Melany POV'S

A companhia de Steve estava se tornando cada vez mais agradável.Ele era um ótimo ouvinte, o que era o que eu mais estava precisando no momento. Paramos uma ou duas vezes no acostamento para eu poder colocar tudo para fora a vontade. Apesar de sua insistência em me levar ao médico, pedi apenas para me levar para sua casa.

– Mel, não acha melhor... eu te levar ao hospital? Esses sintomas apareceram de repente, não deve ser normal. - Insistiu Steve. Rolei os olhos quando vi ele apertar os dedos ainda mais no volante. Ele estava visivelmente preocupado.

– Não... como você mesmo disso apareceram de repente, deve ser apenas algo que comi. Não precisa se preocupar Steve, sério. - Abri o meu melhor sorriso tranquilizador, mais francamente acho que não colou. Ele me olhou bem fundo em tom de reprovação, e depois voltou a fixar seus olhos na estrada.

Nico POV'S

Eu estava sentado no banco da frente do carro. Suspirei pensando sobre as coisas que estavam acontecendo, depressa até demais. Annabeth e Percy já se casaram, Luke e Thalia vão se casar (a propósito, ele fez o pedido de casamento na frente da igreja toda, logo após a cerimônia), Connor e Kat terminaram o namoro, e Katie e Travis já não se dão bem. Sim, muita coisa pode acontecer em meros dois meses, até mesmo Melany e eu nunca mais nos falarmos, que é o que estou vivendo.

A nossa separação só resultou em mais sofrimento. Para mim foi assim, já não posso dizer o mesmo dela já que parece estar cada vez mais ligada a Steve. