POV CLARIE

                        O gosto de menta em minha boca era mais do obviamente causado por conta do Liam. Seus lábios estavam em meu pescoço agora, e por alguma razão que eu nem ao menos tenho cabeça para imaginar, eu queria isso. Eu queria que ele me beijasse, queria tudo o que ele estava fazendo, queria seu corpo contra o meu, sua respiração se misturando a minha, suas mãos por mim.

         Esse beijo era totalmente diferente do de Harry, quando eu o beijava, a única coisa que eu senti era aquela vozinha em minha cabeça sussurrando “não faça isso, não vai dar certo, pare agora, ele é só seu amigo!”. Mas com o Liam não, eu sabia que era errado, em algum lugar, mas, eu só queria senti-lo. Que se foda tudo, a única coisa que me importa é sua boca na minha.

         Senti seus lábios contra os meus novamente, e sorri entre o beijo, achando tudo isso tão insano e agradável ao mesmo tempo. Ele beijava bem, muito bem. Senti sua mão em minha bunda, e reprimi a vontade de rir. Era tão estranho imagina-lo me tocando dessa forma, Liam, o garoto perfeito, o príncipe encantado, praticamente tirando minha roupa. Interressante.

            POV LIAM

            A maior parte das vezes que eu beijei uma garota eu tinha meus pensamentos no lugar. Eu fazia o que eu podia fazer, tendo em mente exatamente tudo que era permitido e tudo que não era. Com ela não era assim, eu estava fazendo tudo por impulso, nem sabia direito mas em que lugar eu estava. Só tinha noção de seu corpo contra mim, a forma como qualquer coisa que ela fazia me deixava maluco, do toque sensível que seus lábios tinham sobre os meus.

         Desci os beijos de sua boca, para seu pescoço. O seu cheiro estava provavelmente em meu corpo todo, já que estávamos enrolados um no outro, mas no pescoço era bem mais forte que eu qualquer outro lugar. Fiquei ali, por alguns segundos, só sentindo-o, respirando em sua pele e sentido-a ficar arrepiada. Quando toquei de leve meus lábios em sua pele, ela gemeu, baixinho, algo reprimido. Precisava ouvir isso de novo. Desci minhas mãos para sua bunda, e a levantei do chão, logo suas pernas estavam entrelaçadas em minha cintura. A prendi na parede mais forte, ouvindo mais um gemido, dessa vez, bem mais alto.

         - Ah! – Ela gritou, surpreso levantei o olhar para seu rosto. Seu olhos estavam fechados, e sua boca levemente aberta. De repente um pensamento me vem a cabeça: Ela é virgem. – Nós... – Ela começou a falar, a voz entrecortada. Tentando recuperar a respiração, continuou – O que... O que nós estamos fazendo?

         - Nada... – O que não deixava de ser meia verdade. Ela ainda estava com suas “roupas”, e eu também. Só estávamos nos beijando. Ri fraco. “só estávamos nós beijandos” não é exatamente “nada”. – Eu acho que não devia ter... – Senti sua boca na minha, me calando.

         - Cala boca – Ela disse entre um beijo e outro. Senti sua mão por baixo da minha camiseta, subindo e descendo, fazendo meu cérebro novamente esquecer tudo e só deseja-la. Tirei a camiseta, com um mão só, enquanto a outra a segurava-a na parede. Seu olhar brilhava, como fogo, ela queria isso. E não são dos beijos que eu estou falando. Se ela queria, não tinha problema, tinha?

         Ela mordeu os lábios, ainda me olhando profundamente. Desceu a cabeça para o meu pescoço, e beijou ali varias vezes, fraco, deixando um gosto de quero mais. Gemi, eu a queria . Oh meu deus, como eu queria ela. Procurei o feicho de seu sutiã, e o abri rapidamente. Como se eu fosse profissional no assunto, coisa que obviamente eu não era. Podia contar nos dedos com quantas garotas eu já dormirá, nada comparado com o que qualquer um dos meninos havia. O sutiã caiu no chão, e eu me afastei dela um pouco, querendo a olhar por inteiro.

         POV CLARIE

         Ele me encarava de longe, descia o olhar de meus seios e depois voltava para os meus olhos, me olhando tão fixamente que com só o olhar me deixava completamente sem ar. Seus olhos castanhos sempre tão lindos, mais ainda agora, que me olhavam dessa forma tão... Tão... Não sei explicar, era como fogo.

         - Liam! Ah! – Gritei/gemi, quando senti ele abocanlhar meu peito, enquanto apertava o outro. Nunca imaginei essa cena, em nenhum momento em toda a minha vida. Nunca me imaginei tendo desejo por ele como estava tendo agora. Gemendo, agarrei seus cabelos e joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos e deixando com que ele fizesse o que bem entendesse...

