Crossroads - The Dark Hunters Chronicles escrita por Boneco de Neve, Guiga


Capítulo 1
O começo




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22 de Dezembro de 2100. Três dias para o Natal. Mas isso não importa. Não quando se está em guerra. Uma guerra que destruiu vidas e sonhos sem dó nem piedade; uma guerra que será lembrada por acontecimentos surreais, que tornaram os fracos em fortes, e os fortes em deuses; uma disputa tão cruel que aumentou ainda mais o ódio do ser humano pelo seu semelhante.

Rússia, 2 horas e 15 minutos da tarde. Nada além de uma paisagem deprimente de neve, escombros e máquinas velhas destruídas. Um verdadeiro deserto congelado de concreto e aço.

Um vulto se movia no meio da paisagem, observando cuidadosamente cada detalhe. Caminhando lentamente, ora ele desviava de uma coluna de concreto caída ao chão, ora ele observava seu reflexo num pára-brisa de um carro. Caminhava cabisbaixo quando encontrou, próximo à mão de um cadáver, um objeto que lhe chamou à atenção. Sem cerimônia, ele o pegou do chão, limpou com a manga de seu sobretudo, e o observou atentamente.

Um console portátil, pensou. Deve ter caído da mão da criança feliz que caminhava antes do ataque dos soldados da Nova Inglaterra. Então, sentiu uma pontada de raiva por um momento, mas se controlou. Mal sabia que estava sendo observado.

Escondido, um soldado falava pelo rádio:

Soldado: Pronto para atirar, senhor.

Comandante: Não se esqueça: a ordem é capturar, mas não matar.

 

Soldado: Sim senhor. Deseje-me sorte.

O soldado deixou o rádio mudo e se concentrou em mirar em seu alvo. Não acertou. Com um reflexo sobre-humano, o vulto jogou o peso de seu corpo para o lado, restabeleceu seu equilíbrio, e, em seguida, pôs se a correr desesperadamente.

Quando retomou a conversa no rádio, informou a seu superior:

Comandante: E então, soldado, acertou?

 

Soldado: Não, senhor.

Comandante: Mas você é um inútil mesmo! Espero que seus companheiros consigam capturá-lo!

 

O vulto corria pelos escombros a fim de despistar os soldados. De repente, um tiro acertou de raspão sua capa, rasgando-a.

Não havia mais porque se esconder. O vulto tirou sua capa, a cortina para sua aparência, e a deixou para trás. Foi nesse momento que sentiu fadiga. Péssima hora para se estar faminto.

O garoto, então, parou, sacou sua espada, e ficou à espera de seus inimigos. Fugir já era perda de tempo. Quando os soldados surgiram, ele partiu para o ataque direto, sem se preocupar com os riscos. Conhecia bem os militares. O comportamento deles era previsível, e a agilidade, muito inferior à sua.

Os soldados continuavam atirando. O garoto aproveitava para usar os escombros como refúgio enquanto se preparava para um ataque surpresa. Ele viu que havia quatro soldados agrupados o atacando, o que o fez se sentir ansioso para conseguir retalhá-los com apenas um golpe da sua espada. Com um sorriso no rosto, ele se lembrou da expressão "dois coelhos com uma cajadada só".

Não muito longe dali, uma figura caminhava distraidamente, falando ao celular.

?????: Não se preocupe. É só uma voltinha pra esfriar a cabeça. Eu sei cuidar de mim mesmo.

!!!!!: Eu sei que você pode cuidar de si mesmo. Mas você pode entregar nossa localização! Não seja descuidado!

 

?????: Calma, eu voltarei logo. E se alguém estiver me seguindo, vou usar meus poderes para afugentá-lo.

Nesse momento, ele ouve barulho de tiros.

?????: Vou desligar. Parece que entrei em uma zona de conflito.

De volta à batalha, a munição das armas acaba. Rapidamente, os soldados se preparam para recarregar, quando um vulto surge da escuridão e os corta ao meio. O jovem havia sido bem sucedido em seu plano. Ele então relaxa, e observa os corpos em agonia.

Sua distração, no entanto, lhe custou caro. Ele ouviu um disparo, e depois sentiu uma forte agulhada na nuca. No mesmo instante, tudo à sua volta começou a escurecer; em seguida fechou os olhos em um prazeroso delírio.

Soldado: Senhor, o alvo foi dominado.

Comandante: Ótimo trabalho, soldado.

 

Soldado: Porém, eu tenho más notícias.

Comandante: O quê?

 

Soldado: Os outros quatro que estavam comigo morreram. Todos retalhados.

Comandante: Uma perda aceitável. Quatro soldados não são nada comparados à importância desse garoto. Se não o tivéssemos impedido, poderia ter causado um estrago enorme. Muito bem, soldado; mandarei reforços. Desligando.

Observando a cena, o homem do celular que estava escondido em meio a uma pilha de escombros, não acreditava no que via: um rapaz de aparência jovem lutando contra tropas militares no meio do nada! Estava prestes a virar as costas quando notou o emblema das Forças Armadas do Estados Unidos na roupa do soldado. Isso foi o suficiente para que resolvesse retaliar, afinal, os americanos eram seus inimigos.

O soldado restante estava tão contente pelo seu feito que quase soltou um grito de euforia. Certamente seria promovido. Estava imaginado a festa que seus amigos e familiares fariam com sua volta à sua pátria: um brinde de champanhe e uma medalha de honra com um brilho glorioso pendurada em seu peito por ter capturado um dos homens mais procurados dos Estados Unidos. Estava rindo sozinho, quando notou um campo gravitacional se formando à sua volta.

Soldado: Mas o que diabos é isso? Será que esse garoto pode usar poderes mesmo estando inconsciente?

Uma voz em meio aos escombros disse:

?????: Se fosse esse o caso, então o garoto seria uma ameaça.

O soldado tentou fugir, sem sucesso. O campo gravitacional fez com que ele não agüentasse seu próprio peso, deitando-se no chão, imóvel.

O homem do celular apareceu e se aproximou. O soldado sentiu a adrenalina fluir por todo o seu corpo, e tentou reunir as últimas energias para escapar dali, todavia, sem sucesso.

?????: O que achou? Desconfortável? É uma magia especial de controle de tempo e espaço. Chama-se Demi.

O soldado tentou, então, puxar de seu bolso uma pistola, mas sua ação foi percebida pelo homem:

?????: Ah, por favor! Achou mesmo que eu não sabia o que você pretendia? Há, os seres humanos são engraçados. Quando estão tensos, começam a fazer besteiras e não pensam nas conseqüências de seus atos.

O soldado parou e ficou olhando para o homem, desanimado. Já era previsível. Sua morte era certa. No entanto, a tensão daquela cena foi cortada pela transmissão do rádio:

Comandante: Soldado, um helicóptero se aproxima de sua posição. Vá para um lugar alto, e tente sinalizar. Soldado? Está me ouvindo?

Nesse momento, o misterioso homem arrancou o rádio do bolso do soldado e o esmagou com o pé.

?????: Hum, estava pensado em te proporcionar uma morte bem desagradável, mas não posso ser visto por seus companheiros. Terá que ser pelo método mais rápido mesmo.

Dizendo isso, ele materializou uma manopla na mão direita e cravou as garras no peito esquerdo do soldado. Rapidamente, ele pegou o garoto inconsciente junto com sua espada, o apoiou no próprio ombro, e foi embora, desejando não ser avistado pelo helicóptero mencionado no rádio.


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