Red Soil escrita por koala_die


Capítulo 6
Chapter Six.


Notas iniciais do capítulo

CACETE, fala sério, demorei horrores.
Mas é que só hoje eu descobri que já tinha três capitulos prontos, gente, mals aí 8D /apanhaatéamorte;

Bom, espero que gostem e... Espero ainda ter fãs ._.



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“Terceiro dia. Só mais quatro, só mais quatro...”

 

 

Kaoru pensou no quanto faltava para ir embora todo o café da manhã.

Não podia negar que estava até sendo agradável a companhia de Daisuke, com exceção das crises infundadas –assim pensava Kaoru- do garoto, mas seu ego não aceitaria que ele havia errado num julgamento precipitado do mais novo.

 

-Hey, Kao, eu tava pensando em irmos para o centro, comprar uns cds, o que acha? –Daisuke disse com a boca cheia de torradas, deixando a cena hilária. –Além do mais... –engoliu parte do que havia na boca. – Tenho que comprar uma palheta nova.

-Hm, palheta nova? –Kaoru deu um gole em seu suco de manga, mirando o mais novo. Sua tia havia saído para fazer compras logo cedo e seu tio ainda dormia, sendo ele e Daisuke as duas únicas pessoas ativas na casa.

-É. –engoliu o resto das torradas. –Perdi a minha.

-Toca o quê?

-Guitarra. –Daisuke abriu um sorrisão, orgulhoso de si mesmo.

-Tem um pedaço de pão ali no seu dente. –apontou para a boca do primo, rindo divertido.

-Argh! –corou e engoliu o sorriso, dando um gole em seu suco. –Mas então... –disse, tentando abrir o minimo possivel a boca. – Toca algo também?

-Guitarra, também. –sorriu, se debruçando na mesa. –Aprendi já faz um tempinho, consigo até tocar uns riffs de Metallica de cabeça.

-Ah, eu ainda preciso de partitura ás vezes. –franziu o cenho. –Hey, Kao?

-Hm?

-Ainda tem pão no meu dente? –sorriu novamente, rindo quando Kaoru começou a rir.

-Idiota... –passou a mão pelos cabelos descoloridos. –Não, não tem.

 

 

Daisuke decidiu se trocar no banheiro para deixar o quarto para Kaoru.

Realmente não se importava de se trocar no banheiro, o cômodo não era pequeno mesmo.

Tirou a camiseta velha que usava, a trocando por uma de mangas curtas, branca. Também tirou a calça de moletom e vestiu uma jeans de aspecto velho, pondo um cinto despojado para segura-la em seu corpo.

Suspirou e olhou para os pulsos, marcados. “Deus abençoe quem inventou as pulseiras de couro.” Riu com o próprio pensamento, puxando a pulseira de couro que tinha e a passando pelo pulso, cobrindo as cicatrizes não tão antigas nele. Tais cicatrizes lhe renderam alguns dias num hospital. Odiara a gelatina de lá.

Saiu do banheiro, calculando que Kaoru já estava trocado e o xingaria muito por se demorar só para trocar duas peças de roupa.

 

-Kao... –pôs a mão na porta do quarto, a empurrando, estacando à porta ao se deparar com o que via.

 

Kaoru ainda se trocava. Vestia uma calça sarja, possibilitando a Daisuke ainda ver sua peça intima, uma boxer justa, de malha cinza.

O mais novo ficou parado a porta, não sabendo se entrava ou se voltava a encostar a porta e fingia que nada havia visto. E então seu pensamento do dia anterior bailou em sua cabeça como se fosse um pensamento fresco.

Kaoru se trocando.

Na minha frente.

 

A bem da verdade era que Daisuke não conseguia mover um músculo. Corou ao perceber que sua imaginação estava se aproveitando da situação e balançou a cabeça, mas logo voltou a observar o primo, que se trocava de costas para a porta, o que não estragava a cena em si.

Longe disso, Daisuke se sentia mais livre para usar a imaginação. E agradecia pelo primo estar de costas, provavelmente estaria morto se Kaoru visse que ele o observava. De boca aberta, aliás.

Mas Daisuke não entendia realmente o por quê do primo ser tão reservado. Garotos não tinham problemas em se trocarem em frente à outros garotos, tinham? “Bom, eu nunca tive.”

