Mithica escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 16
A Anjo Caída e o Deus da Paixão


Notas iniciais do capítulo

GENTE! Tô sofrendo pra escrever o início, mas daí a imaginação rola solta e consigo escrever de boa. Me desculpem a demora, vcs sabem que estou ocupada com as outras fics e essa acabou ficando meio de lado. Enfim voltei e agora sim, Mari vai conhecer Elesis.
Isso vai ser legal: O anjo e a demônio. Hmmm.... Devia por hentai? Eu me lembro do pv da música e huhum... tinha sim, só foi cortado, ficando ímplicito óbvio.
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/233987/chapter/16

Os quatro estavam silenciosos, repousados da forma mais confortável possível, só que nenhum deles parecia sequer dormir.

Na noite da Lua da Descendência eles presenciaram uma divindade maior que quase os ferrou. Lin se sentia culpada com tudo.

-Gomen, Lire.

A loira apenas balançou a cabeça. Os dois rapazes ali presentes apenas não conseguiam assimilar o que viram.

Quando Elesis e Lire apareçam, elas estavam sem as asas, então quando o feitiço foi desfeito, elas reapareceram.

Elesis e Lire se utilizaram do Colar de Agnecia e do Bracelete de Magmus para retirarem as asas.

Jin ainda não acreditava que tinha beijado Elesis e quase se casou com ela. E Ryan, coitado, ainda estava corado por ter visto sua amada Deusa da Natureza.

Elesis deu um suspiro, olhando-se no espelho. Ela já estava acostumada com sua aparência de humana, ficando meio triste pela sua forma de sibila estar refletida novamente. Flexionou os joelhos, se levantando do futon e se dirigindo a porta sob o olhar de seus amigos.

-Vou dar uma volta.

-E-Elesis! Dar uma volta?! E se... –Jin estendendo a mão.

-Cale a boca! Eu não durmo de qualquer forma. –resmungou batendo a porta com raiva.

A ruiva andou pelo corredor extenso da pousada, descendo as escadas e saindo do estabelecimento. Aquela lua gigantesca e próxima havia ido junto com Artêmis, mas a cidade de paralelepípedos ainda brilhava timidamente com a luz prateada.

Seus lábios encrisparam um pouco, ralando nos caninos pontudos. Sua mão esquerda foi a um bolso da saia camuflado retirando um dispositivo marrom com um olho escarlate brilhante e maligno.

-Lupus...

Elesis apertou o objeto. Ela iria guardar para um momento mais propício aquele dispositivo de teleporte de seu amigo Lupus Wild.

Enquanto pensava e andava calmamente fazendo nenhum barulho com seus pés de Sibila envolvidos pelas faixas de couro, seus olhos felinos se levantaram um instante para analisar a rua em que andava.

Ela podia assustar algum morador que gostasse de andar a noite, mas o que viu foi algo extremamente diferente.

Uma trilha de penas brancas caía lindamente do céu, parecia uma coisa... Celestial. A energia contida em cada pluma, Elesis podia sentir.

Ela apressou o passo, buscando o início. As penas e plumas voando pelas ruas de forma bela, deixavam Elesis curiosa e temerosa.

Era uma energia limpa, algo puro demais...

Ela virou um prédio, uma igreja e na escadaria.

-Você está bem?! –gritou a ruiva correndo em direção à criatura caída destravessada nas escadas, sangue escorrendo de sua cabeça e de suas extensas asas de anjo.

Sim, um anjo que caiu.

- Ei, ei! Você está bem? OE!

Elesis segurou a moça, uma garota de cabelos longos azuis macios, rosto angelical e vestes leves na cor azul-claro.

Os olhos entreabriram-se um pouco. A anjo, como parecia, piscou duas vezes antes de se sentar devidamente e fitar suas asas com lentidão, pintadas de vermelho.

Um ser escondido em algum lugar no alto da igreja, próximo aos sinos que badalavam a meia noite, riu grotescamente como um verdadeiro demônio, atirando uma flecha dourada e seguindo a trilha de penas para o fundo da floresta. Eros voltaria ainda mais uma vez.

A moça de cabelos azuis arregalou os olhos um instante olhando para Elesis, que por sua vez estava deslumbrada com os olhos bicolores, vermelho e azul.

A azulada sentiu o peito apertar e não soube mais nada novamente. O feitiço pode se repetir quantas vezes for, o antídoto era o verdadeiro amor, a mudança de raça ou a intercessão de algum outro deus.

-Q-quem...

Sua voz fina escapou por um segundo, mas seu rosto estava corado e ela se aproximou, apaixonada por aquela ruiva de olhos agressivos e caninos compridos, uma espécie de demônio. Ela não se importava, tudo o que desejava agora era estar nos braços daquela mulher.

