A Fênix escrita por potterlovegood


Capítulo 6
A raiva


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sou muito crítica comigo mesmo, eu li várias vezes esse capítulo e achei que falta alguma cosia, pensei até em não posta, mas prometi para vocês né.



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Cindy estava toda arrepiada e muito pálida. Aquela voz, seca e fria, ecoava em seus ouvidos. De repente, uma mão tapou sua boca, impedindo-a de continuar a berrar.

– Você está louca? – perguntou Jorge – Você quer que sejamos pegos? Por que todos esses gritos? – fez uma pausa, e disse – Fred, alguém vindo?

– Sim, Harry saiu da sala de Lockhart, Filch está no quarto andar e Snape... - disse Fred, analisando um mapa em sua mão – está saindo das masmorras, parece que ouviu alguma coisa.

– Aquele idiota tem um ouvido muito bom- disse Jorge, tirando a mão da boca de Cindy – Vamos pegar aquele atalho, assim não tem perigo de nos encontrarmos com ele.

– Desculpe... – lamentou Cindy

– Você não disse ainda por que tudo isso. - disse Jorge, que pegou Cindy pela mão e recomeçou a conduzi-la.

– Vocês não ouviram?- perguntou Cindy, confusa.

– Ouvir o que? Seus berros... Ah sim, até o Snape que estava lá nas masmorras ouviu! – perguntou Fred, rindo, um pouco atrás, ainda de olho em um mapa.

– A voz... – disse ela, que ficou arrepiada só de relembrar daquela voz.

– Cindy, se você não percebeu, estamos sozinhos, se tivesse alguém aqui por perto, Fred teria visto. – disse Jorge - Você deve estar cansada, afinal é tarde, você ainda quer continuar?

– Sim, quero. Quero muito saber como são os elfos... Será que tem algum Dobby lá? – perguntou a menina, pensativa.

– Não entendo o que você quer com os elfos – disse Fred que agora tinha alcançado eles- Eles não são nada demais, são um pouco chatos às vezes e insistentes. Mas como você é nossa amiga e...

– Já que temos que passar nossos conhecimentos para alguém. -– completou Jorge— melhor você do que nossos irmãos mais novos - e sorriu para a garota- Vamos, só mais um pouquinho e já chegamos à cozinha!

*****

Domingo passou tão rápido, talvez porque Cindy não se divertia tanto fazia um bom tempo. O incidente da noite passada logo foi esquecido pelos gêmeos, mas por ela não. Aquela voz, aquelas palavras, aqueles arrepios – nunca tivera sentido medo daquele jeito. Tudo pareava em sua mente, fazendo-lhe passar horas e horas pensando em respostas impossíveis, pois não havia por onde começar. Pensou em falar para alguém, porém não tinha certeza se era algo que só existisse em sua cabeça, mesmo para ela ter parecido tão real...

A semana chegou. Cindy descobriu que era ótima em poções, e isso era muito estranho para seus colegas, que eram acostumados com o Snape ruim com todos. Lockhart ainda não tinha esquecido as palavras de Cindy, por isso vivia descontando pontos da Grifinória por qualquer coisinha que ela fizesse.

*****

Gina havia faltado muitas aulas, inclusive a aula de Herbologia de terça. Essa era uma aula com os alunos da Corvinal. Cindy acabou ficando perto daquela menina loira, a Luna, que conhecera no trem. Fizeram duplas juntas, já que as duas sobraram. Mas a morena achou-a muito engraçada e simpática, falava de animais estranhos e esquisitos. Ela contou que seu pai tinha um semanário chamado “O Pasquim”, dera-lhe até um exemplar. Elas passaram o dia juntas, e A menina percebeu como a loirinha sofria gozações por ser estranha, o que para ela não fazia diferença, afinal, ela também não era nada normal.

Quarta chegou, e Cindy estava muito ansiosa para a sua primeira aula de voo, mesmo quando não sabia que magia existia, ela sempre sonhara em poder voar. Logo depois de tomar café, dirigiu-se ao campo de quadribol, e por milagre, foi acompanhada por Gina.

