Digimon: Golden Memories escrita por foreveralone san


Capítulo 8
Escolhas difíceis (parte dois)


Notas iniciais do capítulo

olá! acabei me empolgando e escrevi esse mais cedo, eu gostei muito desse, mas devo dizer que no final desse capitulo duas coisas podem acontecer; ou vocês vão ficar com raiva do Matt ou com raiva de mim... nos veremos nas notas finais...



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Passaram-se um pouco mais de Dois meses dês de que o Tai e eu terminamos a relação que tínhamos, nós ainda nos encontramos, mais só como amigos, o Matt falou que ainda levaria um tempo até acertar tudo com relação à proposta que ele recebeu, eu estava levando a vida normalmente, percebi como era mudar de hábitos tão de repente, antes eu passava o meu tempo sem o Matt junto ao Tai, mas agora eu tinha que me conformar em passar mais tempo com a Mimi, ela não parecia ter aceitado muito bem a minha decisão, mas ao menos fingia; oque mais me preocupa é que dês de que eu terminei com o Tai, depois da ultima noite juntos, eu comecei a me sentir mal, deve ser só um mal estar passageiro, não sei... Meu instinto diz que algo ruim esta por vir...

Hoje eu vim ao Shopping com a Mimi e a Yolei, normalmente isso me alegra, mas hoje eu estou sentindo tantas náuseas, esse mal estar não me larga!

Eu me sentei junto a Yolei numa mesa em frente a uma lanchonete, Estávamos a espera da Mimi que tinha ido comprar alguma coisa, admito que eu não escolhi o melhor lugar para fazer isso, o cheiro de comida estava piorando o meu enjoo.

-Sora, você está bem?- Yolei me olhou preocupada, eu estava com o rosto apoiado na mesa, iria vomitar ali mesmo se pudesse.

-Gostaria de dizer que sim, mas--eu coloquei a mão na boca interrompendo oque queria sair- tenho que ir ao banheiro urgente!- me levantei rápido

-Espera! Eu vou com você! - ela se levantou para ir comigo mais eu não deixei.

-Não, fica aí, se a Mimi não encontrar nenhuma de nós ela vai dar chilique!

-Mas...

-Fica aí, eu já volto!- eu corri em direção ao banheiro

Eu entrei correndo no banheiro indo para o primeiro Box livre e tranquei-o rápido, me ajoelhei de frente para o vaso, já estava cansada de fazer aquilo quase todos os dias, não conseguia entender oque estava acontecendo, coloquei a mão no rosto, ainda estava sentada no chão do banheiro quanto ouvi alguém bater na porta.

-Sora, você está ai?- era a voz da Mimi

-Estou. - assim que terminei de falar, tive que vomitar novamente.

-Abre a porta... - eu estiquei o braço pra trás procurando o trinco, finalmente consegui abrir a porta, eu me levantei voltando-me de frente para ela, ela tinha um olhar preocupado.

-Eu estou bem, é serio! -Falei tentando anima-la sem aparente sucesso

-Não parece...

-Que isso Mimi, é só um enjoo passageiro!

-Um enjoo passageiro que já durou mais de uma semana?

-... -eu tinha que concordar, já estava meio estranho, ela me olhou sério antes de tirar algo de dentro de uma sacola que estava na mão dela, o objeto que ela me mostrou me assustou de imediato. -Oque é isso? Você não acha que eu...

-Acho, mas preciso ter certeza, nós precisamos ter certeza!

-Ah qual é Mimi! Eu não vou fazer esse teste idiota, eu sei muito bem oque está acontecendo no meu corpo! -Eu falei aquilo, mas a verdade era que parte de mim tinha medo de saber a verdade, saber oque aquele teste revelaria...

-Se tem tanta certeza assim, porque está com medo de fazê-lo? - ela tinha razão, não teria como discutir, além do mais, eu tenho certeza que dará negativo, tem que dar, vai dar!

Eu peguei-o das mãos da Mimi e fechei a porta do Box respirei fundo antes de prosseguir; poucos minutos depois eu abri a porta olhando para Mimi com os olhos cheios de lágrimas, eu corri para abraça-la, deixando as lágrimas escorrerem no ombro dela.

-Oh Sora, não se preocupe, vai ficar tudo bem! -ela me abraçou forte, eu gostaria de acreditar nas palavras dela, mas não vai ficar nada bem.

Nós voltamos até a lanchonete onde eu contei para elas oque aconteceu, Mimi já parecia saber de tudo, ou pelo menos já esperava, porem Yolei, coitada, ficou completamente perdida, eu estava chocada, nem nos meus piores sonhos eu imaginei que isso aconteceria não que eu não quisesse nem nada, mas não queria que fosse um acidente, ninguém quer...

