A Nightmare escrita por nsilvac


Capítulo 5
Apaixonada Por Meu Melhor Amigo


Notas iniciais do capítulo

Outra fic com Myprerrogative: http://www.fanfiction.com.br/historia/249857/You_Got_Me



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Olhei para Peeta sem acreditar no que ele havia acabado de falar.

– Como é que é? – comecei a sentir minhas bochechas queimarem.

– É... É a Prim, do distrito do Finnick. Conheci ela quando eu fui fazer umas coisas com meu pai no Distrito 4, e desde então, gosto dela. – Peeta deu um sorriso.

– Ah, a garota loira? – perguntei tentado não demonstrar o ciúme.

– Sim, ela mesma.

– Agora você pode ir lá e se declarar para ela, porque ela está apenas a oito andares abaixo... Pensando bem, por que você não se joga até lá? Chega mais rápido... – me levantei e fui pro meu quarto.

Bati a porta e me joguei na cama. Não consegui me conter, pois o ciúme tomou conta de mim. Agora, por que isso? Por que ciúmes do Peeta? Ele é só meu melhor amigo. Alguém bateu na porta e fui abrir.

– O que você quer Annie? – disse com raiva.

– Quero entrar e conversar. Faz tempo que não conversamos. – ela entrou e sentou na minha cama.

– Conversar sobre o quê? – fiquei parada em sua frente.

– Senta aqui. – ela bateu na cama ao seu lado. – Que ataque foi aquele na sala? O garoto não disse nada demais.

– A culpa não é minha se ele compartilha as paixões por loiras. – disse e a raiva só aumentava.

– Katniss, você está com ciúmes? – ela perguntou olhando para mim.

– Ciúmes? Ciúmes?! – comecei a gargalhar para não contar a verdade. – Ciúmes do Peeta? Eu? Lógico que não Annie, que bobagem!

– Você agiu como se estivesse. – ela riu.

– Ele é meu amigo, por que eu teria ciúme dele?

– Não sei, talvez por causa disso mesmo. Vocês são amigos desde pequenos e agora que você reencontrou ele percebeu que gosta dele...

– Não gosto dele, quero dizer, gosto dele como amigo, nada mais. – passei a mão nas bochechas e as senti quentes.

– Você sabe que pode me contar tudo, não sabe?

– Sei, e se eu tiver alguma coisa pra contar eu vou até você e conto, não precisa me pressionar assim, porque como eu já disse, não gosto do Peeta. – falei rápido e alto.

– Tudo bem, já entendi que não gosta dele. – ela se levantou e foi até a porta. – Daqui a pouco Cinna chega, vê se não dorme ou se atrasa. – ela bateu a porta e eu desabei na cama.

Será que Annie está certa? Mas eu não posso estar apaixonada por ele. Não posso, ele é meu amigo, meu melhor amigo. Sai do quarto e fui ao encontro de Annie e Cinna. Me sentei na sacada da sala para esperar Annie aparecer.

– Te atrapalho? – Peeta apareceu atrás de mim e não respondi. – Katniss, o que foi aquilo antes? – ele parou do meu lado.

– Nada. – respondi olhando para a Capital.

– Nada? – ele se apoiou no muro.

– Isso, nada. Agora não sabe o que significa a palavra nada?

– Tudo bem Katniss, não foi nada. – ele riu.

– O que é? Por que tá rindo? – olhei pra ele e cruzei os braços.

– O que foi? Só estou rindo, ou não posso? – o sorriso se desfez e ele me olhou sério.

– Por que você é tão chato?

– Por que você é tão estressada?

– Porque você não para de me encher! Vê se me esquece! – fui para a sala e me sentei no sofá. Peeta foi atrás de mim.

– Eu não paro de te encher? Katniss, o que tem de errado com você? – perguntou ele irritado.

– Comigo? Nada. Mas com você eu não sei. – rebati irritada também.

– Tá bom, se você quer assim, eu que tenho problemas. – ele saiu e escutei a porta de seu quarto batendo com força.

Não entendi de onde veio toda aquela raiva que eu estava de Peeta naquela hora, mas precisava sair dali. Sai do andar e fui para o lugar onde conheci Finnick e me sentei no sofá. Observei as pessoas passando por ali, uma mais esquisita que a outra. Tatuagens diferentes, roupas diferentes, tudo muito extravagante.

– Está tudo bem bonitinha? – escutei a voz de Cato bem na minha frente.