Havia muitas vassouras no chão do campo onde a Prof. Rolanda Hooch estava parada,chamando os alunos. A menina ficou muito triste em saber que a aula era também com os alunos da Sonserina. Depois de todos chegarem, a professora falou:

– Prestem atenção todos! Fiquem a direita de uma das vassouras – apontando para as vassouras no chão – Todos prontos?- olhou para todos os alunos, que já estavam posicionados – Isso! Agora ergam a mão direta em cima da vassoura e digam “Suba”.

Cindy disse “Suba” e sua vassoura subiu rapidamente até suas mãos. Com Gina aconteceu à mesma coisa, assim como as de muitos alunos. Colin estava tendo problemas, pois sua vassoura não queria subir. Depois de muitos “Subas”, todos estavam com as vassouras nas mãos.

– Ok, agora montem nelas e quando eu contar até três, dêem um grande impulso para cima – disse a Prof. Hooch, olhando para os alunos, todos haviam montado em suas vassouras- Um, dois, três!

Foi uma explosão de vassouras subindo no ar. Voar era muito melhor do que Cindy imaginara. Aquela brisa macia acariciava seu rosto, seus cabelos cacheados dançavam suavemente, nunca se sentira tão leve, tão feliz. Estava tão entusiasmada que nem percebeu que chegara tão alto, e Gina vinha logo atrás dela. Começaram a dar voltas pelo campo, viram muita gente com dificuldades, inclusive o pobre Colin. Sua vassoura não queria voar.

– Vamos Sr. Creevey- disse a professora- Tem que dar um impulso mais forte!

– Estou tentando, estou tentando- lamentava-se Colin.

Elas resolveram descer e ajudá-lo. Quando estavam descendo, viram Handley com seu grupo, todos riam e apontavam para Colin. Cindy sentiu muita raiva do menino, como ele podia ser tão malvado, tão ridículo e cruel com o pobre Colin, será que ele não tinha coração? Estava na cara que não. Ela parou no ar encarando ele, que fingia que não a via.

– Ninguém. Ri. Dos. Meus. Amigos! – sussurrou Cindy. Sua raiva crescia com cada risada de Handley. O vento parou, mas seus cabelos continuavam a dançar no ar, quem a visse do chão pensaria que seus cabelos estavam pegando fogo. Ela não piscava, olhava constantemente para os olhos azuis dele.

De repente alguém gritou:

– Aaaaa! Fogo!

Handley olhou para trás, a palha de velha vassoura que usava estava pegando fogo. Ele entrou em pânico e começou a voar em círculos.

– Aaaa! Fogo, fogo! Alguém me ajude! – berrava Handley, a morena teve um ataque de risos e quase perdeu controle da vassoura.

– Desça aqui Sr. Handley! – berrava a Prof. Hooch – Venha aqui que eu te ajudo!

– Ah... Você quer ajuda, hein Handley? – falou ironicamente Cindy, ainda rindo muito, porém ele berrava tanto que nem a ouvira. “Tomará que a vassoura dele vire de cabeça para baixo, assim ele vai para o chão, afinal, ele não queria ajuda?” pensava quando seu pensamento foi interrompido por mais um grito:

– AAAAAAAAaaaa.... – era Handley, Cindy achou estranho, porque o grito ia diminuindo, diminuindo... Quando olhou para baixou, ficou paralisada com a cena que viu: o menino caindo em alta velocidade gritando histericamente, como uma garotinha, Prof. Hooch gritando lá em baixo - parecia que ela iria ter um infarto -, junto com Gina e Colin, que não conseguiam parar de rir.

Toda a turma desceu para ver o que estava acontecendo. Ela foi a última a chegar, estava muito assustada ainda com a situação. Quando chegou perto do corpo de Handley, que agora não estava mais jogado no chão e sim flutuando, enfeitiçado pela Prof. Hooch para poder levá-lo ao hospital, ele gemia de dor. “Será que fui eu que fiz isso?” pensou, cheia de remorso.


– Ele teve o que merece, Cindy – dizia Gina, enquanto almoçavam- Ficava rindo do Colin, se ele não tivesse caído eu mesma o faria cair. Não precisa se sentir culpada!

