Doce Emily escrita por LittleMonster


Capítulo 19
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo *-* Tá um pouco estranho, mas espero que gostem.



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A noite chegou na casa dos Mitchell,s. Grande Merda!

Elizabeth não saía do quarto da Lizzy.

Sempre perguntando a ela se precisava de alguma coisa, ajeitando o travesseiro atrás de sua cabeça, lhe servindo sopa na boquinha. Mamãe dedicada ela não? Não. Não comigo pelo menos.

Eu fora tratada como sempre: com todo o desprezo do mundo.

O que mais me enoja em Elizabeth, é a sua falsidade afetiva.

Ela finge que gosta de mim. Dá risadinhas de orgulho, me lança sorrisos carinhosos. Tudo isso quando as coisas vão indo ''bem''.

Quando tudo está ''normal''. Mas quando as coisas começam a piorar, quando sua filha mais velha começa a agir de forma estranha matando os animais dos vizinhos, expondo seus pensamentos sombrios para seus ''coleguinhas'' da escola, quando tento matar sua outra filha, Elizabeth levanta sua barreira do desprezo contra mim.

Elizabeth sempre irá defender sua filhinha perfeita. Sua filha normal.

Por isso hoje cedo - como eu não podia sair de casa- quando estava no quarto da Lizzy batendo um papo de irmãs, leia-se: manipulando-a,

Elizabeth abriu a porta do quarto furiosa e me lançou um olhar felino, como se eu fosse um terrível predador pronto para devorar sua cria.

E ela fosse a mamãe leao. Cadela idiota!

Ela me expulsou de lá com a desculpa que eu deveria ficar no meu quarto e não importunando minha irmã que estava machucada que precisava de repouso.

Como se os culpados por Lizzy está fudida não fossem eles mesmo!

E eu também. Há, há, há........E não sei por quê estou reclamando, tive sorte por Lizzy não abrir a boca, sobre eu te-la levado para a perdição ontem a noite.

Mesmo sabendo que ela está indignada com seu estado, a idiota não disse uma palavra. Tudo fruto da minha influência sobre ela.

Lizzy é um tipo especial de marionete nas minhas mãos.Tudo que digo ou faço, soa para ela como algo heróico. Um bom exemplo a ser seguido.

Coitada. Ou não. Não tenho pena de gente burra.

Será que ela nasceu com algum distúrbio mental agravado pelo tempo por conta de sua beleza superficial?

Não lembro-me de Lizzy ser tão burrinha e retardada quando era criança.

Ao menos ela tem um cérebro? Tenho minhas dúvidas.

De qualquer jeito aqui estou eu, trancada no quarto sem mover uma palha para acabar com minha família. Patético.

Minhas mãos começaram a coçar pra bater em alguma coisa, minhas unhas já não existiam mais de tanto que as rui e minha boca ficou com gosto do esmalte preto que haviam nelas antes.

Que merda em Emily? Tu tá tão chata e entediante que me dá vontade de dormir, falou uma voizinha na minha mente.

– Cala a porra da boca - Mandei pro vento.

Que ótimo! Agora eu tenho discussões com minha própria mente perturbada. Argh!

Me levantei da cama e peguei meu caderno/diário de capa roxa que estava em cima da escrivania.

Comecei a folhear as folhas, quase todas em branco.

Pois é, eu não faço muito as tarefas de casa.

Como se eu realmente me importasse!

Parei em uma página com rabiscos estranhos. Era um desenho.

O desenho de uma garotinha magricela muito pálida, com um vestidinho de renda delicado mas que agora se encontrava rasgado e com manchas de sangue, com seus olhos caramelos que pareciam divertidos, ela segurava uma cabeça pelos cabelos loiros de uma outra garotinha.

Que lindo! Foi eu que fiz esse desenho semana passada, quando estava na aula da Senhorita Blake. O Sr. Michael havia faltado por problemas pessoais por isso tiveram que substituí-lo pela Senhorita Blake, uma coroa de cinquenta e poucos anos.

Eu estava entediada de olhar para cara da mulher com bulssu e de peitos caídos murchos. Aí eu comecei a desenhar.

Lembro que a aula era de História, e ela dizia alguma coisa sobre ''A morte de Maria Antonieta'' e.....blá...blá...blá..... Não prestei muita atenção a não ser na parte que ela disse que Maria Antonieta fora decapitada.

É nisso que se baseou meu desenho, a menina que segura a cabeça, sou eu, e a cabeça é da Lizzy. Claro.

Como eu sou criativa! há, há, há.....

Peguei um lápis de ponta fina e comecei a criar mais figuras na folha.

Modéstia parte, sou uma ótima desenhista, as imagens surgem em minha mente, e eu as dou vida no papel em branco.

Logo os rabiscos criam formas, linhas retas viram cachos sedosos, curvas e círculos dão forma a um lindo rosto masculino.

