atitude, adoro mulheres assim.

- Não me leve a mal, não quero passar uma imagem de mulher fácil.

- Para mim você tem atitude é bem diferente.

- Sinto um pouco melhor por isso. – Ela sorriu meio sem jeito. – Eu acho que agora eu vou indo.

- Eu lhe acompanho até o carro.

Quando se despediram novamente com curtos beijos carinhosos, ela entrou no carro e ele como todo bom cavalheiro fechou a porta para ela. Inclinou-se um pouco na janela do carro para roubar um beijo de Victoria.

- Te vejo amanhã?

- Claro, você me liga?

- Com certeza. Até logo, durma bem.

- Igualmente. – Ela sorriu e tomou adiante o caminho de volta para a casa dos pais, já se passava da meia noite e ficou surpresa ao ver sua mãe acordada perambulando na sala.

- Boa noite mãe.

- Boa noite filha, como foi o jantar?

- Ótimo, desculpe-me por voltar tão tarde é que acabamos nos distraindo e conversando e não vimos à hora passar.

- Não se preocupe filha, você já está bem grandinha para se preocupar com sua velha mãe não? – Victoria deu de ombros não sabendo o que responder.

- Porque a senhora está de pé há esta hora?

- Estou sem sono filha.

- Eu vou subir tomar um banho e descansar se não se importar.

- Tudo bem vá lá você precisa de descanso depois desses dias de trabalho filha.

- Amanhã conversamos sobre Derek mamãe, acho que estou amando alguém de verdade. – Ela dizia de Derek com um largo sorriso no rosto, ela estava feliz por saber o que era uma paixão de verdade e ver que aquilo que teve com James não se passava de uma grande ilusão.

***

A semana havia passado e estávamos bem no dia da estréia de Alice como a mais nova estilista patrocinada principalmente pela Diamonds. As crianças e jovens já estavam todos ali presentes se preparando na parte reservada para eles Alice estava recebendo os convidados na festa, conversava com jornalistas em entrevistas e tudo mais.

Derek havia acabado de chagar de braços dados com Victoria, haviam oficializado o namoro, ele foi até a casa dos pais dela e pediu a mão de Victoria ao turrão Carlos Stravinsky, que acabou cedendo um pouco aos seus apelos de cuidados de pai. Como já havia visto a filha sofrer na mão de um homem temia pelo mesmo com outros, mas não impediria de sua filha ser feliz como ela quisesse.

Victoria havia pedido Alice para ver Katherine antes do desfile, explicou o caminho e foi até lá guiada por Derek que esperou na porta, pois um monte de garotinhas não gostariam nada, nada de ver um homem em seu camarim.

- Tia Vic você veio.

- Oi meu amor, eu disse que viria, você está bonita, meu Deus que xodozinho.

- Você gostou?

- Adorei, sua mãe é muito talentosa.

- Ela tava nervosa hoje.

- Ainda está meu anjo é um dia importante para sua mãe não tem como ela ficar tranqüila.

- Verdade.

- Vou deixar você acabar de se arrumar que logo começará o desfile e eu quero arrumar um lugar para poder lhe ver bem bonita naquela passarela.

- Eu vou entrar duas vezes.

- Sério?

- Sim, vou ir agora depois de três garotas e depois com a mamãe e o Nick, bem no finalzinho.

- Não conta para ninguém, mas você é a menina mais linda. – Victoria cochichou para que as outras meninas não a escutassem e Kath acabou rindo sorrateiramente. As duas se despediram e logo o desfile começaria. Alexia já anunciava sobre o palco sobre o tão esperado desfile da nova linha de roupas de Alice Brandon, a modelo mais cobiçada em entrevistas e aparições de TV dos últimos tempos.

Então ali iniciava-se a nova fase de Alice, os modelos mirins entrando na passarela depois de duas meninas era a vez de Katherine que se mostrou com uma grande desenvoltura orgulhando mãe e conhecidos.

