Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 33
Capítulo - Consequences of a Sense




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As pesadas nuvens negras cobriam quase por completo o céu azulado, cada puxão nas rédeas do belo animal baio era determinado por um sentimento ferido de solidão vindo de Oliver naqueles segundos, sentiu a garganta apertada por um começo de choro. Pequenas gotículas de chuva vinham ao seu encontro de forma rude trazidas pelos ventos gélidos do norte.

Seguia na direção do pequeno vilarejo, precisava de um bom senso para digerir a indiferença com que Amy tinha lhe tratado, de nada conseguia pensar a não ser a dor que corroia seus ossos. Assim que chegou a porta da velha estalagem sentiu os pingos de chuva grandes e gordos martelavam com força o chão batido de terra, rapidamente amarrou as rédeas de seu belo animal na entrada prosseguiu com passos pesados na direção do balcão com um semblante fechado.

– Lord Maclachlan que devo a honra de sua presença? - perguntou de forma gentil o dono da estalagem.

Não obteve uma resposta tão amigável como desejava em vez disso um silêncio esmagador. Era visível o mau humor que exalava das narinas do Lord.

– Sirva-me uma dose de seu melhor whisky. - solicitou de forma rude.

Sem questionar o velho Gerard pegou sua melhor garrafa e despejou o liquido amarelado dentro de um pequeno copo, O queixo de Oliver se projetou um pouco para frente. O ângulo obstinado lembrava tanto de seu falecido pai, Lord Edward III, seus belos olhos azuis eram herança de seu bisavô Paul Tremont. Mas aquele perfil que o jovem Lord carregava era desconhecido alguns diziam que eram de seu tio-avô Theodor e outros de seu Tataravô Lord Ludgar Tremont Maclachlan I.

A expressão dele se transformou, ficou mais cautelosa. Sombras vagaram por seus olhos.

– Milorde! Deseja se hospedar conosco essa noite? Já está tarde e essa chuva teima em descer. - sugeriu o velho atrás do balcão.

Oliver desprezou aquelas palavras, mesmo com seu orgulho ferido não iria deixar que uma simples chuva o amedrontasse. Levantou-se da cadeira e caminhou na direção da porta, parecia estar tão distante e intocável. Era visível que a simples chuva que imaginou tinha se tornado uma tempestade de outono.

Mesmo assim ignorou por completo os perigos que poderia vir a enfrentar, segurou nas rédeas do cavalo que recuava a seguir as ordens de seu dono, mas Oliver não iria se intimidar segurou a rédea com força, puxou o belo animal na sua direção e com apenas um simples pulo firmou sobre a sela.

Sem pensar duas vezes Oliver castigou as costas do animal com as rédeas molhadas fazendo-o disparar em direção a estrada escura.

Ela o detestava.

Seus pensamentos pareciam castigar-lhe de uma forma cruel e sem piedade, não tinha uma boa visão do caminho já dominado pela escuridão daquela tempestade e seus movimentos já estavam praticamente afetados pelo efeito álcool deixando-o vulnerável, mesmo assim suas mão batiam as rédeas com toda força no lombo do cavalo aumentando ainda mais seu ritmo.

Podia ouvir as batidas de seu coração dentro do peito e o vibrar das pesadas gotas contras as frágeis folhagens do caminho.

Aqueles malditos pensamentos.

– Então ainda não notou? É ainda muito jovem, mas estou acostumada com essas coisas, já vi acontecer com muitas mulheres após o casamento. Não percebeu que suas roupas têm estado um pouco apertadas em algumas partes ultimamente? Conheço bem todos esses sintomas, essa casa logo terá a alegria de uma criança correndo por aí. - informou Eileen.

– Isso é verdade, Eileen. Estou esperando uma criança! - exclamou sorridente.

Oliver levantou-se e foi se aproximando da jovem esposa enlaçando-a pela cintura.

– Você já sabia? - perguntou,

– Não havia pensado nisso agora, mas faz muito sentido. Tenho certeza de que é verdade agora que Eileen comentou. - disse Amy.

Ao ver que o casal parecia se entender, a moura decidiu deixá-los a sós enquanto daria ordens a um dos jovens criados para que fossem buscar frutas frescas para Amy.

– Isso é maravilhoso, Amy. Deu-me uma grande alegria agora! Um filho, fruto de nosso amor. - disse Oliver.

– Como eu a amo, Amy! - exclamou, mas nesse momento a jovem se afastou novamente cheia de dúvidas.

– Não! Você não precisa dizer isso só porque estou esperando um filho. - falou movida pela emoção.

Sentia se patético e ao mesmo tempo furioso com tudo aquilo.

– Amy, não estou dizendo isso apenas porque teremos um filho. É essa a idéia que ainda faz de mim? - perguntou, em seus olhos havia mágoa e outros sentimentos que Amy não foi capaz de identificar.

Por um momento arrependeu-se do que havia falado, mas não podia voltar atrás.

– Sinto muito, Milorde, mas ás vezes me deixa sem saber o que pensar. Não posso esquecer certas coisas. - a voz soou fraca, como se temesse a reação dele ao dizer essas palavras, mas a verdade era que ela própria não tinha certeza do que dizia.

A voz a jovem Amy era vivida em sua mente.

–PARA PELO AMOR DE DEUS! PARA. - berrou com toda força de seus pulmões.

Podia ouvir a inspiração dela, aquele leve suspiro de pânico toda vez que ele se aproximava dela, talvez fosse medo ou apenas um desejo inquieto escondido dentro dela.

A chuva castigava ferozmente seu corpo que batia violentamente contra o lombo do belo animal, não tinha certeza se tinha tomado o rumo certo. Parecia perdido naquela trilha, por um segundo temeu, mas continuou a castigar o cavalo com as rédeas molhadas, mas avistou algo passar em sua frente fazendo o puxar as rédeas com força, o animal rapidamente tentou parar, mas acabou deslizando sobre a superfície ensopada da trilha não dando chance, ambos acabaram caindo de forma violenta contra o chão duro, perdendo sua consciência ficando a mercê dos perigos da noite.

Amy sentiu um aperto feroz dentro do peito fazendo a sobressaltar da poltrona deixando cair seu bordado no chão, temeu. Oliver não tinha chegado, rapidamente murmurou uma reza.

Não fazia idéia onde ele poderia estar, mas sentia que algo de muito ruim havia acontecido.


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Notas finais do capítulo

Boa Letura!