Crossroads - The Dark Hunters Chronicles escrita por Boneco de Neve, Guiga


Capítulo 24
EX - O Soberano Amargurado


Notas iniciais do capítulo

Eu digo algo que vocês já sabem de cor: Sou um enrolão desgraçado. Mas, enfim, capítulo novo. Apreciem.



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O desastre não foi evitado. Sabia-se que os mísseis nucleares estavam para ser disparados, mas o destino deles só ficou evidente algumas horas depois. Três mísseis disparados foram o suficiente para transformar parte daquele país gelado em uma terra desolada de cinzas ardentes e fumaça tóxica. Seus habitantes nada puderam fazer. Quando os artefatos bélicos surgiram do céu, eles observaram desesperados. As defesas do país falharam e o inferno caiu sobre os inocentes.

Havia alguém mais que sentia arrependimento por tal fato. Ela havia sacrificado seu poder e sofreu muitos danos físicos e emocionais. Tanto para nada. Seus esforços para minimizar a tragédia pareciam ter sido em vão. Ela havia falhado na sua iniciativa de impedir a destruição de um país, embora não fosse seu dever, e sentia que iria carregar um trauma para o resto da vida por isso.

É manhã. A jovem abriu os olhos e esticou o corpo, ainda em cima da cama. Estava se perguntando se já estava chegando ao seu destino. Resolveu olhar pela janela do avião e avistou ao longe alguns edifícios que ela conhecia. Em breve, seria a hora do pouso. Ela interrompeu seu momento de distração quando alguém bateu à porta do seu quarto.

?????: Senhorita Hatsuki, já está acordada?

Hatsuki: Sim, estou.

?????: Ótimo. Eu gostaria de informar que houve uma mudança de planos. Meu patrão quer conversar contigo antes de você ir para casa. Portanto vamos ao quartel dele primeiro, OK?

A jovem deu um suspiro de impaciência. Ela estava na expectativa de poder descansar, mas ainda desejavam tomar o tempo dela. Por outro lado, era chance de dizer poucas e boas para algumas pessoas.

Hatsuki: Hmph... Muito bem. Só espere eu me arrumar.

Descer do avião foi um tanto desconfortável para alguém que havia sido torturada no dia anterior. Assim que desceu, ela foi conduzida até um carro, no qual iria para o quartel daquele programa do governo. Sim, o centro de treinamento de tantos jovens como ela, que haviam despertado algo sobre-humano e eram convencidos a se preparar para defender o país. Eram como armas? O conceito de um ser humano ser usado como uma arma provocava arrepios para Hatsuki e pensar nisso acabava a deixando com raiva. Os portões do quartel se abriram, e quando ela desembarcou, já na entrada do prédio principal, lá estava um homem, esperando-a ansiosamente: Era seu namorado, um superdotado que ela conheceu nas imediações do quartel. Assim que desembarcou, ela ignorou as dores e correu na direção dele e o abraçou.

Hatsuki: Yutomaru!

Yutomaru: Ah, Hatsuki... Você não me parece muito bem. Fiquei sabendo que aquele seu pacto foi invalidado.

Hatsuki: É, mas o pior é que todo o meu trabalho foi em vão. Ao menos, eu saí de lá viva.

Yutomaru: Você vai falar com os nossos superiores? Posso te esperar no alojamento se quiser.

Hatsuki: Não, eu não vou ao alojamento. Quero ir pra casa. Vou fazer esses caras me mandarem pra lá nem que seja na base da ignorância.

Yutomaru: Tá, mas eu queria tanto ficar com você... Posso ao menos te acompanhar?

Hatsuki: Claro que sim. A sua presença me dá forças.

Yutomaru: Mas não é esse o meu poder?

Os dois riram e entraram no prédio principal. Por onde passava, Hatsuki era saudada, mas isso apenas causava a leve impressão de que os cumprimentos se deviam ao simples fato de ter sobrevivido. Não havia dever cumprido. Enquanto isso, a Rússia queimava e vidas morriam. A raiva dos americanos fazia o sangue fervilhar.

O casal atravessou as portas do escritório, onde estava sentado à mesa o responsável pelo local. Por um momento, ele estava distraído com seus afazeres, mas, quando viu Hatsuki, ele imediatamente parou.

Zanmato: Hatsuki. Bem vinda de volta.

O casal prestou reverências ao superior.

Zanmato: Desejam se sentar?

Hatsuki: Não, obrigada.

Zanmato: Certo. Fui informado sobre seu desempenho no conflito. É louvável.

Hatsuki: Eu não acho. Acabei me inutilizando no processo. Agora não posso mais usar meus poderes.

Zanmato: Uma infeliz verdade... Seu poder da condenação macabra nunca foi desenvolvido plenamente, mas serviu para controlar o espírito da terra que te ajudou na batalha.

Hatsuki: E eu acabei usando o espírito para salvar minha vida... Eu quebrei o acordo.

Zanmato: Realmente, aquele termo era bem severo, considerando a situação de risco. “O último serviço é o ato de salvar a vida de seu parceiro uma vez.” Difícil prolongar o acordo.

Hatsuki: Isso não me interessa mais. Eu já tive minha experiência de perder um ente querido, já tive minha experiência de quase morte e não quero fazer mais parte deste programa. Não foi uma boa ideia participar. Eu quero ir pra casa e viver como uma pessoa normal.

Zanmato não acreditava no que Hatsuki dizia. No início ela estava disposta, mas a morte de Haruka a desanimou completamente. Agora estava estampado um trauma na mente da jovem, mas Zanmato precisava da força dela para o projeto.

Zanmato: Escute, Hatsuki... O que você fez há dois dias foi inspirador. Nosso povo está buscando esperança na sua imagem, o que é muito bom. Por isso, eu preciso do seu apoio. Você é uma de nossos melhores agentes.

Hatsuki: Eu não vim aqui hoje falar como uma agente; eu vim falar como sua filha! Uma filha que precisa da atenção de um pai que está se importando mais com o povo do Japão. Você precisa raciocinar com o seu lado paternal mais vezes.

Zanmato: Ah... Como quiser, minha filha...

A jovem virou as costas e ia embora. Quando ia passando pela porta, ela sentiu seu corpo ficar pesado e dormente. Lentamente, ela estava perdendo o movimento. Ela notou que seu pai estava usando seu poder para detê-la.

Zanmato: Hatsuki, espere...

Hatsuki: Pai... Não ouse usar seu poder. Não contra mim.

Com remorso, ele a libertou, deixando-a ir embora. Depois disso, ele voltou sua atenção para Yutomaru.

Zanmato: Ela está agindo de maneira revoltosa. O que você acha disso, Yutomaru?

Yutomaru: O que eu acho não tem nada a ver com isso. Mas, se quer mesmo saber, senhor... Acho que ela realmente precisa dessas "férias". Com sua licença.

Zanmato nada mais falou. Triste, ele se limitou a observar sua filha a ir embora, acompanhada de seu amado. Ele então olhou para cima, como se esperasse uma resposta dos céus.


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