The Boy With The Thorn In His Side escrita por KingTrick


Capítulo 5
Capítulo 5 - Parte 1




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Faltava  menos de uma hora para o encontro e eu estava entrando em pânico. Patrick passou gel no cabelo e pôs um suéter antigo que eu tinha lhe dado no natal passado. Pete, que implorou para ir conosco, vestia um dos meus sobretudos por cima de uma camiseta e jeans. 

Assim que chegamos no estacionamento, Pete se escondeu atrás de um carro e Patrick e eu entramos. Butch esperava por nós.

- Ryan! Patrick! Há quanto tempo, hein?

- Sim, muito tempo - Patrick se mantinha completamente calmo enquanto eu praticamente explodia de medo - Mas, vamos direto ao assunto, por favor. 

- Claro, claro. Então, vocês já têm o meu dinheiro?

- Ainda não, Butch. Mas teremos.

- Quando?

- Mês que vem - Minha voz saiu fraca e rouca; Eu estava apavorado - Mês que vem eu terei todo o seu dinheiro, eu prometo.

- Não é que eu não confie em você, querido, mas acho que vou precisar de algo como garantia. Sabe como é.

- Não, Butch. Não é necessário envolver mais gente nisso. Eu prometi e vou cumprir minha palavra.

- Tudo bem, mas vou ficar de olho. Vocês têm trinta dias. E não vou tolerar atrasos

A última frase me fez gelar. Olhei para Patrick procurando por socorro, mas tudo que encontrei foi a rocha de seu perfil sereno. De um jeito estranho, senti-me mais calmo.

- Fechado - Patrick respirou fundo - Agora, entrege nosso pacote.

Butch riu.

- Não sei se entendeu como a coisa funciona, Stump. Vocês não terão nada de mim até me entregarem o dinheiro. Ficou claro?

- Certamente. E já que é assim... - Patrick segurou minha mão, arrastando-me para fora do estacionamento - ...Adeus, Butch.

Saímos do estacionamento sem olhar para trás e fomos direto ao Giannini para jantar. Pete começou a fazer perguntas, mas Patrick não queria falar. Ele só queria voltar para casa e pensar em uma solução. Minhas mãos tremiam e eu precisava de um bom whisky envelhecido para me acalmar. 

Era noite de folga de Spencer, então o garçom que nos atendeu era um novato: Jon Walker. Ele tinha a barba por fazer, que lhe dava um ar amistoso e até mais belo. Quando voltou à cozinha para pegar nosso pedido, notei que estava usando chinelos e ri sozinho. Pete me cutucou, confuso. Desconversei.

Pedimos o de sempre (Foi estranho ter que explicar nosso prato ao garçom, mas é só o costume) e comemos em silêncio. Patrick estava tenso, mas ainda transmitia paz e segurança como sempre e Pete só comia para aliviar a pressão. Quarenta e sete minutos depois, começou a chover. Primeiro, você mal conseguia sentir os pingos, mas depois, parecia que o céu estava caindo. E, como estávamos mais próximos da saída, era pior. Patrick começou a espirrar e o instinto materno de Pete apitou, forçando-nos a voltar para casa o mais rápido possível. Corremos como loucos/fugitivos até em casa conforme a chuva ia caindo e nos molhando. À porta de nosso prédio, alguém tentava se esquivar da chuva.

Era Brendon. Ele vestia um casaco simples, que com certeza não fazia juz ao frio. Assim que chegamos mais perto, notei as malas encostadas na parede do prédio e me senti um pouco estranho. 

- Brendon? - Patrick tinha um braço em volta da cintura de Pete e o nariz e as bochechas vermelhos - O que faz aqui?

- É que... Bom-

- Shh. Não é hora pra isso - Fungada - Não aqui fora - Espirro - Vamos subir.

Pete carregou as malas de Brendon e nós subimos até nosso apartamento de elevador. Patrick continuava espirrando e o barulho me irritava. Pete tinha as mãos trêmulas e o cabelo de Brendon estava molhado, assim como seus ombros e a parte de trás de seu casaco. Entramos no apartamento e a crise de Patrick piorou. Ele foi direto para a cozinha preparar algum chá e Pete o acompanhou. Brendon e eu nos sentamos afastados no sofá, evitando contato visual. Eu sabia que se eu encarasse aqueles olhos castanhos mais uma vez, eu não conseguiria me segurar. Agarrei-me à ideia de ele compartilhava do mesmo sentimento. 

- Então... - Ele tentou puxar assunto. A voz suave eccou em minha cabeça enquanto eu tentava encontrar uma resposta. Não consegui.

Ele tentou de novo:

- V-você... Hm, está escrevendo um livro agora, certo?

- Sim - Mantive os olhos fixos no chão. Eu estava confuso.

- Legal... 

- Querem chá? - Pete apareceu com um bule e duas xícaras. Brendon recusou. Eu aceitei - O que está fazendo aqui, guri? Pra que são essas malas.

- Eu fui despejado. Eu sou do interior, não conheço muito aqui. Achei que vocês hm, pudessem me ajudar... Ou sei lá.

- Que pena. Por que foi despejado?

- Não sei dizer. Eu fui fazer uma apresentação e, quando voltei, minhas coisas estavam dentro dessas malas e tinha um aviso na minha porta me mandando achar outro lugar pra morar.

- Hm.

- Você pode hm, ficar aqui... Por algum tempo, Brendon - Patrick chegou à sala com sua xícara e sentou-se no braço do sofá ao lado dele - Tem problema se você dormir no sofá?

- Não! Claro que não! Tudo bem... Eu-eu não tenho como agradecer-

- Pare com isso. Não precisa agradecer. Eu conheço alguns condomínios aqui por perto... Posso te indicar para alguém. 

- Obrig- Desculpe - Ele sorriu e olhou para mim. Ele não sabia que eu o estava observando... Ou sabia, não sei. Meus pensamentos estavam todos sem nexo.

- Ótimo. Você precisa de um banho?

- Hm, acho que sim.

- Ryan, pode emprestar o seu banheiro? - Concordei e levantei do sofá, deixando a xícara na mesa de centro. Brendon também se levantou e seguimos para o meu quarto.

Entramos e eu fui para o armário procurar alguma coisa para ele vestir. Peguei a única camisa minha de tamanho mediano - Um jersey dos Kings da última temporada - e uma bermuda de pijama. Entreguei a ele e saí do quarto, encontrando apenas Patrick sentado no sofá. Sentei-me ao seu lado e repousei minha cabeça em seu ombro. Ele sorriu, cansado e depois suspirou.

E de novo.

E de novo...


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