-Nossa Sora, eu nunca imaginei que você faria isso, quer dizer... -Yolei parecia não saber oque dizer, ela normalmente é hiperativa e às vezes até difícil de aturar quando fala demais, mas quando o assunto era o coração ela se atrapalha toda.

-Pelo menos agora eu sei a historia toda. - Mimi falou com uma expressão séria no rosto, ela sempre foi a minha conselheira e melhor amiga, mas até ela parecia não concordar com a minha atitude.

-É... Oque eu faço agora? -Eu levei as mãos ao rosto respirando fundo, eu me meti numa encrenca das grandes.

-Você tem certeza que o Pai dessa criança é o Tai? -Mimi me perguntou

-Claro! Quem você acha que seria?

-Não sei; talvez o seu “noivo não oficialmente”? -ela falou a ultima parte com um tom de sarcasmo

-Não o Matt e eu sempre usamos proteção...

-E você e o Tai não?

-Sim, menos naquela noite, nos deixamos levar pelo momento e...

Nós ficamos em silêncio, eu tinha que pensar no que fazer, como o Matt reagiria? Como eu contaria a ele oque aconteceu nesses últimos anos? Ele deixaria de me amar?

-Oque você pretende fazer agora? -Mimi me perguntou, Yolei só nos olhava, provavelmente não queria se meter e acabar falando algo errado.

-Essa é uma pergunta que vale um milhão! - eu repousei a cabeça na mesa, levando as mãos à cabeça.

-É simples, você vai ter que contar, uma hora ou outra, só tem que escolher a quem contar primeiro.

-Isso é simples pra você?

-Eu disse simples, não fácil.

Eu respirei fundo, tinha que resolver a quem contar primeiro, Eu estava mais preocupada com a reação do Matt, ele estava pra oficializar o pedido de casamento a qualquer dia, e eu teria que soltar essa bomba logo agora! Juro que pensei que escaparia ilesa dessa história, pensei que tudo isso ficaria no passado, algo que só eu e o Tai saberíamos...

Ah, o Tai... Estava me esquecendo completamente dele, como ele aceitaria isso? Sabendo dos sentimentos dele por mim, isso dificultaria mais as coisas; enquanto eu pensava nisso, ouvi meu celular tocar e o peguei de dentro da bolsa, meu coração apertou ao ver quem era.

-Quem é, Sora?

-A resposta a sua pergunta. -eu fiquei com o celular na mão tocando, estava tomando coragem- Oi, Matt...

-Oi Sora, está tudo bem com você?

-E-está, porque está me perguntando isso? -Eu devo ter soado um pouco nervosa já que ele demorou um pouco para responder

- Então tá, eu liguei porque tem algo que quero falar, pode vir a minha casa?

-É algo importante?

-Sim, de extrema importância! - ele falou com a voz séria, eu já não sabia com oque me preocupar, se era com ter que contar a verdade pra ele ou com oque ele tinha a me dizer.

-Está bem, te vejo daqui a pouco. -eu desliguei o telefone e olhei para Mimi e Yolei, elas pareciam preocupadas.

-Oque você vai fazer?-foi Yolei que me perguntou, Mimi me olhava séria, mas parecia um pouco triste.

Eu me levantei sorrindo -Concertar meus erros.

Eu me despedi delas e fui para a casa do Matt, no caminho, fui pensando em como iria falar pra ele a verdade, o pior seria se ele estivesse prestes a oficializar o pedido, a única coisa que eu tinha certeza era que eu estava ferrada...

Prolonguei o máximo que pude antes de chegar a casa dele, tentei pensar em alguma coisa, mas nada veio a minha mente, fui vencida pelo cansaço, a única coisa que restava fazer era falar a verdade, dura e cruel...

Matt atendeu a porta com uma expressão séria, mesmo após me ver ele manteve a expressão e mandou-me entrar de maneira fria, esse era um lado que nunca imaginei que ele tinha, talvez ele tivesse descoberto tudo de uma vez... Não, o Tai nunca faria isso, ele me prometeu!

-Sora, oque tenho a dizer é algo que irá mudar nossas vidas... -eu estava sentada no sofá e ele de costas pra mim voltado para a lareira, a forma séria como ele falava começou a me assustar. -E acredito que já esteja ciente do que se trata.

-E-eu acho... -eu engoli em seco, ele se virou para mim, caminhando lentamente com as mãos nas costas.

