Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 7
Conversas momentâneas


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTE aquele trabalho horrendo terminou(por enquanto), então agora as coisas talvez se normalizem e eu volte a postar normalmente, dia sim dia não, intercalando entre as duas fanfics ;D



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Sarah tinha razão... Eu estava com febre, mas nada que não se curasse rápido. Veja bem, no dia seguinte eu já estava muito melhor.

Eu sou assim, de rápida recuperação. Não consigo me lembrar de nenhum problema de saúde, mesmo que grande, que não se curasse em até no máximo uma semana.

Mas, bem, voltando ao meu dia...

Eu estava usando o computador, mas então recebi um e-mail do colégio. Ótimo, outra chamada ao psicólogo.

─ O intervalo entre as duas chamadas foi curto dessa vez ─ Comentei comigo mesmo. Normalmente me chamavam uma, talvez duas vezes ao mês. "Será que eu fiz algo demais?", pensei.

─ Pelo menos dessa vez eles não avisaram de última hora... ─ Observei, ao ver que a data do que eles chamavam de "atendimento psicológico ao aluno" seria apenas daqui à uma semana.

Eu me lembro da primeira vez que me fizeram uma chamada dessas. Eu tinha o quê? 10 anos? Bom, não importa... Eu tinha ficado MUITO assustado. Mas o que antigamente era motivo de desespero, hoje é cotidiano. E o que pra outras pessoas pode ser estranho, pra mim faz parte do meu dia a dia... e vice-versa.

Mudando de assunto... vamos falar da minha casa.

Não é nada muito grande... tem 2 andares, 3 quartos(um deles não é usado, então fica como quarto de hóspedes... que também não é usado), 2 banheiros, cozinha... Nada demais. Mas era um local tranquilo, distante de muita agitação. Eu não tinha vizinhos chatos, nem nada disso. Na verdade, pelo contrário: Várias vezes eu durmo ao som de um calmo e melodioso piano sendo tocado na casa ao lado(eu acho) ─ Seja lá qual for a pessoa que toca, toca muito bem.

Eu e meu pai não conversamos muito, como eu suponho que você imaginasse. É quase como se eu morasse sozinho.

Vídeo game? Às vezes eu jogava... Eu tinha(na verdade ainda tenho) um psp... Meus jogos favoritos envolviam zumbis, tiros etc, mas, saindo um pouco desse contexto, eu gostava de Persona 3... E essa conversa tá chata, né?

Acho que vocês preferem saber da minha vida escolar... então, vamos pular para o dia seguinte.

Se quarta feira estava frio, quinta feira estava muito mais. Tive que tirar o casaco do armário, e usar luvas.

Mal cheguei e a você-sabe-quem veio até mim.

─ Oi! ─ Ela cumprimentou ─ E aí, está melhor?

Virei a cara.

─ Ah, certo, você não gosta que falem que estava doente, não é? ─ Ela mais fez uma afirmação do que pergunta

A fitei com um olhar metralhador, e continuei meu caminho.

─ Sabe, eu acho que você devia tentar se comunicar mais, não é legal ser sozinho. ─ Lá vai ela de novo com seus "conselhos"...

─ Virou minha psicóloga? ─ Falei, bufando

─ Não, sou apenas uma amiga querendo ajudar ─ Ela sorria

─ Pela última vez, nós não somos amigos. E pare de falar comigo. ─ Falei, por fim, e andei na direção oposta a ela. Tudo bem que minha classe era logo a frente, mas era melhor eu dar a volta e demorar um pouco mais do que andar com Sarah.

Duas aulas de matemática...

A professora passara o resultado das últimas provas. Levantei levemente as sombrancelhas ao ver um 10 estampado na primeira página. Era engraçado porque eu não prestava atenção alguma nas aulas, não estudava quase nada e, mesmo assim, havia tirado um 10. É algo quase irônico.

─ Senhor Bekner! ─ A professora chamara minha atenção. Parecia brava.

