A Nightmare escrita por nsilvac


Capítulo 1
Os Escolhidos


Notas iniciais do capítulo

Como é minha primeira fanfic, não sei muito bem como funciona, mas espero que gostem :)
Outra fic com Myprerrogative: http://www.fanfiction.com.br/historia/249857/You_Got_Me



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Já faz 17 anos. 17 anos que meus pais me deixaram na casa desses malucos com minha irmã Annie. Nunca me esqueço do dia em que chovia e fazia muito frio. Annie tinha dois anos e eu era um bebê. Moramos com nossos pais adotivos no Distrito 12, Beetee e Wiress. Eles são legais, mas diferentes, além de inteligentes ao nível máximo.

Annie nunca mais foi a mesma depois que foi a vitoriosa da 73◦ edição dos Jogos Vorazes. Vejo-a chorar de noite até hoje e agarrando na cama de madrugada com medo dos bestantes da Capital. Quando pergunto a ela sobre a arena, ela entra em estado de choque, posso ver o medo em seus olhos. Já se passaram dois anos desde que ela voltou da arena.

– Calma Annie, foi só um pesadelo. – disse a ela depois de uns de seus pesadelos.

– Preciso te contar, necessito te preparar caso algo aconteça, mas não consigo! NÃO CONSIGO! – disse ela com lágrimas escorrendo por suas bochechas avermelhadas.

– Não, você não precisa, agora deite e tente voltar a dormir. – alisei seus grandes cabelos castanhos enquanto ela dormia.

Depois que Annie dormiu, sai do quarto e desci as escadas da casa na ponta dos pés para não fazer barulho por causa da hora. Fui até a cozinha e bebi um copo de água gelada. “Qual será a temperatura lá fora?” pensei, porque está extremamente quente. Olhei para o relógio que marcava exatamente 03h37. Fui para a sala, me sentei no sofá e liguei a TV. Insígnia da Capital apareceu seguida do hino de Panem e o rosto do presidente Snow. Um homem muito branco com barba por todo o rosto.

– Boa noite moradores de Panem. Estou aqui essa hora para lhes dar um aviso. Este ano realizaremos o 3◦ Massacre Quaternário. Será diferente. Iremos escolher dois meninos e duas meninas de cada distrito. – Passei a mão na minha testa para secar o suor. – Lutarão até a morte até sobrarem dois. Somente dois serão os vitoriosos. A colheita será na semana que vem. Agradeço a atenção e que a sorte esteja sempre ao seu favor.

Por fim, o rosto do presidente Snow apareceu na minha frente seguida pela insígnia da Capital e fim. Olhei ao meu redor pra ver se alguém havia acordado e desliguei a TV. Fiquei um minuto em silêncio no escuro. Me levantei do sofá e subi para meu quarto. Me deitei na cama e fiquei o resto da noite lembrando do que havia visto na TV. “Iremos escolher dois meninos e duas meninas de cada distrito”, “Somente dois serão vitoriosos”, as palavras ecoaram na minha cabeça a noite inteira e não consegui dormir. O que eles querem com isso afinal? Nunca entendi o real motivo dos jogos ou porque Snow não acaba de uma vez com isso, mas sei que a raiva que sobe por todo meu corpo e se instala dentro de mim só de pensar que Annie, Beetee ou Wiress podem voltar para a arena me dá uma louca vontade de lançar uma flecha no coração de Snow e vê-lo morrer.

Finalmente de manhã, Annie acordou e foi até minha cama, sentou do meu lado e eu comecei a contar o que vi na televisão na noite passada. Annie como sempre, ficou calada por lembrar-se do que aconteceu na arena a dois anos atrás. Me levantei e me tranquei no banheiro. Lavei meu rosto para aliviar o calor e limpar o suor que escorria pelo meu rosto por causa do calor que aumentava cada dia. Fui até o closet e escolhi uma roupa simples. Coloquei a roupa de caçar e a jaqueta do meu pai. Amarrei minhas botas e desci pra tomar café. Na mesa, o silêncio era constrangedor. Acho que todos já sabiam da notícia. Todos já sabiam que ambos sentados ali poderiam ir para arena de novo, ou eu, pela primeira vez.