-Então está na hora de darmos um fim nessa espera. -ele se aproximava cada vez mais, cada passo dele parecia uma batida forte no meu peito, ele se ajoelhou à minha frente e mostrou oque tinha escondido nas costas, uma caixinha de veludo azul escuro, era oque eu temia!

-Quer se casar comigo? Dessa vez é oficial! -ele riu abrindo a caixinha revelando uma aliança dourada com um lindo diamante com desenhos de rosas em volta, meu coração apertou como se alguém o quisesse esmagar, eu me lembro do dia em que vi essa aliança na vitrine da joalheria, quase tinha desmaiado ao ver o preço, eu não sei como ele havia descoberto sobre esse anel, mas não poderia ser mais perfeito do que isso.

-Então?- ele continuou sorrindo enquanto olhava em meus olhos, eu sorri mas senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, eu levei minha mão até as dele e fechei a caixa segurando as mãos dele, vi sua expressão mudar para confuso.

-Antes que... Antes que eu tenha o direito de responder a esse pedido, Tem algo que preciso contar... -ele me olhou sério, seu rosto era tão bonito assim, dava a ele um ar de maturidade, eu sei que ainda o amo, sempre amei, por isso agora não sei oque fazer, não quero que ele me odeie.

-Oque?

-Nesses últimos dois anos e meio... eu não fui totalmente fiel a você. -ele se levantou separando nossas mãos, ele ficou de costas para mim novamente levando uma das mãos ao rosto.

-Eu o conheço?- Ele falou com a voz fria

-Era o Tai... -eu sei que isso deve parecer a pior coisa a se dizer, mais oque eu teria que dizer agora seria ainda pior - e eu estou grávida... Dele. -Matt me olhou com os olhos arregalados, agora viria à parte em que ele irá gritar comigo.

-Oque? Você me traiu com ele e ainda ficou grávida!? -ele se exaltou um pouco mais ainda não havia perdido a calma

-É mais eu terminei tudo com ele! Nós já não temos mais nada!

-VOCÊS TEM UMA CRIANÇA! -ele logo respirou fundo recobrando a calma, ele não era do tipo de se deixar levar pela raiva.

-Eu sei... -eu abaixei a cabeça, ele apoiou-se na lareira esfregando os olhos de forma nervosa.

-Por quê? Porque você vez isso?

-Eu... Não sei responder a essa pergunta... -eu mantive a cabeça baixa, não sabia mesmo o porquê de ter feito isso, no começo eu achava que era pela emoção, mas de uns tempos pra cá isso passou a me parecer uma mentira que contava a mim mesma.

-Eu não a satisfiz? Eu não dei oque queria? Eu era ausente demais ou só um idiota pra você?

-Não, você não teve nada a ver, era algo comigo, eu é que me deixei levar pela emoção! Eu juro que não queria de magoar!

-Sei, você se deitou com meu melhor amigo, Deu pra ele por quase três anos escondida, mas oque importa é que não quis me magoar nunca! Entendi direito?- a minha escolha de palavras não foi uma das melhores, e agora ele estava mais zangado ainda.

-Matt... -Ele me deu as costas novamente, segurando com força na lareira.

-É melhor você ir, Sora.

Eu me levantei pegando a minha bolsa e indo em direção a porta em silencio, antes de sair eu olhei para ele mais uma vez, mais ele não olhou para trás, eu sai da casa dele com o coração doendo.

Eu fui para casa descansar, Mimi me ligou várias vezes mais eu não atendi, ela iria perguntar oque aconteceu mais eu não queria falar sobre isso agora, eu tinha outra coisa com oque me preocupar, tinha que falar com o Tai, Eu ia deixar pra falar amanhã mais fiquei com medo que ele descobrisse através do Matt, eu fui pra casa dele, sabia que estaria lá de folga do trabalho.

Não demorei a chegar, ainda era de tarde quanto bati na porta dele, ele abriu a porta com o cabelo dele todo bagunçado e o rosto amassado, devia estar dormindo, tive a confirmação quando ele bocejou.

-Sora, oque faz aqui?

-Você é muito preguiçoso, dormindo de tarde?- eu sorri, só mesmo ele pra conseguir me fazer sorrir mesmo nessa situação, ele conseguia fazer isso até sem querer.

-É pra isso que servem as folgas! -ele riu esfregando os olhos, ele estava sem a camisa vestindo só uma bermuda larga, ele apoiou um dos braços no portal sorrindo, o corpo perfeito dele e a pele morena trouxeram as memórias de volta, cada dia que passamos juntos...  ESPERA! Oque eu estou fazendo? Vim aqui por outro motivo!

