Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 28
Capítulo - A Promise




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Amy levantava a gola do casaco até as orelhas. Era uma manhã fria, e a chuva e o vento castigavam as imensas arvores do bosque. A chuva transformara rapidamente a areia do chão em um rio de lama, e enquanto a jovem observava calada atrás da imensa vidraça colorida. Sua mente estava traindo-a constantemente, não conseguira repousar naquela noite, pois só a lembrança dos lábios de Oliver atormentava por completo.

- Bom dia. - saudou-a com a voz um pouco distante.

Ela virou se em um turbilhão de saias, sentiu suas pernas fraquejarem e sua garganta secar.

- Bom dia Milorde. - respondeu.

Amy ficava ainda mais linda quando nervosa, era evidente a confusão de sentimentos da pobre.

- Vim me desculpar por ontem a noite, apenas quis ser gentil. E acabei me deixando levar. - murmurou.

A jovem fechou os olhos tentando se controlar, sua respiração tornou-se pesada deixando-a um pouco descontrolada, antes que ela pudesse pensar, Oliver estava em pé diante dela deslizando as mãos por seus braços cobertos pela lã do casaco, confundindo seus sentidos com sua masculinidade. 

- Milorde, por favor, não complique ainda mais a situação. - suplicou.

Oliver se afastou bruscamente, mas continuou encarando-a. Ela ainda estava  tratando-o com frieza por mas que fosse merecido, já não podia suportar o desprezo da parte de Amy. Para a surpresa de Lord Mclachlan, ela tirou o casaco e o jogou sobre uma cadeira ao lado da janela com uma vista impressionante do bosque.

- Tudo bem, novamente me perdoe. Se precisar estarei no escritório. - disse.

Amy apenas consentiu com um gesto de cabeça, ele virou-se na direção da porta e se afastou, cada passo que dava em direção ao escritório no andar inferior do casarão sentia seu orgulho ferido e seu coração despedaçado, talvez se tivesse pensado antes de cometer tais abusos contra a pobre moça estaria vivendo enfim em um mar de rosas, mas não podia esquecer que as rosas também tem espinhos o lado que ele estava vivendo. Assim que adentrou ao escritório se deparou com algumas pilhas de papeis sobre a imensa mesa redonda de cedro, suspirou aflito.

Talvez se enfiasse sua cara naquele monte de cálculos e impostos sobre suas terras amenizasse seu orgulho ferido e pararia de pensar na doce Amy Morgan. Mas quando começou a folhear o papel do banco, sentiu seu rosto queimar, não conseguiu conter a fúria crescente dentro de seu peito.

- Kanye. - berrou com todo ar de seus pulmões.

Seus olhos não acreditava nos números que estava descritos no papel cifrado do Banco. Kanye era praticamente seu braço esquerdo quando se referia a números e contas bancarias mesmo o jovem sendo de ascendência indígena, continha uma facilidade com números que era de se assustar. Sem muita demora o rapaz apareceu.

- Me chamaste Milorde? - perguntou.

Oliver levantou se de forma brusca da cadeira.

- Acaso pode me explicar essa absurdo de juros bancários? 

A feição de Kanye ficou pálido rapidamente.

- Milorde, iria informá-lo, mas não quis interromper seu casamento. Esses números são referentes aos juros das terras do Lord Gavin, mas já estou refazendo os cálculos por causa das fraudes dele. - grunhiu.

Para esses tipos de atividades Lord Mclachlan era sempre desconfiado. Kanye tentou corajosamente encarar o olhar de seu senhor. O que não era fácil, já que aqueles olhos azuis e frios pareciam poder disparar lanças de gelo contra seu corpo a qualquer momento.

- Não quero suas malditas explicações, arrume essa porcaria ou irei mandar que te surrem até suas mãos sangrarem. Seu imprestável, saia da minha frente. - berrou descontrolado.

A velha raiva fervia no peito de Oliver, mas, aquela altura estava desconfiando de seu fiel criado. Devia estar louco ou preste adentrar ao precipício da loucura.

- Milorde, deve entender que não tenho culpa, mas sim LordeGavin. - tentou argumentar.

Que diabos! Até isso as garras sujas de Lord Gavin tinham ceifado, mas não permitiria que fosse passado para trás por um dissimulado e sem vergonha igual ao Richard Gavin.

Neste instante, Oliver caminhou em direção do criado que permanecia inerte com os olhos arregalados.

- Isso não tem perdão, Kanye. Se eu perder um alqueire de minhas terras, irei mandar arrancarem seu couro entendeu. - vociferou.

Kanye não duvidava das palavras de seu senhor, pois o mesmo não tinha o apelido de Imponente Carvalho atoa. Oliver praguejou, e aquilo aliviou parte da fúria que o dominava, mas apenas a idéia de perder um alqueire de suas terras para os malditos bancários o deixava febril até os ossos.

-Tenha piedade, milorde. Estou fazendo o possível para evitar o dano maior. - disse em forma de suplica.

Mclachlan caminhou na direção dele, tomado de uma fúria estranha e esperançosa. Não era típico de seus antepassados perdoarem tamanha burrice de um mero criado, por mais que seu gênio fosse forte e impetuoso, ainda sim podia ver a sinceridade através dos olhos castanhos do rapaz. Oliver desviou seus olhos na direção da porta e para sua surpresa se deparou com sua esposa encarando-o assustada com os olhos arregalados, sua face estava tão pálida feito uma manhã de neve.

-A-Amy, o que faz aqui? - questionou.

A pobre ficou um pouco assustada por alguns segundos, mas depois reuniu toda a sua força e desapareceu na direção do corredor, Oliver rapidamente a seguiu deixando Kanye inerte na porta do escritório.

Mas o que fizera dessa vez. Não tinha o que pensar, pois estava sendo gentil com ela esses últimos dias, pelo menos estava se esforçando no máximo. Assim que chegou ao quarto onde a jovem estava, girou a maçaneta e empurrou, antes que lhe ocorresse que aquilo podia não ser uma boa idéia. Quando a viu acuada em um dos cantos do imenso quarto, assustou-se.

- Que esta acontecendo? - quis saber.

Era evidente o pavor nos olhos de Amy.

-Por favor, vá embora, não me machuque. Eu suplico. - suplicou.

Aquelas palavras cortaram o coração de Oliver, ela estava com medo dele. Naquele momento ele sentiu-se um verdadeiro monstro, ele aproximou-se apenas o suficiente para lhe erguer o queixo com um dedo, para forçá-la a encará-lo. Segurou-lhe ambas as mãos, sentia-as tremularem de medo.

- Nunca mais irei machucá-la. Eu errei, peço-lhe perdão. - sussurrou.

Amy tentou relaxar com um suspiro suave, ele envolvendo-a com os braços, recostou-se ao corpo forte. A lateral do rosto estava encostada contra as batidas fortes e cadenciada do coração de Oliver. Ele acariciou  os sedosos cabelos negros de Amy, que se despregava da trança geralmente impecável.

- Me perdoe. - suplicava com os olhos fechados.

A sensação daquele contato, a fragrância de Oliver Mclachlan, o calor e a força dos braços que a envolviam, a pressão dos quadris e do peito musculosos era perigosa, mas envolvente.


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