O Presente Perfeito escrita por Kaah_CSR


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro. Boa leitura!



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Laboratório de Criminalística de Las Vegas


Eu estava sentada na sala de evidências, no meio do que talvez seria o caso mais importante da minha carreira. Um novo serial killer estava atacando a nada-calma cidade de Las Vegas. Já havia oito vítimas do mesmo homem e tínhamos pouquíssimas evidências que nos levariam a prender o assassino. Embora o caso fosse extremamente importante para o bem-estar da população, eu estava preocupada com outra coisa bem mais importante. Dali alguns dias seria Dia dos Namorados e eu simplesmente não conseguia encontrar algo que fosse bom o suficiente para a minha namorada linda, Sara Sidle.

- E aí, Catherine – disse Greg, entrando na sala e dando um tapinha no meu ombro. – Como vai o caso?

- Que caso? – Murmurei distraída.

- O do assassinato mais comentado da história? – Perguntou o jovem CSI e bateu de leve na minha cabeça. – Toc, toc.

- Hum?

- Já analisou as evidências?

- Que evidências?

- Do caso! – Disse Greg, suspirando.

- Que caso?

- Catherine, olha pra mim – Greg ergue as mãos e acenou para mim. Eu resmungei alguma coisa e olhei para ele. Eu não conseguia entender o que ele tinha de tão importante para falar.

- Oi, Greg. O que aconteceu?

- Não precisa ficar brava. Só vim perguntar do caso.

- Caso... – levei alguns minutos para voltar à realidade. – Ah, o caso!

- Glória, Senhor!

Ergui uma sobrancelha, mas deixei essa passar.

- Eu terminei de analisar as roupas e todo o resto. Não consegui encontrar nada.

- Esse cara é profissional.

- Você acha? – Suspirei, desanimada com os resultados. – Estamos atrás dele há semanas... E nada.

- Relaxa, Cath. Uma hora ele vai deixar algo escapar. Ninguém é perfeito.

- É, talvez você tenha razão... O que foi? – Perguntei quando percebi que Greg não parava de me encarar. Foi aí que eu percebi que ele não estava olhando para mim, e sim para o computador, que por acaso estava aberto no Google.

- O que você 'ta pesquisando? – Ele se inclinou para ver melhor.

- Um presente – respondi.

- Para mim?

- Claro – eu ri. – Não, Greg, dessa vez não. É que daqui alguns dias é Dia dos Namorados.

- Precisa de companhia? Eu estou livre...

- Não – eu ri novamente. – Mas preciso da sua ajuda. Não consigo encontrar um presente para a Sara.

- Que tal uma lingerie nova?

- Não.

- Um kit de investigação?

- Todos nós temos isso, Greg.

- Ah, é. Hmm... – ele pensou por alguns segundos. – Já que ela gosta tanto do trabalho... Dá um corpo pra ela investigar.

Eu me virei rapidamente, o choque estampado no meu rosto.

- E onde eu iria encontrar um corpo??

- Bom, no necrotério do Desert Palms tem muitos...

- Ai credo, Greg.

- Ok, parei.

Ficamos um bom tempo em silêncio. Greg, tentando encontrar uma ideia que não fosse muito maluca e eu procurando incessantemente pelo presente.

- Ei, Catherine, achei alguma coisa aqui... – disse Greg. Eu olhei por cima do ombro mas não dei atenção, já que ele estava remexendo nas coisas desinteressantes do caso. – Dá uma olhada.

Revirei os olhos mas fiz o que ele queria. Greg estava segurando um panfleto rasgado no meio. Eu lembrava daquele panfleto. Eu mesma havia recolhido debaixo de uma mesa como evidência, mas não tinha prestado atenção nos detalhes. Tinha uma imagem de duas pessoas, as quais eu reconheci imediatamente. Marie Fredriksson e Per Gessle...

- Roxette! – Exclamei. – Espera um pouco... Eles vão fazer um show em Las Vegas? E daqui dois dias? Ai. Meu. Deus.

- Isso aí. Roxette é a...

- ...banda preferida da Sara – completei. – Será que ainda tem ingressos?

- Não sei. Boa sorte.

- Nossa... Obrigada.

- Onde você vai?

- Atrás dos ingressos – eu disse enquanto pegava minha bolsa. Olhei para Greg e fiz a melhor cara de inocente que pude. – Cuida do caso pra mim?

- Aaah ta, tudo bem. Não resisto a essa carinha.

- Obrigada, Greg.

- De nada. Vai lá, tigresa.

Dei um sorriso para Greg e saí em disparada na direção da saída, torcendo para não encontrar Sara no caminho. Não encontrei mas acabei esbarrando em Grissom, que quase deixou cair o que estava segurando. Quando olhei direito para o objeto em suas mãos, dei um pulo para trás.

- Baratas?

- Sim. Eu acabei de encontrar um lugar onde...

- Depois você me conta, Grissom. Preciso de um favor seu.

- Diga.

- Eu preciso de algumas horas livres.

Grissom ergueu uma sobrancelha, olhou para mim, olhou para o relógio de pulso e olhou para mim novamente.

- Tudo bem. Você está quase no seu terceiro turno. Tire um tempo para descansar.