-Tai, tenho algo sério a falar com você! -ele continuou sorrindo apoiando as costas no portal

-Fala.

-Por acaso o Matt ligou pra você?

-Não, por que ele ligaria?

Eu respirei fundo tomando coragem, isso o deixou um pouco preocupado.

-Tai, eu estou grávida... E você é o pai! -primeiro ele me olhou confuso, ele perguntou se eu estava de brincadeira, mas eu disse que não, ele então abriu um sorriso enorme me agarrando pela cintura e me rodando no ar, ele ria como uma criança, ele foi o primeiro e provavelmente o único a ficar feliz com a noticia, ele me colocou no chão e me beijou com rapidez, eu o empurrei afastando-o de mim.

-Oque pensa que está fazendo? - Exclamei brava

-Ora, estou comemorando!

-Por quê?

O sorriso dele diminuiu - você não está feliz Sora?

Eu desviei o olhar- Isso só me trouxe problemas! -assim que terminei de falar eu senti duas mãos segurarem meus braços com força.

-Do que você o chamou? - ele me olhou com raiva

-Eu não estou falando da criança! Estou falando de você ficar me agarrando! Eu contei tudo ao Matt, agora ele deve estar me odiando! -Eu o empurrei soltando-me das mãos dele

-Você ainda está pensando nele? Sora nós vamos ter um filho!

-Não, eu vou ter um filho!- respondi ríspida

-E oque você acha que vai acontecer? Acha que o Matt vai aceitar numa boa oque aconteceu? Acha que vai levar essa criança com vocês quando se mudarem?

-E-eu não sei...

-Então deixa eu falar uma coisa Sora, essa criança não vai embora!

-Do que está falando?

-Eu não vou deixar você leva-la!

-Você não pode fazer isso, eu sou a mãe!

-E eu sou o pai! E vou lutar pelos meus direitos, vou lutar por vocês duas! -eu não pude acreditar no que estava ouvindo

-Seu...

-Eu não lutei por você uma vez e a perdi, não deixarei acontecer de novo! -eu não estava ouvindo aquilo, eu não consegui me conter, eu acertei um tapa no rosto dele com toda força que tinha, mas nem isso bastou para fazer ele perder o olhar sério.

Eu saí correndo dali com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, eu não podia acreditar no que estava acontecendo, como a minha vida tomou esse rumo? Porque isso tinha que acontecer comigo?

Eu fui pra casa o mais rápido que pude, a Mimi me ligou varias vezes mais não quis atender, não quero falar com ninguém, tudo que quero agora é ficar sozinha.

Passaram-se Três semanas dês deque eu contei a verdade ao Matt, não tenho noticias de nenhum deles, o Matt não respondia as minhas ligações, eu compreendo o porquê, enquanto ao Tai... Eu não quero falar com ele.

A única pessoa com quem mantive contato foi a Mimi, caso contrário ela arrombaria a porta da minha casa, ela não perguntou sobre oque houve naquele dia, algo bom não seria. Eu passava o tempo todo em casa, nesse exato momento eu estava sentada no meu sofá assistindo televisão, a Mimi estava comigo, aquilo era uma tortura para alguém tão agitada como ela, era fácil de perceber isso já que ela estava inquieta no sofá.

-Não sei como você aguenta ficar assim por tanto tempo! - ela reclamou bufando

-você não precisa ficar aqui se não quiser, eu vou ficar bem sozinha, tenho que me acostumar com isso... -falei desanimada

-Nossa! Que drama mais deprê! Você tem que sair dessa maré de tristeza, erga-se e volte a ser aquela garota forte e confiante que você sempre foi! - ela tentou me animar mais eu simplesmente desviei o olhar

-E como faço isso?

-Primeiro levanta desse sofá e lava o rosto, você está horrível! Segundo: esquece aqueles dois, você tem que se cuidar, você tem uma criança dentro de você, não pode passar toda a gestação triste desse jeito! -Eu gostaria de poder seguir o conselho dela, mas não dava, a culpa era mais forte.

Ela ficou me olhando triste, eu sei que ela queria me ajudar, mas não havia nada que ela pudesse fazer, o meu celular começou a tocar mais eu não dei atenção, Mimi então o pegou e atendeu.

-Alô?-ela pareceu meio irritada depois de falar, perguntei quem era mais ela me ignorou- oque quer com ela?- ela pareceu ficar mais irritada e me passou o telefone. -Toma, é o seu suposto noivo!- eu peguei o telefone rapidamente querendo ter certeza que era ele.

-Sora, pode vir até minha casa? Preciso falar com você.

