Digimon: Golden Memories escrita por foreveralone san


Capítulo 9
Decisão feita, arrependimento para vida toda


Notas iniciais do capítulo

mais uma vez eu demorei uma eternidade para postar e mais uma vez eu peço desculpa, mais a criatividade resolveu me abandonar por algum tempo, mais foi uma briguinha de casal boba e já nos reconciliamos, aproveitem^^



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Eu estava na sala de espera junto a Mimi e ao Matt, ele chegou durante a madrugada depois que a Mimi ligou para ele, mas dês de então ele não dirigiu uma palavra sequer a nós, já estava amanhecendo e nada de nos darem alguma noticia sobre a Sora. eu já estava ficando impaciente.

Matt estava calmo, como se nada estivesse acontecendo, esse desgraçado não sabe oque está fazendo a Sora passar, a Mimi me contou sobre a decisão que ele está forçando Sora fazer , nem mesmo eu esperava isso dele, muita coisa mudou nele para fazer algo assim.

Eu já sabia disso a algum tempo, mas não falei nada com a Sora pois não sabia oque dizer, mas tinha algo que eu tinha que falar com ele...

-Matt, -ele olhou pra mim de maneira fria. -Quero falar com você; em particular. - Ele se levantou vindo em minha direção

-Aonde vocês vão? -Mimi se levantou olhando preocupada comigo, ou com oque eu iria fazer.

-Fique aqui caso deem alguma noticia, nós voltaremos logo. -eu me afastei e Matt me seguiu

Felizmente, o hospital estava vazio, por isso foi fácil encontrar um corredor sem ninguém por perto.

-Oque quer falar comigo, Tai? -Eu parei de costas para ele pensando em como falar

-Eu sei sobre a decisão que pediu para Sora tomar.

-E...? -Eu me virei para encara-lo, ele ainda tinha aquele mesmo olhar indiferente, eu tinha que me controlar para não partir pra cima dele.

-Oque deu em você, por que está fazendo isso com ela?

-Isso não é da sua conta

-É da minha conta sim! É da mãe do meu filho que estamos falando!

-Sabe de uma coisa, Tai? Você não tem o direito de me julgar! Se você não tivesse feito oque fez, isso não teria acontecido!

-Do que está falando?

-Desse caso que vocês tiveram, é isso que deu inicio a tudo isso!

-Você sabia que eu a amava, dês do primeiro dia em que a vi! Sabia que eu ainda a amava durante esses anos todos, e não importa a decisão que ela faça, eu ainda a amarei!

-Hmpf! Sei... -Ele sorriu debochado

-Eu estou falando sério, e você sabe disso!

-Se realmente a ama tanto assim, porque nunca disse nada? -Eu recuei abaixando o olhar - Você me culpa de ter roubado ela de você, mas a culpa é sua! Você não teve coragem de falar com ela, você a viu se entregar a mim e mesmo assim não teve coragem de falar nada!

-isso não justifica nada! Eu a amava e mesmo assim você--

-Eu oque? Ela veio até mim, ELA me pediu em namoro, enquanto você se escondia com medo de falar com ela, se quer culpar alguém por não tê-la agora, culpe a si mesmo por ter sido um covarde! -ele se virou com intenção de ir embora mais eu o segurei pela gola da camisa

-Aonde pensa que vai?

-Essa conversa acabou! Não tenho nada mais a dizer para você.

-Isso não acabou! Eu quero que acabe com essa merda de decisão que está obrigando ela a fazer! -Eu o prendi contra a parede com raiva, o olhar frio dele me tirou do sério.

-Oque você realmente quer é que eu fale para ela ficar... Mais não irei fazer isso, acredite ou não mais eu a amo e espero que ela venha comigo. -ele manteve a expressão calma, minha mão começou a tremer de raiva.

-E oque te faz pensar que ela te ama mais do que ao próprio filho?

-Nada, mas sei que ela me ama mais do que a você, ou então isso nem seria mais uma decisão! -eu abaixei o olhar sentindo uma lágrima ardente escorrer pelo meu rosto. - Agora me solte, já desperdiçou meu tempo o suficiente. -Eu não consegui me segurar e acertei um soco no rosto dele com toda a raiva que tinha naquela hora derrubando-o no chão. - se sente melhor? -Ele olhou pra mim enquanto se levantava limpando o pouco sangue que escorria no canto de sua boca.