Seus lábios se entreabriram e tocaram os de Elesis, que sentiu repulsa e empurrou-a para longe, ainda meio abalada com a beleza indescritível daquela criatura que nunca tinha visto e com a ousadia de beijá-la.

A voz da azulada ecoou.

-Aishiteru yo...

Elesis sentiu seu corpo arrepiar. Podia ser até um ser divino, mas... Era aparentemente uma mulher.

Elesis se levantou dando as costas.

-Espero que você fique melhor. A igreja tem padres e freiras que podem te acolher. –falou com rapidez, ignorando o chamado da garota.

-Não por favor! -gritou a azulada estendendo a mão.

De seus olhos brotaram lágrimas e ela desabou na escadaria chorando e gritando da dor da rejeição de um amor à primeira vista irreconhecível e impossível de acontecer. Algumas freiras ficaram espantadas e acolheram pela primeira vez algo que reconheceram como um verdadeiro anjo.

---

Elesis entrou ofegante e espantada dentro do quarto com cara de quem viu um fantasma, assustando o único acordado: Ryan.

-Elesis-san, o que foi?... –perguntou estranhando aquela expressão tão difícil de ver.

-Um anjo, eu tenho certeza!

-A-Anjo?

-Um anjo caiu na Igreja de Canaban, estava sangrando, tinha penas e plumas voando para todos os lados, ela estava em cima de uma cratera... E-Ela... Me beijou e disse que me amava. Quando eu saí correndo, ela começou a gritar e chorar...

Elesis estava suando.

-Elesis, por favor, você deve estar chocada com os últimos acontecimentos.

Elesis o olhou mortalmente. Ela não mentia.

-O-Ok. Tem certeza?

-Se eu não tivesse eu não estaria arrepiada agora.

-Como assim?

-Eu sou uma espécie de demônio, idiota. Ela é um anjo... Anjo entende? Eu não gosto de anjos... Eu não posso ficar perto deles. E ela me beijou! Minha boca está formigando!

Elesis correu para o banheiro e ficou jogando água na boca mesmo sabendo que não adiantava.

-Você... –Ryan não acreditava que tudo estava acontecendo no mesmo dia.

-Parem de falar. Vão dormir seus barulhentos... Estou cansado. –resmungou Jin meio acordado.

Elesis ganhou um calo na testa e chutou a barriga de Jin com força.

-Agora durma, humano idiota!

Ryan se encolheu um pouco. Era verdade que na forma humana ela era bem menos violenta. Vai ver era mau-humor.

xxx

Naquela noite, os lábios do garoto formaram um longo sorriso. Hoje ele iria festejar junto ao Dionisio. Daria a si mesmo esse grande prazer.

De qualquer forma, seu trabalho tinha acabado no momento em que Artêmis desceu em Ernas. Ele adorou ver aquilo. Ficou encantado com a forma que Artêmis resolvia as coisas... Era com certeza Athena que a obrigava a estudar mais Política. Ele ria pensando na “senhorita selvagem” lendo vários livros. Eram o oposto: a nerd e a rebelde. Era muito engraçado, muito mesmo.

O rosado passeava entre as folhagens, lembrando-se da flecha que atirou na anjo. AHHH! Aquilo foi só uma curiosidade. Eros pensou muitas vezes antes de atirar num ser superior a ele, mas a curiosidade era maior e, no fundo, o que de tão mal poderia acontecer? Havia tantos poderes regendo o mundo que não notariam a falta de uma anjo qualquer.

Bem, em parte ele estava certo. Mari era um anjo qualquer. Mas era um anjo que era amado por um ser muito poderoso e influente. Essa possibilidade fora descartada e depois o rosado pagaria muito caro pelo que fez.

Partindo deste ponto, o deus saltitante se deparou com Dionisio e seus subordinados, aqueles montes de criaturas, faunos, centauros, pégasos e muitos outros seres que dançavam e cantavam, além dos sátiros beberrões que não perdiam uma única festa do deus do vinho.

-Meu caro, Eros. -disse ele- Uma coisa que você bem sabe fazer é arte. AHAHAHAHA!

Enquanto o deus usava a ambiguidade da palavra, Eros riu, bebendo também, indo se aventurar entre os seres apaixonantes atrás de alguma ninfa bonitinha. No meio da festança não pode deixar de reparar em seu amigo Hermes que apareceu.

-Olhe só! Mer-chan*!

-Não me chame, assim.

(*Mer- Mercúrio + chan) (>Mercúrio/nome romano=Hermes/nome grego).

-Pare de ser chato. No fim, aquele trabalho chato acabou. Vamos voltar a atiçar os dragões?