– Ah não, você não... – resmunguei inclinando a cabeça para trás e colocando as mãos no rosto.

– É bom saber que você gosta da minha companhia. – ele riu. – Agora falando sério, vamos dar uma trégua nessa briguinha ridícula.

– E por que eu aceitaria isso? – perguntei tirando as mãos do rosto.

– Qual é Katniss, você não é essa menina ruim que parece ser. – ele sentou ao meu lado.

– Tudo bem, trégua... POR ENQUANTO. – deixei bem claro para que ele não se esquecesse.

– Como amigos, o que aconteceu? – ele olhou pra mim.

– Não sei se devo confiar em você... – fiquei na dúvida se contava ou não.

– Mas já esqueceu a trégua? Vai, conta logo. – ele sorriu torto.

– Só uma briga...

– Com quem? O fracote do seu distrito? O loiro... – perguntou ele.

– Ele é tão fracote que te deixou com isso no nariz. – apontei para seu rosto com um curativo no nariz.

– Isso foi sorte. – ele riu e eu acompanhei. De repente senti que Cato não era tão mal assim.

– É que ele está espalhando para todo mundo que gosta de uma menina do 4. Tudo bem, bom pra ele, mas ele não para de falar nisso! – ele só falou uma vez, mas pra mim foi como se ele tivesse falado um trilhão de vezes.

– Hm, isso parece mais com ciúmes... – ele brincou.

– Não estou com ciúmes! Já disse isso para minha irmã e digo de novo pra você. Não estou com ciúmes. – encostei no sofá.

– Mas se você tá assim, acho que você deveria fazer o mesmo.

– Fazer o mesmo como? – perguntei.

– Se ele gosta de outra menina, você deve gostar de outro menino... – sabia que tinha alguma coisa de interesse dele em falar comigo.

– Tá, o que você quer?

– Você sai comigo pra ver a reação dele, se for igual a sua, ele está com ciúmes e aí você vai ver que ele não gosta dela e sim de você. – ele piscou pra mim.

– Mas eu não estou com ciúmes. – esclareci.

– Você não me engana Katniss, sei bem quando uma garota tem ciúmes e quando ela gosta de um menino. – disse ele convencido.

Pensei na proposta tentadora de ver Peeta com ciúmes.

– Tudo bem, aceito sua proposta. – disse dando um sorriso.

– Mas em troca... – ele acabou com meu sorriso.

– Sabia que você não faria isso só pra ajudar. – disse. – Fala logo.

– Em troca quero que você seja minha aliada na arena, eu te protejo e você me protege...

– Por quê? Você não se garante sozinho? Um bruta montes que nem você precisa da ajuda de uma garota? – debochei da cara dele.

– Eu me garanto, mas você é a preferida deles e isso vai me ajudar.

– Preferida? – perguntei convencida.

– Ah Katniss, todos já sabem de toda aquela coisa da faca, você foi muito... Como posso dizer... Ousada.

– Tá bom Cato, eu serei sua aliada na arena. – disse.

– Ótimo. Foi bom fazer negócios com você. – ele estendeu a mão e me puxou do sofá.

– E quando começamos? – perguntei ainda segurando em sua mão.

– Amanhã, depois do desfile dos tributos. – ele sorriu. – Agora tenho que ir. – ele me beijou na bochecha colocando o “plano” em prática.

– Tchau insuportável. – sorri para ele.

Me levantei do sofá e caminhei por todo o prédio e me dei conta da hora. Fui correndo para o elevador que já estava fechando.

– Não fecha! – exclamei e alguém segurou a porta com as mãos. Peeta. Fiquei parada do lado de fora por um tempo.

– Vai demorar muito pra entrar? – ele perguntou ainda segurando a porta.

– Eu pego o outro elevador, pode deixar. – respondi me afastando.

– Entra logo Katniss. – entrei e Peeta soltou a porta.

O silêncio me deixou constrangida. O elevador estava demorando demais para chegar. Apertei outros botões e a porta não abria. Apertei o botão de emergência e uma mulher começou a falar.

– Boa tarde. Pedimos para que vocês não entrem em pânico. O elevador está com alguns problemas técnicos e já mandamos especialistas para resolver. Dentro de 1 hora estará pronto. Obrigada.

Ótimo, tudo o que eu precisava era ficar presa no elevador justamente com Peeta.

– Que sorte a minha. – resmunguei baixinho.