Agora o mais velho vestia sua camiseta, e como sempre, de manga comprida. Sim, estava frio. Mas o moreno já achava estranho que Kaoru só usara camisetas de mangas compridas até agora.

Daisuke só voltou a si quando viu o loiro tirando parte de seu cabelo, a parte comprida castanha, por debaixo da loira, de dentro da camiseta, passando as mãos no cabelo todo, o assentando e arrumando, já pronto. O mais novo voltou a encostar a porta, em silêncio, assim como a havia empurrado.

E voltou para o banheiro.

 

 

 

-Vai, Daisuke! Já to pronto!

-E-eu to indo!

 

Daisuke suspirou, voltando a fechar o botão e o zíper da calça, abrindo a torneira e lavando as mãos, se olhando no espelho.

“Deplorável, Daisuke, deplorável.”

 

Suspirou novamente, pesaroso, se sentindo mal.

Não se sentira mal ao ter se excitado vendo o primo se trocando, mas agora sentia uma tonelada nas costas por ter aliviado a tal excitação pensando em Kaoru.

 

-O que diabos tu tava fazendo aí no banheiro que demorou tanto? –o loiro ergueu uma sobrancelha para o primo assim que o mesmo saiu do banheiro.

-E-eu - -

-PUNHETEIRO! –começou a rir divertido, andando na frente.

 

Daisuke corou até o que não pôde, acelerando o passo para alcançar o primo.

 

-N-não! E-eu tava... –pensou e chegou a conclusão que mico por mico...- Eu tava com dor de barriga, mano! E aí? Algo contra?!

-Mals aí, priminho. –Kaoru tentou conter o riso, mas explodiu em gargalhadas, quase caindo da escada.

 

O mais novo nada fez se não rir junto, tentando disfarçar.

 

 

 

 

-Então, tem vermelha? Adoro vermelho. –Kaoru ouvia o primo conversar com o atendente da loja sobre a palheta que queria, entediado.

 

Deu as costas e começou a caminhar pela loja, analisando os cds.

Pegou um cd do X JAPAN, o analisando. Ainda não tinha aquele. Continuou o trajeto pela loja com o cd em mãos, procurando se tinha mais algum que o interessava.

 

-Hm hm, essa é boa? –Daisuke disse, com uma das sobrancelhas erguidas, analisando a palheta com um olhar centrado. Recebeu uma resposta positiva do vendedor. – Ah, tanto faz, vou levar. Quanto é? –olhou de relance para trás, vendo o primo segurar um cd do X JAPAN.

 

Kaoru continuou caminhando pela loja, analisando cds. Viu que uma das seções possuia vinis. Sorriu, sempre gostara de discos de vinil. Caminhou tranquilamente até lá.

 

-Ah, domo. –o moreno sorriu, analisando a palheta que comprara, a guardando na carteira. Antes que pudesse fecha-la, sua identidade caíra. – Bosta. – se abaixou para pegá-la.

 

O loiro suspirou. Não tinha nenhum vinil de alguma banda que gostava. Olhou ao redor. “Nada de bom nessa loja, vou falar com o Daisuke pra...Daisuke?”

Não viu o primo. Em nenhuma das seções, nem no balcão onde estava comprando a palheta.

“VIADO! Foi embora e nem avisou, pirralho filho da puta!”
Largou o cd do X JAPAN em qualquer lugar, saindo da loja apressado, a fim de alcançar o primo, que supostamente o havia abandonado.

 

-Ai, minhas costas! –o adolescente murmurou, xingando baixinho logo em seguida, guardando a identidade na carteira. “Acho que o Kaoru já pegou o cd que queria.”

 

Guardou a carteira no bolso e se virou, pronto para chamar o loiro para irem embora.

“...Kaoru?”

Franziu o cenho.

 

-Kaoru? –chamou, elevando a voz, esperando que o primo ouvisse. Nada. Voltou a se virar para o balcão, chamando o atendente. - ‘Cê viu um garoto loiro? Que tava comigo?

-Ah, ele acabou de sair. Parecia nervoso, assustado, sei lá... –o rapaz disse, num tom despreocupado, segurando uma pilha de dvds pronta para ser catalogada. – Por quê?

-Ah, hm...Nada não. –franziu o cenho, sentindo o estômago revirar.

