Uma Estranha No Meu Quarto escrita por Damn Girl


Capítulo 3
Capítulo 3 - Recomeço (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Briga, briga, briga, briga, briga...(8) errr, enfim...
Christian vai começar a se meter em problemas. Ainda aproveitando esse tempo "calmo" na escola (que não vai durar muito mesmo) a formação de um triangulo amoroso, ou quadrado amoroso, depende do ponto de vista. sem mais enrolação, vamos lá!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/226324/chapter/3

         O sinal tocou e eu nem me dei conta até que todos os meus amigos se encontravam a minha volta, me observando. Eu pisquei e olhei as pessoas saindo pela porta.

— Você está bem, Chris? — Nick me deu um tapa no ombro. —  Chamando Terra Para Lua, Christian responda.

—Engraçado… — kevin botou a mão no queixo. — Ele estava bem, até conversou comigo.

— CHRISTIAN!!!!!

          Eu pulei com o grito de Michael.

— Problema resolvido. — Ele disse, concertando a mochila nos ombros.

— Acabou a aula?

— Sim.

— Então vamos logo lá pra fora. — Eu levantei e comecei a ir em direção a porta. Eles só ficaram me olhando. Eu virei para trás. — O que vocês estão esperando?

         Eles levantaram e eu virei de volta, dando de cara com uma garota. Ela bloqueou a passagem no corredor e eu me pus a olhá-la. Uma garota muito bonita, ruiva de olhos verdes, vestindo um vestido curto tomara que caia com uma sandália de salto fino. Alguns dos seus cachos ruivos grudaram na sua boca com o vento que entrou na janela. Uma boca muito bonita, devo dizer, pintada com batom vermelho. Ela me pareceu bem segura de si quando falou comigo.

— Você é Christian?

— Sim, sou eu.

— Eu sou Heather Franklin, presidente do Grêmio e fui encarregada de lhe mostrar a escola.

          Eu olhei para os meus amigos. Todos estavam de boca aberta, até que Nick gesticulou para eu ir com ela.

— Bem eu acho… que está tudo bem, mesmo. Você não precisa me mostrar a escola, eu não quero te atrapalhar.

         As bocas se abriram ainda mais.

— Não, olha, não tem problema. Eu mostro a escola para os alunos novos há muito tempo.

— ah é? — Nick deu um passo para frente e falou num tom de injustiçado. — E nós? Não somos alunos novos?

— Naturalmente, Cabot. Acho que em breve alguém estará aqui para te mostrar.

— Tomara que seja alguém tão linda quanto você.

— Boa sorte.

Pude ter uma idéia de quem o Nick deu em cima na sala de aula. Eu olhei para Kevin e ele confirmou com a cabeça.

— Podemos ir?

— Agora?

— Sim, é aula vaga.

— Bem…

— Ele vai sim. — Michael praticamente me jogou para ela.

         Heather e eu conversamos sobre muitas coisas enquanto andávamos. Falamos sobre música, esportes, artistas famosos, ex-namorados, filmes de terror…Quando chegávamos num lugar diferente ela contava sobre o lugar, não muito interessada, e depois voltávamos a conversar. Eu praticamente não prestei atenção em nenhuma das coisas ao redor e ela não me mostrou nada direito, mas valeu a pena.

— Eu gosto de “jogos mortais”… — ela dizia enquanto chegávamos num lugar que imaginei ser a cantina. — Ah, aqui é o refeitório ou cantina, sei lá. Mas… onde eu estava mesmo? Ah, sim. Jogos Mortais é de arrepiar… qual filme de terror você costuma assistir? Qual você gosta?

         Pânic  na Floresta, eu ia dizer e depois me lembrei da floresta naquele dia.

— Eu não gosto muito de filmes de terror, mas o Michael sempre me faz assistir os que tenham vampiros.

— Legal! Você pensaria que uma garota como eu gosta de comédias românticas mas eu quase não vejo esse tipo de filmes.

— Eu acho as comédias românticas legais.— Com certeza é mais seguro.  Pensei. —Por que você gosta tanto de filmes de terror?

— Por que eles te deixam com medo, te enchem de expectativa e te assustam.— Ela fez uma cara de horror. — Não, não, por favor, não mate ela. Não vá para lá, ele vai te matar, ele vai te matar.— sua face voltou ao normal. — É um modo de interagir com o público, de fazer eles se envolverem na história.