-Claro! Mas Matt... Oque quer-- ele desligou o telefone antes que eu terminasse de falar, se ele ainda estava bravo comigo, porque queria me ver?

Eu me levantei rápido indo me arrumar, a Mimi ficou surpresa com a velocidade com que me levantei.

-Aonde você vai?

-Vou à casa do Matt! - falei um pouco mais animada

-Você vai mesmo fazer isso?

-isso oque? -Mimi me olhou como se eu estivesse fazendo a coisa mais estupida de todas, eu não entendo oque ela tem contra o Matt.

-Nada, esquece! -ela se levantou pegando a bolsa dela e indo até a porta

-Mimi...

-Espero que consiga resolver a sua vida Sora, mas vê se não faz a escolha errada, está bem? -ela saiu antes que eu pudesse falar algo

Eu não entendi oque a Mimi quis dizer com aquilo, mas eu tinha outra coisa com oque me preocupar, não demorei a chegar à casa do Matt, ele abriu a porta e me olhou da mesma maneira fria que da ultima vez, ele pediu que eu entrasse e sentasse na poltrona, ele se sentou na poltrona que ficava de frente separado apenas por uma mesa de centro, ele me olhava sério mais não disse uma palavra, ele então se levantou afastando-se e virando-se de costas para mim.

-Eu falei com o Tai, parece que você foi vê-lo logo após sair daqui...

-É-é mais eu juro que não aconteceu nada!

-Não importa, não foi por isso que de chamei aqui. -ele não olhou para mim, ele permaneceu em pé de costas. -Como eu já havia lhe dito, eu recebi uma proposta de emprego em outra cidade, não tenho porque recusar, e logo terei que aceita-la ou a perderei.

-E, você ainda quer que eu vá com você? -ele ficou em silêncio por alguns momentos antes de respirar fundo e se virar para mim

-Eu vou de dar uma escolha, Sora.

-Uma escolha?

-Você pode vir comigo e esqueceremos tudo oque aconteceu, começaremos uma vida nova ou, você fica aqui, com o Tai e vocês os dois criam essa criança juntos--eu o interrompi.

-Eu quero ficar com você Matt! Se me deixar, eu irei me redimir pelo--.

-Você não me deixou terminar, se escolher vir comigo, a criança que você carrega terá de ficar. - eu não consegui esconder o espanto ao ouvir aquilo, senti como se levasse um golpe.

-O-oque? Você quer que eu abandone o meu filho que está pra nascer? -falei indignada

-Não, quero que escolha, e essas são as condições. -ele falou com frieza

-Você... Você é um desgraçado! Como pode me forçar a fazer uma coisa dessas!

-Eu não a estou forçando a nada! Eu estou de dando uma escolha Sora, faça oque quiser.

-E com quem eu a deixaria?

-Eu conheço o Tai há mais tempo que você, eu sei que ele cuidaria muito bem dessa criança.

-Ele concordou com isso?

-Eu dei a escolha a você Sora, se ele for influenciar em algo, não será por minha causa!

-Sabe o quão injusto isso que você esta fazendo comigo?

-É tão justo quanto oque fez comigo.

-SÃO COISAS COMPLETAMENTE DIFERENTES!!! - eu gritei com algumas lágrimas se formando em meus olhos.

-Se é tão importante pra você, basta ficar aqui!

Eu fiquei em silencio, não podia acreditar no que ele estava fazendo, aquilo era cruel, como ele pode?

-Caso você ainda for pensar, saiba que esperarei até que essa criança nasça, mas depois eu irei embora, com ou sem você. -ele se virou de costas novamente, eu me levantei indo em direção a porta

-Eu nunca pensei que você fosse capaz disso, nunca achei que fosse acabar assim...- eu abri a porta dando uma olhada nele uma ultima vez

-Eu também queria que fosse diferente... -ele não olhou para trás

Eu fui para casa totalmente arrasada, senti toda força que ainda tinha no corpo se esvair, eu não consegui dormir aquela noite, nem nas noites que vieram depois...

Já se passaram mais quatro meses, estou no meu sétimo mês de gestação, mais não estou pensando nisso agora, nesses últimos dias eu só venho pensando no que o Matt falou, eu não sei se tenho coragem para tomar tal decisão, eu o amo e não quero perde-lo, mas não posso simplesmente deixar meu filho para trás, eu sei que o Tai seria um pai maravilhoso, mais não é tão simples...

A Mimi foi a única pra quem contei, ela falou mal do Matt de tudo que era forma possível, no dia eu também estava com raiva dele por isso deixei que ela falasse oque quisesse, mas dês de então ela não perguntou qual era minha escolha, é claro que ela sabe que eu não poderia escolher assim, da noite pro dia, mas ela ficou ao meu lado todos os dias a partir daí.