-Não. -respondi indo embora sem olha-lo nos olhos

Eu voltei para a sala de espera, Matt chegou pouco depois de mim sem falar nada, Mimi olhou para nós dois mais não falou nada, o Matt e eu não olhamos um para o outro um minuto sequer , eu só me preocupava com a Sora e meu filho, era só eles que importavam para mim agora...

Já havia amanhecido e nada de nos darem noticias, Mimi estava cochilando mais acordava a cada cinco minutos perguntando sobre a Sora, o Matt permaneceu da mesma forma que passara a noite inteira, isolado no canto dele, eu resolvi ignora-lo.

Foi só quando me cansei de esperar e ir atrás do médico que ele apareceu vindo no corredor, ele chegou com um olhar que não transmitia muita segurança

-E então, como ela está? -Perguntei nervoso com o olhar dele

-bom... ela teve complicações durante o parto e devido suas condições antes de chegar aqui e a quantidade de sangue que perdeu, devo dizer que ela é uma guerreira por ainda estar viva! -Ele sorriu, meu coração se aliviou ao ouvir que ela estava viva

-Graças a deus! Ela está bem!

-Ela não está completamente segura, seu estado ainda é estável, uma pessoa anêmica perder tanto sangue é perigoso, ela terá que ficar algum tempo aqui para se recuperar, mais contanto que ela continue com a vontade de viver e a alegria que ela demonstrou agora pouco, tenho certeza que ela irá sair daqui a algumas semanas!

-Enquanto a criança, como está? -A Mimi parou ao meu lado olhando preocupada para o médico

-Ela está bem, é uma bela garotinha saudável! -Eu respirei aliviado ao saber que estava tudo bem com as duas, e fiquei feliz ao saber que era uma menina, Mimi também pareceu ficar feliz. -Agora, eu sei que devem estar loucos para vê-las, mais a Sora ainda está fraca e precisa descansar então peço que venha apenas um de cada vez, quem é o pai?

-É ele. -Matt respondeu de maneira fria, eu ignorei a atitude dele e segui o médico até a porta do quarto onde Sora estava, ele parou para pedir que eu não demorasse muito, eu concordei e ele me deixou sozinho, eu entrei no quarto encontrei Sora sentada na cama reclinável com um bebê enrolado numa manta em seus braços, ela sorria feliz conversando com nossa filinha, Eu vi oque médico quis dizer com ela não estar bem, Sora estava muito magra e com olheiras profundas, mas mesmo assim tinha um sorriso no rosto, e ela só precisava disso para ser a mulher mais linda que eu já vi, ela olhou para mim e seu sorriso aumentou.

-Vem cá, vem ver ela! -eu caminhei até o lado da cama dela, eu me apoiei na beirada da cama e me senti um bobo ao ver o rosto da minha filha e pensar que era a garotinha mais linda que já vi, ela tinha a pele da mesma cor que a minha seus olhos ainda estavam fechados mais ela se mexia ao ouvir nossas vozes. -Ela se parece com você! -Sora sorriu

-Coitada dela! -Eu respondi rindo

-Tai! -Sora riu e nossa filha se mexeu. -Viu? Ela discordou! -Nós dois rimos e Sora voltou a olhar para nossa filha, ela passou a mão gentilmente pelo rosto dela sorrindo, eu vi uma lágrima se formar no olho dela.

-Ela realmente é linda!

-É... Quer segura-la? -Eu concordei com a cabeça e Sora me entregou ela, eu a segurei com todo o cuidado com medo de machuca-la.

-Ela é tão pequena! -Ela cabia certinha no meu antebraço

-Você que é muito grande! -Sora riu, minha filha começou a se mexer e eu a coloquei contra o meu peito com medo dela cair, ela encostou a cabecinha em meu peito e sorriu, ela sorriu... -Ela gostou de você! -Sora sorriu

-É... -Eu sorri de volta, apesar da Sora também estar sorrindo seu olhar estava triste, senti que algo estava errado.

-Eu quero que ela fique com você... -eu não acreditei no que eu ouvi, não podia ser verdade...

-Oque?

-Eu vou ir com o Matt e--

-Você só pode estar de brincadeira! -respondi bravo

-Tai...

