Never Stop escrita por Sweetmoon


Capítulo 2
2


Notas iniciais do capítulo

Oi ^^ tudo bem com vocês? Espero que sim ^^ como prometido, capítulo da NS novinho! E espero que eu consiga continuar cumprindo isso até o final da fic!
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Ah, no cap passado uma menina mandou review e o Nyah sumiu com ele ¬¬ ela teve que mandar novamente, então eu não sei se isso aconteceu com mais alguém. Eu respondi todos os reviews, se eu não respondi o seu, pode ser que isso tenha acontecido =/
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Muito obrigada a todos o reviews e as pessoas que se tornaram leitores da história, eu não esperava uma recepção tão boa, obrigada de verdade, vocês são uns lindos ♥
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Mais uma vez, betado pela minha pessoa incompetente. Qualquer erro, me avisem por favor [eu sempre deixo passar um monte de coisas =/]
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Espero que gostem e boa leitura ♥



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2


KiBum viu seu colega de sala se afastar, sentia que o outro havia percebido sua hesitação ao fazer o convite, ele não estava acostumado a passar muito tempo com pessoas, fora JongHyun.

– Você vai ficar sozinho com aquele cara de novo? – O mais velho perguntou parecendo irritado – não importa que ele seja bonito, você sabe como as pessoas são!

O rosto do mais novo atingiu um tom de vermelho brilhante com essa afirmação.

– Eu não olho para esse tipo de coisa... Você sabe disso.

– Você tem aula agora – ele avisou levantando – não esqueça sobre o que conversamos.

E logo KiBum se viu sozinho ali, olhou em volta, todos os outros adolescentes haviam sumido. Sentiu o peito apertar e, apurando os ouvidos , pegou sua mochila e se dirigiu a sala o mais rápido possível.

NS

A manhã passou rapidamente para todos, menos para Choi MinHo, que olhava o relógio a cada cinco minutos. Estava entediado e as aulas daquele dia não o ajudavam a pensar em alguma coisa que não fosse Kim KiBum. Ele se sentia preocupado com essa situação, afinal, essa fixação toda em um menino aleatório que nunca havia lhe dirigido a palavra antes daquilo não era normal.

Mas nada em relação a Kim KiBum é normal.

No último período, uma aula nada inspiradora de matemática, ele se ocupou em tentar entender essa loucura com o menino um pouco mais velho.

Ele era atraente, e isso contava, claro. MinHo já estava ciente de sua atração por homens há algum tempo, e sabia que seu colega era o seu tipo. Perfeito. E sua mente foi vagando por todos os adjetivos que conhecia, vendo quais se enquadravam no menino e quais não.

Foi uma aula muito bem aproveitada segundo a sua perspectiva.

NS

KiBum batucou os dedos na mesa, tentando não pensar em nada. Pensamentos eram perigosos, eles atraiam coisas.

– Você quer ficar aqui hoje? – A voz rouca de MinHo atingiu seus ouvidos e o menino tentou não pular na cadeira – achei que gostasse do fundo...

Não havia acusação ou deboche em seu rosto ou tom, era uma observação realmente sincera e curiosa. O outro estava preocupado consigo e com o seu bem estar. Sem graça, ele sorriu fraco, apontando a cadeira ao seu lado.

– Eu... Naquele dia tinha alguém aqui que eu não queria encontrar.

Aquela resposta deixou MinHo em estado de alerta, ele querer evitar alguém significava que ele gostava de alguém? Ou pior que estava ou tinha estado em algum tipo de relacionamento?

Ele se estapeou mentalmente, querendo se controlar. Ele não podia começar a ficar paranoico dessa forma, até porque assim só assustaria o garoto. Mais calmo, sorriu o mais simpático que conseguiu, sentando na cadeira ao lado do outro.

– Tudo bem, tudo para você ficar a vontade.

KiBum observou o outro colocando o material sobre a mesa, sentindo-se bem melhor agora. MinHo o tratava tão bem que seu coração se aquecia, normalmente os demais garotos da escola ou o ignoravam ou faziam piadas, mas ele era diferente, ele não o julgava e somente aceitava tudo o que ele falava.