 

Caminhou desnorteado até a saída da loja, preocupado com o sumiço do primo.

Preocupado e intrigado.

“Poxa, ele pode não gostar de mim, mas me largar na loja...Que mancada!”

Quando estava prestes a sair, viu o cd que Kaoru segurava largado sobre uma das estantes de cd. Franziu ainda mais o cenho, sentindo a cabeça começar a latejar.
Sempre que começava a ficar ansioso ou nervoso, Daisuke tinha enxaqueca.

 

Saiu apressado da loja, olhando para os dois lados da calçada, vendo várias pessoas caminharem descontraídas, algumas rindo, outras no celular. Mas nenhuma delas era seu primo.

 

 

 

 

-Ah, ele vai ouvir poucas e boas, aquele safado...Quem ele pensa que é pra me largar na loja, daquele jeito? – Kaoru resmungava baixinho enquanto caminhava de volta a casa de Daisuke.

 

O adolescente de fios descoloridos lembrava com precisão o caminho que ele e o mais novo fizeram quando foram para cidade. Era só pegar o caminho inverso para ir para casa. Caminhou aproximadamente quinze minutos até poder avistar a casa imponente dos Andou. Realmente era um lindo imóvel.

 

Abriu o portão da entrada da propriedade, subindo alguns degraus para atravessar o jardim, e então chegou à casa, abrindo a porta e anunciando sua chegada.

Sua tia, que já havia chegado, o cumprimentou.

 

-Cadê o Daisuke? –ela estranhamente usava o cabelo comprido sobre parte da face.

-Sei lá, tia, ele sumiu! Me largou lá na loja! –Kaoru disse, gesticulando indignado.

-Quê? Como assim, Kaoru?! Como assim ele sumiu? –a mãe soou preocupada, franzindo o testa.

-Sumiu, tia! Fez ‘puff’! –o loiro bufou, se largando no sofá da sala de estar.

-Ai meu deus, Kaoru! Você fala como se não fosse nada!

-Mas tia, o que eu podia fazer? Eu nem tenho o número do celular dele! –revirou os olhos, nervoso.

-Ta, tudo bem, Kaoru, você tem razão. Pode ir lá pro quarto dele se quiser, eu vou ligar pro Dai. –ela correu até o telefone, o tirando do gancho e discando alguns números.

-Okkei.

 

O garoto se levantou bufando do sofá, subindo as escadas com passadas largas.

 

 

 

 

-O senhor viu um garoto um pouco mais baixo que eu, cabelo loiro...?

-Não, gomen nee.

-Ah, arigatou gozaimashita.

 

Daisuke decidira sair perguntando por Kaoru nas redondezas, talvez alguém o tivesse visto, mas já perguntara à sete pessoas e todas negaram.

Coçou a nuca, caminhando para o sentido contrário, já sentindo o lábio inferior tremer, a vontade de chorar aumentando.

Não era um garoto que chorava facilmente mas...Porra, seu primo havia sumido, nem sinal de vida!

Sacou o celular do bolso da calça, pronto para discar o número de casa, mas alguém lá fora mais rápido. Seu celular começara a tocar feito louco.

 

-Moshi moshi? Okaa-san?! –Daisuke atendeu o aparelho com a voz embargada.

-Por deus, Daisuke! Onde você tá?!

-E-eu to aqui no Centro...Mãe, o Kaoru sumiu! –disse com a voz chorosa, coçando um dos olhos.

-É o quê? Como assim o Kaoru sumiu, Daisuke?!

-Ele sumiu, mãe! Eu tava comprando a palheta e quando fui ver, ele não tava mais na loja!

-Mas Daisuke...

-Quê? – fungou.

-O Kaoru tá aqui.

-É O QUÊ?! – o moreno praticamente berrou, ouvindo sua mãe começar a rir.

-É, Dai, ele tá aqui, no seu quarto. –ela parou de rir, tomando fôlego. – Ai filho, acho que vocês se desencontraram...Ele chegou falando que você que tinha sumido.

-...Filho duma... – Daisuke esfregou as costas da mão no olho, fungando. –Tá, mãe, to indo praí. Tchau.

 

O garoto enfiou o celular no bolso da calça de qualquer jeito, ouvindo o objeto estalar, nem se importando. Acenou para um ônibus. Queria chegar o mais rápido possível.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Reviews? ;_;



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