Uma Estranha No Meu Quarto escrita por Damn Girl
Notas iniciais do capítulo
Será que o Christian matou todo mundo no Helicóptero? XD
Descubram agora em mais um capítulo!
Depois de duas horas voando todos parecem estar mais confortáveis. Eu mesmo estava me sentindo mais confiante com os painéis e quando as primeiras luzes de Londres apareceram, a inquietação na cabine retornou, dessa vez de uma forma positiva. Ao passar pelo Big Bang os meninos bateram fotos enquanto eu tive que checar o GPS novamente.
— Daqui cinco minutos vamos pousar. — Olho para o meu relógio de pulso checando as horas. — Exatamente duas horas e meia da madrugada.
Avisto um prédio alto e luminoso com um “B” gigantesco no topo e diminuo gradativamente a velocidade e altitude, mirando no heliporto sinalizado. Controlo minha respiração, novamente acelerada. Um erro agora e pode ser fatal. Incrivelmente acerto o alvo e pousamos até com suavidade no centro exato do heliporto. Desligo os motores todo orgulhoso de minha façanha. Ouvindo as pás diminuírem a rotação vejo os meninos soltarem o ar praticamente em sincronia, tamanho nervosismo e desafivelo meu cinto. Michael faz menção de abrir a porta e eu o seguro pelo braço.
— Espere as pás pararem.
— Acho que não podemos esperar.
Kevin aponta para o lado direito apreensivo e sigo seu olhar, franzindo o cenho. Cinco seguranças conversam entre si e vejo a confusão em seus olhos. Um deles grita com os outros, como se questionasse o pouso não autorizado. O clima fica tenso quando vemos eles se aproximarem e notamos as enormes metralhadoras em suas mãos. Nenhum sinal de Roosevelt ou de outro fantasma, quando o combinado era alguém nos dar cobertura em nossa chegada.
— Tem menos seguranças do que costumam ter. — Menciona Jaynet, como se isso melhorasse as coisas. — Mantenham a calma e abram as portas do Helicóptero.
— Abre a porta do Helicóptero Michael. — Repito a ordem de Jayent, lembrando que somente Kevin e eu podemos ouvi-la. — E se mantenham calmos.
Coloco a mão discretamente na arma com o silenciador presa em minhas costas enquanto Michael abre cuidadosamente a porta do nosso lado, tentando não fazer nenhum movimento brusco. As pás param de girar cessando o barulho que nos distraía de nossa possível morte. Os homens erguem, não suas pistolinhas semiautomáticas, mas sim suas poderosas metralhadoras M-16 e apontam em nossa direção, se aproximando de forma esguia e desconfiada, enquanto mantinham a mira fixa em nossas cabeças.
— Quem são vocês? — Pergunta o que estava gritando antes.
— Repete o que eu disser Chris. — Assenti levemente para Jaynet. — Estamos procurando o chefe Hanson da equipe de segurança do setor Trinta e um. Temos uma carregamento especial que precisa ser descarregado no laboratório dois.
— E-estamos procurando o chefe Hanson da equipe de s-segurança do setor... trinta e um. — Tomo fôlego tentando me acalmar e recuperar a firmeza em minhas palavras. — Temos uma carregamento especial que precisa ser descarregado no laboratório dois.
— Eu sou Hanson.
O homem, Hanson, franziu as sobrancelhas e mandou seus comparsas baixarem as armas, retirando um papel do colete. Encarei Jaynet parada ao meu lado já fora do helicóptero, agradecido por ela ter insistido em vir conosco.
— Hummm. Não tem nada programado para...
Hanson não consegue terminar a frase. Roosevelt aparece em suas costas e assustando a todos, corta sua cabeça, desenhando uma linha reta no ar. O sangue do segurança jorra de seu pescoço horrendamente exposto e ele cai de joelhos no chão, convulsionando. Michael e Nick se abraçam apavorados enquanto os outros seguranças olham em volta com os olhos arregalados, procurando o responsável.
— Desculpa Christian, estava dentro do prédio, não ouvi o helicóptero.
— Precisava matar ele assim?! — Grita Jaynet caminhando em direção a Roosevelt e batendo em seu ombro. — Você não sente remorso! Meu deus, eu conhecia ele desde criança...
— O que você sugere? — Respondeu Roosevelt com certa calma. — Não tinha entrega nenhuma programada, ele ia mandar atirar nos meninos!
Os dois começam uma calorosa discursão sobre valores morais. Ficamos parados encarando o corpo e quando os outros seguranças se recuperam do susto eles voltam a erguer suas armas, apontando para nossa direção.
— Não sei que merda foi esta mas vocês quatro tem até cinco para deitar no chão.
Antes mesmo do segurança terminar a frase Kevin abaixou se deitou, tremendo de medo. Toquei a arma atrás da minha cintura, preparando-a e Nick e Michael entenderam o recado, assentindo discretamente. Com os seguranças distraídos ergui minha arma e mirei em um dele, destravando-a. Só então lembrando que a gente não tinha colocado as máscaras de palhaço ainda e nossos rostos estavam à mostra, revelando nossa pouca idade e experiência.
