Duo Reality escrita por Warfighter


Capítulo 3
Capítulo 2 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo pronto! Boa leitura :3



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Capítulo 2

Descobertas


Apareci em um campo de batalha medieval. Não me lembrava de ter desejado isso, mas não me importei. Cenários medievais eram meus favoritos. Por isso jogava Dragon Quest. E por que eu estava pensando em Dragon Quest? Eu estava dentro de Duo Reality o melhor jogo lançado na porção ocidental do planeta!

Uma batalha estava prestes a começar. Senti algo subindo por meu corpo e me vi em uma bela armadura medieval.

—Atacar! - ouvi o capitão do outro time esbravejar.

Nisso eu era bom. Um garoto grandalhão chegou perto de mim e derrubei-o no chão com apenas um golpe. Cada pessoa que aparecia era um desafio maior. Armas diferentes, mas não importava o quão mortífera ela era, sempre conseguia desabilitar meu oponente.

Estava quase chegando ao fim, estava quase vencendo, quando eu a vi.

Era uma garota. Tinha grandes olhos verde-escuro e um longo rabo de cavalo negro que escorria por suas costas. Nos encaramos por alguns segundos e ela pegou seu arco e sua flecha.

Atirou em mim.

A minha hipnose foi destruída quando a flecha atravessou minha perna. Soltei um grito lancinante e arranquei meu capacete.

Apareci em meu quarto. A flecha havia desaparecido, mas o ferimento não. Doía como nunca e sangue jorrava para todos os lados, produzindo uma enorme macha vermelha no carpete branco.

Eu iria chamar minha mãe. Mas então desisti. Ela me proibiria de jogar e eu nunca mais veria a garota. Senti uma enorme raiva dela, mas esta foi tomada pela curiosidade. Quem era? Por que eu tinha a sensação de que a conhecia? Precisava voltar lá.

Mas não naquela hora. Não podia simplesmente ter uma hemorragia. Então fiz a coisa mais absurda que já fizera por um desconhecido: quebrei a janela e joguei alguns cacos por cima de mim.

O estrondo atraiu minha mãe. O grito que soltei durante a batalha não se comparava ao que ela deu quando me viu.

Sendo cirurgiã de emergência não perguntou o porquê, apenas pegou o kit e deu os pontos. Recomendou mais cuidado e me chamou para jantar.

Comi com pressa e me peguei pensando na garota. Eu a conhecia, tinha certeza. Já tinha visto aqueles olhos verde esmeralda em algum lugar. “Não, bobagem.” foi o que pensei na hora. Mas tinha de me certificar.

Subi as escadas de dois em dois degraus e já estava em meu quarto. Liguei o console, coloquei o capacete e desejei ir para o mesmo lugar que estava antes.

Não havia ninguém lá. E de repente, um pensamento me ocorreu: e todas aquelas pessoas que eu feri na batalha? Torcia com todo o coração para que estivessem bem. Deviam estar com raiva de mim, do mesmo modo que eu estava inicialmente com a garota. Mas não era culpa de ninguém. Não sabíamos que jogávamos com nossas próprias vidas.

Ao longe, vi um vulto humano. Resolvi me aproximar.

O nome de usuário era Robert531 e estava dando voltas nervosamente.

—Ei- chamei- tudo bem?

Ele apenas levantou a mão. Estava tudo bem, menos o dedo indicador: simplesmente não estava lá.

Fiquei sem reação. O que eu faria? Mas então me lembrei de uma das instruções do capacete: “tudo que existe no mundo real, existe em Duo Reality.” será que tinha hospital? Eu me amaldiçoaria por ter quebrado a janela em vão.

—Robert- falei- deseje ir até um hospital.

E parece que realmente o fez, porque no segundo seguinte, desapareceu.

Desejei ir ao mesmo lugar que Robert531 e apareci dentro de um edifício limpo. Certamente era o hospital.

—Droga. - xinguei baixinho. Aquela noite, eu ficaria com frio por nada.

Haviam dezenas de pessoas lá, mas facilmente avistei Robert. Caminhei até ele.

—Obrigado- ele disse.

Eu iria responder, mas congelei. Porque lá estava ela, que me fitou e em seguida desapareceu.

—Nunca vim a este lugar – falou ele, tentando puxar assunto.

Eu também não, mas o jogo fora lançado naquele dia! Ele deveria ser do norte ou algo do gênero. Balbuciei alguma coisa qualquer em resposta, mas não importava. Só conseguia pensar nela. Ela havia desaparecido quando me viu, e devia ter tido a mesma sensação que eu: de que já a conhecia.

Como um raio, o sono me atingiu. Me despedi de Robert e o adicionei como amigo.

Voltei a escuridão gélida do meu quarto. Me deitei sem pensar duas vezes. Queria pensar nela mas minhas pálpebras não deixaram. Fechei os olhos e caí em um sono profundo.



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