Terminamos o café, me levantei e andei até a porta. Senti a tensão no silêncio que estava naquela casa que sempre foi tão agitada. Sai de casa e fui para a floresta. Só o silêncio de lá me acalmava. Peguei meu arco e algumas flechas que guardava dentro do tronco de uma árvore.

Percorri uma grande parte da floresta atrás de alguma caça fresca. Avistei dois grandes esquilos, lancei uma flecha em cada um, guardei em minha bolsa e fui para casa. No caminho de casa, passei pela padaria dos Mellark para levar alguma surpresa para casa. Fiquei pelo menos meia hora para escolher o que iria levar. E então escolhi um saquinho cheio de biscoitos frescos e enfeitados.

– Bom dia Katniss, o que vai querer para hoje? – disse o padeiro Mellark com um sorriso no rosto por eu ser a primeira cliente do dia.

– Vou levar esses biscoitos aqui – apontei para o saquinho de biscoitos enfeitados.

– Ela vai querer levar meus biscoitos – um garoto apareceu na soleira da porta da cozinha com farinha por todo o corpo. Peeta, meu melhor amigo quando era pequena. Brincava com ele nas ruas do 12. Era meu único amigo. Brigamos e nunca mais havia visto ele, até hoje.

– E como voc... – o pai tentou falar.

– E como você vai pagar? – o garoto interrompeu o pai e avançou até o balcão onde estavam os biscoitos.

– Cacei dois esquilos frescos agora de manhã, podemos trocar. – propus a ele.

– Quero ver.

Peguei os esquilos na minha bolsa. Dois esquilos grandes e bem gordos que valem muito mais que um saco de biscoitos.

– São esses – estendi os esquilos na frente dele.

Ótimo – ele pegou os esquilos e ameaçou não me dar o saquinho, mas por fim peguei de sua mão.

– Obrigada – o fuzilei com os olhos, sai da padaria e fui direto pra casa.

Cheguei em casa e não tinha ninguém, nem mesmo Annie. Subi para meu quarto e fui para o banheiro. Entrei em baixo do chuveiro e tomei o banho mais demorado de todos. O calor era tão grande que tive vontade de dormir debaixo da água gelada do chuveiro. Sai, coloquei um vestido azul e me deitei. O cansaço começou a tomar contar de mim e acabei dormindo. Tive um pesadelo em que eu era uma das escolhidas para o Massacre Quaternário. Eu estava num lugar todo branco e várias pessoas cercavam a Cornucópia cheia de armas e suprimentos. Contagem regressiva. 60 segundos. Esse era meu tempo. Percorri meus olhos por todos os tributos e reconheço Annie e Peeta. Meu tempo acabava e todos foram correndo pegar as armas. Não conseguia me controlar. Peguei um arco com flechas e atirei em todos que vinham na minha frente, incluindo Annie. No final do pesadelo, o lugar branco tinha sido tomado pelo sangue dos mortos e só restava eu e uma pessoa que eu não conseguia reconhecer, estava enxergando embaçado. Acordei em pânico, não sabia o que fazer porque ouvi que já havia alguém na casa. Desci as escadas e fui até a cozinha, senti meu corpo quente por conta do pesadelo. Wiress estava fazendo a janta. Sentei na cadeira e o silêncio continuava. A Colheita era no dia seguinte. Eu não sou uma pessoa que sente medo e eu nunca pensei que iria falar isso, mas eu estava com medo. Estava com medo de ir para a arena, medo da Annie ou a Wiress ou o Beete irem para a arena.

– Troquei dois esquilos por esse pacote de biscoito na padaria hoje –disse para quebrar o silêncio.

– Comeremos depois da janta – respondeu ela, seca.

Depois de mais meia hora de silêncio, Beetee chegou do trabalho seguido de Annie. Todos sentaram à mesa e comemos. As horas demoraram a passar e a janta nunca foi tão demorada.

– Preciso falar da arena – disse Annie olhando fixo para a parede.

– Você não precisa, não sabemos quem vão ser os escolhidos na Colheita amanhã – parei de comer e me levantei da cadeira.

– Katniss tem razão, você não precisa se relembrar das suas horas de pânico lá. – Wiress acariciava a mão de Annie.

