The Boy With The Thorn In His Side escrita por KingTrick


Capítulo 7
Capítulo 6




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Depois do café da manhã, levei o laptop para a sala e comecei a escrever. Patrick sentou ao meu lado, a fiel xícara de chá na mão, assistindo Pete e Brendon jogar com o som no mudo. 

Faltavam poucos capítulos. Eu precisava entregar o livro pronto até o fim desse mês para conseguir ir para o festival. A pressão me corroía, mas meus dedos não descansavam. As imagens da noite anterior passeavam pela cabeça, fazendo-me sorrir. Patrick às vezes olhava para a tela, tentando ver o que eu escrevia. Ignorei-o e continuei. Seu olhar me passava incerteza. Ele sabia que o fracasso era imperdoável em nossa situação.

- Hm, Brendon - Patrick disse quando terminou seu chá - Eu anotei alguns endereços aqui por perto, quer visitá-los?

- Seria ótimo - A voz preciosa dele fazia meu coração bater mais forte - Obrigado.

- Pete, me empresta o seu carro? - Patrick levantou do sofá e Pete jogou as chaves para ele - Brendon, vamos. 

- Vai demorar muito?

- Sim, Pete, vou voltar para fazer o jantar. Fique tranquilo. Até mais - Ouvi a porta abrir e fechar, mas não olhei.

Pete levantou-se e veio sentar do meu lado. Olhei para ele e recebi um sorriso.

- Ai, tudo bem?

- Tudo bem.

- Patrick disse... Hm, ele me disse que Butch ficaria vigiando vocês. Acha que é perigoso?

- Não se preocupe, ele vai ficar bem.

- Certo...

Não voltamos a nos falar. Duas horas e quarenta e sete minutos depois, ele saiu sem avisar para onde. Desliguei o computador e peguei uma bebida. O jogo dos Kings seria hoje, às oito e eu precisava estar, no mínimo, bêbado até lá. Após a segunda garrafa de cerveja, liguei a tv no canal de esportes. Falavam alguma coisa sobre vôlei que eu não entendia muito bem. Afundei no sofá e me deixei levar pelo sono induzido.

Acordei uma hora e vinte e dois minutos depois. Patrick estava me encarando, minha garrafa na mão. 

- Jogo dos Kings?

Acenti com a cabeça. Ele sorriu.

- Levanta. Que horas é o jogo? - Segui suas instruções e me coloquei sentado, a cabeça apoiada na parte de trás do sofá.

- Às oito...

- Ainda vai querer isso?

- Sim - Peguei a garrafa da mão dele e bebi um gole. Já estava quente - Não.

- Hm. Sabe para onde Pete foi?

- Não. Ele não me disse. Hm, acharam um lugar para Brendon?

- Ainda não - Senti um peso sendo tirado do meu peito. Não queria deixar aquilo transparecer, mas parecia que ele lia todos os meus pensamentos - Eu disse "ainda". Não fique alegrinho.

- Por que eu ficaria?

- George, George. Sabe - Ele chegou mais perto e baixou o tom - Ele falou de você. Perguntou sobre você. O tempo inteiro. Cheguei a ficar sufocado.

- Ele quer saber quem eu sou... Está certo.

- E você? Sabe quem ele é?

- Você disse que ele era uma boa pessoa...

- Você também é uma boa pessoa, mas não é disso que eu estou falando.

- Entendo... 

- Ele também disse que você o chamou para sair hoje. 

Meu queixo foi ao chão.

- Você se esqueceu, não é?

- Mas... O jogo... Eu-eu, droga.

- Ele está tomando banho no meu quarto. Vai lavar o rosto e colocar uma roupa antes que ele acabe. 

- Obrigado.

- De nada, baby.

Levantei do sofá e fui até meu quarto. Fis o que Patrick pediu e logo eu estava de volta à sala. Brendon não estava lá. Suspirei de alívio.

- Vamos ao cinema - Patrick veio até mim e arrumou minha gravata. Era um presente seu do dia que começamos a morar juntos. Uma gravata azul marinho duas vezes mais cara que o nosso aluguel

- Eu sei. Hm, você nunca joga essas coisas fora?

- Ainda serve. Não tem porquê jogar fora.

- Ryan... Vamos? - Brendon apareceu no corredor, lindo. Ele sorriu para mim e eu me derreti. Senti Patrick rolar os olhos.

- Claro.

- Então, tchau meninos. Não voltem muito tarde - Patrick apertou a bochecha de Brendon teatralmente.

- Claro, papai - Brinquei - Não posso perder outro sapato de cristal. Aquilo custa uma fortuna!

Saímos para a rua e pegamos um táxi em direção ao cinema. Essa viagem era tão diferente da última que tivemos. Eu me sentia muito mais íntimo dele do que na época, mas o efeito que seus olhos castanhos causavam em mim ainda era impressionante. Ele chegou a segurar a minha mão no meio do trajeto, sorrindo para mim quando o encarei. Ele parecia feliz. E eu... Eu ainda me sentia estranho por dentro. Todos os sentimentos eram novos e não era como se eu conseguisse controlá-los ainda.

Chegamos ao cinema e procuramos alguma coisa para assistir. Passamos pelas sinópses de todos os filmes em cartaz e Brendon acabou escolhendo um romance qualquer. Não me lembro muito bem da história, porque eu tinha coisas bem melhores para fazer naquela hora.

Depois do cinema, passeamos um pouco pela cidade. Notei dois homens seguindo a gente o tempo todo, mas não parei para observá-los. Só a ideia da desconfiança feria meus sentimentos... Por mais ridículo que isso fosse.

Chegamos em casa aos beijos. A sala estava escura e foi quase impossível não esbarrar em nada. Acho que quase matamos Boris. Por fim, conseguimos entrar no quarto sem acordar todo o prédio. Brendon arrancou minha camisa do meu corpo, jogou-me na cama, deitou por cima de mim e passou os braços pela minha cintura. Corri uma mão pelo seu cabelo e ele sorriu.

- Estou cansado...

- Eu também.

- Hm, posso dormir aqui hoje?

- Claro.

- Acha que devíamos ir mais devagar?

- Não sei... Talvez sim. Ainda quero te conhecer melhor.

- Ótimo - Ele desfez o abraço e passou a se deitar ao meu lado, agarrando meu braço e intrelaçando nossos dedos - Sabe, eu gosto muito de você.

- Também gosto muito de você, Brendon. 


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