Influence escrita por jbs313, ArthurLenz


Capítulo 5
One and Two, Three, Four




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Todos nós temos essas coisas no passado que ficam guardadas no fundo da mente e quase sempre não são lembradas, até que esquecemos de vez. Elas raramente são citadas, ao invés de estar circulando em nosso cérebro, nos mostrando que estamos esquecendo de lidar com os problemas. Foi assim que o beijo que ela havia me dado no trampolim ficou marcado na minha memória. Sempre pensava nele quando me sentia anestesiada. Foi uma das poucas coisas que eu consegui manter fixa na minha mente enquanto estava nesse estado, não importa em qual estado os medicamento me deixassem. Eu poderia voltar para ele, como se estivesse assistindo um filme. Eu podia pausar para ver o brilho do sol iluminado seu cabelo, logo em seguida a escuridão causada pela cabeça dela, que se aproximava da minha cada vez mais, e finalmente, a sensação dos seus lábios macios pressionados ao meu. Ela estava sorrindo quando me beijou, mas foi tão singelo, que acho que nem mesmo ela percebeu isso.

Por muito tempo pensei que não era real, que nada havia acontecido, e era tudo fruto da minha imaginação. Oque não teria sido a primeira vez. Coisas como estas aconteciam constantemente, e Santana sempre foi muito educada e paciente, me corrigindo, sempre pegando minha mão e me lembrando do que realmente havia acontecido. Mas desta vez ela não disse uma palavra, e me recusei a trazer o assunto á tona por medo de que tudo não passasse de imaginação. Eu não queria perder essa memória, aquela sensação de sentir meu coração disparar quando lembrava dela se sentando nos meus quadris, com os joelhos apertando minha cintura e seus seios pequenos levemente pressionados aos meus, Isso me causava uma paz que parecia infinitamente duradoura, e a sensação de que só assim seriamos inseparáveis.

Mas ela não tinha falado comigo sobre isso. O verão terminou três semanas mais tarde, e passamos essas mesma três semanas no mesmo trampolim. Ela nunca fez aquilo novamente. Ela era apenas a Santana, reconfortante e paciente, e apenas algumas vezes impaciente quando eu estava em meio termo.  Ela me observava cuidadosamente, amorosamente, e fez com que eu estivesse sempre presente, mesmo que eu não estivesse totalmente consciente. Quando as aulas começaram, ela caminhava pelos corredores comigo todas as manhãs, antes de eu tomar os comprimidos, enquanto eu ainda podia memorizar os caminhos. Ela escreveu os números das salas no meu pulso, e me levou pra casa depois das aulas. Quando finalmente chegou a hora para o teste para ingressar nas Cheerios, ela até ensaiou comigo antes da audição.

Dançar era a única coisa que eu sempre fazia certo. Não importa onde minha cabeça estava, a dança me trazia de volta ao nível do solo e eu estava livre. O simples ato de esquerda-passo-chute. Eu contei as batidas na minha cabeça e as mudei, e era como se eu fosse outra pessoa. Fora do estado de constante neblina e falta de atenção. Um e dois, três, quatro. Esquerda-passo-chute . As músicas nunca mudava de ritmo, era uma batida constante que batia no peito e subia aos ouvidos, que se repetia várias vezes até que meus olhos e eu conseguíssemos enxergar o próximo passo. A maior parte era instintiva, os passos para a esquerda ou direita, dependendo dos agudos da batida, o tambor do baixo causando um movimento diferente que o anterior. Memorizar uma sequencia não era impossível, mas eu me sentia muito mais natural em apenas sentir. 

Cheerios era uma excelente desculpa para começar a dançar na escola, quando as pessoas estavam olhando, para desafiar a ordem Santana tinha previsto na terceira série, que eu deveria parar de chamar a atenção para mim. Parecia que ninguém se importava com qualquer um de nós chamando a atenção para nós mesmos. Nós éramos líderes de torcida, foi exigido de nós agora. O olhar de orgulho no rosto de Santana, quando ela colocou o uniforme pela primeira vez foi inesquecível. Como se tivesse percebido que faltava algo em sua vida, e de repente... Encontrou. Mas juntamente com aquele uniforme veio algo que ela ainda não estava preparada.

