Enchanted Forest, 28 anos após o nascimento da princesa Emma.

Sebastian e Annabelle chegaram ao castelo de Rumpelstiltskin no final da tarde seguinte, só precisaram subir e descer uma das montanhas que cercavam o reino para chegar ao castelo. Sebastian mentiu dizendo para os pais, a esposa e a avó que eles estavam lá por que Annie estava com saudades do avô e queria muito falar com ele. Rumple e Annabelle foram a até a torre que se encontrava o “cantinho” dele.

– Ela fez isso? – ele perguntou.

– Fez! Senti-me miserável quando Emma contou.

– Dearie... não se sinta assim...

– Se eu fosse inteligente o bastante teria descoberto antes.

– Annabelle, você tem que parar com essa mania de se colocar para baixo, faz mal.

A princesa balançou a cabeça, como se estivesse se livrando do pensamento.

– E agora, vovô?

– Deixe-me pensar...

Rumple passou pelo menos dez minutos andando em círculos e ignorando todas as ideias que Annabelle dizia. Apesar de ser a mais inteligente dos três irmãos, ela não sabia magia.

– Emma disse mesmo que o amor verdadeiro dela se chama Killian...

– É. Mas eles perderam contato há anos. Ela não faz a mínima ideia de onde ele possa estar.

Rumple continuou andando de um lado para o outro.

– Ela também disse que ele cresceu na mesma vila que Pinocchio e que, talvez, ele pudesse saber de algo.

– Pinnochio não vai servir. Precisamos de alguém mais... morto.

Annabelle até se atreveu a levantar uma sobrancelha, mas pelo que conhecia do avô, era melhor não julgá-lo ou subestimá-lo.

– Com todo respeito vovô, o reino de Snow Falls inteiro está meio morto.

– Não esse tipo de morto, Annabelle.

– E tem outro tipo?

– Morto-vivo!

– Quer chamar um vampiro? As pessoas já não tem medo suficiente do senhor, não?

– Não um vampiro, um zumbi.

– Piorou!

– Preciso falar com o Huntsman.

– Graham? Ele não foi morto pela Evil Queen?

– E trazido de volta à vida graças à moi!

– E o que Graham tem haver com essa história toda?

– Tem que os mortos podem ver todos e tudo em qualquer mundo!

– Não é melhor usar um feitiço localizador?

– Tem alguma coisa que pertence a esse tal de Killian?

Ela balançou a cabeça negativamente.

– Então pronto. Vamos seguir meu plano.

Rumpelstiltskin pegou a mão da menina e antes que ela terminasse de reclamar, eles sumiram em uma fumaça roxa.

Em Storybrooke, Emma lutava contra as águas negras do lago para voltar à superfície. Queria voltar a ver o rosto de Henry mais uma vez, só mais uma vez e depois poderia voltar a escuridão. Tentava com as pernas e os braços se livrar do que a puxava, mas não conseguia por que era impossível enxergar alguma coisa, mesmo estando no fim de tarde ainda havia luz o suficiente para iluminar o lago. Naquele momento ela se arrependeu de ter feito o trato com Mr. Gold, seu preço foi a espada e a espada a salvaria. Ou pelo menos lhe daria chance de ver Henry uma vez mais.

– MAMÃE! – Henry gritava aos prantos. – Não... ela não... AH!

Aria abraçou o menino e olhou para Killian que tentava segurar as lágrimas ao encarar a água. Snow não se continha nos braços de Charming, que também chorava.

– Red, quer calar a boca? – Aria disse com raiva.

Hook desabotoou o colete, a camisa, tirou os sapatos, as meias e a jaqueta de couro e começou a andar para o lago.

– Ei, pode parar! – a moça gritou.

– Vou salvá-la!

– É o lago dos Cisnes! Você sabe a lenda!

– A única lenda que eu sei é que o cavaleiro Frederick virou ouro ao tentar defender o rei Midas. E eu não tenho medo do monstro do Lago Ness.

– Oh seu imbecil... – Aria foi dizendo, mas o uivo de Red estava ficando insuportável. - LITTLE RED RIDING HOOD! FECHA ESSE FUCINHO! Nunca vi, vê uma bola de gás no céu e... bola de gás! É isso! Gente, é lua cheia!

– E? – Hook respondeu com os dedos a poucos centímetros da água.

– Já ouviu a história daqui do Lago dos Cines?

– Sim, Odette e Siegfried morrem. Ele afogado e ela pela dor de perdê-lo.

– Não essa parte, seu idiota. – ela largou Henry e foi para o lado dele. – A parte da transformação da princesa em cisne.

