_ Idiota! – disse Sara enquanto seguia para sua casa. As lágrimas já percorriam seu rosto. – Grissom idiota!

Por um breve momento ele chegou a acreditar que ele lhe diria que a amava. Como fora tola.

_ Sara, o laboratório precisa de você aqui! – ela o imitou.

Ao inferno o laboratório! Ela queria que ele precisasse dela. E que ele lhe dissesse isso. Será que ele não percebia que ela era capaz de fazer tudo por ele? Bastava ele dizer as três palavras que ela desejava ouvir, e ele a teria rendida a ele, totalmente entregue.

Chegou em seu apartamento. Deixou seus pertences sobre a mesa e seguiu para seu quarto. Estava cansada física e sobretudo emocionalmente. Gilbert Grissom era realmente um mistério para ela. Por que ele não a deixava partir? Era apenas uma licença. Ela voltaria. Mas agora pensava seriamente em cumprir a ameaça que fizera. Pedir demissão.

Jogou-se na cama com roupa e tudo, mais tarde ela levantaria e tomaria um banho. Agora, queria somente dormir e esquecer. Esquecer aqueles miseráveis olhos azuis que a deixavam louca. Adormeceu imediatamente.

Foi desperta pelo toque da campainha. Já era tarde. Quase meio dia. Quem poderia ser? Não esperava ninguém. Olhou pelo olho mágico. Era um entregador. Estranhou pois não havia pedido nada. Mesmo assim abriu a porta.

_ Entrega para senhorita Sidle – disse o jovem rapaz enquanto entregava um vaso com uma planta.

Ela fez menção de entregar uma gorjeta para ele, no entanto ele não aceitou.

_ Não precisa senhorita, quem mandou o presente, já deixou a gorjeta  - ele respondeu e saiu.

Sara entrou em casa e procurou pelo cartão. Quem teria mandado? Certamente a pessoa lhe conhecia bem, pois sabia que ela gostava de plantas. Encontrou o que procurava. O coração quase parou quando viu o nome.

_ Grissom! O que você quer Griss? Quer me convencer a ficar? Pois terá que fazer algo mais que isso – ela disse para um Grissom imaginário. E mal terminou de proferir, o seu celular tocou. Era o próprio. Atendeu com frieza. Pagaria com a mesma moeda.

_ Sidle.

_ Sara, sou eu, o Grissom.

_ O que você quer, Grissom? O que significa aquela planta? – perguntou ainda indiferente.

_ Meu pedido de desculpas...

Ela o cortou.

_ Você não ligou só para isso? Porque você me ligou? Você não tem esse costume de fazer isso... a não ser que seja para passar algum caso..

_ Isso não tem nada a ver com trabalho...

_ Então porque você me ligou?

Era agora. Não conseguia falar o que sentia quando estava cara a cara com ela. Então falaria pelo telefone. Ele respirou fundo antes de falar.

_ Eu só liguei para dizer que te amo. Só liguei para dizer o quanto me importo com você. Só liguei para dizer que amo você e eu quero dizer isso do fundo do meu coração.

Ela estava sem fala. Era tudo o que mais queria ouvir. Mas falar pelo telefone era fácil...

_ Grissom, eu não consigo acreditar em você. Dizer isso tudo pelo telefone é fácil, mas pessoalmente...

_ Você quer que eu diga isso pessoalmente?

_ Quero.

_ Então abra a porta.

Ela não entendeu mas obedeceu. E quando abriu deparou-se com Gilbert Grissom em pessoa.

_ Eu te amo Sara. E não quero que você vá embora  só porque o laboratório precisa de você, mas porque eu também preciso.

Ele nem esperou a resposta dela. Enlaçou-a pela cintura, e com uma das mãos em seu pescoço delicado, puxou-a para um longo e demorado beijo.  Agora ela tinha um motivo para ficar. Ele a amava. Ele afastou-se.

_ Sara, você ainda está pensando em sair?

_ Não. Não mais... Eu também te amo Grissom.

_ Vamos aproveitar o dia, enquanto não temos que voltar para o trabalho. – mentalmente Grissom agradeceu a Deus por Catherine ter lhe dado um excelente conselho e por ele tê-lo seguido.

Ficaram namorando ali no apartamento de Sara. Ali começava o relacionamento de Grissom e Sara. E por motivos óbvios decidiram manter o relacionamento em segredo. Tinham muito que aprender um do outro. E esse era o momento. Era o momento de começar uma nova vida. Juntos. Como tinha de ser.

THE END