– Eu traduzi alguns textos... - Ele falou, abrindo a mochila para puxar os papeis. – acho que eu esqueci o livro no armário.

Imediatamente o mais alto se levantou, arrastando a cadeira no processo e ganhando um olhar acusatório da bibliotecária.

– Eu pego para você.

Choi se amaldiçoou por parecer tão desesperado, o que o outro pensaria dele? Por segundos, o menor se viu tentado a aceitar, não queria ir ao corredor sozinho.

– Não, eu pego –ele tentou sorrir, enquanto se levantava- eu não quero que tenha trabalho por minha causa.

– Eu não ligo- o outro rebateu imediatamente, sem ao menos piscar.

– Você não tem a combinação do meu armário.

O mais novo se calou diante disso, sentando novamente, movendo a cadeira silenciosamente dessa vez, e aceitando que o outro fosse pegar o livro esquecido. Viu o menino dar passos quase hesitantes para a saída e cogitou se o outro estava com medo.

NS

KiBum andou pelo corredor rapidamente, irritado por seu armário ser tão longe. Poderia ter simplesmente dado a combinação para o outro, mas sentiu o rosto corar só de imaginar se o outro olhasse seu armário. MinHo o tratava bem, mas até quando? E se ele visse todos os desenhos em seu armário? Continuaria sendo legal ou passaria a trata-lo como todos os que descobriam tratavam?

Ele finalmente chegou ao seu destino, abrindo rapidamente o armário e procurando entre seus desenhos, cadernos e livros de outras matérias o de inglês. Um vento frio veio de repente, fazendo o menino se arrepiar, ele fechou os olhos enquanto seu coração acelerava, ele sabia o que aconteceria em seguida.

Virou o rosto e no final do corredor avistou uma menina, aparentemente muito jovem, não usava a farda escolar, e sim um vestido branco com um laço cor de rosa como cinto, os cabelos longos e negros caiam soltos até sua cintura, fazendo um bonito contraste com sua pele inacreditavelmente branca. Ela piscou, inclinando a cabeça, um sorriso quase doce surgindo em seus lábios pálidos.

– KiBum.

O garoto puxou o livro do armário com pressa, fechando-o com um baque em seguida.

– Você nunca mais brincou comigo. – Ela completou.

Ele fitou-a mais uma vez, vendo um pequeno bico formado na boca bem desenhada, tentou sair dali, mas era como se estivesse preso no lugar.

– Ji Eun – ele sussurrou temeroso – eu...

– Você só fala com ele agora –ela cruzou os braços – aquele JongHyun.

KiBum acreditou que se ela pudesse choraria. Sentiu vontade de sair correndo dali, ver Ji Eun trazia lembranças ruins, coisas que deveriam ficar guardadas do fundo de sua mente. A menina deu dois passos a frente, a saia do vestido balançando com um vento inexistente. O coração do menino bateu descompassado, os movimentos dela pareceram despertá-lo do transe. Livre, o garoto se virou pronto para correr dali, mas então havia uma substancia vermelha e viscosa descendo pelas paredes, vozes diziam coisas, gritavam ordens ou de dor, Ji Eun caiu de joelhos, as mãos tapando as orelhas.

– KiBum!

A voz preocupada de JongHyun chegou aos seus ouvidos, e ele correu em direção a calmaria que os braços dele representavam.

NS

MinHo respirou fundo, olhando as coisas do outro sobre a mesa, já fazia algum tempo que KiBum havia ido pegar o tal livro, será que o armário dele era tão longe assim?

Ele puxou o caderno do menino, vendo que ele realmente tinha traduzido boa parte do texto, a letra dele era bonita no inicio, mas logo ficava corrida, como se alguém estivesse o apressando para terminar. Choi virou a folha, esperando encontrar mais traduções atrás, porém havia um desenho em seu lugar.

Era um menino, tinha o maxilar muito bem marcado, olhos grandes, não tanto quanto os seus próprios, mas ainda sim um pouco maiores que o habitual, uma franja caindo sobre o rosto bonito, na borda da página tinha escrito “JongHyun” ao lado de uma data.

Mas quem era JongHyun?