-Não acredito! Você vai mesmo embora com ele? Depois dessa decisão que ele te obrigou a fazer?

-Tai, entenda, por favor... eu amo você, eu amo minha filha, mais não consigo me imaginar sem o Matt!

-... Você não consegue ver-se sem ele, ou não consegue viver comigo?

-Tai... -Eu respirei fundo tentando me acalmar, eu entreguei a nossa filha de volta para ela.

-Você precisa descansar, ela lhe fará companhia... -Eu me afastei indo até a porta

-Tai, por favor, me perdoa...

-... Tente descansar. -Eu saí sem dizer mais nada

Eu cheguei até onde a Mimi e Matt estavam, ela veio correndo até mim

-Como ela está?

-Ela está bem, vão descansar agora. -Mimi pareceu mais aliviada ao me ouvir falar isso, Matt se levantou indo embora. -Aonde você vai?

-Trabalhar, diferente de certas pessoas, eu não posso ficar tirando folga quando eu quiser! -Ele tentou sair mais eu o segurei pela gola da camisa novamente colocando-o contra a parede.

-Então é assim? Você faz oque faz e depois sai sem nem se importar se ela está bem? - eu o ergui contra a parede, minha paciência com ele já havia terminado, nunca fui de demonstrar raiva desse jeito, mas já não dava mais...

-Você acabou de dizer que ela está bem, a menos que tenha mentido, não tenho com oque me preocupar, agora me solte!

-SEU FILHO DA MÂE! Não é capaz de demonstrar um pingo de preocupação com ela? Eu não sei como ela pôde escolher ficar com você!

-Se é verdade que ela escolheu ficar comigo, então eu fico feliz, mais não vejo motivo para demonstrar isso perto de você, agora me solte! -Aquilo foi o suficiente pra acabar com o resto de paciência que eu tinha, eu preparei para dar um soco na cara dele mais a Mimi me impediu.

-Não Tai, ele não vale a pena... -Eu o soltei e após arrumar a camisa ele saiu sem dizer nada. -Calma, está bem? Eu sei que é difícil mais tem que se acalmar!

-Tem razão, mas não aqui... -- eu Saí dali o mais rápido que pude.

Eu fui para casa, a única coisa que poderia me acalmar agora seria surfar, eu peguei minha prancha e fui para o mar, mas por mais que eu tentasse não consegui tirar as coisas que aconteceram da minha cabeça, Eu acabei sendo derrubado na agua dezenas de vezes

-Bom, talvez seja por que ele tinha a família dele lá para ajuda-lo a superar os problemas, com a esposa e um filho tão bagunceiro não há problema que o impedisse de sorrir!

-Eu amo você, mas é com o Matt que eu quero ficar...

-Eu sei que ela me ama mais do que ama você, ou então isso nem seria mais uma escolha!

Eu bati na prancha com força. -DROGAAAAAAA!!!

...Uma semana depois (Sora POV)...

-Bom, como estão minhas meninas hoje? -O Drº Mateus entrou no meu quarto sorrindo, ele nos visitava todo dia para ver como eu estava indo, ele era uma pessoa muito boa, ele tornou esses dias que tive que passar aqui nos hospital em dias em que pude sorrir mesmo com os problemas que tenho em minha vida.

-Muito bem, só cansadas desse quarto! -respondi sorrindo, minha filha estava em meus braços quietinha.

-Pensei que as flores fossem ajudar! Escolhi elas eu mesmo. -ele parou ao meu lado, ele sorriu olhando pra minha filha. -Ela também deve estar cansada de ficar aqui, ela deve estar louca para ver a cidade, ver pessoas diferentes e não só as enfermeiras vindo aqui de vez em quando! -Eu ri concordando com ele, eu voltei meus olhos para ela que havia adormecido em meus braços, eu passei minha mão carinhosamente pelo rostinho dela. -Eu tenho uma noticia que irá alegrar vocês! Como o seu quadro clinico demonstrou uma melhora significativa, você receberá alta no fim da tarde!

-Sério?! Nossa, muito obrigada doutor! -Respondi alegre

-Não agradeça a mim, eu só a mediquei, agradeça a essa sua força de vontade, ela que te manteve firme para estar aqui sorrindo novamente!

Eu sorri e voltei a olhar para minha filha. -É... Foi mesmo graças a ela que eu aguentei tudo isso!

