When I Look At You escrita por AcheleForever


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu to realmente sem nada pra fazer nessa vidinha monótona. Então, pretendo fazer dessa one, uma short, com três capitulos. De acordo? E como eu sou uma pessoa que odeia deixar coisas para depois, pretendo terminá-la hoje, se vocês forem bonzinhos e me mandarem alguns reviews ♥



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Escola, compras, carros, amigos... Foi com isso que gastei meus últimos quatro meses do ano. Agora estávamos nos feriados de final de ano, e então eu tinha tempo para fazer o que quisesse. E eu queria ver Quinn.

Durante esses quatro meses eu a vi apenas uma vez. Estava passeando pela costa lesta da cidade, como sempre fazia depois que nos conhecemos naquela corrida, e ela saiu de um cassino. Entrou em um carro preto acompanhada de um homem grande e musculoso, e partiu. Creio eu que ela nem me viu estacionada do outro lado da rua.

Foram apenas alguns minutos em que eu a vi novamente, mas foi o suficiente para meu coração se aquecer. E meu sangue ferver por vê-la entrar em um carro com um cara que eu não conhecia. Sei que era exagero da minha parte sentir esse ciúme todo, mas eu não podia evitar, eu era dramática por natureza.

Tina já estava cansada de me ouvir falar da loira. A coitada nem mais conseguia esconder se tédio ao me ouvir falar de Quinn mais uma vez.

- Você tem que fazer alguma coisa – me disse

- O quê você quer dizer com isso? – sentei ao seu lado em minha cama

- Que a Rachel Berry que eu conheço não ficaria de braços cruzados esperando sua garota cair em seu colo – franziu a testa – Nunca pensei que essa frase soaria tão estranha – riu

- Você ainda não se acostumou, não é? – olhei-a

- Me desculpe, mas ver a garota mais cobiçada pelos garotos do colégio morrer de amores por uma garota, não é lá muito comum.

- Mas você me apoia, certo? – perguntei com um pouco de medo

- Que pergunta idiota é essa? – olhou-me brava

- E-eu...

- Cale a boca, Barbra. Eu não quero ouvir seu tom de desconfiança – disse irritada

- Me desculpe, Tina. Mas é que eu pensei que...

- Pensou errado. Eu sou sua melhor amiga, Rachel. Eu irei te apoiar sempre – sorriu sincera

- Obrigada, Tina – nos abraçamos

- Ok, agora o quê você vai fazer?

- Eu não sei... – me deitei na cama olhando o teto – Não sei nem se deveria fazer alguma coisa.

- Como assim? – se apoiou no cotovelo

- Ela não veio me procurar, o quê eu devo pensar disso? Que ela não quer me ver novamente.

- Ok, acho que eu já te disse isso uma vez hoje, mas torno a repetir. Cale essa sua boca, Rachel Berry. Você viu o quê à garota fez somente para se encontrar com você?

- Vi.

- Talvez, eu disse somente TALVEZ, ela queira te ver novamente.

- Talvez é uma palavra muito vaga.

- Eu fui irônica! O quê está acontecendo com você? Nem uma ironia esta reconhecendo mais.

- Eu não sei o que esta acontecendo comigo, esse é o problema. Eu só penso nela e só a quero! Isso é insano – cobri meu rosto com as mãos

- Você está apaixonada – sorriu

- O quê? – olhei-a em descrença – Você esta louca.

- Não estou e você sabe disso.

- Como eu posso estar apaixonada por uma pessoa que só falou comigo por no máximo dois minutos?

- Estando. É simples, você não escolhe estar ou não estar. Apenas acontece.

- Isso não pode estar acontecendo comigo... – cobri-me com um cobertor

- Por que esse espanto todo?

- Eu não posso estar apaixonada por ela.

- Por que não?

- Você tem consciência de quanto poder ela tem nas mãos? Ela pode ter qualquer uma que quiser dessa cidade. Eu não quero ser a idiota com o coração partido.

- Pode ter qualquer uma, mas escolheu você. Por que não se dá um voto de confiança? – puxou o cobertor de minha cabeça

- Por que eu, Tina? Eu só queria saber isso.

- Quer saber o por quê? Eu te digo o porquê – se deitou ao meu lado – Porque você é a garota mais doce, mais forte, mais esforçada e mais linda que eu conheço – beijou minha bochecha- E com certeza, que ela conhece também.

- Você acha que ela pensa assim? – perguntei com receio

- Ela seria uma idiota se não pensasse.

- Obrigada, Tina.

- De nada, Rachel – sorrimos

Xxx

Já era véspera de Natal, minha casa já estava toda iluminada e decorada de acordo com as tradições. Como em todos os anos, minha mãe se empenhou bastante para deixar nossa casa a mais bonita de toda a rua.

Estava eu na minha loja de acessórios automotivos preferida. Will era um amor de pessoa, e me ajudava sempre que eu tinha um problema um pouco maior e com o qual eu não sabia lidar sozinha. Olhava por todas aquelas rodas brilhantes, tentando escolher uma que caísse bem me meu carro. Esse seria meu presente de Natal para mim mesma.

