Dont Ask Me, Ill Never Tell escrita por Letícia Aguiar


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, é que hoje é meu aniversário e não deu muito tempo para escrever ; aproveitem!



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Adormeci ali, sozinha no meio da floresta. Levantei de um pulo, meio zonza. Esfreguei a nuca e me levantei. Eu tenho que fazer Scorpius acreditar em mim!

Pensei bem. Mas... Se eu estivesse errada? Se eu tivesse me precipitado?

Eu precisava de um conselho...

Victoire Weasley!

Corri para o salão comunal e comecei a escrever. Minha letra ficou um lixo, mas acho que ela entenderia.

‘ Cara Vic,

Preciso de sua ajuda! Tenho suspeitas fortes de que Draco Malfoy (é, o pai do Scorpius) era apaixonado pela minha mãe! E eu contei para Scorpius; ele não acreditou! Ele pediu para que eu não falasse mais com ele! Estou desesperada, o que eu faço?

Um beijo, Rose.’

Pedi gentilmente para minha coruja, a Athena, para que levasse a carta para Victoire.  Ela bicou de leve meu dedo indicador e saiu voando. Observei-a até ela virar uma simples mancha cinza.

Fiquei o dia todo trancada no dormitório feminino. Eu não queria nem ver o Sol. Parecia que eu estava depressiva. Lily apareceu no meio da tarde, me trazendo tanta comida que eu nem sei como ela, tão pequena e ‘frágil’ conseguira carregar.

-Você tem a fome do tio Ron – ela comentou com cara de riso ao ver eu engolir um sanduiche que tinha mortadela, queijo, alface, tomate e uma ervilha presa em um palito em cima. Delicia.

-Hum-Hum – resmunguei.

-Continuas presa com a história...? – ela perguntou. Ela é ótima em indiretas, né?

Olhei para o lado.

-Prefiro me concentrar no sanduiche, tá bom?

Pelo menos, enquanto eu comia, eu enchia o estomago e esquecia um pouco da carta e da ansiedade. Com meu pai é a mesma coisa, minha mãe sempre diz.

Lily pegou uma bolacha. Ficou me encarando enquanto mastigava-a devagar.

-Porra, você está mal mesmo.

-Obrigada – resmunguei de boca cheia.

-Acho que você deveria falar com sua mãe.

-Ah, claro. ‘E ai mãe, tinha um garoto apaixonado por você que deve estar morto?’

Espera... O garoto deve estar morto! Então não deve ser o Draco.

Arregalei os olhos.

-Lily! – berrei do nada, fazendo ela se assustar – O garoto está morto! Não é o Draco! Nós erramos!

-Ele disse provavelmente – ela disse depois de se recuperar do susto – te acalma, garota!

-Estou nervosa – justifiquei, com os olhos já marejados de lágrimas.

-Ah, Rose. Você se preocupa com tudo!

Senti uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto. Sequei-a tremendo.

-E-eu s-s-só não q-q-quer-ria perder Sc-corpius – eu disse soluçando.

Eu nem sabia por que me sentia... Daquele jeito! Na primeira vez que eu vi ele, eu quase mandei ele pelos ares. Albus me interrompeu bem a tempo. Com o passar dos anos... Sabe... Começamos a virar amigos. O problema que a idiota aqui se apaixonou. E agora, o que fazer?

Eu raramente choro. Meu pai diz que minha mãe sempre se desmanchava em lágrimas por qualquer coisa. Ele dormiu no sofá naquele dia.

-Você tem que dar uma volta com a gente – Lily disse tentando me animar – Vai ter uma festa de arromba lá em Hogsmeade. O pessoal vai fugir para poder ir lá. Albus vai se dar bem, por causa da capa...

-E James também, talvez – eu disse esfregando os olhos.

-Ah, vamos, bobona! O que de mal pode acontecer?

Sei lá, Eu ver Scorpius beijando outra garota?

Azar deve ser meu sobrenome.

Lily conseguiu me convencer a ir, depois de muito ‘vamos logo!’. Coloquei a primeira roupa de festa que achei na minha frente e ainda reclamei que não tinha roupa. Deixei Lily me maquiar, mas ela tinha que sempre recomeçar porque eu começava a me lembrar de certas coisas e começava a chorar.

Fomos caminhando devagar até Hogsmeade. Logo Albus nos alcançou com sua capa da invisibilidade, nos dando um susto daqueles.

-O que mordeu a Rose? – perguntou ele, sempre muito discreto.

Lily deu-lhe uma cotovelada que doeu até em mim.

-Quieto – ela murmurou – Seu amiguinho não te contou?

Ele fez uma cara de ‘ah, entendi’ e depois parecia que estávamos indo ao enterro. Ninguém falou mais nada até eu decidir ir na frente deles e deixa-los fofocar a vontade.

Cheguei ao local. Estava meio escondido, mas foi fácil seguir a avalanche de pessoas indo para o mesmo lugar. Me senti pouco a vontade, e na mesma hora que começou a tocar uma musica, me encostei na parede e fiquei vendo os outros se divertirem. Ouvi Lily me chamar, acompanhada de Albus, mas andei pelo meio da multidão, sem destino. Era como alguma coisa me chamasse para outro canto. E essa coisa não iria ser legal.

Era uma garota de altura mediana, cabelos pretos até a metade das costas, olhos verdes que davam medo pelo fato de parecer ser fluorescente, boca carnuda rosto triangular. Ela estava acompanhada...

Scorpius!

Ele a segurava pela cintura, com um grande sorriso, encarando não sei como aqueles olhos. Logo... Se beijaram.

Ficaram se exibindo, basicamente. Fiquei encarando os dois. Engoli a seco. Meu coração parecia ter explodido. Me virei e saiu correndo, as lágrimas queimando meu rosto. Passei pelos irmãos Potter (os três), mas ignorei-os e continuei correndo para fora. Albus fora atrás de Scorpius, Lily estava atrás de mim e James estava meio perdido, não sabendo para onde ir.

-Me larga! – eu gritei com Lily.

-Você tem que entender que ele não é homem para você. Ele nem é homem, é só um garoto mimado!

-Cala a boca! – eu falei seca – Eu quero ficar sozinha!

Corri mais rápido. Só parei de correr ao chegar no banheiro da Murta Que Geme. Me ajoelhei num canto e não parei de chorar por um bom, bom tempo. A Murta ficou me enchendo o saco, tentando falar comigo, mas eu fiz um gesto obsceno para ela e parou.

-Chorona – ela resmungou – Me lembra duma pessoa.

-Não te perguntei.

Eu sabia que ela se referia a minha mãe, mas enfim.

-Ainda que fosse um garoto, como aquele garoto, vários anos atrás...

-Que garoto? – eu perguntei agora interessada.

-Não te interessa – ela deu a língua.

-Agora conta.

-Ah, tinha um garoto, eu queria tanto ajudar ele, ele era tão delicado, charmoso, fofo... Pena que só sobrou o filho dele, que não é grande coisa.

-Você está falando de quem?

-Não conto, não conto e não conto! – ela disse se enfiando em um vaso e fazendo trasbordar água por todo o banheiro. Mas antes de desaparecer, resmungou: - Você é amiguinha do garoto né? O garoto que tem nome de escorpião.

Scorpius?

Se for o pai dele, é o Draco!

-Espere!

Mas já era tarde, e a Murta já tinha ido se lamentar no encanamento.


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