– Natsu eu... Eu te odeio! – gritou Lucy que estava chorando.

Ela olhava para mim com os olhos cheios de raiva. Eu me senti mal. Ela estava certa de me odiar. Aquela brigava já rolava a duas semanas e a maior parte dela era culpa minha. Era verdade que fazia piadinhas sobre ela e invadia o apartamento dela, mas eu achava que ela não se incomodava. Agora vendo ela naquele estado me fez pensar o que realmente ela pensava.

– Eu te odeio – repetiu agora sussurrando enquanto chorava mais.

Happy que observava a cena triste, a chamou, mas ela apenas saiu correndo da guilda sem falar mais nada.

– NAAATSUUU! – gritou Erza – Vá correndo atrás dela, agora!

– Natsu, por que você sempre é assim com a Lucy? – perguntou Gray

– Você precisa se desculpar – falou Wendy.

– Você precisa ir atrás dela, Natsu – Happy falou.

Eu não podia culpa-los por estarem com raiva de mim. Claro que eles queriam que eu fosse atrás dela, mas eu não conseguia me mexer. Por algum motivo eu fiquei muito abalado com que ela me dissera. Eu te odeio. Eu nunca achei que tais palavras fossem machucar tanto, ainda mais vindas da Lucy. Na verdade eu nunca pensei que ela fosse dizer algo assim para mim.

Respirei fundo.

– Eu vou atrás dela – anunciei

– Eu vou também! – Levy se pronunciou.

– Aye! Eu também – falou Happy.

Virei para eles.

– Acho melhor não. – falei.

– Por que não, Natsu? Se você for sozinho ela não vai te escutar. Eu conheço a Lu-chan, é melhor eu ir junto com você.

– Eu já falei que não – disse irritado – Eu estou com um mau pressentimento.

– Tipo o quê? – questionou Levy – Eu vou junto mesmo você não aprovando.

Às vezes Levy era tão... Irritante. Pior que a Lucy.

– Natsu, escute a Levy – disse Erza – Se você for sozinho, é capaz de você acabar estragando tudo, de novo.

Eu comecei a ficar irritado.

– Vocês são tão irritantes! Isso virou complô é? Todos contra o Natsu?

– Natsu – falou Lisanna – Eu discordo de tudo.

Viramos para ela. Que diabos ela estava falando?

– Lisanna-chan! –Levy disse irritada.

– O que você quer dizer? – falou Erza.

– Pense bem. A Lucy-chan precisa de um tempo sozinha. Ela precisa pensar um pouco. Se vocês aparecerem é bem capaz de ela querer fazer alguma besteira ou coisa do tipo. Ainda mais Natsu, depois de tudo, você poderia ser a última pessoa que ela quer ver.

– Mais que merda você esta dizendo Lisanna? Eu vou atrás dela e pedi desculpas. Eu não quero que nada aconteça com ela. Eu vou fazê-la me ouvir. Por que eu finalmente entendi!

– Entendeu o que Natsu-san? – perguntou Wendy.

Não respondi. Falar sobre aquele tipo de coisa era completamente constrangedor, ainda mais com o Gray por perto.

Comecei a andar em direção a cidade.

– Natsu – falou Lisanna – Me escute, é melhor não.

– Por que você se importa tanto, Lisanna? – perguntei irritado.

Ela abriu a boca para responder, mas eu ignorei.

– Não me importo, eu vou atrás dela.

– Eu também Natsu e não tente me impedir! – disse Levy.

– Aye! – fez Happy.

Suspirei. Eles não iriam me escutar do mesmo jeito.

– Tudo bem.

– Aonde será que ela foi? – perguntou Levy.

– Ela deve estar em casa – sugeriu Happy.

– O cheiro dela não vai em direção a casa dela. Vai pelo norte.

– Ok, então vá à frente que seguimos você. – comandou Levy.

Corremos feitos loucos. O cheiro dela me guiava sempre em frente. Ela não desviou desde que saiu da guilda em momento nenhum. Enquanto corríamos, esbarramos em algumas pessoas que reclamavam.

– Ah, de novo não! – falou um.

