“Finn, o que é preciso fazer para transformar alguém em vampiro?”, perguntou Rachel, de repente, enquanto eles estavam no Glee Club. Mr. Schue tinha dado um intervalo de cinco minutos para todos descansarem. Ele estava destinado a fazer uma apresentação incrível para deixá-los preparados para as Regionals.

Finn ficou um tempo em silêncio, pensando. Ele já havia ponderado sobre o assunto, mas jamais imaginava que Rachel também.

“É como em Twilight ou The Vampire Diaries?”, ela perguntou. Em parte ela estava brincando, mas nunca se sabe.

Ele riu. “Eu acho que é mais ou menos como em Twilight. Você deve ser mordida por um vampiro, e, em mais ou menos quatro dias os sintomas aparecem: a insônia, a boa memorização... E, é claro, a sede.”. Ele disse tudo muito baixo, para não ter perigo de alguém ouvir sobre o que eles estavam falando. “Mas, diferente de Twilight, a pessoa não é mais forte nos seus primeiros meses, elas na verdade ficam mais fortes com o tempo. E você também não vai querer matar todo mundo, contanto que esteja saciada. Digamos que não é tão intenso.”

Rachel fez uma cara de desgosto enquanto ouvia as palavras de Finn. Sangue, sangue, sangue... Ela não conseguia se imaginar desejar isso com todas as suas forças; ela odiava sangue.

“Sei...”, foi o que ela conseguiu responder. “Eu estive pensando sobre o assunto ultimamente, sabe?”

Finn assentiu, apreensivo com o que ela estava dizendo. Ele já sabia aonde isso ia chegar.

“Sobre... Você sabe... Me transformar.”, ela sussurrou, quase num volume inaudível. As pupilas dela estavam dilatadas e ela tinha um olhar feroz (Nota da autora: Rawr).

Finn sentiu sensações percorrerem o seu corpo. Aquela era a mesma Rachel do dia do Breadstix. Uma Rachel cheia de... desejo. E essa Rachel o deixava maluco. “É-É mesmo?”, ele perguntou, nervoso. Aquele olhar deveria ser ilegal.

Ela assentiu, tentando ver o que Finn achava sobre o assunto, mas não conseguiu. Ela bufou e se virou para a frente. Sim, Rachel conseguia se fazer de chata quando queria.

“Ei, não fica assim...”, ele disse, numa voz arrasada.

Ela virou o rosto pro lado. “Por que não, Finn? Você está simplesmente dizendo que não quer passar o resto da eternidade comigo.”. Nossa, isso soou careta. Mas é exatamente o que eu acho.

Ele passou a mão pelos cabelos. “Não é isso... Eu quero muito, você não tem ideia. Eu te amo, Rachel, você sabe disso. O único problema é que não é tão simples assim te deixar imortal e vivendo a base de matar outros, eu sei que é algo que te atormentaria.”

Ela virou para ele, com uma expressão desesperada. “A gente acha algum jeito...”

“O outro jeito é matar animais, e isso eu tenho certeza que você não faria.”

Ela suspirou. “Olha, eu sei que eu vou demorar pra me acostumar, mas você está acima de tudo. O meu desejo de ser sua pra sempre ofusca todo o resto.”

Ele olhou para ela. Ela era dele. Ele era dela. Eles podiam passar o resto da eternidade juntos, sem nada em seu caminho. Finn só estava hesitante porque sabia que Rachel era muito... humana, e ele não gostaria de tirar isso dela. Isso era algo que ela perderia com certeza. Poderia mudar quem ela era. “Rach, eu não sei... Eu preciso pensar...”

Ela assentiu, feliz por ele estar pelo menos considerando a opção. Ela lhe deu um beijo na bochecha. “Lembrete diário de que eu te amo.”

Finn sorriu para a linda menina a sua frente.

“Ok, pessoal, vamos voltar ao ensaio!”, gritou Mr. Schue, fazendo todos suspirarem.

. . . . .

“Eu acho que já sei pra onde a gente pode sair.”, disse Blaine, enquanto caminhava pelos corredores da escola ao lado de Kurt.

Kurt o encarou, curioso. Ele estava muitíssimo empolgado para ir a qualquer lugar, contanto que estivesse com Blaine. “Pra onde seria?”

Blaine o olhou com os olhos radiantes. “Para aquele parque perto do Breadstix.”

Kurt o olhou com um leve olhar de pena. “Blaine, tem algo que você precisa saber sobre aquele parque: ele não é um parque muito frequentado. Ele é perigoso e tem poucas trilhas.”

Blaine o olhou desafiador, sem medo da repercussão de seus atos. “Isso não será problema pra gente, não é mesmo?”

“O que você quer dizer com isso?”

“Bom, eu soube de uma coisa ou outra e sei que você tem bastante capacidade de se defender. Que você é... perigoso, ou algo do tipo.”

A cor do rosto do garoto de olhos azuis se esvaiu. “Quem te disse isso?”

“Rachel. E quem disse pra ela foi Finn. Por que você não me contou antes? Você sabe que o que a gente tem é especial. Não é algo assim que vai estragar isso.”

Kurt balançou a cabeça. “Você não entende, não é? É esse tipo de coisa que destrói tudo. Eu jamais correria o risco de te perder, Blaine. Você é importante demais pra mim.”

“Agora eu sei e, olha só, você não me perdeu.”

Kurt se permitiu a rir, ignorando todo o nervosismo que ele estava sentindo. Blaine sabia de seu segredo mais obscuro. Qualquer deslize dele poderia destruir a vida de Kurt, em todos os sentidos. “Então, sobre o parque...”, ele falou, querendo mudar de assunto. Blaine aceitava a situação e isso era suficiente. “Pode ser.”

Blaine deu pulinhos de alegria. “Sério?! Mas acho que é melhor a gente marcar para depois das Sectionals... A gente anda muito ocupado com o Glee Club, provas e coisas do tipo, então... Que tal no Natal?”

Kurt riu, mas sem humor. “Você está brincando? É um feriado que você com certeza vai passar com a sua família! E, além disso, falta muito tempo...”

“E-Eu sei. Mas, primeiro, minha família não comemora o Natal. Somos judeus. E eu acho que mesmo faltando tempo é a data perfeita. Ela é especial e mágica, assim como o que a temos entre a gente.”

Kurt sorriu, bobo, com o quanto Blaine era adorável. “Bom, se não tiver problema pra você não tem problema pra mim.”

Blaine estava prestes a dizer alguma coisa, mas foi interrompido pelo sinal avisando que era hora da próxima aula. “Te vejo depois. Qualquer coisa manda mensagem, ok?”

Kurt assentiu e acenou para o de cabelos encaracolados. Seria um Natal interessante.