***

- Hei pai, mãe venham ver a Kath naquele canal chato de moda que Alice nos obrigou a assistir hoje. – Emmett gritava para os pais que estavam presentes na cozinha logo ao lado, Rosalie olhou um pouco de cara fechada, ele havia berrado em seu ouvido e ele como um belo cara de pau apenas pediu desculpas.

- Meus sobrinhos são tão lindos. – Rosalie disse sorrindo enquanto acariciava o cabelo do filho enquanto o mesmo dormia em seu colo.

- Que orgulho dos meus netos. – Esme disse como a típica avó coruja sorrindo ao vê-los na TV.

***

O desfile já está quase no final e Alice ajudava seus pequenos a vestirem a ultima roupa de encerramento do desfile, Nicolas com uma linda jaqueta de couro vermelho terra e uma calça jeans ajustada ao seu tamanho, ele andava com uma pinta de menino rockeiro, com a blusa branca com desenho de uma caveira bem no centro e uma touca desarrumada.

Katherine por sua vez usava uma linda blusa que por baixo era uma simples blusa bege de manga comprida, mas por cima havia uma delicada renda da mesma cor com pequenos pontos de brilho por toda a superfície da blusa e por cima desta havia um casaquinho em um tom marrom, uma meia calça branca e uma saia plissada e em seus pés uma delicada sapatilha.

Então chegou a hora do final, Alice e seus filhos já estavam posicionados atrás das cortinas e esperando a volta das duas ultimas crianças e logo em seguida quando todos já aplaudiam, eles entraram declarando o encerramento daquele desfile. A repercussão estava sendo ótima e todos os críticos não tinham nenhum defeito a ser colocado.

Por fim quando Alice finalmente pôde ficar longe dos repórteres foi para perto de Jasper que lhe parabenizou com um largo sorriso no rosto e um curto beijo diante aos convidados. Seus filhos ficaram sempre por perto e a movimentação de convidados querendo cumprimentar Alice era imensa, algo que duraria durante muito tempo até mesmo quase até o final de tudo isso.

***

Alguns dias se passaram e as primeiras audiências de Maria já haviam começado e por sorte também as de James que foi pego em uma emboscada na qual caíra feito um patinho enquanto seguia Victoria e Derek em um falso passeio do casal. Foi pego com uma arma de fogo em punho certamente seria para matar Victoria e provavelmente sua lista crescesse com a presença de Derek na cena do crime.

Todos estavam presentes no tribunal, o ultimo dia decisivo de Maria Rodriguez, ultimo dia de seu advogado tentar tirá-la de lá, naquele inferno no qual ela sabia que não sairia.

Estavam todos os presentes os jurados; o juiz-presidente; o promotor de justiça; o advogado; o réu; o escrivão; policiais algumas testemunhas, espectadores e os pais da vítima.

Com o Conselho de Sentença já formado logo a ré seria interrogada e demoraria muito para o nervo dos ali presentes começarem a ferver. Maria era uma mulher de sangue frio e mesmo ali sentada de frente para todos ao lado do Juiz-presidente ela não deixava de demonstrar sua fúria por Alice pelo simples olhar, encarando a mulher durante quase todo o tempo livre.

Ali presentes também estavam Suzana e Garrett, queriam ver até onde aquilo terminaria e se o trabalho de ambos havia sido feito de boa maneira. O promotor Ângelo já estava presente e logo tomaria a palavra de iniciação.

- Senhoras e senhores do júri nos últimos cinco dias, vocês ouviram muitos argumentos complexos e muitos deles feitos por mim, outros pelo advogado de defesa Thomas. O caso sofreu grande repercussão, um caso de tamanha crueldade e tamanha frieza expressa pela própria re.

Uma pausa foi efetuada por Ângelo para que o impacto das lembranças do caso fosse absorvido por todos ali presentes. Mesmo com tantos meses de repercussão aquilo ainda gerava grande tumulto entre as pessoas.

-... Mostro-vos aqui a grandeza deste caso, um caso extremamente complicado e delicado por envolver uma pequena criança de apenas três anos de idade na época. Esta mulher foi capaz de armar um plano genuíno sozinha e colocou-o em prática com a ajuda de seus cúmplices Maximiliano Lewis, James Connor e Calisto Kieran. Os quais já estão também sendo julgados.