- Já escolheu, Rachel? – Will parou ao meu lado

- Ainda não. Está difícil – fiz uma careta

- Gostaria de uma ajuda? – uma terceira voz se juntou á nossa

- Não, obrigada. Acho que posso me virar sozinha.

- Ok.

Quinn estava absolutamente linda. Calça jeans escuras e coladas em seu corpo lindo, nos pés sandálias baixas e no tronco, uma bata branca lisa. Seus cabelos agora médios estavam presos num pequeno rabo de cavalo baixo. Seus olhos eram contornados por lápis pretos, o que me fez ter um controle absurdo para não me perder nesse oceano verde.

- Disse que não preciso de ajuda – respondi concentrada nas rodas á nossa frente

- Estou olhando também – colocou as mãos nas costas – Não imaginei que nosso encontro seria assim, ao acaso.

- Não imaginei que nos reencontraríamos.

- Não queria me ver?

- Digamos que foi uma surpresa do destino você entrar por aquela porta.

Um silêncio se apossou de nós duas. O clima de tensão parecia palpável, e eu só queria correr dali e cair nos braços de Tina, chorar por horas e depois comer chocolate até morrer.

- Por que não me procurou? – perguntou-me

- Estava ocupada com meus estudos e faculdade que pretendo ingressar – um breve silêncio – Por que você não me procurou? – me virei fitando seus olhos

Ouvi um suspiro de sua parte, e logo depois ela desviou seu olhar do meu. Neguei com a cabeça e olhei para o lado oposto, tentando de qualquer jeito não chorar na frente dela. Aquilo era pior do que pensar que ela não queria me procurar, era saber que ela não queria me procurar.

- Eu tive alguns problemas na costa leste. Ficou sabendo?

- Não.

- Ótimo.

- Por que não fala de uma vez?

- Do que se refere?

- Por que toda aquela cena na pista nos limites da cidade? Por que toda aquela história só pra conseguir me beijar?

- Eu não inventei aquela história.

- Certo. Quer saber, eu estou caindo fora – sai andando

-Rachel. Rachel, aonde você vai?

- Para algum lugar onde suas mentiras não me alcancem – cheguei ao meu carro

- Me deixe te contar o que aconteceu – segurou meu braço

- Você disse que queria me ver de novo! E depois, quatro meses sem nem uma parição, nem para me falar ‘hey, eu ainda estou viva!’ – ironizei – Talvez eu estivesse melhor sem você – entrei em meu carro

- Meu pai faleceu – parei olhando a rua, com as mãos nos volantes – E minha mãe logo em seguida. Me desculpe, eu queria muito te procurar, mas... – suspirou – Minha irmã ficou muito fragilizada, ela precisava de mim.

Arranquei com o carro sem olhar em sua direção. Deus, eu a julguei sem saber o que estava acontecendo. Cheguei á minha casa e corri para meu quarto. Chorei por mais uma vez ter estragado as coisas que eram importantes. Eu queria Quinn Fabray para mim, mas agora já não estava tão certa se ela me queria.

Xxx

Eram 11:23 PM quando minha mãe bateu em minha porta pela quinta vez. Eu não queria ver, conversar ou sorrir para nenhum dos convidados que estavam na nossa sala. Eu só queria ficar em minha cama e terminar de assistir Titanic. Essa seria minha noite de Natal mais que especial.

- Rachel, querida. Abra a porta.

- Mãe, vá embora...

- Você não me deixa escolha. Eu sou sua mãe e ordeno que abra – me levantei de má vontade a deixei entrar – Não vai pegar seu presente esse ano?

- Talvez amanhã. Ou depois. Ou nunca – me joguei na cama

- Você poderia, por favor, me contar o que esta acontecendo com você? – se sentou ao meu lado

- Nada.

- Rachel...

Shelby era uma boa mãe. Era amorosa, cuidadosa e atenciosa. Eu não poderia querer mãe melhor. Mas ela era persistente, e acho que herdei isso dela. Com certeza não sairia dali antes que eu lhe contasse tudo o que estava acontecendo comigo.

- Eu acho que estou apaixonada – coloquei a cabeça em seu colo

- Acha?

- Ok, eu estou apaixonada.

- E por quem seria? – me olhou esperando

- Mãe, eu estou gostando de uma garota.

- E qual o nome dela?

- Pera, você não vai falar nada? – me sentei apressada

- Por que falaria? Você sabe que não sou homofóbica – sorriu – Agora, pode voltar á posição original e terminar a história?

- Eu te amo, mãe – me deite

- Também te amo, estrelinha.

- Ela se chama Quinn Fabray.

- Filha do Russel?

- Você conhece a família dela?

- Pelo sobrenome sim. Fiquei sabendo que ele teve uma morte repentina, alguma coisa em seu coração. E que a mulher morreu logo em seguida, acho que não aguentou a vida sem ele.

- Ela mesma.

- Mas por que todo esse choro? Por acaso ela não sente o mesmo por você?

- Eu acho que sim. Mas não sei ao certo. Ficamos quarto meses sem nos falar, e eu fiquei chateada por isso. Hoje nos encontramos na loja do Will, ela veio falar comigo, mas eu fui meio rude com ela. Eu não sabia que ela estava passando por isso.