– Quem ta se sentindo culpada? – perguntou Fred e Jorge juntos, que vinham chegando para almoçar.

– A Cindy. Handley caiu da vassoura e agora ela ta se sentindo culpada. Vê. Se. Pode. – disse Gina, rindo só de lembrar da cena.

Os gêmeos quase morrem de rir.

– Por que vocês não filmaram para a gente?- perguntou Fred, que tentava parar de rir, e continuou – Por que está com remorso?

– Porque a vassoura dele pegou fogo antes dele cair!- disse Cindy, olhando para Fred com uma cara de “aquilo que você sabe aconteceu! Disfarça pelo amor de Deus!”.

– Hum... Entendo. - confirmou Fred, e olhou para Jorge, pra tentar explicar apenas com o olhar.

– Eu não entendo! – disse Gina, revoltada, que começou a observar a troca de olhares entre Fred, Jorge e Cindy – E será que da para alguém me dizer o que está acontecendo?

– Nope. – disse Jorge, e os dois saíram, juntando-se a Angelina e Lino Jordan.

Depois do almoço, tinham um tempo livre antes da aula de feitiços. Cindy nem precisou despistar Gina, pois ela estava realmente braba quando o almoço acabou, e foi até a enfermaria, queria ver se Handley estava bem, mas ninguém podia saber disso, tinha certeza que era culpa sua. O fogo foi obvio que ela provocou, mas ainda tinha dúvidas se era a responsável pela queda. Tinha desejado isso, podia ser um poder novo, ou poderia ser mera coincidência.

– Ah, olá querida, deseja alguma coisa? – perguntou uma mulher miudinha, com cabelo preso em um belo coque, e com um vestido branco, esta deveria ser a enfermeira, quando Cindy chegou à enfermaria.

– Sim, eu queria saber... como... está o g-garoto... – dizia Cindy, enrolada – você sabe... aquele garoto... que caiu...

– Ah sim! O menino que caiu da vassoura! Sorte que me trouxeram ele logo, ele está mal. Quebrou o braço direito, a perna direita, e duas costelas... – disse a enfermeira. A menina ficava apavorada a cada palavra que a mulher dizia.

– Ai meu Deus! Ele não vai voltar ao normal?- disse a garota, quase entrando em pânico.

– Claro, querida. Pelo jeito, você é uma novata em magia, não é? – disse a enfermeira, Cindy não agüentava mais as pessoas dizendo isso! – Não querendo me gabar, mas eu, Madame Pomfrey, sou ótima em curar ossos quebrados, já estou acostumada. Ele vai ficar bem. Você não quer ir visitá-lo?

– Bem, é que... – Cindy ia falando quando foi interrompida pela uma voz nojentamente familiar.

– O que está fazendo aqui, Collins? – disse Malfoy, com seu tom arrogante de sempre.

– Nada que te interesse Malfoy – disse Cindy, virando-se e percebendo que o olho do garoto ainda estava roxo – Belo olho – comentou ironicamente.

– Cala a boca! Sua... sua.... sangue...- dizia Malfoy quando foi interrompido pelo olhar maléfico da garota.

– Malfoy, você não quer mais um roxo para combinar com o outro, quer? – disse Cindy, num tom muito irônico e maligno.

Malfoy bufava de raiva, tinha medo de fazer alguma coisa, e se não fizesse, seria humilhado. Decidiu sair e ir em direção as camas da enfermaria.

Cindy agradeceu a madame Pomfrey e saiu.

Quando chegou à sala comunal, um garoto mais alto que ela, com cabelos escuros, meio desajeitado veio em sua direção, parecia muito envergonhado e entregou-lhe uma carta. Pela caligrafia, sabia que era de Dumbledore. E dizia:

Cara Cindy,

Acho que já está no momento de termos o nosso próximo encontro, esteja em meu escritório às 3 horas da tarde de sábado, venha sozinha.

Dumbledore

*****

A semana passou rápida e logo chegara sábado. Cindy passou a manhã com sua nova amiga, Luna, pois Gina ainda estava braba com ela. Quando chegaram três horas, despediu-se de Luna e em foi em direção à sala do diretor. Fazia um dia tempestuoso, em sua opinião, um dos piores que existia.