— É… eu ainda prefiro ficar com as comédias, românticas ou não.

— Você é um garoto doce, diferente dos que eu conheço. — Ela pegou minha mão. — Eu gosto disso.

         Antes que pudesse protestar, antes que pudesse dizer sabe, você é uma garota legal, mas eu prometi a mim mesmo não me envolver com garotas esse ano, eu fui empurrado para longe dela e quase cambaleei no chão. E então, quando fui procurar quem fez isso para dar uma lição, ele parou bem a minha frente com olhos de ódio e me segurou com umas das mãos pela camisa.

— Me larga. — Ordenei, a voz firme. — AGORA.

— Quem você pensa que é???

          O cara me segurou com a outra mão. Ele não aparentava ser aluno da escola. Era bem mais alto que eu e mais forte, como se passasse o dia inteiro malhando. E tinha a cabeça raspada igual aos homens do exercito, quase rente ao couro cabeludo, os olhos pretos arregalados. A veia no seu pescoço saltou para fora quando ele repetiu, entre dentes.

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É???

         Alguém bem mais bonito que você.  Eu ri com o pensamento e isso o deixou mais furioso.

— Carl, larga ele! — Heather pôs a mão no ombro do cara. — Ele não fez nada, é um aluno novo e eu só estou mostrando a escola para ele!

         Carl soltou uma das mãos da minha camisa e segurou o braço dela, arrastando-a para frente para que pudesse vê-la e manteve segurando. Eu olhei para minha camisa da Willian Rast arruinada. Alguém vai pagar por isso, e não vai ser com dinheiro.

— Você não tem nada que mostrar nada para ele! — Ele gritou a sacudindo. — Eu sou seu namorado, você só pode andar com quem eu deixar!

— Você não manda em mim! Eu não sou sua propriedade, eu nem sei onde eu estava com a cabeça quando concordei em ter algo com você — Ela se impulsionou para trás, tentando livrar-se dele. — Me solta, você está me machucando…!

         Ele não obedeceu. Como ele se encontrava distraído com ela, o aperto na minha blusa tinha afrouxado. Então eu me vi pegar a mão dele que segurava minha camisa e jogá-la para longe. Ele deixou de olhar a Heather e voltou as atenções para mim.

— Solta o braço dela. — Eu ordenei numa voz seca, sem humor algum. Se era briga que ele queria, iria ter... — Ou senão…

— Ou senão o quê?

Ele me interrompeu e gargalhou, apertando ainda mais o braço dela. Heather se contorceu com a nova força. As pessoas que estavam no refeitório começaram a se amontoar em volta para ver, uns gritando alegremente, outros chocados com o que estava acontecendo, outros ainda cochichando e pondo dinheiro na mesa como aposta.

— Senão quebro o seu braço. — Eu disse em um tom controlado, mas ao mesmo tempo assustador e frio.

— Pode tentar, moleque!

          Eu o empurrei e ele cambaleou para trás, soltando o braço dela. Eu afastei Heather dali e voltei para ele, dando um soco no maxilar.  Ele pegou minha mão antes que eu pusesse acertá-lo e me golpeou com mão livre, acertando a o canto direito da minha boca. Eu senti o sangue quente começar a escorrer pelo meu queixo e vi sua cara de satisfação. Isso me fez prender ele pelo pescoço e chutar sua barriga uma, duas, três vezes, com meu joelho, até que ele caiu, curvado e rolando de dor. Então eu chutei sua  cara com força e sua boca também começou a sangrar. O público ficou em silêncio olhando Carl caído no chão. Eu me preparei para dar outro chute.

— Não! Pára, por favor. Já chega! — Gritou.

          A voz de Heather me fez parar. Ela estava chorando e soluçando e isso me fez dar as costas e ir até ela. Mas antes que eu pudesse alcançá-la senti alguém me puxar pra trás e enfiar um soco no lugar onde já estava sangrando. Eu senti o ferimento queimar mas antes que eu pudesse reagir ele me passou uma rasteira e se sentou em cima de mim aplicando vários socos, fazendo minha visão ficar turva lentamente. Eu estava prestes a desmaiar, quando virei para o lado e vi o vulto de uma garota, a mesma do corredor  mais cedo, de pé em cima de um banco. Ela estava rindo alto e sua voz por algum motivo se destacava da multidão que também gritava.