         - Fala de novo – Ele sussurrou, e agora sua boca estava no meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse. Era só ele me tocar que isso acontecia, nunca aconteceu, mas agora era algo normal. Só agora...

         - Liam... – Repeti, com a voz travando. Estava sem ar, completamente perdida em minhas ações. Queria algo que nem sabia o que era. Ele sorriu, e me afastou da parede, me levando para o quarto. Quando ele abriu a porta, ouvi um barulho que me lembrava um toque de celular. Jogando-me na cama, ignorou completamente o toque insistente de seu celular.

         Ficou no meio de minha pernas, me beijou, um beijo bem mais selvagem do que todos os outros. Se afastou e fez um caminho com sua boca: passou por meu pescoço, barriga, e parou em minha calcinha. Quando senti sua mão no elástico da calcinha, gemi baixo, imaginando coisas que não deveria.

         Era isso? Então... Era isso? Eu faria mesmo? Com o Liam? Não que eu ache ele bom o bastante para mim, na verdade, ele é o garoto perfeito para tirara  virgindade de qualquer garota (calmo, meigo, paciente). Mas e depois? Como eu vou olhar para ele e fingir que nada aconteceu? Ou eu não deveria fingir que nada aconteceu? Mas então? Mas e...

         - Você tem certeza disso? – Quando ele falou isso, foi como se algo finalmente fizesse sentido. Como se eu finalmente entendesse o que eu estava fazendo. Me levantei da cama, o encarando assustada. – O que foi Clarie?

         - O celular, o celular está tocando – Ele me encarou, tentando entender o que isso tinha a ver com o fato do meu olhar cheio de medo. Arqueou as sobrancelhas, enquanto buscava dentro do bolço da calça jeans alguma coisa. Tirou de la o celular, e o atendeu, ainda me encarando preocupado. Todo o fogo entre nos havia ido embora, do nada, assim como veio.

         - Alo? Quem é? – Ele disse, com a respiração ainda pesada. Qualquer um que o ouvisse perceberia o que ele estivera fazendo, era algo mais do que obivio. Levantei- me e fui para o banheiro apressada, coloquei me sutiã e a camiseta lisa branca que eu tinha deixado na pia. Passei a saia pelo quadril e a abotoei. Fui até a sala, antes olhando para o quarto para me certificar que ele ainda falava ao celular. Coloquei meus tênis surrados com pressa, só precisava achar meu celular para assim então poder ir embora.

         - Não dani, eu não posso – Encarei Liam, que agora falava no celular a minha frente. Ele parecia culpado, e havia um ruga de expressão entre suas sobracelhas. Ele me olhava como se pedisse silenciosamente “espere, não va embora sem antes conversarmos...”. Mas eu o ignorei e fui até o sofá, onde meu iphone estava. – Danielle, nós não temos mais nada! Não! Eu não quero saber!

         Travei na porta, só agora me dando conta da conversa que ele estava tendo. Respirei, tentando estabilizar a respiração. Abri a porta e sai, a tempo de ouvir-lo dizer:

         - Que seja! Tchau, tenho que correr atrás de alguém muito mais importante na minha vida que você jamais foi...

         ~

         - Alo? Quem é? – Disse ao celular, encarando a parede branca do meu quarto. Fiquei aqui o dia todo, evitando qualquer conversa com qualquer pessoa. Não sei o que aconteceu comigo, eu só estava um pouco assustada ainda, ou seja lá o que.

         - John Ashton, com quem eu estou falando? – Arqueei uma sombrancelha para o nada. A voz desse cara era grossa e rouca... Assustador...

         - Clarie... Clarie Collins, por que? – Pudi perceber que ele sorria do outra lado da linha, não sei porque cheguei a essa conclusão, mas cheguei.

         - Desculpe a falta de educação, eu ligo para você e nem ao menos me apresento – Ri fraco, achando engraçado a forma como ele parecia achar que esse era algum tipo de pecado e que ele iria para o inferno por não se apresentar para um adolescente de dezoito anos – Eu sou empresário, estou sempre a procura de novos talentos, tenho clientes muito bem sucedidos no mercado e estou interessado em você.

         - Oh... – Disse, finalmente entendendo. Neguei com a cabeça, desaprovando-o – Desculpe, não estou interessada. – Conclui, lamentando pela minha falta de coragem em só aceitar a oferta de Simon ou de qualquer outro, e seguir meu sonho. Mas não, eu tenho medo, insegurança, todos os tipos de defeitos que alguém que sonha em cantar para milhões de pessoas não deveria ter.

         - Você pode não estar, mas só uma reunião? Venha até o meu escritorio, nós conversaremos e se você continuar com sua opniao, eu desistirei – Suspirei.

         - Tudo bem, me passe o endereço e tudo mais – Por que não, não é mesmo? Não vai cair meu braço se eu for até lá...

         - Venha a Sony Music e nós conversamos – O que, Sony Music?