- E agora? – fez carinho em minha cabeça

- Eu não sei... E se ela não quiser mais falar comigo por que eu fui uma idiota que não sabia dos verdadeiros motivos?

Quando minha mãe abriu a boca para me responder, uma pedra relativamente grande acertou minha porta de vidro da varanda. Levantei-me assustada, indo verificar o que era, seguida de perto pela minha mãe. Abrimos a porta e saímos para o tempo gelado do mês de dezembro. Assim que apareci no parapeito, pude ver uma loira linda com alguns casacos parada no gramado abaixo de minha janela.

- Acho que já temos sua resposta – minha mãe beijou-me na têmpora – Não faça nenhuma burrada dessa vez – e saiu

- O que você faz aqui? – gritei para que ela pudesse me ouvir

- Vim me desculpar, sei que deveria ter ao menos te procurado. Eu realmente sinto muito.

- Eu que devo me desculpar. Fui uma insensível, ao menos sabia dos seus motivos.

- Eu posso entrar? Aqui fora está um pouco frio – passou as mãos pelo braço

- Oh meu Deus, claro. Vá até a aporta.

- Não é necessário, eu subo por aqui mesmo.

E no segundo seguinte, uma linda e loira Quinn Fabray estava escalando a fachada da minha casa com uma habilidade invejável. Menos de um minuto depois, ela pousava com os dois pés na minha varanda.

- Não tive oportunidade de te falar isso mais cedo, mas eu fiquei com saudades de você – parou á minha frente

- Eu também.

- O que mais me fez falta todos esses meses, foi o seu beijo. Eu sentia que se você me beijasse, essa dor enorme passaria – acariciou meu rosto com a mão direita

- Você é perfeita – sorri

- Eu posso te beijar? – colou a outra também em meu rosto

- A hora que quiser.

E nossos lábios se juntaram pela segunda vez. Era doce, quente, viciante. Ao nos separarmos em busca de ar, ela enlaçou meu quadril e me manteve presa á ela. O vento frio cortava minha pele, e eu preferia ficar no ar quente de dentro do meu quarto.

- Quinn, podemos entrar? Estou com frio.

- Claro. Mas antes eu queria fazer uma coisa – olhei-a

- Ok... – disse um pouco desconfiada

A mão esquerda da loira abandonou minha face para entrar no bolso de seu grande casaco vermelho. Dali ela retirou a mão fechada em punho e me olhou com seus olhos agora brilhando.

- Depois que nos vimos na pista nos limites da cidade, eu não consegui parar de pensar em você. Eu nem consegui dormir aquela noite – sorrimos – Então no outro dia, eu fui á um lugar muito especial para minha família. Sempre que queremos mostrar que nos importamos com alguém, vamos lá.

Então ela abriu sua mão e eu pude ver que ali repousava um anel. Simples, não muito chamativo, mas com certeza de ouro. Era de ouro amarelo em sua maioria, mas no seu meio exibia um fino traço em ouro branco. Por dentro pude ver as inicias QF e uma data.

- Aqui tem a data que demos nosso primeiro beijo. E ao lado, bem... – corou levemente – está escrito as minhas inicias.

- E-eu... – tentei falar algo

- Eu não terminei ainda, bela moça – tocou o meu nariz com a ponta do dedo indicador – Eu queria que você o aceitasse. Como forma concreta do nosso relacionamento – meus olhos brilharam ao ouvir essa palavra – Você, Rachel Berry, aceita ser minha namorada?

Eu fiquei alguns segundos em silêncio, apenas absorvendo a história. Não que eu não quisesse namorá-la, muito pelo contrário, eu queria e muito. Mas a ideia de namorar a linda, doce e enigmática Quinn Fabray era grande demais até para mim.

- Eu sei que pode ser muito cedo, mas eu não aguento mais não te chamar de minha. Eu quero poder olhar você vir até mim e pensar ‘puxa, eu sou a pessoa mais sortuda desse mundo. Aquela mulher linda namora comigo’ – riu – Eu quero poder bater em qualquer idiota que ousar olhar pra você, quero andar de mãos dadas contigo no parque, quero...

- Eu aceito – falei baixo olhando em seus olhos

- Aceita? – sorriu

- Aham – mordi meu lábio inferior

- Agora eu posso te beijar quando eu quiser? – estava radiante

- Pode.

- Começando agora?

- Por favor – segurei o riso

E o nosso beijo era ao mesmo tempo o terceiro desde que nos conhecemos, e o primeiro como namoradas. O frio ainda castigava minha pele, e eu fui obrigada e me distanciar da minha loira.

- Quinn, eu preciso entrar – puxei-a pela mão – Quer deitar? – olhei para minha cama um pouco bagunçada

- Você vem junto? – segurou em minha cintura

- Claro – puxei-a para se deitar comigo

E minha noite começou sendo a mais detestável de todas, e terminou sendo o Natal mais feliz da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Quem aí quiser que eu termine isso hoje, dá um oi lá nas reviews, ok? Ou então eu posto só outro dia... kkkk' que chantagem barata essa minha/
Beijitos ;D