Eu estou em casa, deitada na minha cama, ainda são duas da tarde mais não tenho forças para levantar, só quero continuar a dormir, talvez assim meus problemas sumam...

Eu escutei a porta do quarto abrir mais não me incomodei em olhar quem era.

-Sora, você ainda está deitada? - era a Mimi, eu dei a ela uma chave da minha casa pra que eu não tivesse que ficar indo abrir a porta toda hora.

-Oque foi? - eu falei cobrindo a cabeça com o cobertor, ela veio até o lado da cama e puxou o cobertor com força, eu olhei para ela e vi que ela me olhava triste.

-Você já comeu algo hoje?

-Eu estou sem fome!

-Você está só osso, isso sim!- ela se sentou ao meu lado. -você está grávida, tem que comer alguma coisa...

-Eu não quero.

-Não é questão de querer, você tem que comer! Quer ficar com anemia durante a gravidez?

-me deixa em paz! -ela me olhou triste, eu não queria trata-la assim, mas eu não aquentava mais ouvir as pessoas me dizendo oque fazer.

-Eu só quero ajuda-la Sora, mas não está dando...

-Então vai embora! Eu posso me virar sozinha! -ela ficou ao meu lado por um tempo, eu não vi o rosto dela, pois me virei de costas, eu só a ouvi sair.

Eu não devia tê-la tratado daquela forma, ela foi a única que ficou ao meu lado durante todo o tempo, eu fiquei deitada chorando, sozinha, talvez fosse isso que eu merecesse, depois de tudo que fiz...

Eu ouvi a campainha tocar mas não atendi, só que continuaram a persistir, passou-se meia hora e ainda  tocavam a campainha, eu desci as escadas furiosa indo até a porta, quando abri levei o maior susto.

-T-Tai? -ele estava parado em frente a minha porta com um olhar triste, ele me olhou de cima abaixo.

-Você está horrível... -apesar de não ter gostado de ouvir aquilo, ele tinha razão, como não me alimentava direito, havia emagrecido muito, e se você juntar olheiras profundas, uma barriga de grávida de sete meses e uma camisola fina, não vai conseguir um bom visual.

-Por que veio aqui?

-A Mimi me contou oque esta acontecendo e ela pediu que eu viesse cuidar de você.

-E por que você?

-Tem mais alguém que possa fazer isso? -eu entendi oque ele quis dizer, eu abaixei o rosto e vi que ele tinha uma sacola na mão.

-Oque é isso?

-Seu almoço. -ele retirou uma marmita de dentro da bolsa

-Eu não estou com--ele retirou a tampa e o aroma veio até mim, só o cheiro era maravilhoso, pude sentir na hora minha boca umedecer.

-Vejo que mudou de ideia! - ele riu

Eu o deixei entrar e logo ele arrumou tudo para que eu pudesse almoçar, provavelmente era só porque eu não comia direito há algum tempo, mas aquela comida estava ótima!

-Eu não sabia que você podia pegar um prato desses de graça no restaurante, o dono sempre pareceu ser um velho ranzinza! -eu comentei enquanto terminava de comer

-Na maior parte do tempo ele é, mas nem ele pode proibir os funcionários de almoçar.

-Espera! Esse é o seu almoço?

-Não se preocupe, você precisa mais do que eu.

-Mas e você? Vai ficar sem comer nada? -agora eu me sentia culpada por ter comido tudo sem nem oferecer...

-Não tem problema, eu compenso na janta. -ele sorriu pegando o prato em que eu terminei de comer e levando até a pia

-Deixa isso aí, depois eu lavo! -ele ignorou oque eu falei e lavou o prato assim mesmo. -você é muito teimoso sabia? -ele sorriu secando as mãos e vindo em minha direção, nós dois ficamos em silêncio, um olhando o outro nos olhos, o sorriso dele foi se desfazendo.

-Você vai ter que ir agora?- eu perguntei desviando o olhar

-Não;

-Hãm?

-Eu pedi a um colega que me substituísse o resto do turno, a partir de hoje vou estar de férias!

-Férias?

-É, elas já tinham acumulado, cedo ou tarde eu teria que usá-las. -ele se sentou perto de mim à mesa - caso não seja um incomodo, vou ficar aqui com você, se a Mimi descobrir que eu de deixei sozinha é capaz dela me matar! -nós dois rimos, á tanto tempo eu não conseguia nem sorrir, mas bastou alguns minutos com ele ao meu lado para que eu conseguisse rir!