– Que foi? Preferia ficar presa aqui com o Cato? – logo percebi que ele me viu conversando com Cato mais cedo.

– Não seria uma má opção. – disse para provoca-lo.

– Olha só, estamos parados no segundo andar, porque você não espera a porta abrir e vai se jogar nos braços dele? – ele se irritou.

– Qual o seu problema com ele? – perguntei satisfeita.

– Katniss, podia ser qualquer um, sério mesmo, mas o Cato? – ele parecia se irritar mais ainda.

– Peeta, podia ser qualquer uma, sério mesmo, mas a Prim? – disse irritando ele.

– Por que você está fazendo isso?

– Isso o quê? – dei risada.

– Eu sei que toda essa coisa com o Cato é pra me fazer ciúmes. – rebate ele.

– Eu? Fazer ciúmes em você? – comecei a gargalhar. – De onde você tira essas coisas?

– Do mesmo lugar de onde eu tirei as minhas coisas. Eu não gosto da Prim, Katniss.

– Então de quem você gosta? – fiquei feliz por dentro.

– Não se faça de boba. Você sabe muito bem de quem. – ele se aproximou. - Só não disse antes porque Haymitch falou que era bom eu ter contato com alguém de um distrito diferente pra facilitar as coisas para mim já que eu estou machucado.

– Que bom pra você... Não gosta da Prim... Mas eu continuo gostando do Cato. – andei para trás.

– Gosta? Tem certeza? – ele se aproximou mais até me grudar no elevador colocando seus braços na parede para me prender.

– Eu quero sair. – as peninhas começaram a fazer cócegas no meu estômago quando ele encostou sua testa na minha. Malditas peninhas, por que insistem em aparecer?

Não tive tempo pra pedir de novo pra ele me soltar. Quando dei conta de mim, ele começou a beijar meu pescoço. Não consigui pensar em nada, literalmente. Comecei a ficar com calor. Ele tirou seus grandes braços da parede e passou suas mãos em minha cintura me puxando para mais perto. Levei minhas mãos aos seus cabelos e o puxei para beijar meus lábios. Nunca imaginei que iria beijar ele que por sinal beija muito bem. Não sei onde estava com a cabeça, mas a sensação dentro de mim era muito boa. Senti como se estivesse saindo do chão. Peeta era feroz. Desceu suas mãos até minhas coxas, as puxando e entrelaçando-as em sua cintura. As peninhas em meu estômago começaram a se espalhar por todo o meu corpo. Naquele momento eu me sentin realmente como a Garota Quente. Peeta voltou a beijar meu pescoço e orelha. Não sei quanto tempo durou até que o elevador voltasse a funcionar. Parei de beija-lo, desci de seu colo ofegante, ainda com as testas grudadas ele riu.

– O quê? – perguntei| me afastando e arrumando minha blusa.

– Nada... – ele disse passando a mão no cabelo.

– Pode tirando esse sorrisinho do rosto Mellark, isso não devia ter acontecido. – disse séria.

– Por que Katniss?

– Porque sim, você só não devia ter me beijado, nós somos melhores amigos e eu não quero estragar isso.

– Por isso não devia ter acontecido? Por que somos amigos? – ele perguntou bravo.

– Sim. Só por isso. – respondi olhando pra ele.

– Se não devia ter acontecido, então por que você retribuiu? Porque é impossível você não ter sentido a mesma coisa que eu.

– Eu retribui porque foi um momento de fraqueza tá bom, e é possível sim eu não ter sentido a mesma coisa que você. – disse enquanto a porta do elevador abria.

– Como assim Katniss? Você praticamente subiu em cima de mim! – disse ele me puxando pelo braço sem me deixar sair do elevador.

– Isso é covardia Peeta, eu sou uma menina e tenho meus momentos de fraqueza... – soltei meu braço de sua mão. – Agora, bonitão, eu tenho que ir com Cinna. – sai deixando Peeta sozinho

Fui para meu quarto e me tranquei lá. Me joguei na cama e toda a cena do elevador começou a voltar na minha cabeça, me peguei dando um sorriso. Espera, não era pra eu estar sorrindo!

– Katniss? – Cinna bateu na porta já entrando. – Cadê a Annie? Temos que começar com as roupas.

– Não sei, vou procura-la, só um minuto. – sai do quarto e fui atrás de Annie.

Olhei em todos os lugares que conhecia do apartamento e só me restava um. Bati na porta do quarto de Gale.

