Blaine foi se aproximando da boca de Kurt quase inconscientemente, os lábios estavam quase se tocando quando Kurt deu um passo para trás.

Nós não podemos fazer isso – Kurt falou sussurando

Me desculpe. Eu só estou tão confuso com tudo o que está acontecendo. Desde quando você lembra de mim, Kurt? - disse o outro garoto enquanto tentava se aproximar novamente

Porque você quer saber? Isso não vai mudar o que você fez. Você era meu melhor amigo e me abandonou. Eu sofri tanto por não tem amigos, você poderia ter feito algum tipo de esforço, eu poderia ter me lembrado se você tivesse feito algo a respeito. Tudo seria melhor se eu tivesse alguém que me entendesse, mas não. Era mais comodo pra você fingir que eu nunca existi, não é mesmo? - disse gritando

Você pode fazer uma força para entender meu lado? Eu sofri cada segundo que ficamos longe, diferente de você que só lembra agora. E você acha que foi simples para mim ser obrigado a ficar longe de você? Você era tudo o que eu tinha e depois daquele acidente eu fui privado de falar com o meu melhor amigo, com a única pessoa que me entendia. Eu fiquei sozinho na Itália, minha mãe nunca ligou para mim e eu apanhei em todos os lugares que eu estudei. Você acha que não era dificil chegar em casa e não ter ninguém para conversar?- gritou - Pare de ver só o seu lado da história Kurt.

Blaine tentou pronunciar a ultima frase em um tom mais calmo porque viu que os lindos olhos do menino que estava na sua frente se abriam a cada palavra. Kurt ficou estático sem saber o que falar. Se sentia um egoista por ter pensado só em si e quando percebeu estava chorando. Blaine vendo que fez o menino chorar se aproximou dele e sem pensar duas vezes o abraçou e sussurou:

Eu senti tanto a sua falta

A única resposta que recebeu foram mais lagrimas e um par de braços finos o apertando cada vez mais. Ele sabia que estava perdoado, não precisava de palavras para isso.

Os meninos perderam a noção do tempo que ficaram abraçados daquele jeito, até que Kurt se soltou do abraço secando o que sobrou das lágrimas. Os dois conversaram por horas contando o que aconteceu durante o tempo que não se falaram.

Kurt, você se lembra de tudo o que aconteceu agora?

Não tudo. Parece que algumas coisas não se encaixam na minha cabeça. Você poderia contar tudo o que aconteceu, desde o dia em que nos conhecemos até o dia do acidente para eu tentar encaixar tudo na minha cabeça?

Claro, mas deita aqui – falou indicando o lugar ao lado dele – porque tem muita coisa para contar.

Blaine começou a contar desde o dia do funeral da mãe de Kurt, passando por todas as brincadeiras, tudo o que costumavam fazer, onde passeavam, brigas, histórias engraçadas até chegar na parte que mencionava Sebastian.

Você nunca mais o viu?

Não, nunca mais soube dele.

Continuou contando até a parte que ele foi levá-lo ao aeroporto. Kurt escutou atentamente tudo o que Blaine disse, ficando com lágrimas nos olhos quando lembrou o porque o garoto foi embora. Sr. Andorson foi condenado pelo que fez com os garotos, já havia cumprido a pena, mas quando foi solto se envolveu em mais crimes e está preso até hoje.

Enquanto Blaine falava, tudo o que Kurt um dia sentiu por ele foi voltando, mas dessa vez parecia tudo mais intenso. Agora que Blaine já havia contado tudo eles apenas ficaram se olhando, Kurt deitado com o braço do outro garoto embaixo da sua nuca. Se olharam por muito tempo, apenas tentando ler o que o outro estava sentindo. Foi quase uma reação natural os dois se aproximarem até não ter mais distância nenhuma entre eles. Os olhos não se desgrudavam, os lábios foram se aproximando até se encontrarem em um beijo que deveria ter acontecido a anos atrás. Os lábios mal se tocaram e os dois já sentiram uma corrente elétrica passando pelo corpo. Depois houve um beijo mais intenso, no qual Kurt pediu passagem para o interior da boca de Blaine. Os garotos apenas exploravam a boca um do outro, os corpos colados e a respiração ofegante. Se separaram apenas porque não havia mais ar, mas mantiveram as testas coladas e um sorriso no rosto. Os dois tinham a mesma sensação: que ali era o lugar deles.