Levy parou e foi até ele. Parei também e esperei impacientemente até que eu ouvi algo ao longe. Era um grito. Mas não era um grito de qualquer pessoa, era o grito da Lucy. Da minha Lucy. Arregalei os olhos. Levy voltou.

– Aquele senhor disse que a Lu-chan passou por aqui há um tempo... o que foi Natsu? – perguntou.

– A Lucy – falei.

– O quê? – falaram Happy e Levy

– A LUCY! – comecei a gritar – ALGUMA COISA ESTÁ ACONTECENDO COM ELA!

Comecei a correr enquanto Levy e Happy seguiam atrás de mim.

– Como assim Natsu? – perguntava Levy.

– Eu já te falei! Eu ouvi o grito da Lucy! Alguma coisa esta acontecendo.

Novamente ouvi o grito dela, só que desta vez me chamando e depois uma risada masculina.

– De novo! Ela gritou de novo! Ela estava me chamando! – corri mais rápido.

– Espera Natsu! – falou Happy.

– Se alguma coisa acontecer com ela, eu juro que mato quem a fez sofrer!

O rastro da Lucy levava até os limites de Magnólia, até a floresta que se seguia até certo ponto.

– A Lu-chan... está... aqui...? – perguntou Levy ofegante.

– Sim. – falei – Vamos em frente.

– Hai.

Começamos a procurá-la naquela floresta. Até que eu achei o rastro dela.

– Happy – chamei – Siga esse rastro pelo céu.

– Aye!

– Levy, você continua a seguir por este caminho para ver se ela está em outro lugar.

– Entendido.

Corri novamente, só que desta vez gritando o nome dela. Não obtive resposta. Tentei captar algum barulho ou até a voz dela, mas nada.

– LU-CHAN! – gritava Levy ao longe.

Senti o cheiro dela, e tornei a correr.

– LUCY! LUCY! – gritava.

O rastro do sapato dela parou em uma arvore. Pude ver que se sentará, mas depois se levantará rapidamente e pelo rastro ela correrá. (N/A: Ta parecendo C. S. I) O rastro dela se juntou a outra. Deve ter sido daquele que estava dando risada. Mas o mais estranho era que o cheiro dela se apagou. E o outro rastro não tinha cheiro.

Segui o rastro até um ponto que eu vi a fita do cabelo dela. Agachei-me e peguei a fita.

Ouvi passos atrás de mim.

– Natsu – Levy se aproximou – alguma pista?

Não respondi.

– Natsu? – ela se agachou ao meu lado e ofegou – A fita que a Lu-chan estava usando!

Levantei-me.

– Vamos seguir em frente. – falei não reconhecendo a minha própria voz. – talvez encontremos alguma coisa.

– C-certo.

Minha teoria estava certa. Capitei o cheiro dela e seguimos em frente até que encontramos um par do sapato dela. O problema era que ele estava na ponta de um precipício.

– Não... – falei tremendo.

Happy desceu até nós.

– NAAAAATSSSSSSUUUU! – gritou com a voz chorosa. – Eu não encontrei a Lucy.

Ele parou em frente ao sapato. Depois ele olhou para o precipício.

– Natsu! A Lucy...

– Não, ela não pode estar morta! – Levy gritou chorando

– Natsu... – falou Happy.

Eu tremia. Não podia acreditar naquilo. Não podia. Agachei-me e comecei a chorar. Não liguei que a Levy e o Happy estavam ali. Apenas chorei. Não, ela não podia estar morta! Logo quando eu percebi o que realmente sentia pela Lucy. Ela, a garota que eu amava, não podia estar morta. Arrependi-me de ter brigado com ela. Se não fosse por causa daquela briga idiota, ela não teria gritado comigo dizendo que me odiava, ela não teria fugido. Eu não podia acreditar. Eu não estava preparado para o adeus.

– Não – eu me levantei enxugando as lágrimas – A Lucy não pode estar morta.

– Natsu...

Apertei a fita do cabelo dela.

– Eu juro que vou te encontrar Lucy! Eu juro. Eu não vou te esquecer – gritei – Não vou desistir de você.