Eu o perguntei se queria assistir um filme comigo, ele aceitou e logo nós estávamos no sofá assistindo a um filme qualquer na televisão, nós nos sentamos afastados um do outro, mais após algum tempo eu me aproximei dele, deitando minha cabeça no ombro dele, continuamos a ver o filme e antes que eu percebesse já estava deitada de costas no peito dele, seus braços estavam em volta de mim, eu me sentia tão confortável ali, eu deitei minha cabeça próxima a dele e aos poucos fui adormecendo.

Quando acordei, eu estava no meu quarto, já era noite e o relógio marcava nove e meia, eu estava coberta por um lençol, só havia uma maneira de eu ter chegado ali, eu me levantei devagar me olhando no espelho, meu rosto já havia melhorado, eu desci as escadas que levavam à sala de estar, a luz estava acessa mais não havia ninguém ali, escutei um barulho vindo da cozinha e fui até lá, quando entrei vi Tai em frente ao fogão com algumas panelas no fogo.

-Oque você está fazendo? -ele se virou olhando para mim

-Resolveu acordar? Bem na hora, já estou terminando de preparar o jantar!

-Onde aprendeu a cozinhar?

-Quando se trabalha há tanto tempo em um restaurante você acaba aprendendo algumas coisas, como acha que sobrevivi todo esse tempo?

-Com Pizzas e comida chinesa?

-Verdade, mais de vez enquanto uma comida caseira faz bem. -ele sorriu voltando a mexer nas panelas.

Eu me sentei e fiquei o vendo agir como se fosse mesmo um chefe de culinária, indo de uma panela a outra.

-Você... Vai passar a noite aqui?

-Não, assim que eu tiver certeza que você se alimentou direito eu vou pra casa. -ele não olhou para mim

-Entendo... Mais se quiser ficar, não tem problema.

Ele parou por um instante-Você tem certeza de que é uma boa ideia?

-Eu não quero ficar sozinha, não aguento mais ficar deitada na cama sozinha sem conseguir dormir. -eu abaixei o olhar

Ele se aproximou e se ajoelhou a minha frente - Se você quer que eu fique, eu fico. - ele sorriu e eu o abracei deixando uma lágrima de alegria escapar

-obrigada!

-não precisa agradecer, agora vai tomar um banho para que possamos jantar!- eu acendi e me levantei.

Após o jantar nós ficamos assistindo TV até tarde, como eu dormi de tarde, não estava com sono, Tai por outro lado não ia durar muito tempo, ele queria dormir no sofá mas eu o chamei para dormir na minha cama ele não quis vir mais eu falei que tudo bem, que eu não queria dormir sozinha, ele aceitou e me acompanhou até o quarto, deitamos cada um de um lado da cama, ele dormiu rápido eu por outro lado, não consegui dormir, passaram-se horas e nada do sono vir, ele estava deitado em minha direção, fiquei observando-o dormir, ele estava tão calmo, foi quando me lembrei que ele não devia saber sobre oque o Matt havia falado, se ele soubesse, com certeza ele iria atrás do Matt, e isso não terminaria bem, eu fechei meus olhos tentando conter as lágrimas.

-Está sem sono? -Eu escutei a voz dele e me assustei, ele me olhava sério, ou talvez fosse só sono, eu acendi que sim, ele se aproximou e me abraçou, meu rosto ficou próximo ao peito dele, meus braços tinham ficado entre nós, mas não me impediram de ficar perto o suficiente para escutar as batidas do coração dele, aquilo me ajudou a dormir.

Quando eu acordei, ele ainda estava lá ao meu lado, estava dormindo tranquilamente, eu fiquei ali em silêncio por mais alguns minutos até que o ouvi despertar, eu ergui o rosto e o vi bocejando, ele olhou para mim e sorriu.

-E aí, se sente melhor?

-Muito, obrigada por ficar aqui. - Ele sorriu, nós ficamos abraçados por mais algum tempo até que ele se levantou. -aonde você vai?

-Eu tenho que resolver algumas coisas, nada grave.

-Mas você vai voltar, não vai?

-Eu não sei...

-Não me deixa sozinha, por favor!

Ele se aproximou de mim, eu sei que depois do que eu falei com ele, eu não tinha o direito de pedir nada a ele, mas mesmo assim eu sentia falta dele, meu corpo demonstrava isso, ele colocou um dos joelhos na cama e seguro minha cabeça, dando um beijo na minha testa.

-Eu também sinto sua falta.

