Logo chegamos ao tal lugar, havia um pequeno parque deserto que por escolha minha ficamos ali, Bill não me pareceu muito fã de grama, mas não negou, afinal, em New York não é tão fácil encontrar um lugar calmo nesse sentido.

Assim que saímos do carro corri por entre as poucas árvores que havia ali, percebi que Bill me observava sorrindo debochado.

- Aposto que não me pega! – o desafiei

- Ah, assim não vale... – ele se aproximou

- Que isso? Está com medo de um fantasma?

- Você pode desaparecer... – ele sorriu

- Ser fantasma tem suas vantagens. – me gabei

Bill rapidamente correu em minha direção, parecíamos duas crianças realmente. Eu sempre estava observando quem estaria a volta, mas Bill sempre me distraia, até que em uma das vezes ele conseguiu me jogar no chão, o que me assustou, já que foi uma ação inesperada.

- Te peguei. – Ele sussurrou sorrindo
- Realmente me pegou. – Sorri voltando a uma expressão séria – Mas, isso não foi de agora.

Bill saiu de cima de mim se deitando ao meu lado, eu não tinha percebido como havia escurecido tão rápido. Não tínhamos idéia de que horas seriam e, sinceramente, pouco me importava, porque pra mim Bill tinha o poder de eternizar o tempo e estando com ele era o necessário para mim.

Por entre os galhos da enorme árvore acima de nós eu observei por alguns instantes uma estrela que distante contribuía com sua iluminação.

“Quão importante ela é.” – Sorri complementando meu pensamento.

Reparei que Bill procurava o que eu tanto olhava. Sorri disfarçadamente apontando para o céu.

- É ali! – o olhei reparando o sorriso que se formava em seus lábios – Então Bill, você ainda não me falou o que faz aqui!

- Ah, é que temos uns shows marcados... Por isso. – ele finalizou

- Hum! – murmurei – Você toca alguma coisa?

- Prefiro não comentar. – ele sorriu debochado voltando seu olhar para mim

O silêncio dominou a situação até, lentamente, Bill adormecer.

Deitei sob seu peito em busca do calor, pude escutar claramente os batimentos cardíacos dele, que eram calmos e lentos, mas que de um momento para o outro aceleraram de uma maneira absurda. Olhei para Bill e ele sorria ainda com seus olhos fechados, ou semi-fechados na minha opinião.

Passamos a noite ali e foi na silenciosa madrugada que decidimos voltar ao hotel.

Ao chegarmos entrei primeiro, pois Bill tinha que resolver alguma coisa na recepção. Fui até o quarto, e assim que entrei a janela como sempre, eu queria alguma explicação a tudo que estava sentindo, mas não havia quem respondesse.

Com alguns minutos depois, Bill já estava no corredor do quarto, mas antes de entrar foi abordado por Tom saindo de seu quarto cambaleando provavelmente, ainda por causa da noite que passara.

- Como foi à reunião? – Bill se dirigiu até o irmão que tinha sua mão esquerda na testa

- Reunião?

- Sim, a segunda. – Bill riu com seu comentário

- Besta! Foi maravilhosa pra sua informação. – Tom respondeu gabando-se

- Que bom, e onde ela está?

- No quarto.

- Não podiam fazer menos barulho? – Bill perguntou

- Ah, não tinha como, teve um momento que ela...

- Não! – Bill aumentou o tom da voz levando suas duas mãos ao ouvido – Eu não preciso saber.

- É sério Bill, ela é tão criativa...

- Cala a boca Tom! – Bill lhe deu tapa no ombro

- Foi ótimo! – Tom finalizou andando até o elevador

- Pra onde vai? – Bill perguntou mais uma vez

- Preciso respirar um pouco e vou pedir algo para comer, afinal, tanto eu como ela precisamos de energia, depois da gasta ontem. – ele sorriu enquanto Bill ignorava o ultimo comentário

- Eu não precisava saber. – Bill sussurrava enquanto entrava no quarto

- O que houve Bill? – perguntei

- O Tom estava querendo me falar sobre a emocionante noite... – Bill se jogou na cama bem arrumada

- Como se precisasse contar. – confirmei lembrando-me dos barulhos “assustadores”

- Sim! Agora eu fico imaginando sem querer imaginar... – ele fez diversas caretas engraçadas

- Pare Bill.