– Quando a luz cheia toca as águas do lago, a princesa volta à forma humana.

– Temos no mínimo meia hora para que escureça.

– E?

– E, que até lá, Emma, tecnicamente, é um cisne. E o motivo do Lago dos Cisnes ter esse nome é por que o monstro não ataca cisnes.

– E? Eu não vou ficar aqui esperando!

– Ah vai, vai sim! Emma ainda é um cisne, o que quer dizer que o monstro não vai matá-la.

– Teoria sem lógica!

Hook deu um passo à frente e Aria o prendeu em uma bolha de ar.

– Fique bem quietinho. Do contrário eu transformo O2 em CO2, entendeu?

Ele balançou a cabeça positivamente. Snow e David se recompuseram ao ouvir as palavras de Aria.

– É verdade isso? – o príncipe perguntou.

– Sim.

– E como sabemos que podemos confiar em você?

– Princesa Annabelle, reino Swan. Irmã mais nova de Derek, filho do rei Baelfire e a da rainha Morraine. – disse Aria.

– Lembro do reino Swan, mas o nome do rei não era Baelfire. – disse Snow.

– Ele casou com minha mãe. – Aria respondeu, encarando o lago.

– Lembro que a princesa Morraine foi criada como camponesa e quase foi morta na guerra contra os Ogros. – disse Snow.

– Ela foi salva por Rumpelstiltskin e logo depois o rei a levou de volta para o palácio. – os olhos vazios dela estavam vazios.

– E depois ela sumiu. – disse Snow. – Eu cheguei a conhecê-la quando pequena, lembro-me de ter ouvido notícias de que ela havia sumido dias antes da morte de minha mãe.

– Ela era esperta e apaixonada pelo meu pai e foi atrás dele.

– Como? – David perguntou.

– Por Jefferson. Ele a trouxe para esse mundo e a ajudou a procurar Baelfire, quando eles se encontraram, o Chapeleiro voltou à Enchanted Forest. Daí, nasceram Derek, Olivia e eu. Meus pais se mudaram para perto de Storybrooke quando sentiram a maldição.

– E porque você disse que seu nome era Annabelle? – Henry perguntou.

– Porque esse é meu verdadeiro nome. – Aria disse e piscou para Henry. – Elizabeth e eu nunca gostamos dos nossos nomes. Eles nos lembravam de que fomos criadas longe da nossa terra, aí mudamos para Olivia e Aria quando fizermos dez, uns dois anos antes da Emma ir trabalhar lá em casa.

Os olhos de Henry voltaram a se encher de lágrimas.

– Quer dizer que você é...

– Me chame de tia e eu estouro teus pulmões.

– Olha a agressividade! – Hook disse colocando a cabeça para fora da bolha.

– Gente! – Snow chamou.

Todos olharam para onde ela apontava, bolhas começaram a surgir no lago. Todos, até Red, olharam com tanta esperança e tão inclinados na direção da água, que o pirata quase caiu da bolha. Eles estavam certos em estar esperançosos, não demorou muito tempo até que Emma surgisse e todos comemoraram, a loira nadou até sair do lago e correu para abraçar Henry, encharcando o menino. Beijou-lhe os cabelos e as bochechas e não parava de passar as mãos por seu rosto só para ter certeza de que era real.

– Mamãe. – Henry disse aliviado.

– Emma? – Snow e David a chamaram.

Ela olhou para Snow e abraçou a mãe, que caiu no choro novamente. Não demorou muito para Emma chorar, Charming colocou Henry novamente em seus ombros e deram um abraço coletivo. Red uivou para a lua, que começava a iluminar o céu noturno.

– Red, finge de morto! – Aria ficou dizendo.

A família Charming não parou de rir com a cena. Hook finalmente conseguiu sair da bolha e caiu na grama; mesmo gemendo de dor, ele conseguiu ficar de joelhos. Emma se distanciou da família e se colocou na frente dele, ajoelhada. Com o mesmo olhar de quando beijou o Graham, deu um beijo na bochecha dele e sorriu; Killian retribuiu o sorriso e Henry se jogou nas costas de Emma. Parecia que tudo estava bem, eles achavam que podiam voltar para casa e dormir tranquilos. A família Charming finalmente voltou para casa e descansaram. Henry dormiu nos braços de Emma e Snow e Charming esperaram a filha e o neto irem dormir para fazerem o que esperaram 28 anos para fazer. Mas haviam esquecido que Regina ainda queria Henry de volta e que Rumpelstiltskin ainda queria raptar o menino.