Quinn, com sua perfeita forma delicada, entrou em minha vida indesejada e indesejavelmente. Ela se juntou ao quadril de Santana (o quadril direito, eu fiquei do lado esquerdo) e nunca mais sai. E Santana não se pronunciou sobre. Nem quando Quinn me repreendeu por ser descuidada ou quando ela me perguntou se eu era retardada. Minha amiga riu sem jeito e depois, quando eu ainda estava em silêncio pensando sobre isso ela me pegou pelo cotovelo e inclinou a cabeça perto da minha.

"Ela não quis dizer isso, B," Santana disse. "É assim que Quinn é, ela é assim com todos. Não leve isso para o lado pessoal."

Eu não me importava com Quinn, mas ela realmente não me agradava. Oque mais me magoava não era quando Quinn me chamava de idiota, e sim quando Santana se recusava a me defender, ou até mesmo dizer algo que a fizesse parar. Analisando o passado agora, eu percebi que mesmo anos depois, eu ainda sou incapaz de me defender. Mas quando você tem quatorze anos e meio se torna mais difícil na pratica.

Quinn era o modelo ideal de todas as garotas do colegio, e o prêmio final para cada menino. Os jogadores de futebol a perseguiam com persistencia, mas a cruz que ela usava no pescoço atuava como um campo de força, mantendo todos os pretendentes á uma distância considerada segura, e com isso, ela mantia seu brilho fulminante, ela era oque se considerava felicidade. Ela formou o Clube do celibato no dia seguinte a nossa primeira aula sobre educação sexual. No dia seguinte, avistamos várias Cheerios com cruzes penduradas no pescoço, falando de meninos .  Eu estava observando Santana, que por sua vez estava observando Quinn.

Esta é a primeira memória real que eu tenho de ciúme, vendo a minha melhor amiga adorada, esta menina, manipuladora, falsa que usava as pessoas ao seu redor para avançar furtivamente, como um exército de guerrilha, através das fileiras de alta escola. Aterrorizou-me a idéia de saber que Quinn era uma influência mais constante para Santana do que eu, o que me assustou ainda mais. Eu não podia fazer nada, além de ficar de braços cruzados analisando as expressões que Santana fazia quando Quinn estava por perto. Seu rosto ficou mais forte. Seus lábios estavam apertados, seus olhos se estreitaram de forma superior, arrogante que lembrava as pessoas de que ela era uma Cheerio. Ela realmente era superior.

Eu as vi zombando de uma garota no corredor.peguei, por razões que até me são confusas. Quinn teve um fascínio particularcom Rachel Berry, e ela passava uma grande parte d seu tempo pensando em maneiras de como torturar a pobre menina. E Santana,em seu esforço para manter a atençaõ de  Quinn – ou oque ela pensava ser atenção - ajudava na tortura.

Ao contrário de Quinn, que evitava a maior parte da atenção amorosa dos atletas em torno da escola, usando seu crucifixo como desculpa, Santana parecia tirar outro proveito dele.Quando os rapazes perceberam que Quinn nunca ia dar o que eles queriam, eles se voltaram para a próxima melhor coisa: Santana.Os primeiros meninos que se aproximaram dela a fez corar e ela os afastou. Mas, quando apareceram mais , sua timidez diminuiu e sua confiança foi reforçada em saber que ela era, como os meninos a chamavam: Gostosa. O mesmo rosto superior que ela usava quando zombava  daquelas meninas, aparecia quando um menino se inclinava casualmente contra seu armário e sorria timidamente para ela enquanto pegava seus livros. Ela usufruia do "Hey baby" e "Olá, menina bonita"  como se usufruisse de água. Ela começou a caminha com mais postura, os ombros para trás e seu nariz no ar, com vários garotos atrás dela olhando para por causa da saia Cheerio qu era curta demais.

Mesmo com tudo isso, ela não mudou quando estava perto de mim. Ela me encontrava no final de cada dia e nós íamos andando para minha casa, eu na esquerda segurando seu dedo mindinho. Acho que ela gostava da idéia de que os meninos poderiam vê-la segurando a minha mão tanto quanto a idéia de segurar minha mão. Quando estávamos sozinhas, nós nunca conversávamos sobre meninos ou sexo como fazíamos quando as outras meninas estavam por perto. Éramos apenas nós, e eu aproveitava muito essas horas a sós, seja em seu trampolim ou sozinhas no meu quarto. Eu nunca disse que sua atitude na escola me incomodava, e ela também nunca tocou no assunto.

