Rosas escrita por Larissa M


Capítulo 31
Epílogo - Infindável Amor


Notas iniciais do capítulo

Não acredito que depois de seis meses escrevendo, me dedicando a história, consigo chegar ao final... É uma sensação ao mesmo tempo satisfatório e insatisfatória! Só posso dizer mesmo que é incompreensível shashasuh
Dedico esse último capítulo a todos os meus leitores, em especial Paola e Felipe! Aproveitem!



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O casarão ficava numa área bem movimentada de Valliria, sem formar nenhum empecilho para o fluxo constante de idas e vindas. O local era adorado e frequentado por muitos, apesar de que apenas os portões de ferro da entrava e os grandes carvalhos que o ladeavam e guiavam a passagem até a porta já fossem bastante imponentes aos olhos de qualquer um. A esses itens se somavam o tamanho da casa em si: janelas infinitas, longas escadarias, e uma biblioteca de dar inveja a qualquer leitor assíduo eram apenas o começo. Poderia causar arrepios, mas isso toda a amabilidade da recepção de seus visitantes conseguia aplacar.

Os terrenos atrás e nos jardins internos também faziam jus ao nome e grandeza do local. Eram bem cuidados por mãos experientes, e decorados a gosto individual dessa mesma pessoa. Seus jardins possuíam rosas. É desnecessário dizer que as flores davam o toque especial e feminino que o local carecia, além de suavizar toda aquela grandeza de tamanho.

O Instituto de Artes de Valliria era conhecido por todos, até mesmo nas outras cidades da redondeza. Não era toda a sua imperiosidade que era famosa, mas sim o prestígio adquirido durante os seus vinte anos de funcionamento.

Aquela manhã chuvosa de sábado tirava certo brilho do local, mas não deixava que o humor de Jane ficasse abalado. Aos poucos, o Parque das Rosas entrou em sua linha de visão, à medida que seu carro descia a estrada. Ela crescera e fora criada por perto do Instituto, e, mesmo agora, aos seus 26 anos, o via como se fosse sua casa. Achava um tanto irônico que depois de tantos anos seus pais ainda administrassem o local, e ainda morassem nele. De longe, a casa poderia personificar donos dos mais altivos e prestigiosos, mas, quando vistos de perto, o casal não era mais nada do que humilde.

A antiga senhorita Giusini sorriu com gosto ao ver a obra de seus pais desenhar-se a sua frente à medida que a névoa matinal de se dissipava, e ela quebrava os metros que ainda a separavam da casa num veloz ritmo automobilístico.

Quando chegou, estacionou na garagem da família, e foi logo tocar a campainha.

- Jane! – exclamou Lucy, que viera atender a porta. Ela e Henry estavam ali passando o fim de semana com sua prima, vindos do Rio de Janeiro, mas de modo algum estava preparada para a visita surpresa que Jane pensara em fazer – Que agradável vê-la por aqui!

- Oh, madrinha, está surpresa? Mas por quê? Até parece que eu algum dia conseguirei me livrar dos encantos desse local... – Jane suspirou.

- A minha prima sempre fez um trabalho maravilhoso nos jardins.  – Lucy La Fontaine deixou o seu olhar passear pelos jardins da frente, deleitando-se com a vista e igualmente com o perfume que as rosas exalavam. A brancura de suas pétalas só parecia intensificar-se com a umidade da chuva fina que caía.

Não eram só rosas a enfeitar o local. Embora aquele fosse o símbolo do Instituto, Jane lembrou-se, estufas de plantas e flores variadas se escondiam atrás daquele casarão.

- Se tem algo em que minha mãe nunca foi modesta, é no uso de flores... – Jane riu, junto de Lucy.

De uma das janelas da frente do Instituto, Christopher velava pela filha recém-chegada em silêncio. Aguardaria que ela subisse até onde ele e as esposa se encontravam... Já estavam velhos demais para todo aquele exercício que as muitas escadas do local exigiam.

- O que tanto o intriga aí fora, querido?

- Nossa filha. Jane. – a especificação foi necessária. Afinal, Jane não havia sido a única. Miriam, dois anos mais nova, crescera para seguir a mesma carreira do pai. Os dois nomes foram escolhidos sem nenhuma dificuldade, pois ambas as avós mereciam a homenagem. – Acabou de chegar.

Caminhando até a poltrona que Susanna estava acomodada, Christopher lhe estendeu a mão, galante como sempre fora. Sem hesitar, a Sra. Giusini retribuiu o gesto, e se deixou ser ajudada para levantar.

O casal ia caminhando para a porta da biblioteca quando por ela entrou a própria Jane. Susanna olhou com grande apreço para sua própria filha, quase um retrato do que outrora ela própria fora aos 26 anos. Os cabelos ruivos eram idênticos, as poucas sardas do rosto, também. O azul dos olhos era o único diferencial: o matiz ficava entre o profundo azul-marinho do olhar materno e o azul claríssimo do olhar da madrinha.

Após todos terem se cumprimentado, mãe caminhou ao lado da filha, até chegarem à varanda, cuja vista levava para o pátio interno do local. Jane aproveitou a oportunidade de estarem as duas a sós para dizer, preferindo que fosse sua mãe a primeira a tomar conhecimento:

- Eu vim com o propósito de trazer uma ótima notícia. – Jane respirou fundo, garantindo-se que tinha total atenção de sua mãe, e continuou – Eu e Miriam podemos ser duas mulheres na posição de herdeiras... mas eu tenho certeza de que meu bebê será o pequeno Henrique.

Susanna comoveu-se tanto com o anúncio da filha de que ganharia um neto que apenas depois de ter abraçado a filha mais de uma vez que se aquietou. Feliz outra vez se encontrava, e deu suas congratulações a sua primogênita com entusiasmo. Lembrou-se de quando soubera de sua primeira filha, quando tinha apenas 25 anos e havia quase acabado de se casar...

- Jane, nada me alegraria mais do que isso. – ela segredou a filha, logo depois – Você lembra-me tanto de mim mesma.

- Nunca serei você, mamãe. Veja só o que criou. Quantas mocinhas e jovens não ficaram gratas por ter onde aprender, quantas não amaram e ainda amam este lugar...

- Sabe que foi ideia de seu pai. Não pode me dar crédito por tudo isso, Jane!

- Posso e devo. Quem além de uma mulher para dar o toque necessário aqui?

Susanna meneou a cabeça em concordância, dando ao elogio seu devido crédito. Lembrava-se perfeitamente dos anos e do trabalho que dera para que o Instituto se erguesse, e de todo o apoio de sua família e conhecidos.

- Eu estou é insegura quanto ao meu futuro. – Jane continuou, revelando para sua mãe – Oh, se você soubesse o quanto! Nunca fui uma mãe, e essa ideia me assusta como nenhuma outra! E se não souber o que fazer? E se James não me auxiliar o bastante?

Tentando esconder o sorriso que todo aquele nervosismo e insegurança de sua filha despertava nela própria, ao se lembrar de si mesma mais do que nunca, Susanna respondeu, meneando a cabeça num tom de quem dita uma verdade irrefutável:

- Jane, querida, ainda há muito que você precisa aprender... Não sabe o quanto eu também fui assim. Acredite apenas, querida, que, porquanto você e James se amarem na mesma medida, não há nada o que o pequeno Henrique não ganhará.

Depois de uma pausa, ela continuou:

“O amor infindável, Jane, é tudo o que precisa”.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu amei ter escrito este último capítulo... Muito obrigada por quem acompanhou até aqui, e muito obrigada por lerem e comentarem! Até a próxima história!!