O som de alguns livros caindo o fez pular da cadeira, ele se virou para ver a bibliotecária se abaixando irritada, atrás dela havia um relógio marcando três horas da tarde. Ele piscou confuso, já fazia pelo menos meia hora que o outro havia saído, nenhum armário poderia ser tão longe.

– A senhora olha as nossas coisas, por favor?

A bibliotecária bateu um grosso livro de história sobre o balcão, parecendo muito irritada por ele ter caído.

– Não demore.

– Obrigado.

Ele fez uma rápida reverencia e saiu dali, percebendo depois que não sabia para que lado o menor havia ido. Nesse momento, ele viu um rapaz passando com um KiBum desmaiado em seus braços.

NS

KiBum encarava a parede branca da enfermaria com uma expressão quase aliviada, o pulso estava com gelo enquanto eles esperavam a ambulância.

– Eu tenho certeza que ele bateu a cabeça.

Lee JinKi, um aluno do terceiro ano, disse para a enfermeira, relatando o que havia acontecido há poucos minutos: ele vira o menino mais novo correr em direção as escadas, então ele havia tropeçado e rolado por todos os degraus. Ele, obviamente preocupado, levou-o para a enfermaria imediatamente.

– Sua cabeça dói, Kim? - O menino assentiu levemente para a enfermeira, sentindo a testa latejar fortemente. - Sua mãe está a caminho, certo? Nós também ligamos para o hospital que tem convenio com a escola – ela se virou para o aluno mais velho – infelizmente não temos recursos para lidar com esse tipo de lesão aqui.

– Compreendo – JinKi sorriu amigável – eu poderi-

Ele foi interrompido pela porta abrindo, Choi MinHo entrou trazendo sua mochila as costas e a do outro na mão.

– Ei- ele disse forçando um sorriso para os outros dois e se dirigindo a KiBum – eu peguei as suas coisas. Seu pulso está doendo muito?

– Nada que seja insuportável –ele respondeu- obrigado.

– Já que agora você tem companhia – JinKi se manifestou – eu realmente preciso ir.

– Obrigado, JinKi hyung.

Ele lhe ofereceu um último sorriso antes de sair, logo em seguida a enfermeira levantou, dizendo que precisava preencher a ficha do menino, e com isso Choi e Kim foram deixados sozinhos na ala das camas da enfermaria.

– Se você quiser pode ir – o menor avisou vendo o outro se acomodar na beirada da cama-.

– Vou ficar até sua mãe chegar, pelo menos. Não quero que fique sozinho.

KiBum dedicou ao outro um olhar agradecido, não queria ficar sozinho agora, e não havia nem sinal de JongHyun, não importa o quanto estivesse pensando nele.

Ele observou o garoto a sua frente, Choi MinHo parecia genuinamente preocupado com ele e quando acordara, seus grandes olhos tinham sido a primeira coisa que vira. Era estranho para ele ter alguém além de seus pais e JongHyun tão interessado em si.

Abaixou o olhar, pensando no outro garoto. Queria que ele estivesse ali consigo, sentia-se protegido quando estava com o outro.

MinHo fitava o outro atentamente, ele parecia hesitante e apreensivo, deixando-o confuso, será que sua presença o incomodava tanto? O menino se mexeu desconfortavelmente olhando em volta como se procurasse algo. Ou alguém. Suspirou infeliz, talvez ele não tivesse chances desde o principio.

NS

– É a segunda vez que ele vem para o hospital somente nessa semana –a senhora Kim falava ao telefone, parecendo nervosa – eu sei que tem alguma coisa errada.

JongHyun observava tudo encostado a parede do corredor, ela andava de um lado para o outro, enquanto gesticulava falando com o senhor Kim. Ele suspirou, estavam esperando KiBum imobilizar o pulso.

– Talvez esteja na hora de procurarmos ajuda – ela encostou em um outro canto do corredor, o tom diminuindo consideravelmente – eu sei, querido. Mas não ajudou, talvez ele precise de algo mais que só conversa. –Ela escutou um pouco, os dedos brincando com as pontas do cabelo distraidamente – eu quero o meu filho bem. É a segunda vez... –ela começou a repetir, mas foi interrompida- certo. –A porta do consultório médico foi aberta nesse momento - Ele está saindo, nos falamos em casa.