Merda!
— Abaixem as armas ou vai acontecer o mesmo que aconteceu com ele. — Ameacei chutando o corpo estirado próximo dos meus pés. — Acho que vocês não vão querer morrer por causa de um trabalho..
Os seguranças gargalham. Alto. Cada um em seu próprio ritmo, e quando um deles finalmente recobrou o folego me lançou um olhar de escárnio. E assim que sua boca se abriu para me zombar o sangue escoou dela como uma cachoeira e seus olhos esbugalham. Os outros três seguranças se assustam com seu agressor invisível e se descontrolam, disparando com a metralhadora por todos os lados. Michael, Nick e eu corremos para trás do helicóptero ouvido o som dos tiros ressoarem pela lataria. E Kevin permaneceu no chão.
Dessa vez o ataque “invisível” tinha partido de Hugo que chegara ao terraço acompanhado do Xerif. Os dois fantasmas correram em direção aos outros seguranças e o tiroteio parou dando lugar a um silencio mais que bem vindo. Arfei de alívio e guardei a arma de volta na cintura, graças a eles não ia ter que atirar em ninguém. Hugo caminhou até Jaynet, sorrindo e tocando-lhe suavemente o ombro.
— Jaynet, lembra quando eu te trazia aqui? Eu vinha te esperar nesse terraço e ficava imaginando a gente namorando aqui em cima.. — Ele apontou para a grande piscina disposta num canto do terraço. — E nadando ali, só nós dois. Queria que tudo tivesse sido diferente.
— Ah sim, legal. Antes ou depois de combinar com os bandidos de invadirem minha casa? — Hugo baixou a cabeça, constrangido. — Eu não quero ouvir sua voz Hugo, só deixei você vir por insistência sua e por que Roosevelt me pediu.
— Acho que não está em tempo de vocês discutirem agora. — Me intrometo. — Daqui há pouco mais seguranças irão vir atrás de nós.
Com um suspiro Jaynet se afastou de Hugo e veio em minha direção, segurando. Contive um sorriso de satisfação, não gostava de vê-la com alguém que claramente é obcecado por ela. Nem com ninguém além de mim. Peguei o crachá dela do meu bolso tentando dispersar meus ciúmes e juntos caminhamos para a porta de acesso do prédio e vejo que há uma fechadura que só abre com o cartão magnético. Retiro ele do bolso e coloco a mão em cima do teclado.
— A senha Jaynet.
— 314159265358979.
— Que caralho de senha é essa? — Pergunto digitando os números.
— É o valor de PÍ. — Jaynet enrubesce e dá de ombros. — Na verdade é parte dele já que o valor de PÍ é muito extenso... Na verdade mesmo pì é um número irracional e transcendente. — Pigarreio cortando a explicação científica. — Sou filha de cientista oras, você esperava o que? A data do meu aniversário?
— Deixa para lá. — Digo, abrindo a maçaneta e deixando que os outros passem. — Você é muito esquisita.
— Não sou eu que estou invadindo um prédio para roubar um corpo.
— É mesmo? Eu posso ir embora então, já que é loucura.
Jaynet se cala e exibo um sorriso de satisfação, fechando a porta atrás de nós. Me reúno de novo com os meninos e juntos percorremos um um longo corredor branco e excessivamente iluminado em direção aos dois elevadores. Contudo na metade do corredor ouvimos vozes. Roosevelt flutua até o elevador na bifurcação e se vira pro lado direito.
— Tem mais guardas vindo.
Sem possuir lugar onde se esconder, peguei novamente a pistola, removendo a trava e apontando para a frente. Os meninos imitaram meu gesto, e dessa vez lembramos de colocar as máscaras.
Os fantasmas se adiantaram, imitando Roosevelt e ficando próximo aos elevadores.
Os seguranças despontaram na interseção e se viraram, tomando nosso corredor e, assim que os dois primeiros deles deram de cara com quatro homens encapuzados eles congelaram no lugar. Os outros seguranças distraídos acabaram esbarrando nos da frente e quando a surpresa se atenuou eles ergueram as armas, e de repente haviam cerca de dez homens atirando em nossa direção. Contudo o número rapidamente diminuiu para sete pois os três fantasmas atacaram por trás, se apossando da faca que os homens carregavam e os atacando. O grito dos homens enquanto eram cortados foi tão repentino que seus comparsas se viraram, assustados com os agressores invisíveis. O que era muito compreensível.
Do ponto de vista deles as facas “flutuavam” no ar sozinhas, cortando seus amigos sem piedade. Michael aproveitou a oportunidade e mirou em um deles, acertando-o na cabeça. O tiro abafado pelo silenciador acertou em cheio seu alvo. Sangue espirrou na parede cinza e homem caiu no chão, morto. Cravei meus olhos nele estupefato.
— De nada adianta ficar segurando essas armas sem coragem de atirar! — Nos entreolhamos e ele suspirou como se Nick, Kevin e eu que estivéssemos errados. — Não vamos conseguir sair daqui assim, contando só com a coragem dos fantasmas, temos que ajudar.
— Não queria dizer isso, não mesmo. — Kevin balançou a cabeça. — Mas ele tem razão.