-Eu deixarei as duas sozinhas descansando. Tenho alguns papeis me esperando para serem rabiscados, mas é claro que voltarei aqui antes de saírem, não as deixarei irem embora sem me despedir! Até mais tarde. -Ele sorriu e foi embora, eu me senti aliviada ao saber que poderia ir embora para casa, sentia falta da minha antiga vida, mais sabia que voltar pra casa não mudaria o fato de que nada seria como antes novamente...

Ao fim do dia ele voltou como havia prometido e me acompanhou até a recepção do hospital onde Tai nos esperava sentado numa das cadeiras com um olhar sério no rosto.

-Tai? -O olhar sério dele se desfez assim que ele nos viu, ele abriu um sorriso e veio até nós.

-Sora! Você está com uma cara ótima!

-Hmmm, obrigada, mas oque faz aqui?

-Ora, vim busca-las, por quê?

-N-nada... -Eu desviei o olhar, Tai pareceu não perceber e voltou-se para nossa filha que estava em meus braços

-Bom, preciso ir, Veja se cuida bem das duas, ouviu? -O Drº Mateus falou com o Tai

-Pode ter certeza que irei!

-Que bom, enquanto a você -Ele olhou para mim- Alimente-se direito a partir de agora, está bem?

-Pode deixar, eu irei.

-Assim espero, bom... Eu até diria que espero vê-los novamente em breve, mais acho que isso não é algo que gostariam de ouvir de um médico! -Nós três rimos e ele se despediu mais uma vez, eu acompanhei Tai até o carro dele e ele nos levou para minha casa, foi muito bom poder voltar pra casa.

Ao chegar na em frente a minha casa, senti a nostalgia tomar conta, nunca havia ficado tanto tempo longe de casa, minha filha estava deitada nos meus braços dormindo

-Nossa, parece que eu fiquei uma eternidade longe daqui! - eu entrei na sala de estar sorrindo

-Você faz parecer que foi mesmo! -Tai sorriu

Eu caminhei pela minha sala me lembrando de cada cômodo, pensar que agora eu poderia dividi-la com minha filinha, foi quando me ocorreu algo importante.

-Tai... Eu não preparei um quarto pra ela! -Ele apenas sorriu me encarando

-Me segue -Ele passou por mim indo até o segundo andar, nós paramos em frente a porta do quarto onde eu quartava  minhas coisas

-Oque tem no meu quarto da bagunça? -era assim que eu o chamava

-Uma surpresa pras duas... - eu o olhei confusa vendo-o abrir a porta, eu fiquei boquiaberta ao ver dentro do quarto, ele estava completamente mudado, minhas coisas haviam sumido dando lugar para um enxoval de bebê, era tudo cor-de-rosa e branco cheio de bichos de pelúcia, o berço era branco com um véu de ceda com laços rosas em cima, estava tudo tão bonito que eu mau acreditei!

-Nossa! Mas... Como? -eu entrei no quarto espantada com tudo aquilo

-A Mimi e eu que fizemos, na verdade ela que escolheu tudo, eu só fiz a parte braçal! -ele riu, eu fui até o berço olhando-o de perto, eu passei minha mão sobre ele, eu levantei o véu deitando minha filha no berço, eu a cobri com o lençol e sorri vendo-a dormir, eu me virei para o Tai que sorria me olhando.

-Obrigada.

-Não precisa agradecer, só fiz o meu dever como pai! -ele sorriu

-Não, você vez bem mais do que isso, você ficou ao meu lado mesmo depois de tudo que eu fiz-- ele me interrompeu se aproximando de mim, ele colocou a mão no meu rosto e me fez olhar nos olhos dele.

-Não vamos falar disso agora... -seu olhar estava diferente, parecia estar perdido, ele começou a aproximar-se mais de mim, meu corpo respondeu involuntariamente, nossos corpos ficaram juntos e eu pude sentir a respiração dele contra o meu rosto, seu aroma me estava fazendo perder a razão, nossos lábios estavam próximos mais vacilavam toda vez que iam se tocar, meu coração estava disparado e minha cabeça estava em silêncio, não conseguia ouvir meus pensamentos, nem queria, pois com certeza me mandariam me afastar.