Ângelo olhou diretamente para Maria sem expressar qualquer tipo de sentimento, mas dentro de si tinha somente uma emoção evidente, o ódio, um sentimento que não era privilégio somente do promotor, mas sim de grande maioria do júri e dos espectadores que se pudessem linchariam Maria.

- Este é um caso tão complexo que no começo, tínhamos provas impenetráveis, que pensávamos talvez nunca encontrar alguma pista de acusação. Mas deixe-me dizer o que não é complicado neste caso. A frieza expressa por Maria. A incapacidade de pensar na vida de uma pequena criança que nada tinha haver com seus assuntos pendentes, nem mesmo ninguém.

Mais uma pausa foi efetuada, Alice apenas observava quieta em seu lugar e o único movimento praticado por seu corpo naquele lugar era o simples fato de piscar algumas vezes. Jasper olhava com a mesma expressão de todos, sentia raiva de Maria e como não sentiria? Tomou-lhe noites de sono e as transformara em pura angustia de perca. Tornara sua vida um verdadeiro inferno, no qual pensou que jamais sairia.

- Maria Rodriguez acreditava que estava acima da lei. Como muitas outras pessoas, inclusive seus cúmplices. Maria Rodriguez acreditava que as regras dos reles povo não se aplicavam a ela. Olhem para a Sra. Rodriguez, senhoras e senhores. Vocês vêem nela uma mulher que compreende o sofrimento de uma mãe por estar longe de sua filha? Vêem uma mulher que se importa com o que as pessoas estão sentindo? Porque eu não vejo. Vejo uma mulher que nasceu fria, arrogante e incapaz de entender o sofrimento de alguém.

Então o promotor continuou:

- Maria Rodriguez fazia sim parte deste maldoso esquema no qual ela chefiava tudo por trás de pessoas que lhe serviam de marionetes. Pessoas no qual não serão absolvidas de julgamento. Ela é moralmente responsável por estes atos de agressão. Não se deixem enganar. Maria sabia do que estava fazendo e seus cúmplices também, encorajando-a durante todo o processo.

“Não deixem que a complexidade deste caso os engane. Por trás dos jargões e da papelada o que aconteceu aqui foi muito simples. Maria Rodriguez seqüestrou uma criança e agrediu a própria mãe desta garotinha. Ela praticou estes atos não porque é sociopata, esquizofrênica ou por ter qualquer outro tipo de transtorno mental, ela agiu assim porque pensava que poderia se livrar.”

Uma ultima troca de olhares entre Maria e o promotor foi efetuada antes que ele dissesse sua ultima frase.

- Ela ainda acha que pode se livrar disso, mas agora cabe a vocês provar que ela está errada.

Maria observou o promotor e entendia o ódio que ele sentia dela, era um ódio como todas as outras pessoas, um ódio coletivo no qual tomaram as dores de Alice como seu próprio sofrimento. Ela sabia, já estava condenada, não tinha nada que seu advogado de merda pudesse fazer. Então ela riu, riu como uma vitoriosa, mesmo sendo derrotada e expulsa de seu próprio trono, seu reinado estava terminado e a loucura lhe subira a cabeça.

Agora o que lhe restava antes de seu ultimo adeus era se vangloriar dizer tudo o que teria direito, afinal que pena receberia? Seqüestro de menor, agressão física, ameaças, no mínimo imaginava que seria a pena de morte. Mas não morreria antes de ser a Maria de sempre a destemida e temível Maria.

- Eu faria tudo novamente. Tudo sem nenhuma exceção... Ou pensando bem faria pior, não teria falhado ao entregar a garota a James, devia ter me lembrado que ele tinha uma pessoa fraca dentro de sua casa na qual estragou todo o plano. Teria matado a garota e talvez depois entregado para James desovar o corpo. O crime é somente perfeito quando se tem apenas o gênio o praticando, quando tem mais alguém tudo pode ir por água a baixo assim como aconteceu. – Ela se calou por um instante apenas e voltou o olhar para Alice que estava com os olhos marejados. – Todos vocês tomaram as dores de uma mulher na qual nem se importa ou sabe da vida de vocês, são uns grandes tolos que sentem pena de qualquer bichinho por aí... Ela mal sabe que metade de vocês existem, mal liga para o que vocês pensam, apenas quer o conforto que tem.