– Katniss, Annie, subam para seus quartos e durmam, amanhã vai ser um dia cheio. – disse Beetee preocupado.

Annie subiu correndo na minha frente e se trancou em seu quarto. A caminho do quarto, subi as escadas apreciando cada degrau, como se fosse a última vez que eu pisaria ali. Estava com um mau pressentimento. Entrei no meu quarto e me deitei. Por algum motivo me lembrei de Peeta e porque ele fez questão de me atender na padaria de seu pai, mas esse pensamento logo saiu da minha cabeça e acabei dormindo.

O grande dia chegou. A Colheita começava ás 11h00 e já estava todo mundo se arrumando. A casa estava mais silenciosa que nunca. Fui até a beira da escada e olhei para a sala. Annie, Wiress e Beetee estavam sentados no sofá arrumados, me esperando.

– Katniss querida, a sua roupa está separada em cima da minha cama. – gritou Wiress

– Não demora, já são 10h30. – Beetee me apressou.

Me dei conta da hora e fui me arrumar. Entrei no quarto da minha mãe e um vestido de seda azul simples até o joelho com alguns botões estava impecavelmente passado em cima da cama. Vesti com cuidado para não amassar e coloquei a sapatilha preta que minha mãe havia guardado pra mim. Prendi meu cabelo em uma trança que caia no ombro e desci.

Saímos todos de casa e caminhamos tensos até a Colheita que nunca esteve tão cheia, porque desta vez até os pais participariam. Eu, minha mãe e Annie entramos na mesma fila de mulheres e os homens em outra. Furamos nossos dedos para identificação com o sangue e nos posicionamos.

Alguns minutos de silêncio e uma mulher alta, com a pele esverdeada e uma peruca da mesma cor da pele apareceu no palco com roupas da Capital. Effie Trinket. Já havia visto ela algumas vezes na padaria do Sr. Mellark.

– Bem vindos à terceira edição do Massacre Quaternário. Sem enrolações, vamos diretamente à escolha dos nossos quatro tributos do Distrito 12. – Effie caminhou até uma extremidade do palco onde ficava um globo de vidro com o nome das mulheres, pegou dois papeizinhos e andou até o meio do palco. Abriu o primeiro papel e demorou um pouco para falar – Katniss Everdeen!

O nome que ela chamou ecoou na minha cabeça e tudo girou até que alguns homens grandes e vestidos de branco me pegaram pelos braços e me levaram até o palco. Os Pacificadores. Subi os degraus e parei do lado de Effie que abriu o outro papel.

– Annie Everdeen! - disse ela com um sorriso no rosto.

Meu mundo parou. Estava tudo errado! Eu e minha irmã na arena. Me ajoelhei no palco e coloquei as mãos na cabeça enquanto Annie caminhava até mim com lágrimas escorrendo pelo rosto.

– Venha querida. – Effie pegou Annie pelo braço e a colocou do meu lado. Abracei Annie com força, um desespero enorme de acordar daquele pesadelo tomou conta de mim.

Effie caminhou até o outro globo de vidro com o nome dos homens. Pegou mais dois papeizinhos e voltou até o centro.

– Gale Hawthorne – Effie falou e um garoto moreno e alto caminhou até o palco parando do lado de Annie. Effie abriu o outro papelzinho.

– Thomas Mellark – um garotinho de mais ou menos nove anos caminhava devagar até o palco. Irmão de Peeta.

– Eu me ofereço! Eu me ofereço! Eu me ofereço como tributo! – Peeta apareceu gritando no meio de todos os meninos e foi correndo até o palco, parando ao lado de Gale.

– Qual seu nome? – Effie perguntou.

– Peeta Mellark. – disse ele com lágrimas nos olhos.

– Senhoras e senhores, nossos tributos do Distrito 12. – Effie bateu palmas e todos que estavam ali colocaram os três dedos médios na boca e levantaram na altura da cabeça, um comprimento de boa sorte. – Bom Massacre Quaternário – disse ela como se fosse uma coisa boa e a frase da Capital soou em alto e bom tom – E que a sorte esteja sempre ao seu favor.



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Notas finais do capítulo

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Outra fic com Myprerrogative: http://www.fanfiction.com.br/historia/249857/You_Got_Me



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