Finalmente nossos lábios se tocaram, mais do que isso, Tai aprofundou tanto o beijo que senti que ele estava roubando o ar de meus pulmões, mas não me importei, eu correspondi me deixando levar pelo sabor de sua boca, ele me abraçou mais forte deixando nenhum espaço entre nossos corpos.

Tivemos que nos separar quando a falta de ar foi insuportável, nós nos olhamos ainda sobre o efeito do beijo, mas não demorou para que eu me lembrasse do que eu havia prometido a mim mesma.

-Tai, eu...

-Me desculpe... -Tai me olhou triste e se afastou. -é melhor você ir se arrumar, eu vou preparar algo para você comer. -Ele saiu do quarto com o olhar triste

Eu fui para o meu quarto que continuava o mesmo, eu arrumei minha roupa e fui tomar um banho quente, eu realmente precisava daquilo, após me vestir, eu voltei para o quarto e deitei sobre a cama, meu corpo parecia estar muito mais leve depois do banho, eu sorri abraçando o meu travesseiro, logo adormeci...

Eu despertei de repente com o choro da minha filha, eu levantei assustada e corri pra fora do quarto, estava tudo apagado a não ser pelo quarto dela eu fui até a porta e vi Tai com ela no colo tentando acalma-la.

-Tai, oque houve?

-Sora? Por que você levantou?

-Eu escutei ela chorar e vim correndo, oque houve?

-Nada, ela só deve estar com fome, vem cá. -eu me aproximei e ele colocou-a em meus braços. -Segura ela enquanto eu vou pegar a mamadeira.

-Não precisa, eu posso dar de mamar pra ela, é uma das razões pela qual sou a mãe!

-Sora, você não comeu nada o dia inteiro, não é verdade? -eu abaixe a cabeça entendendo oque ele queria dizer. -Não se preocupe, você ainda terá chance de fazer isso, está bem?- ele beijou minha testa e saiu, eu me sentei numa cadeira que tinha próxima ao berço, eu olhei para minha filinha que estava nos meus braços, eu coloquei minha mão perto dela e ela segurou meu dedo levando-o até a boca, eu sorri vendo o rostinho lindo dela, Tai chegou pouco depois com a mamadeira em mãos.

-Nossa, você foi rápido!

-É que eu já estava preparado pra isso! -ele sorriu vindo em minha direção. -Aqui, a honra é toda sua. -ele me entregou a mamadeira, ela começou a mamar colocando as mãozinhas na mamadeira, eu finalmente entendi a alegria de uma mãe ao dar de mamar para o filho pela primeira vez, mesmo que não fosse diretamente, a sensação ainda era incrível!

-Ela estava mesmo com fome... -Eu sorri

-É, e você também deve estar, já que dormiu antes que eu terminasse de preparar o jantar! - Tai sorriu me olhando

-Desculpa, é que eu senti falta da minha cama! -Eu ri

-Tudo bem, eu esquento algo para você comer. -Tai se levantou e saiu do quarto, eu permaneci com ela em meus braços até ela terminar de mamar e adormecer, eu a coloquei de volta no berço e desci para ver oque o Tai estava fazendo.

Eu o encontrei na cozinha terminando de esquentar a comida, ele sorriu ao me ver e me chamou para sentar-me a mesa com ele, ele arrumou tudo para que pudéssemos jantar, apesar de ter demorado dormindo, ele havia esperado por mim para jantar, logo ele arrumou tudo pra podermos jantar.

-Sabe, eu estava aqui pensando... -Tai falou enquanto comíamos. -Nós podíamos sair amanhã!

-Sair? Pra onde iriamos?

-Que tal a praça no centro? Lá é um lugar calmo, perfeito pra levarmos nossa filha pra dar uma volta!

Quando eu escutei ele falar “nossa filha” eu senti algo estranho. -É, pode ser uma boa ideia... -respondi terminando de comer.

-Então está combinado! -Ele ficou todo feliz, era bom ver o sorriso dele, precisava de algo que pudesse me alegrar também...

No dia seguinte nós fomos a tal praça, graças a Deus Tai havia me permitido dormir até a hora que eu quisesse, é claro que por causa disso, já era mais de três horas da tarde quando nós saímos, pelo menos o clima estava bom.

Eu estava sentada num dos bancos perto dos jardins com minha filha nos braços, ela estava acordada mais estava quietinha, eu brincava com ela pra fazê-la sorrir mais não conseguia, aquilo estava me preocupando, eu pude sentir um aperto no peito como se algo ruim estivesse pra acontecer, Tai retornou sorrindo com dois sorvetes em mão.

