Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 6
Capítulo - And as the Feeling Grows


Notas iniciais do capítulo

Estaria amolecendo seu duro coração?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/234344/chapter/6

Amy perdeu um pouco mais a cor. Ela continha uma expressão frágil, enquanto a moura limpava sua testa com uma toalha molhada tentando aplacar o estado febril da jovem. Lorde Oliver atravessou o solar em pequenos passos, um tanto curioso a respeito do estado da jovem.

O sono não veio para ele naquela noite. Ouviu o crepitar do fogo além das cortinas da cama, mas sua mente ainda estava entretida com a tragédia ocorrida. Pensava nas coisas que havia praticado e as lições duras que aplicara na pobre garota.

–E como está? Eileen. – questionou preocupado.

A moura virou se lentamente na direção de seu senhor, lá estava ele para com um olhar amendoado e uma expressão preocupada em seu rosto. Eileen terminou de torcer o pano e pousá-lo novamente sobre a testa de Amy, não havia dado resultados e nada de melhoras.

Oliver sabia que era toda sua culpa e se a pobre morresse teria que dar conta com seus familiares, fora uma tolice ter aceitado aquele maldito acordo com o velho Morgan. O rosto do Lorde parecia cera, pois o medo era tanto que mau sabia o que fazer.

–Acalme-se meu senhor pedi para o velho Cole ir buscar erva do campo para quebrar essa febre. – anunciou cabisbaixa.

Ele saiu do quarto sem ao menos encará-la nos olhos, Oliver, porém, não tinha se dado a esse trabalho apenas, saiu à procura da garota por causa do maldito acordo. Apenas por causa do acordo e nada mais.

Havia esquecido que ordenara que um de seus capatazes fosse buscar a jovem curandeira do vilarejo, não tardara da bela jovem de olhos verdes chegar para ajudá-lo novamente, assim que caminhou na direção do imenso salão oval se deparara com Marie tirando suas luva. Sua mão estava nua. Ela arrastou a ponta dos dedos até seu próprio pescoço antes de lhe saudar.

-Milorde, solicitou novamente meus serviços. – anunciou com desdém, enquanto seus lábios se curvavam em um sorriso cheio de luxuria.

Mas a dura feição de Oliver a fizera sentir que não era bem o tipo de serviço que imaginara assim que o mouro fora lhe buscar. A jovem de pele alva o encarou confusa, mas continha um misto de satisfação de estar novamente na bela mansão do dono de terras.

-Não lhe chamara para esses tipos de serviço minha cara. – anunciou de forma fria. – Minha esposa está febril.

Esposa! Como assim? Lorde Oliver havia se casado e segredo, a jovem ameaçou uma risada nervosa. Era sensato que um homem na posição dele fizesse o mesmo. Ela sabia que havia mais. Algo que circundava Oliver como uma névoa.

-Sua esposa! Então milorde se casou e não dividiu esse fato maravilho com ninguém? Um tanto estranho. – questionou -.

Ela gostou desta idéia, deixando-o sem saída para contar lhe toda a verdade, diziam que a jovem era uma bruxa filha de satã.

-Ande logo, não lhe devo explicações. – vociferou.

Marie passou por ele jogando seu charme como de costume, subira os degraus da enorme escadaria da mansão dos Mclachlan. Assim que terminara de percorrer o largo corredor pode notar uma porta aberta, a moura permanecia sentada próxima a cama observando a garota.

A curandeira adentrou com passos silenciosos sem que a moura percebesse ao lado e olhou-a. Nada escapava à sua observação, e ela foi até a cama para inspecioná-la mais de perto. Assim que Eileen se deparou com a jovem sobressaltou da cadeira e fez o sinal da cruz como se quisesse afastar o azar, não demorou para a velha moura sair praticamente correndo porta a fora.

-Ela necessita de um pouco de camomila sobre a ferida para que o efeito calmante da planta corte a ação das bactérias. – anunciou retirando um pequeno sacinho de dentro de sua bolsinha de mão.

Camomila! Segundo a curandeira ajudaria, para alívio de Oliver que observava mesmo de longe, Marie afastou uma mecha teimosa de sobre a frágil testa da jovem. Não demorou muito em reconhecê-la, era a filha caçula do velho Isaac Morgan um dos fornecedores de amido daquela região.

- Essa é Amy Morgan? – questionou voltando-se na direção de Oliver, boquiaberta – Como pode feri-la dessa forma, Oliver? Essa criatura é tão gentil e você a trata como mercadoria. Não passa de um ogro igual aos demais! – vociferou Marie descontrolada.

Lorde Oliver arregalou os olhos prestando atenção nas palavras de Marie, então a conhecia de outrora. As palavras de Marie de repente tornaram-se mais do que outra lição. A verdadeira compreensão abriu caminho na mente de Oliver. Era algo que o brilho nos olhos daquela jovem poderia ter a ensiná-lo. Ele observava Marie com absoluta devoção.

-Deveria se envergonhar. – disse entregando um saquinho de camomila na mão dele e saindo sem ao menos se despedir.

Sentou-se em uma cadeira acolchoada. A posição permitia que se observasse a jovem que parecia dormir. A moura adentrou segurando uma bacia imensa cheia de água com um pano dentro.

-Deveria ter chamado um padre e não uma feiticeira. – murmurou Eileen enquanto torcia o pano para colocar sobre a testa de Amy.

Oliver murmurou algo estranho. Era obvio que ele não acreditava nessas malditas histórias de bruxas e feiticeiras filhas de satã.

-Marie deixou um pouco de camomila, disse que ajudara. – anunciou levantando-se e deixando o quarto.

Eileen tinha que concordar que pelo menos Marie era uma bruxa boa, uma sensação estranha lhe percorreu a espinha, fazendo a moura fazer o sinal da cruz, por um instante a jovem abriu um dos olhos. A moura levantou-se e correu atrás do Lord para anunciar a recuperação da jovem.

Uma sensação de alivio percorreu todo o corpo viril de Oliver Mclachlan, sabia que as táticas medicinais de Marie eram precisas como seus serviços particulares. Com passos lentos caminhou na direção da sala onde guardava suas garrafas de Rum, abriu a enorme prateleira e pegou uma garrafa da safra de 1267 vindas da Escócia especialmente para seus deleites. Derramou o líquido amarelado em um pequeno copo posto na bandeja de prata, em uma golada só limpara o copo.

Subiu os degraus na direção do quarto onde Amy estava, parou por alguns segundo na porta, observou com outro olhar.

A voz de Marie invadira seus pensamentos:

– Essa é Amy Morgan? – questionou voltando se na direção de Oliver, boquiaberta – Como pode feri-la dessa forma, Oliver? Essa criatura é tão gentil e você a trata como mercadoria. Não passa de um ogro igual aos demais. – vociferou Marie descontrolada.

Ela tinha razão de tanta solidão acabara se transformando em um ogro, caminhou com passos lentos na direção da cama, certificou que Amy dormia feito um anjo, até a cor de seu frágil rosto havia voltado.

Oliver se ajoelhou ao lado da cama e sem pudor depositara um pequeno beijo sobre a testa da jovem adormecida, não poderia resistir e a beijou de forma suave nos lábios macios e rosados de Amy Morgan.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Boa Leitura!