"Eu preciso te dizer uma coisa, B," ela murmurou para mim, enquanto estávamos deitadas na minha cama com os livros de ciência fechados a nossa volta. "Mas você tem que prometer que não vai ficar bravo".

"Você sabe que eu nunca ficaria com raiva de você, San," eu respondi, olhando para ela com um sorriso triste.

"Você está bem, né? Os efeitos dos medicamentos já passaram? " Seu rosto estava cheio de culpa, e isso me assustou.

"Eu estou bem, San. Você sabe que eu estou bem agora. O que está acontecendo?" Eu vi como ela mordeu o lábio nervosamente, o joelho dela subindo e descendo perto de mim. Eu coloquei minha mão sobre ele para acalmá-la, sentir sua pele quente em minha mão, mas ela empurrou-a rápido. 

"O quê? O que eu fiz?"

"Nada", disse ela rapidamente. "Nada, não é você. Eu só ... B, eu dormi com Puck".

Eu não me movi. Interiormente, meu peito desabou sobre si mesmo quando meu coração explodiu atrás das minhas costelas, e meu cérebro sacudiu no meu crânio. Se eu tive meu primeiro gosto de ciúme quando Santana estava com Quinn, eu tive meu primeiro gosto de desapontamento quando ela me contou sobre Puck. Minha boca se abriu e fechou, mas nenhum som saiu. Eu não podia olhar nos olhos dela. Senti uma espécie de vergonha , sabendo que ela havia lhe dado algo de si mesma que era tão precioso. Algo, que eu percebi que eu queria para mim.

“Fala comigo...” ela sussurrou.

Eu balancei a cabeça e me levantei da cama e comecei a andar.Eu senti aquela sensação de pânico que eu normalmente tinha quando eu estava em meio termo, mas eu sabia que não era por causa dos comprimidos. Isso era um mecanismo de defesa, dos meus sentimentos como eles caíram juntos na descoberta inesperada de duas coisas muito dramáticas: primeiro,que eu estava apaixonada por Santana, em segundo lugar, que ela provavelmente nunca iria se sentir da mesma maneira.

Isso foi suficiente para parar o meu coração completamente.

"B, por favor, fala comigo!" Ela se levantou e se aproximou de mim, as mãos agarrando meus braços e me segurando no lugar que ela teve no ano anterior, quando ela estava pedindo desculpas por algo completamente diferente. "Simplesmente aconteceu, fomos na festa da Q no fim de semana, e estávamos bêbados. Foi apenas uma coisa, eu juro que não queria que isso acontecesse."

"Você está apaixonada por ele?" Eu perguntei, finalmente  olhando nos olhos dela.

"O quê?" Ela parecia chocada com a pergunta. "Deus, não. Eu só ...Eu só gosto da maneira como ele me faz sentir. É uma sensação boa, não ter que pensar o tempo todo."

"Então você não estava pensando quando decidiu dormir com ele?"

Ela estendeu a mão para pegar a minha, mas eu puxei-a, com tanta raiva por ela ter me “traído”. Mas de alguma forma o sentimento de traição foi ofuscado pelo conhecimento que eu nunca tinha tido qualquer motivo para sentir isso e também não tinha ela . Isso doía mais do que qualquer coisa que ela poderia ter feito.

"É apenas mais fácil com ele, B," ela suspirou. "Não é possível querer que algumas coisas sejam fáceis?"

“Então, eu torno as coisas difíceis pra você?”

Sua boca caiu. "Não, meu Deus. O que te faz pensar isso?"

"Este Verão, o trampolim ..." Eu parei e ela corou violentamente."Você me beijou. Então você não fez de novo. E agora você está beijando Puck ... O que devo pensar?"

"Brittany, Eu..." ela parou e olhou para mim, procurando, como se ela estivesse tentando encontrar algo em mim que estava faltando. Antes de falar novamente ela trouxe sua mão em meu rosto, ficou na ponta dos pés e me beijou. Levemente no início, então, quando eu soltei a tensão do meu corpo e permiti que ela me beijasse ela cresceu mais fervorosa. Sua língua abriu meus lábios e as costas dos meus joelhos se dobraram. Debrucei-me contra a parede do quarto e coloquei minhas mãos em sua cintura, puxando-a para mim, de forma que seu quadril estava pressionado contra os meus.

“Santana...”


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