-Aqui está, um de baunilha pra você, e um de chocolate pra mim! - ele me entregou o meu e logo foi tomando o dele, eu dei uma lambida no meu e olhei para o Tai. -Oque foi?

-Nada... -respondi abaixando o olhar

-Sora, eu sei que quando faz essa cara é porque tem algo errado, oque aconteceu? - ele se abaixou para me olhar nos olhos, eu senti um aperto maior no peito ao olhar nos olhos castanhos dele.

-É que... estou com um mau pressentimento, talvez nós não devíamos ter vindo aqui hoje!

-Do que está falando Sora? O dia está ótimo, você finalmente saiu um pouco de casa e estamos com nossa filha conosco! Só algo muito ruim para arruinar isso! -ele sorriu tentando me animar, mas não adiantou.

-Sora? -Uma voz veio de trás do Tai, uma voz que reconheci logo.

-Falando no diabo! -Tai resmungou baixo se levantando e olhando furioso para o dono da voz. -Oque quer aqui, Matt?

-Foi por puro acaso que os encontrei aqui, estava tentando falar com a Sora mais não consegui! -Ele olhou em minha direção, seu olhar parecia triste

-Tá, você já viu ela, agora dá o fora! Ela não precisa que você a fique pressionando!

-Eu não tenho nada a tratar com você Tai, eu quero falar com a Sora!

-Mais não vai! -Tai deu um passo a frente irritado, Matt manteve o olhar sério, eu sabia que aquilo só provocaria mais problemas

-Tai... -Eu me levantei e coloquei a mão em seu ombro. -Deixa eu falar com ele.

-Sora, não pode estar falando sério! -ele me olhou, ele já sabia oque Matt queria falar comigo, por isso estava tão bravo, mas eu tinha que resolver isso logo.

-Deixa eu resolver isso... -Tai não concordava com isso, mas cedeu, eu coloquei nossa filha em seus braços e me afastei para conversar com Matt. -oque aconteceu?

-Você se sente melhor? -seu olhar parecia realmente preocupado

-Estou, esses últimos dias tem sido difíceis mais estou melhor.

-Entendo... -ele olhou para trás de mim, provavelmente para o Tai.

-Oque foi?

-..., Você já tomou sua decisão? -Ele me olhou nos olhos, mas ao invés do olhar frio que eu já esperava, seus olhos estavam tristes, eu olhei para trás em direção a minha filha que estava nos braços de Tai, eu olhei para seu rosto que me olhava sério, meu coração doía enquanto minha mente parecia estar em guerra, aquilo estava me destruindo e tinha que acabar, mas as palavras pareciam estar entaladas na garganta...

-Eu vou com você... -Minha voz saiu rouca e baixa, aquilo doeu tanto, mas não sentia como se houvesse como dizer outra coisa, era isso que minha mente dizia pra fazer e eu não conseguia ouvir mais nada a não ser sua voz...

-Tem certeza? Pense no que está dizendo...

-Eu já pensei, e essa é minha decisão! -Eu o olhei séria, aquela era minha escolha, era a coisa que eu sentia que devia ser feita, eu não podia ficar sem ele...

-..., está certo, eu irei viajar amanhã, e não irei adiar mais. -Ele se virou com intenção de ir embora. -Tem até lá para mudar de ideia. -ele foi embora, quando me virei vi que Tai estava indo em direção ao carro.

Eu corri em sua direção e o puxei pelo ombro para que olhasse pra mim. -Tai, me perdoa...

-Não tem nada a ser perdoado, você fez sua escolha e tenho que aceitar isso... -ele abriu a porta do carro e se virou para mim. -Aqui, segure ela. -Ele colocou nossa filha em meus braços e entrou no carro.

-Aonde você vai?

-“eu” vou levar você pra casa, e vou pegar as coisas dela pra leva-la pra minha casa.

-Oque? Você vai leva-la hoje?

-É, não queremos atrapalhar quando estiver arrumando suas coisas. -Ele falou de maneira fria sem me olhar, eu abaixei o rosto e entrei no carro.