─ Hm? ─ Respondi

─ Você colou nessa prova?! ─ Ela disse quase como uma afirmação

─ Não. ─ Respondi de imediato

A mulher não acreditou em mim, portanto, fez várias perguntas relacionadas ao conteúdo das aulas. Respondi todas com naturalidade, e corretamente. Foi engraçado ver a cara de idiota que a professora ficou depois.

─ Hm. Mantenha-se prestando atenção nas aulas. ─ Ela ordenou e voltou à lousa.

Mas eu logicamente não ia fazer aquilo. Puxei uma folha e desenhei coisas aleatórias. Eu não sou um artista nem curto muito desenhos, mas qualquer coisa valia contra a aula.

Depois de mais algumas aulas, o intervalo chegou.

Eu sinceramente pensava que Sarah ia me deixar em paz dessa vez. Errei feio. Mal passou-se um minuto e ela me encontrou.

─ Como foi a aula? ─ Ela se sentou ao meu lado. Não respondi.

─ Eu recebi minha nota de matemática hoje, você recebeu a sua? ─ Ela tentava puxar conversa

Assenti levemente com a cabeça.

─ Foi bem? ─ Ela perguntou

Fiz um símbolo com a cabeça que dava pra entender como um "Sim" ou "Dá pro gasto".

─ Hm... Você realmente não vai falar comigo? ─ Ela perguntou e eu assenti mais uma vez.

─ Tá bom, então eu também não vou falar com você! ─ Ela disse, como se me ofendesse. Por fora eu estava calmo, mas por dentro estava ocorrendo uma festa.

Mas não... Ela não consegue ficar quieta.

─ Vai fazer alguma coisa esse fim de semana? ─ Ela perguntou. Fiz que não com a cabeça. ─ Acho que eu vou pro shopping com as meninas...

Quase falei "E daí?", mas preferi ficar calado.

─ Não consegue ficar calada, não é? ─ Falei, de saco cheio

─ Bah ─ Foi o que ela disse ─ Mas e então... Desde quando você vai no psicólogo?

─ Você é insistente, uh? ─ Falei, cada vez mais sem paciência ─ Não desiste de fazer-me falar com você.

─ E parece que funciona, não? ─ Ela deu uma risadinha, e então eu me toquei que ela tinha vencido, e eu estava conversando. Rapidamente virei a cara e ajeitei minha posição.

Ela riu novamente e fez o mesmo que eu.

─ Espero que um dia sejamos amigos ─ Ela falou, alguns minutos depois, quebrando o silêncio

─ Sonho impossível. ─ Respondi rapidamente.

─ Eu acho que não. ─ Lá estava ela com seu sorriso simpático outra vez.

Revirei os olhos.

─ Por quê me quer como amigo? ─ Perguntei, por curiosidade

─ Porque você parece ser alguém muito legal. Parece não, é. ─ Sua resposta me surpreendera.

─ Desde quando eu sou legal? Eu só te dei patadas desde que você chegou. ─ Essa garota era estranha, demais.

─ Vamos lá. Me conte. ─ Ela chegou mais perto.

─ Contar o quê? ─ Eu estava confuso

─ O porquê de você ser assim. Alguma coisa te aconteceu, disso eu tenho certeza. ─ Ela explicou, e eu olhei para o lado oposto.

─ Não é nada. ─ Falei.

─ Qual é, eu sei que tem alguma coisa! ─ Ela continuava tentando arrancar uma resposta.

─ Você tem hematomas no braço, e nem por isso eu fico te enchendo pra saber o porquê. ─ Joguei com o mesmo lado da moeda, e parece que funcionou, porque ela ficou calada.

O resto do dia foi relativamente normal. Normal, que eu digo, chato.

E, bem... é isso.


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Notas finais do capítulo

a propósito, aqui está o calendário de aulas do David, para que nem eu nem vocês nos percamos na história xD: http://imageshack.us/photo/my-images/838/calendriodeaulas.png/