– Annie, o Cinna chegou, temos que ir pra ele ver nossas roupas. – bati na porta.

– Oi Katniss, desculpa a demora... – Annie saiu do quarto de Gale batendo a porta.

– O que você estava fazendo lá? – perguntei baixinho e começando a rir.

– Ele me beijou de novo! – ela disse animada.

– Que emoção Annie! – brinquei. – Agora vamos que estão esperando a gente.

Fomos para um quarto onde os estilistas trabalhavam. Cinna estava lá com Vênia, Octávia e Flavius. Nos trancamos na sala por horas. Medidas para lá e para cá, panos enrolados, diferentes tecidos testados.

– Brilhante! Já sei o que farei! – Cinna começou a recolher suas coisas.

– Pra onde vocês estão indo? – perguntei.

– Embora, aonde mais poderíamos ir? – Vênia brincou.

– Mas não vamos saber como que são nossas roupas? – Annie perguntou.

– Vai ser surpresa, amanhã, antes do desfile vocês verão. – Cinna puxou a arara com os tecidos e suas maletas para fora do quarto.

– Tchau meninas, foi bom trabalhar com vocês hoje. – Octavia deu um beijo nas nossas bochechas de despedida. Flavius a mesma coisa e todos saíram.

– Tá bom, agora me conta o que aconteceu Annie. – disse.

– Não vou contar aqui, vamos pro seu quarto. – ela disse saindo e indo pro meu quarto. Abri a porta e entramos.

– Agora conta!

– Eu fui conversar com ele, porque tínhamos brigado. – Annie começou a rir.

– Fala! – ri junto.

– Calma, não consigo parar de rir. – Annie se acalmou, mas ainda rindo. – Aí ele me pediu desculpas e ele me beijou. Só!

– Que bonitinhos Annie! Tá vendo, você gosta dele... – disse olhando para ela.

– Eu gosto, mas não como outra coisa sabe. Eu gosto de estar com ele e conversar, mas não sinto aquela coisa de estar apaixonada, entende?

– Claro que entendo! Sei muito bem como é estar apaixonada. – brinquei.

– Opa, agora você pode me falando... Você brigou com o Peeta que eu sei... Por que Katniss?

– Não sei Annie. Aquele garoto me irrita. Nós brigamos e ficamos presos no elevador. – disse começando a sentir minhas bochechas queimarem.

– Vocês ficaram presos no elevador sozinhos? – Annie me olhou com um sorriso no rosto. – Aconteceu alguma coisa?

– Não... – senti minhas bochechas começarem a queimar mais ainda.

– Aconteceu alguma coisa! Não acredito! O quê?! Me conta! – Annie parecia animada.

– Não preciso contar não... – tentei mudar de assunto, mas Annie é impossível.

– Katniss, conta agora! – Annie segurou no meu braço.

– Peetamebeijouatéoelevadorvoltarafuncionar. – falei tão rápido que nem mesmo eu entendi.

– Não entendi nada! Fala devagar Katniss. – Annie me sacudiu pelo ombro.

– Peeta-Me-Beijou! – falei devagar e pausadamente.

– PEETA TE BEIJOU? – Annie levantou da cama gritando.

– Annie, por que você não pega um alto falante e fala para a Capital inteira? – puxei ela para sentar de novo.

– Eu não acredito! Você gosta do Peeta! – ela começou a rir.

– Eu não disse que gostava dele, disse que ele me beijou. Ele é meu melhor amigo, nada mais.

– Você quer algo a mais que eu sei. Katniss eu te conheço! Como ele beija? – Annie fez tantas perguntas que ficava difícil de raciocinar.

– Bem Annie, ele beija muito bem, agora, por favor, preciso de um tempo sozinha pra pensar. – apontei para a porta.

– Já entendi, já entendi, eu saio. – Annie levantou e foi até porta.

– Tchau!

– Vê se não pensa muito no Peeta hein... – ela começou a rir e eu ataquei meu travesseiro na porta.

Tomei banho porque já era tarde. Sai do banheiro e coloquei um pijama. Parei na frente da janela e lembrei de casa. Quando era pequena e brincava nas ruas do 12. O sono bateu e me deitei. Comecei a pensar em Peeta e as peninhas voltaram. Imaginava o porquê dessa sensação. Tentei não aceitar, mas finalmente caiu a ficha, depois de tanto tempo. Estava apaixonada por meu melhor amigo.



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Notas finais do capítulo

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