Ao chegar ao escritório, a porta se abriu sozinha, para variar, e ela viu seu velho diretor sentado atrás de sua escrivaninha, sorrindo para ela.

– É bom revê-la- disse o diretor – Sente-se, por favor – disse indicando a cadeira para Cindy – Soube que houve um incidente em sua aula de voo, parece que a vassoura de um aluno pegou fogo e depois ele caiu. Você não tem nada para comentar sobre isso? – e olhou-a com uma cara de “eu sei.”.

– Desculpe professor... é que eu estava com muita raiva, pois Handley estava caçoando do Colin só por que ele não conseguia voar direito e...

– Tudo bem, tudo bem... Sei que você não fez por mal, entretanto, seus poderes, sua responsabilidade, só você poderá controlá-los – disse o diretor – Madame Hooch ainda me contou que a vassoura de seu colega virou, por causa do pânico, mas eu tenho um estranho pressentimento que não foi só isso, estou certo?

– Como é que o senhor sabe? – perguntou Cindy, espantada.

– Há muitas coisas que eu sei, querida... Mas bem, o que aconteceu?

Ela contou para Dumbledore seus pensamentos e tudo sobre aquela aula. No fim da história, ele levantou-se, com cara pensativa, Cindy achava que ele estava brabo com ela. O diretor caminhou até uma estante, pegou um objeto muito estranho e falou:

– Creio que achamos um novo dom em você. - e começou a sorrir, parecia orgulhoso, deixando-a mais animada – Levitação. –sussurrou tão baixo que a garota não ouviu - Você já aprendeu o feitiço Wingardium Leviosa?

– Sim, aquele que faz as coisas levitarem... - respondeu, não entendendo que seu poder tinha haver com o feitiço.

– Pois bem, se eu não estiver errado, você poderá conjurar este feitiço sem pronunciá-lo, e muito menos usando uma varinha.

Cindy ficou boquiaberta. Estava se sentindo uma garota de sorte, mas não conseguia falar nada.

– Vamos testar?- perguntou Dumbledore.

Ele pegou aquele objeto e disse que queria que ela o levitasse.

– Mas como eu faço isso?

– Pense. Como você fez da última fez?

– Bem, eu estava com raiva, isso deve ter influenciado...

– Sim e não. Acho que o segredo está no desejo, você desejou muito que aquilo acontecesse, não foi?- disse o professor. Ele só podia ler mentes, não haveria outra explicação, ninguém consegue saber tudo sempre.

– Tá, vou me concentrar... - disse Cindy e fechou os olhos. “Vamos Cindy, você consegue! Você quer que aquilo voe, quer muito, quer muito deixar Dumbledore orgulhoso, eu quero que ele voe!” pensou, porém quando abriu os olhos, nada. Teve então a brilhante ideia de apontar para o objeto, e agora, com os olhos abertos. Em seu dedo, o qual apontava para o objeto, sentiu como se este segurasse o objeto, como se houvesse uma ligação entre o dedo e o objeto. Devagar, foi levantando o dedo e, para sua surpresa, o objeto foi acompanhando! O diretor abriu aquele lindo sorriso de orgulho que ela tanto gostava.

Eles passaram a tarde inteira treinando, o que era divertido. O professor ensinava-a truques para que ela não permitisse mais nada, seja raiva ou qualquer outro sentimento controlar seus poderes. E no final do encontro, que quase foi uma aula, ele disse:

– Penso que seria melhor nos reunir todos os sábados à tarde, assim você ganhará mais prática.

– Professor, posso lhe perguntar uma coisa?

– Claro, querida.

– O senhor ainda acha que há mais algo a ser descoberto sobre mim?

– Querida, eu não acho, eu tenho absoluta certeza. - disse o diretor e piscou para ela- Ah, antes que eu me esqueça – abriu a gaveta, e tirou uma carta- é dos seus pais, mandaram ainda hoje- e entregou para ela.

Saiu da sala do diretor e foi correndo para a sala comunal. Lá, Fred e Jorge a esperavam.



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