Ele fez exatamente como disse, assim que chegamos, ele foi direto arrumaar as coisas da nossa filha, ele não teria como levar tudo de uma só vez, por isso falei que deixaria a chave da casa com a Mimi caso ela precisasse, eu tentei conversar com ele mais ele não me deu atenção, estava chateado, e talvez bravo...

Já era tarde da noite, talvez de madrugada, Tai já tinha ido embora e levado nossa filha com ele, eu havia terminado de arrumar as minhas coisas e estava deitada na cama, estava mais é jogada sobre ela, com minhas pernas pra fora e meus braços abertos, gostaria de dormir, mais isso não aconteceria tão cedo...

A luz da lua entrava pela janela iluminando parte da cama, meu corpo parecia pesar toneladas, tinham lágrimas paradas nos cantos dos meus olhos e eu sentia um desconforto em meu peito, por que eu me sentia assim? Eu estava tomando a decisão que minha cabeça ordenou, então por quê?

Eu estava perdida nesses pensamentos quando escutei um barulho que me fez levantar assustada, um choro de criança, não... o choro da minha filha!

Eu me levantei as pressas e corri até onde o quarto dela ficava, a luz estava acessa e a porta aberta, eu corri parando assustada em frente a porta, meus olhos se arregalaram ao ver a imagem de Tai ao lado do berço com ela em seus braços, ele olhou pra mim e sorriu, tudo então começou a se desfazer, eles sumiram e até a luz se apagou, tudo oque restou foi um quarto com brinquedos e um espaço vazio onde ficava o berço.

Eu caí de joelhos me apoiando no portal deixando as lágrimas escorrerem...

Não demorou para o sol nascer, eu escutei a campainha tocar e fui atender, quando abri a porta, encontrei Mimi parada olhando para mim triste, Matt estava atrás dela com o mesmo olhar.

-Sora? Você não parece nada bem! -Mimi me olhou de baixo acima.

-Eu estou bem, só foi uma noite difícil de dormir. - eu tentei sorrir, Matt estava sério.

-Você não precisa fazer isso Sora... -Ele falou com o olhar triste voltado para mim

-Está tudo bem Matt, eu vou ficar bem! -Eu sorri

-Sora... -Mimi me olhou triste

Ela me ajudou a colocar as coisas no carro do Matt, Nós fomos até o aeroporto, ao chegarmos na área próxima ao embargue, a pessoa que eu menos esperava ver ali, estava a nossa espera.

Ele estava em pé de frente para nós com nossa filha em seus braços, eu não consegui esconder meu espanto ao vê-lo ali.

-Tai? -Eu me aproximei e ele sorriu

-É, eu mesmo!

-mais... por quê?

-Ela queria se despedir... -Eu olhei para nossa filha que estava em seus braços, eu a peguei no colo sorrindo, tê-la em meus braços ali era tão reconfortante.

Tai me abraçou com ela ainda em meus braços e colocou a mão em minha cabeça para poder beijar minha testa.

-Eu te amo... -Ele sussurrou com os lábios tocando minha pele, eu apoiei mina cabeça no peito dele sentindo as lágrimas queimarem pelo meu rosto.

-Me perdoa Tai... me perdoa... -Ele colocou a mão sobre o meu cabelo e me beijou de novo,.

-Sora... -A voz do Matt me fez acordar e eu o olhei. -Está na hora. -Eu acendi e ele foi em direção ao portão de embargue, eu olhei para Mimi que me olhava triste.

-Obrigada, por tudo! -Eu sorri e a abracei

-Vê se se cuida sem mim, está bem? -Ela sorriu retribuindo o abraço

-Pode deixar! -eu me virei e para o Tai, eu me aproximei da minha filha que estava nos braços dele e a beijei na testa.

Eu então olhei nos olhos do Tai.

-Adeus... -Ele me puxou pra perto e me beijou nos lábios

-Até logo... - ele sorriu se afastando de mim

Eu me afastei indo até o lado de Matt, eu olhei uma ultima vez para trás, Aquela poderia ser a ultima vez que eu os veria...

Nunca na minha, desejei tanto poder ouvir oque meu coração dizia, saber qual escolha ele queria que eu tomasse, mas por algum motivo, ele se manteve em silêncio...

Agora era tarde, já tomei minha decisão... e vou ter de viver com ela....

...


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, e não, a história não acaba aqui, mais vou deixar o suspense;-)



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