Roosevelt esfaqueava o segundo homem quando eu ergui minha arma e mirei em um rapaz que puxava seu amigo, tentando ajuda-lo. Mantive a arma o mais reta possível e, prendendo a respiração, apertei o gatilho, atirando no garoto um pouco mais velho que a gente. Ele largou seu amigo e respirei aliviado quando constatei que acertei seu braço.
— Nâo consigo fazer isso.
— Tem que fazer. — Respondeu Michael, atirando em sua próxima vítima. Roosevelt também estava no segundo de modo que ainda faltavam cinco. — você quem quis vir para cá, agora ASSUMA AS CONSEQUÊNCIAS.
Os homens não sabiam se davam atenção a gente ou se defendiam dos ataques invisíveis em suas costas. Então de repente um deles, o que eu mirava, rolou pro lado e se jogou em cima de um dos cadáveres, pegando um pequeno aparelho branco retangular.
— Ah porra! Atira nele, ele vai acionar o alarme.
Seguindo a ordem de Jayent atirei no segurança, mas foi tarde demais. Pus as mãos nos ouvidos esperando o som ensurdecedor, mas jamais esperaria o que aconteceu. Ao invés do som, as luzes do corredor ficaram vermelhas e algumas telas surgiram da parede. Uma animação de uma mulher jovem com longos cabelos brancos, olhos violetas e orelhas pontudas apareceu na tela. Ela vestia uma túnica violeta e mais parecia uma elfa saída de algum jogo. A mulher virtual começou a falar e a sua voz sim, ecoou pelo prédio inteiro. Uma voz femina, porém com um ar mecânico que deixava nítido que ela não era real.
— Protocolo de emergência, selando portas e acionando as autoridades. Favor confirmar código de liberação por voz. Tempo restante: nove minutos e cinquenta e oito segundos.
A mulher permaneceu repetindo mesma frase sem parar. Os quatro seguranças ainda vivos resolveram ignorar os fantasmas e passaram a atirar em nossa direção. Olhei para trás sobressaltado com o estrondo da porta que havíamos entrado, agora sendo lacrada por um uma grade que desceu do teto.
— Protocolo de emergência, selando portas e acionando as autoridades. Favor confirmar código de liberação por voz. Tempo restante: nove minutos e quarenta e dois segundos. Todos seguranças encaminhem-se ao andar trinta e três.
Segurei Jaynet que encarava uma das telas com um olhar desanimado pelos ombros, exigindo sua atenção.
— O que é isso?
— É a Helena, é a inteligência artificial do prédio. Quando o alarme é acionado ela sela as portas e manda um código de liberação diretamente ao meu pai. Quando a contagem termina ela aciona a Interpol. A organização do meu pai é privativa, mas as experiências que acontecem aqui são de interesse internacional. — Jaynet mordeu os lábios observando os meninos trocando tiros de forma apreensiva. Então ela se voltou para mim furiosa e aumentou o tom, me empurrando. — Eu falei que não era para gente vir aqui, porra! Disse que era muito perigoso, mas vocês me ouviram?! Quando eles abrirem esse prédio vocês vão estar mortos! Isso se a segurança não acabar com vocês primeiro.
— Não tem como desligar ela?
— Não! Ela só para quando o código que foi enviado é dito por voz. E ela só obedece ao meu pai, minha mãe, eu e alguns chefes de segurança. — Jaynet abriu um sorriso sarcástico. — Eu até ordenaria que ela parasse, mas não acho que ela possa me ouvir em minhas atuais condições...
— E agora...
Boto a mão em meu braço esquerdo sentindo uma fisgada incomoda e repentina. Em poucos segundos a dor praticamente triplica e quando retiro minha mão, vejo o sangue pintado em meus dedos. Os meninos me gritam enquanto sou impulsionado para trás por um segundo projétil que para minha sorte acerta o colete à provas de balas. Caio no chão e seguro meu ferimento enquanto ouço mais e mais disparos do fogo cruzado entre os meninos, os seguranças e até mesmo os fantasmas, que desistiram de lutar com seus poderes psíquico. Fitei Roosevelt segurando duas metralhadoras e atirando na interseção dos corredores para ambos os lados, gritando pros meninos se abaixarem. Mas mesmo com ele, xerife e Hugo armados o corredor principal estava cada vez mais repleto de seguranças. Nick ajoelhou e me encarou, removendo a mão da perna e revelando os filetes grossos de sangue escorriam do furo em sua coxa direita.
— Protocolo de emergência, selando portas e acionando as autoridades. Favor confirmar código de liberação por voz. Tempo restante: Oito minutos e sete segundos. Todos seguranças encaminhem-se ao andar trinta e três.
Com os dentes cerrados pela dor e ainda no chão, recarreguei minha arma e voltei a atirar, tentando defender os meninos. Ter vindo aqui foi uma péssima ideia, Jaynet tinha toda razão.
Estamos fodidos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu nem sei o que dizer aqui na verdade to tão emocionada de estar na reta final, que eu nem sei se está ficando bom. Assim que tiver mais capítulos posto para vocês. Beijão!