Jasper beijou a mão de Alice em seguida a segurando firmemente, perguntou como em forma de sussurro se ela estava se sentindo bem e ela estava determinada, chorava pelas palavras de Maria ao falar que mataria sua menina, mas estava segura de si, ficaria ali até o final, até descobrir a pena que aquela mulher receberia.

Então o Juiz falou de forma solene:

- Chegaram a um veredicto?

Um dos jurados assentiu.

- Chegamos sim, meritíssimo.

- E vocês consideraram a ré inocente ou culpada?

- Culpada meritíssimo

- A ré Maria Rodriguez então é condenada a cumprir pena de 65 anos, por seqüestro, mau-trato a vítima, lesão corporal, tentativa de homicídio e por homicídio qualificado da vitima Annabelle Paladino. O caso está encerrado.

Alice deixou suas ultimas lágrimas descerem, muitos ali ainda assim não se encontravam satisfeitos, queriam vê-la morta somente assim achariam que a justiça havia sido feita.

Os pais de Annabelle estavam presentes no julgamento informado pelo próprio Jasper que haviam descoberto a confissão da assassina da vítima. Uma linda garota de cabelos castanho claro, cheio de vida, uma garota que perdeu a vida nas mãos de alguém sem coração.

Com as mãos escondendo o rosto Alice ainda permanecia chorando, a emoção de finalmente se ver livre daquela mulher era imensa.

Jasper lhe abraçou beijando o topo de sua cabeça, ambos satisfeitos pela penalidade sobreposta. Estariam livres, finalmente livres daquela mulher.

No fim de tudo os pais de Annabelle foram até Jasper, a mãe de Annabelle estava completamente feliz pelo rapaz, com a vida feita uma família construída e por fim agora protegida.

- Jasper fico feliz por vê-lo assim com uma família já formada. – Sara lhe abraçara carinhosamente.

- Obrigado Sara... Como vai John?!

- Bem Jasper, obrigado.

- Acho que já devem ter ouvido de minha esposa Alice.

- Claro, já a vimos muito pela TV, prazer em conhecê-la.

- O prazer é todo meu.

- Vocês têm filhos lindos. – A mulher disse ao lembrar-se do rostinho de cada um deles. – E a menina como está após este acontecimento?

- Agora está bem melhor, a levávamos para consultas psiquiátricas e ajudou bastante.

- Agora ela consegue ser pior que o irmão.

Todos riram, sim agora teriam motivos de sobra para rirem, serem felizes e seguirem com a vida adiante sem nenhum tipo de preocupação.

***

Então puderam voltar para casa depois de uma longa e boa conversa com Suzana e Garrett que estavam felizes pelo caso, sentiam-se com o dever cumprido.

E o mesmo prosseguiu com James dias depois, ele havia sido condenado a 58 anos de cadeia por porte ilegal de armas, agressão a mulher, tentativa de homicídio e dentre outros crimes cometidos por ele.

Tudo estava voltando ao seu normal, a vida estava reservando algo bom para aqueles que sofreram durante algum tempo, aquilo poderia ser denominado como um teste de capacidade, paciência e moralidade. Afinal temos que ser testados para sabermos o nosso objetivo aqui neste mundo, não vivemos a toa e também não partimos a toa, para tudo há alguma explicação. Nessa vida tudo tem um objetivo, nada fica sem resposta.


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Notas finais do capítulo

Bem cena do julgamento deve alguns créditos aos ótimos livros de Sidney Sheldon, cena foi adaptada do livro Depois da Escuridão. Claro alguns meritos também a mim que estudei sobre julgamentos e adorei, mas minha área ainda é a Psicologia aiai... I love mente humana...
Bom logo, logo como disse terá a nova fic e assim que eu postar comunicarei aqui...
Bjos e até o próximo capítulo!



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