Comecei a trabalhar em suas asas e no sorriso do anjo da morte que se fazia em minha mente. Ele era lindo.

Estava completamente nu, e cada traço, cada detalhe que eu lhe atribuía, o tornava ainda mais perfeito do que em minha doente fantasia.

Eu posso até ser louca, fria, amarga, manipuladora, psicopata, uma vadia assassina, liste como quiser, mais eu também já sonhei um dia.

E eu sonhava com um anjo que viesse me salvar do meu inferno particular. Ridículo, eu sei.

Mas quando eu tinha 08 anos e apanhava ou era desprezada por John e Elizabeth, eu me escondia no porão da casa.

O lugar era sinistro, sujo e assustador e qualquer criança teria pavor apenas de imaginar entrar lá dentro, mas não eu.

Aquele lugar era o meu cantinho do sofrimento.

Eu podia chorar- e acredite eu já chorei muito,- podia gritar sem ser ouvida, criar monstrinhos com os membros que arrancava das bonecas da Lizzy, e eu - sem nenhuma vergonha livre pela sombria inocência e pudor sem limites da minha imaginação,- criar meu herói fajuto.

Seu nome era Travor. Seus olhos eram azuis como o céu cheio de estrelas em uma noite de inverno, e seus lindos cachos loiros bronze era a combinação perfeita com sua pele dourada.

Sempre uma mecha lhe caía sobre um olho. Tão maravilhoso.

Pra mim ele era a personificação de um Deus digno da minha adoração. Era real. E ele me salvaria..... Bom, acho que ele percebeu que não há salvação pra mim.

Bufei ásperamente, e parei de rabiscar em cima de seu rosto.

Meu punho se fechou no lápis que segurava com muita força.

Era só uma fantasia minha. Uma idiota fantasia.

Anjos e essas merdas não existem.

E eu sou um monstro sem alma. Simples realidade.

Eu matei pessoas e não consigo sentir o mínimo de remorso.

Também eles mereceram! Todos que matei foram equivalentes a bosta de cavalo. Não consigo me arrepender.

Me encolhi na cama em posição fetal.

O caderno/diário apertado contra meu peito.

Por que não consigo sentir alguma coisa?

Por que tenho que ser assim? Por que não posso ser normal?

Por que não sou como as adolescentes da minha idade?

Deveria me preocupar em ser popular no colégio, ter uma paixonite por algum garoto que nem ao menos saberia da minha existência, implicar com minha irmã, talvez até ter um gatinho de estimação.

E discutir sobre minha liberdade com meus pais.

Impossível. Isso nunca aconteceria.

Ainda estou indecisa de qual forma os matarei.

Discutir minha liberdade! Ridículo!

De qualquer jeito, nunca serei normal. Sou uma aberração.

Parei de respirar quando senti um nó em minha garganta, e um gosto amargo na boca.

Meus olhos lacrimejaram, mas eu os forcei a permanecerem secos. Não podia chorar.

Não estava adiantando muito. Odeio chorar. Odeio demonstrar fraqueza. Sou uma estúpida fraca.

Fechei meus olhos com toda força, quando senti as lágrimas molhar meu rosto. Pare com isso sua idiota! Que merda tá acontecendo comigo porra?!

Ouvi batidas na porta, e tentei me recompor.

Não daria o gostinho a eles de me ver chorando feito uma idiota.

Levantei largando o caderno em cima da cama e fui abrir a porta.

Era o idiota do Derek.

Mal abri a porta e ele já foi logo falando apressado:

– Olha, eu não queria te acordar, mais precisava ver se você estava mesmo no quart....- Derek se interrompeu me olhando curioso. - Você estava chorando? - Ele perguntou ficando sério de repente.

– Não, esfreguei cebola nos meus olhos. - Respondi irónica.- Cai fora -Tentei fechar a porta na sua cara, mas ele a empurrou com força e conseguiu entrar.

– Por que estava chorando?- Derek perguntou me analisando com atenção.

– Já disse que não estava chorando porra! Agora sai do meu quarto!- Perdi a paciência e tentei empurra-lo porta a fora, mas algo chamou sua atenção e ele me empurrou pro lado.

– Ei, aquilo é um diário? - Ele perguntou indo em direção a cama para pegar meu caderno/diário que estava lá. Tentei ser mais rápida, mas Derek conseguiu pega-lo primeiro que eu.

Porra! Esse viado só pode ter sido enviado do inferno pra me perturbar.

Meu humor está péssimo e esse filho da puta vem me encher o saco.

Vou acabar matando esse desgraçado!

Continua...........



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Notas finais do capítulo

Vocês estão aí? Espero que sim.
Me digam o que estão achando por favor ^^
Está ficando bom? Ruim? Me digam *-*
Deixe um riview ^^
Beijos........