— Ah pelo amor de Deus, eu apostei nesse cara!!! Mediador de merda!! Não acredito... Eu teria perdido uma grana feia. — Embora bem perto sua aparência continuava embaçada como antes, mas em todo o caso minha visão já não estava tão nitida mesmo. — Eiiiii garotão bonito!!! — Ela tirou o casaco branco e começou a sacudir e rodar — REAGE!!! VOCÊ É HOMEM OU NÃO É?

         Ela riu novamente debochando de mim, e isso me fez enfiar um soco nele para mostrar a essa irritante quem é que manda. Ele ficou atordoado por segundos e foi mais que suficiente pra chegar ele para o lado e levantar. Eu segurei a gola de sua blusa forçando-o a se levantar comigo e soquei bem mais forte, logo em seguida soltando para chutá-lo algumas vezes fazendo ele ir longe. Ele caiu em cima de umas cadeiras, indo para o chão inconsciente e ouvi uma risada bem maior da minha telespectadora.

— Que briga fraca, desperdício de tempo. — Ela tomou um longo fôlego, e virou de costas indo na direção oposta a luta, balançando a cabeça negativamente. — Definitivamente não sou paga para ver isso, hahaha.

         E eu fui em direção a Heather, ignorando minha vontade de seguir a silhueta embaçada, que já quase sumia a essa altura.

— Você está bem? — Perguntei verificando seu braço um pouco vermelho.

— Sim. — Ela respondeu, passando por mim e indo até o cara caído no chão. Ela abaixou e o colocou em seu colo. Ele abriu os olhos e protestou um pouco. — Desculpe meu namorado, ele é um pouco mal educado mas é boa pessoa.

          Eu fitei o cara caído. Provavelmente ele tinha uma costela quebrada, mas mesmo assim não deu para sentir pena dele. Limpei o sangue escorrendo da minha boca com o braço.

— Ele te machucou. — Não foi uma pergunta.

— Ele é um pouco ciumento… — Ela baixou o olhar para o chão. — Não gosta que fale com outros garotos que não sejam os amigos dele.

— E por que você está com ele?

          Ela me olhou e não respondeu. Então três mulheres e um homem apareceram e logo todos os estudantes que nos cercavam não estavam mais ali. O homem olhou de mim para o Carl, depois do Carl para mim. As mulheres o fitaram esperando.

— Levem ele a enfermaria.— O homem disse as mulheres gesticulando para o Carl. Para mim ele disse. — Você está encrencado.

          Prontamente as mulheres ergueram o garoto do chão e saíram, seguidas por Heather que me lançou um olhar indecifrável antes de sair. O homem voltou a me olhar e deu um suspiro cansado. Pelo modo como se vestiu não parecia esperar uma briga hoje: terno roxo com uma flor vermelha, chapéu verde, sapatos… interessantes. Sem dúvida é um cara de muito bom humor. Não muito alto, cabelos brancos por baixo do chapéu, magro, elegante… não deve ter mais de sessenta anos. E, pelo que parece, é o diretor da Washington XIV High School, apesar de não se vestir como tal.

— Quem é você aluno novo?

— Christian Randall, senhor. — Eu não consegui conter uma careta de dor e pus uma das mãos no rosto tentando aliviar.

— Eu sou Pierre, diretor. — Ele saiu andando na direção de um corredor, cumprimentando as pessoas a sua volta. Eu o segui.— É uma pena conhecê-lo nessas circunstâncias, Randall…

— Chris, por favor.

— Sim. Poderia me dizer o que aconteceu Sr. Chris?

         Ele abriu uma porta e me mandou entrar. E assim que eu cuidei do sangue no banheiro me deu uma xícara de chá e um punhado de cookies frescos. Ele abriu um largo sorriso.

— Sente-se e tome um chá comigo.— Ele pegou a própria xícara na mesa, se sentou em sua cadeira grande e confortável e tomou um largo gole. — Nossa conversa vai ser longa… — Ele sorriu e acrescentou: — E desagradável… talvez.

         Eu afundei na cadeira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O fim da fase calminha, próximo capitulo um pouco confuso e sangrento.
Reviews??? *-*
Obrigado a todos que estão acompanhando, semana que vem tem mais! ♥