-Não, com certeza não. Zeus acabou pegando o tio Ares no flagra e o mandou controlar o Carro do Sol por duas semanas. Ehehe, ele vai voltar torradinho!

-Ehehe, vai mesmo! Então, vamos ir para a Ilha daquele Papa esquisito! Quero fazer algumas blasfêmias por lá! –ria o rosado com maldade.

-Você é doente. Não cansa de pregar peças nos outros?

-Não me diga que você não está ansioso pra roubar as calcinhas das freiras. –retrucou o rosado com um olhar choroso e um bico infantil.

Aquilo soava hilário. Eros tinha namorada e mesmo assim era um tarado de marca maior. Hermes se divertia com ele, mas era diferente, ele sempre era perfeccionista e cauteloso, enquanto o rosado era muito descuidado e entrava nas coisas de cabeça sem pensar.

O azulado suspirou, abraçando uma ninfa bêbada.

-Eu adoraria. Mas naquela ilha eu não piso, pelo menos não nessa época. Arranjar problemas com a “Divindade Maior” não está nos meus planos.

-Ora, você tá com medo, irmão?

-Não. Eu só não acho a melhor época para mexer com eles. Zeus não está nada tolerante nos últimos tempos... E a Hera, a Afrodite e a Athena estão nos vigiando constantemente. VOCÊ SABE. –apontou o azulado um pouco irritado.

-Owww... Eu achei que você ia ir comigo. Vai ser mais chato. Mas eu trago uma calcinha pra você.

-NÃO! Me deixe fora disso de todas as formas. Imagine, Zeus pode me castigar com alguma coisa do gênero de ficar no Submundo por uns anos. Convenhamos, eu odiaria isso. Já basta ter que guiar aquelas almas irritantes pra lá, vou ter que ficar olhando pra cara do Hades?! Não obrigado.

(Obs: Hermes é o deus dos viajantes, dos ladrões. É o deus mensageiro dos deuses e o deus que guia as almas até o inferno. Legal né? KKK)

O rosado bufou, demonstrando sua irritação. Não tinha ninguém direito naquela lar de velhacos pra brincar além do Hermes. Tinha que arranjar algum herói inteligente. Ele pensou bem antes de chegar a conclusão que heróis eram todos burros, pois sempre morriam. Não tinha ninguém.

-Acho que não vou então. Podemos ir pra qualquer lugar que você quiser.

-Olha só, o Cupi-chan* não vive sem mim! –riu o azulado fazendo Eros corar de raiva.

(*Cupi- Cupido + chan) (>Cupido/nome romano=Eros /nome grego).

-Cale-se. Nós somos os únicos deuses que assumem essa forma mais jovem. Nem o Dionisio que é tão legal não quer tomar essa forma. Sobrou só nós dois.

Eros admitiu, deixando o amigo rindo consigo mesmo enquanto brincava com a ninfa bonitinha. Os dois sorriram brindando um cálice do melhor vinho.

-Tudo bem. Nós vamos roubar as calcinhas daqui dois meses quando tudo se acalmar. Amanhã procuramos alguém para chatear. Eu estava pensando em empreender um grande roubo em Áton! O que acha? Fiquei sabendo que lá tem uns itens super poderosos que os habitantes até cultuam. Seria legal fazer um reboliço lá. Ares poderia até ficar devendo uma pra gente.

-Eu sei que você é um ótimo negociante. O melhor.

-O melhor. Nós podemos ganhar alguns séculos de regalias. Eu acho que vou apelar para desfazer o voto de castidade daquelas amazonas da Artêmis. Ela ia me odiar o resto da eternidade, mas com certeza, aquele sorrisinho orgulhoso dela ia sumir. A gente ia mostrar para elas que elas estão muito erradas em pensar que não precisam de nós.

O jeito que o mensageiro falava parecia até meio maldoso demais. Mas no fim Eros sabia que ele não apelaria de verdade. Era só uma conversa de amigos como sempre.

De todas as coisas que Eros conhecia, que era praticamente tudo, ele nunca trocaria Psique e Hermes por nada. Eram as pessoas mais preciosas. Ele era sim o Deus da Paixão, mas com certeza ele tinha um apreço dessa magnitude pelos dois.

Eros era maldoso com todos no mundo, até com os próprios pais. Mas no fim, era só uma criança o Deus da Paixão.

Continua


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Yo! Mais um! Eu consegui escrever todos os capítulos de todas as minhas fics em andamento. Gostaria de fazer assim todas as semanas, mas preciso estar muito concentrada. Me desculpem a demora.
No próximo> a aparição do demônio Nerídio.
A fic está prevista para acabar no capítulo 25 se não houver contratempos. Ok?
Obrigada acompanhantes! Até mais e deixem comentários se possível! Beijos de chocolate;



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mithica" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.