- Obrigada – agradeci e continuei meu caminho até meu carro.

* – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – *

Enquanto eu dirigia pelo trânsito caótico de Las Vegas, tentava pensar em algum lugar onde os ingressos estariam sendo vendidos. Andei por muito tempo até encontrar uma loja com uma grande placa escrita "Vende-se ingressos para o show de Roxette" na frente. Estacionei de qualquer maneira - uma vergonha para alguém que trabalhava com a polícia - e entrei o mais rápido que pude.

- Boa tarde – disse um homem idoso de aparência amigável. – No que posso ajuda-la?

- Eu preciso de dois ingressos para o show do Roxette.

- Mais uma fã – disse ele balançando a cabeça e riu. – Desculpe, mas não temos mais ingressos. Os últimos da loja foram vendidos há meia hora.

- Isso não é nada bom – murmurei. – O senhor sabe onde posso encontrar?

- É bem difícil, faltam apenas dois dias para o show...

Minhas esperanças foram seriamente abaladas.

- ...mas talvez você tenha sorte.

Uma luz no final do tunel.

- Para onde devo ir? – Perguntei, sorrindo.

- Tente os shoppings ou o local do show. Se você deixar seu telefone, vou tentar descobrir ontem tem ingressos.

Passei meu número de telefone.

- Me ligue, por favor.

- Não se preocupe – ele me acalmou. – E se quer minha opinião, esse é um ótimo presente.

- Como você sabe...?

- Eu reconheço um olhar apaixonado quando vejo um. Meu nome é Sam. Prazer em conhece-la...

- Catherine.

- Catherine. Nome bonito. Boa sorte.

- Obrigada – eu sorri e saí em disparada novamente. Mal entrei no carro, já estava desviando dos outros automóveis e cheguei em tempo recorde ao shopping mais próximo. Mas para total decepção, os ingressos também estavam esgotados ali. E nos outros lugares também. Parecia que todos haviam decidido comprar no mesmo momento que eu.

- E agora, o que eu faço? – Encostei na lateral do meu carro e observei o trânsito, procurando alguma solução por entre as cores e todas aquelas placas. – Eu não posso desistir. Esse show vai ser muito importante para Sara. E por ela eu vou até o fim do mundo. Mas é bem mais fácil eu ir até o fim do mundo do que encontrar dois ingressos em cima da hora.

Foi quando meu celular tocou.

- Willows. Oi, sou eu mesma... Aham... Aham... Oh! É mesmo?... Onde eu encontro? Certo... Muito obrigada.

Era Sam. E sabia onde estavam os os últimos ingressos. Era numa loja de conveniência que ficava no meio do nada e em lugar nenhum. Mas valeria a pena. Depois de três horas de muita poeira e estradas esburacadas, eu cheguei em uma lojinha chamada Jack&Joe's, com um fio de esperança ainda vivo. Ao mesmo tempo, um carro estacionou ao lado do meu. Dali desceram duas pessoas com camisetas do Roxette. Mau sinal. Engoli em seco e apressei meu passo. Mesmo assim, nós três chegamos ao mesmo tempo.

- Olá – disse o moço que estava no caixa. – Precisam de ajuda?

- Você tem ingressos para o show do Roxette? – Todos perguntaram ao mesmo tempo.

- Sim. Os dois últimos.

- Eu levo! – Gritamos. Eu olhei para o casal e lancei o melhor olhar maléfico que pude.

- Quem quer dar o valor mais alto? Começando por cem dólares.

- 150! – Comecei.

- 200!

- 220!

- 225!

- 250!

- 275!

- 310!

- 315!

Eu grunhi. Aquele casal realmente estava atrapalhando a minha felicidade.

- 350.

- 355.

- Fiquei em silêncio. O vendedor olhava ansioso entre o casal e eu. Quando ele riu e estava prestes a entregar os ingressos para aqueles dois, mil coisas passaram pela minha cabeça, e uma delas foi o imenso sorriso de Sara ao ver sua banda preferida no palco.

E de uma coisa eu tinha certeza.

Eu faria qualquer coisa para ver aquele sorriso.

- 400 dólares!

- 405.

Eu devia usar minha influência na polícia para tirar aqueles infelizes de circulação.

- Tudo bem – eu disse, erguendo as mãos. – 500 dólares.

- Opa! – Comentou o vendedor entusiasmado.

- Eu nem queria ir no show mesmo – a outra mulher deu de ombros.

- Vendido por 500 dólares...

- Há! – Eu disse, vitoriosa.

- ...cada.

- Sério?

- Sim.

- Há! – Disse o casal, saindo da loja.

- Aqui está – entreguei o dinheiro. – Vai valer a pena. Mas isso foi um roubo.

Ele riu.

- Tenha um bom dia.

Agradeci e voltei para o carro, onde músicas e ar condicionado me esperavam. O caminho de volta para o LVPD foi tão longo e cansativo como antes. Era quase noite quando eu cheguei no laboratório, à procura de Sara. Eu estava muito cansada mas pelo menos havia conseguido os ingressos e a minha Sara ficaria feliz.


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Notas finais do capítulo

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