Narrado Por Hanna

Alguns poucos dias depois

- Senhores passageiros do voo 4457, com destino a Madrid, por favor , se dirigiram ao portão de embarque. – Estava na hora, eu estava deixando tudo pra traz, depois daquele dia na ilha, nunca mais falei com o Pedro, ele sequer olhou pra mim quando chegamos no porto, meu pai então, desesperado decidiu que era hora de voltar pra casa, mas como volta completamente se meu coração ainda estava aqui preso a uma pessoa que no mínimo já deve fingir nem lembrar de minha existência? Clichê? Claro. Peguei minha mala e fui em direção ao avião, entreguei minha passagem e já fui entrando sem ao menos esperar por meu pai, encostei minha cabeça na janela do avião e vi aquela cidade brilhar, já estava a noite, as luzes tinham um brilho incrível, me traziam memórias incríveis e tristes que agora teria que apaga-las de mim, teria que seguir minha vida, mas sem esquece-lo, não porque eu não consiga, mas por questão de opção, eu não quero esquecer uma pessoa que me fez tão bem por um tempo. As lágrimas já caiam insistidamente de meus olhos e meu pai sentou-se ao meu lado, ignorando minha presença como sempre. Eu não tenho nem um retrato dele ou algo que me recorde além das vagas lembranças, apesar de ele ter dito que tudo o que me dissera era mentira, eu não acredito, mas eu acredito que ele tenha dito tudo aquilo apenas porque não sabia se conseguiria lidar com toda essa distância, essa falta de abraço, falta de caricias, ele apenas encontrou o jeito errado pra tentar não sofrer, e foi me ferindo com aquelas palavras, mas eu não o culpo, uma promessa apenas ainda estava por ser cumprida, essa sim não foi quebrada, prometi a mim mesma que voltaria a vê-lo, não sei como ou quando, eu apenas iria, mas por enquanto vou ter suportar essa coisa de “ele só existe apenas em minha memória”.

           Continua...