-Tai... - ele se afastou sorrindo uma ultima vez antes de ir embora

Mais um mês se passou, Tai me visitava com frequência, mas ele não passava todos os dias comigo, não se sentia a vontade com isso, porem isso me ajudou a melhorar um pouco, mas não me recuperei por completo, Mimi tinha medo que eu tivesse mesmo ficado anêmica, talvez ela tivesse razão, eu me sentia muito fraca.

Ela estava comigo hoje pois estava me sentido muito mal, eu estava com muita dor e com febre alta, ela chamou o Tai para vir, não sei porque não chamou o Joe, ele que era médico.

-Estou aqui, oque houve? -Ele entrou aparentemente preocupado procurando por mim, ele me viu deitada no sofá e veio até mim. -Oque ela tem?

-Não sei, ela está assim dês de que eu cheguei, parece que está com muita dor e quando eu verifiquei a temperatura ela estava perto dos quarenta.

-E por que não chamou o Joe ou a levou no hospital?

-Eu fiquei assustada Tai, você foi a primeira pessoa que veio a minha mente! -Ele se ajoelhou ao lado do sofá

-Sora, consegue me ouvir? -Eu sorri olhando pra ele, meus olhos estavam semiabertos, não conseguia mantê-los abertos por causa da dor de cabeça.

-A respiração dela está muito rápida, temos que leva-la ao hospital!

-Vem sora, eu de ajudo a levantar. -ele passou o meu braço pelo pescoço dele me levantando

-Eu... Consigo andar... -eu me afastei do Tai dando um passo a frente, mas minha visão escureceu e minhas pernas fraquejaram, senti que iria bater a cabeça no chão mais alguém me segurou.

-SORA!!! - Tai gritou me segurando

-Essa não, a bolsa dela rompeu! -assim que a Mimi falou eu senti um liquido escorrer pelas minhas pernas. -Era pra ela estar sangrando?

-COMO EU VOU SABER, VOCÊ QUE É A OUTRA MULHER AQUI!!!

-Eu vou chamar a ambulância!

-Não dá tempo, abre a porta! -Tai me levantou no colo, me carregando até a porta. -vá na frente e abre a porta de trás do meu carro! -ele me deitou no banco de trás e se afastou. - vai com ela atrás.

A Mimi sentou no banco e colocou minha cabeça nas pernas dela. -Fica acordada Sora, vai ficar tudo bem!

Apesar do pedido dela, eu acabei desmaiando, quando eu recobrei a consciência parte da minha visão voltou também, mas meu corpo parecia estar anestesiado, eu vi que estava em algum lugar com o teto claro e luzes brancas passando rápido, comecei a ouvir vozes.

-Oque houve com ela? Porque está tão desnutrida? - uma voz que eu não conhecia falou, percebi que estava no hospital deitada numa maca sendo levada para algum lugar, eu não sentia nenhuma dor nem conseguia mexer nenhuma parte do meu corpo, eu acho que era o médico quem tinha falado, mas minha visão ainda está turva.

-Nós tentamos faze-la comer mais ela não queria!- escutei a voz da Mimi

-Ela vai ficar bem?-Tai também estava ali

-Qual o nome dela?

-É Sora.

-Certo, Faremos o possível! Mas terão que esperar aqui. -Eles ficaram para trás enquanto seguíamos até a sala de cirurgia

Eles me tiraram da maca me passando para outro lugar

-Sora, se puder me ouvir, dê algum sinal. -eu acendi com a cabeça, meu corpo estava tão pesado que até isso exigiu muita força. -Ótimo, ainda está consciente, qual a situação dela?

-Ela está estável, mas já perdeu muito sangue! - Foi uma das enfermeiras quem falou

-Vamos aplicar uma anestesia local, ela não tem condições para um parto normal. - ele olhou para mim novamente, eu não conseguia ver o rosto dele. -Não se preocupe Sora, vai ficar tudo bem com vocês dois, é uma promessa! -a voz dele me transmitiu um pouco de confiança

Pouco depois eles aplicaram a anestesia em mim, eu parei de sentir minhas pernas, torci para ser só a anestesia, ele pediu que eu tentasse ficar acordada, eu me esforcei ao máximo, mas estava difícil de manter meus olhos abertos, e parecia que haviam se passado horas, já não consegui mais manter meus olhos abertos, senti que iria desmaiar, a ultima coisa que eu escutei antes que eu perdesse os sentidos foi o choro de uma criança...

...eu já não via ou escutava nada, tudo era escuro, estava só... na escuridão...


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Notas finais do capítulo

bom espero que tenham gostado, e antes que perguntem, eu não tenho nada contra o Matt eu até acho ele maneiro, mas é assim que a história tem que ir, vejo vocês no próximo capitulo!