A guardiã escrita por Rocky falcony


Capítulo 4
Capítulo 4




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Sara abriu o armário e viu o garoto.Na hora levou um baita susto,principalmente quando notou que ele estava de cueca.
- como se chama? Sara perguntou ao garoto,que não sabia onde enfiar a cara naquele momento constrangedor.
- Meu nome é Michael,prazer senhora. Ele estendeu a Mao para Sara,que como esperado não aceitou os cumprimentos.
- vista-se e vá embora!
- sim senhora. Michael disse cabisbaixo vestindo as roupas e se retirando da casa.
-quem o trouxe aqui? Sara pergunta um pouco mais calma.
- todos nós sabemos quem foi,não é mesmo mamãe? Thalita fala de um modo nem um pouco convincente.
Sara me olhava de soslaio,mas sabendo no fundo a verdade da história.
- pode ir dormir Elizabeth.Sara falava comigo mas encarando Thalita.
- sim tia. Acenei com a cabeça e fui pro meu quarto,bom,depois disso não sei o que aconteceu com Thalita.
Tirei Penélope de baixo da cama e busquei mais leite para ela.
- acho que o dia de Thalita amanha não vai ser tão bom depois do que aconteceu hoje Penélope.melhor irmos dormir,estou cansada e o dia hoje foi entediante e cansativo.Boa noite Penélope.
Ela soltou um “miau”que para mim pareceu reconfortante. Deitei com ela e a acariciei de baixo de seu pescoço,que é o lugar que ela mais gosta,depois de uns cinco minutos Penélope dormiu em meus braços. Arrumei os lençóis ao lado da minha cama com cuidado para não acorda-la e a coloquei na caminha improvisado que fiz.
Logo depois adormeci e tive um sonho.Eu estava num cômodo grande,vazio e desconhecido. Vestia um belo vestido de seda verde,estava com os cabelos arrumados,sem meu horroroso aparelho e os óculos. Quando olhei para trás,vi uma bela moça de cabelos negros, um sorriso radiante, estava vestida como eu: vestido de seda,porém o seu era um azul turquesa com um pequeno decote nas costas. Ela olhava para mim e sorria,então me deu um abraço caloroso e receptível,e percebi que ela me era muito familiar,familiar até demais,sentia uma paz estando ao lado dela,mesmo isto sendo somente um sonho. Tenho quase certeza, esta é minha mãe! Eu sei que isso parece um absurdo mas como eu disse,não a conheci,não sei como era sua aparência e seu jeito,mas sei que independente de qualquer coisa pois sinto,se ela estivesse aqui hoje,me amaria muito,tenho certeza,e fico feliz de saber que pelo menos uma vez pude vê-la.
- quem é você? Perguntei já sabendo a resposta.
- me chamo Mirian e mesmo não me conhecendo, já sabe quem eu sou não é mesmo, Elizabeth?
- eu só queria ter certeza. Falei num tom sereno e delicado.
Depois de minhas palavras,se formou silencio,já que não dizia nada resolvi continuar:
- porque não pude te conhecer? Perguntei com o olhar tristonho.
Eu tinha muitas perguntas à fazer,não sabia por onde começar, mas resolvi ficar com minhas duvidas depois que ela me respondeu:
- nem tudo é como queremos,minha filha,gostaria muito de receber um abraço seu ao acordar. Mas o destino não seguiu meus planos, simplesmente ele faz suas próprias regras e restrições.
Naquele momento escutei um barulho estranho, de alguma coisa rachando. Quando olhei para trás vi o chão se abrindo, minha mãe cambaleando para não cair,quando corro para ajuda-la,ela desequilibra e cai,se segundo com as mãos,prestes a cair num abismo sem fim ela diz:
- minha filha,não importa o que aconteça sempre estarei ao seu lado,mesmo se não notar minha presença,sempre estarei junto a você. E não se esqueça de pensar bem antes de tomar decisões precipitadas.
- não vá! Implorei chorando,rezando para que não caísse.
- não há nada que possa fazer Elizabeth! Este é meu destino,se lembre jamais estará sozinha,terá sempre uma companhia.
- não tenho ninguém! Exceto uma gata que encontrei esses dias e se Sara descobrir sua existência,não sei o que fará com ela.
- não se preocupe minha filha,você não está sozinha.
Pude perceber o sofrimento em seus olhos, assim como eu, ela não queria aquele destino,mas estava decidida a segui-lo mesmo assim.
Encerrei meu falatório interno e vi seus dedos se soltarem ,um por um. Quando soltou todos,peguei suas mãos e segurei com força.
- solte-me Elizabeth. Pediu angustiada.
- não posso perde-la mãe! Falei aos prantos.
Ela olhava com intensidade em meus olhos verde-claro,iguais aos dela, desejando ter outra alternativa,mas sem opção no momento.
Não estava suportando o peso que minhas mãos seguravam,mas não podia soltar em hipótese nenhuma,não permitiria que morresse daquele jeito.
- solte-me. Pediu.
- não..., não posso. Falei gaguejando aos soluços.
Ela se livrou de minha mãos ,caindo naquele abismo sem fim.
Cai no chão chorando rios de água e gritando repetidas vezes a palavra “ não”.
Acordei suando frio e com pequenas lagrimas se formando em meus olhos, me senti tão pequena e frágil naquele momento que desabei a chorar.
Percebi que Penélope acordou com meu choro,e subiu em minha cama.
Peguei ela no colo a acariciei,quando um súbito sentimento de tristeza me invadiu,fazendo com que eu chorasse novamente.


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