No fim da tarde, quando chegava com Eleazar na porteira do casarão, Edward conseguiu ver ao longe o rosto da amada, atrás dos vidros da janela do quarto. Era ela mesma. Ele poderia reconhecer aquele rosto mesmo de uma grande distância, mesmo que fosse em meio a uma batalha no mar entre muitos navios de guerra.

Quando ia fazer um comprimento especial para Izabella, viu aparecer na porta principal a imagem dura e simpatica de Dona Jane. Edward mudou a direção do cumprimento e tirou o grande chapéu para a senhora, fazendo um movimento largo ao descer do cavalo.

- Boa tarde, Dona Jane. Fiquei muito alegre ao saber pelo Sam que o nosso presidente vem aí.

- Pois fique sabendo que eu também fiquei alegre ao saber que o senhor vinha hoje para conversar sobre os preparativos da festa. Queremos que seja uma festa inesquecivel. Não acha que devemos fazer isso?

- Claro. Eu vim dizer para a senhora que os meus homens vão ajudar no que for preciso. O presidente merece uma grande festa. Quais os planos para receber o general Aro?

Dona Jane convidou os dois homens a entrar.

Um pouco sem jeito, Eleazar seguiu o comandante. Estava preocupado passando o chapéu entre os dedos. Dona Jane abriu as janelas da grande sala, convidou os dois para sentar e disse que ia mandar servir o café especial com pão feito em casa. Ela disse com um sorriso:

- Desta vez, foi Izabella quem fez o pão.

Dona Jane tinha notado o grande interesse de Edward por Izabella. No fundo, ela fazia gosto, mas tinha medo. Dona Jane não sabia bem o que pensar diante daquele belo aventureiro com historias e mistérios, um marinheiro corajoso, um estrangeiro lutando pela revolução. Ela nem sabia dizer ao certo o que temia.