JongHyun e a senhora Kim se viraram para ver o menino saindo, ele parecia bem melhor, o rosto estava menos pálido, o braço preso a uma tipoia onde seu pulso descansava longe de qualquer possível atrito. A mulher passou a mão pelos cabelos do filho, sorrindo amável, perguntou se doía, recebendo uma aceno leve como respostas, aparentemente satisfeita, ela entrou rapidamente da sala para falar com o médio. Um sorriso surgiu em seus lábios assim que ele viu JongHyun. Foi em direção a ele, não disseram nada, o mais velho somente envolveu a cintura do outro com um de seus braços, KiBum não precisava de mais nada.

NS

KiBum podia ouvir a discussão de seus pais no quarto ao lado. Sentado na cama, ele encolheu-se ainda mais, os joelhos pressionando o peito, o pulso descansando ao lado de seu corpo, não que ele ligasse para ele. Existiam coisas piores que a dor física.

O seu quarto não era muito grande, era do tamanho ideal para um adolescente, sua cama de solteiro tinha lençóis de desenhos animados, um computador raramente usado ficava em uma pequena mesa de estudos perto da janela, que tinha grades desde o que o “incidente dos quatros anos”, como eles chamavam, acontecera. As paredes eram lotadas de desenhos colados por todos os cantos, cada um assinado e com uma data. Entre as folhas, era fácil ver o rosto de JongHyun se repetindo várias vezes, desde a primeira vez que ele apareceu, até o recente desenho colado com a mão não imobilizada quando chegaram do hospital. Também era possível encontrar Ji Eun, de várias formas e posições, sempre com o mesmo vestido e quase sempre com um sorriso doce no rosto. Outras faces desconhecidas por todos, menos por KiBum enfeitavam o local. Seus pais sempre lhe perguntavam de onde vinha tamanha criatividade para desenhar rostos assim sem modelo algum e sem nenhuma semelhança entre si, ele simplesmente dava de ombros, sabendo o que acontecia se falasse a verdade.

– Eu pedi para ela sorrir para mim – respondera um KiBum de oito anos, acenando com o desenho para a mão – a Ji Eun noona gosta quando eu desenho ela.

A mulher piscou atordoada, olhando para seu filho.

–Ela não parece com nenhuma menina da sua escola, querido. Nem tem idade para isso.

– A Ji Eun noona não estuda comigo –ele respondeu quase ultrajado- nós brincamos juntos no parque.

Claro que sua mãe se preocupara com uma menina muito mais velha e completamente desconhecida brincando com o seu filho sem que ninguém soubesse e imediatamente procuraram a família dessa tal Ji Eun, e nunca acharam. Nenhuma outra criança a havia visto. Depois daquilo, seus pais tiveram uma conversa séria com ele sobre mentir “gostamos que seja criativo e crie histórias para seus desenhos, KiBum, mas você preocupou a sua mãe” seu pai disse passando a mão por seus cabelos e o menino soube que não adiantava insistir.

Ele se abraçou, apertando mais as pernas contra si e soltando um gemido baixo por ter magoado o pulso sem querer. Queria espantar aqueles pensamentos, sabia que eles eram perigosos, porque os traziam de volta. Sentiu o vento frio envolvê-lo e então pensou em JongHyun, sabendo que aquilo ajudaria. E logo ele estava mergulhado em lembranças. Aquelas que o fazia sorrir, como quando os braços do outro o envolviam, ou quando ele cantada para si melodia bonitas. Inconscientemente em dado momento seus pensamentos mudaram de rumo.

Ele pensou no sorriso simpático de Choi MinHo.

NS



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Notas finais do capítulo

E então, gostaram de descobrir um pouco mais sobre o KiBum? Será que alguém agora já sabe o que ele tem? Me falem as teorias, eu adoro ler *-* kkk
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Tentei fazer esse cap menos confuso, espero que esteja melhor.
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Reviews são ♥ ♥
Beijos e até próximo sábado *-*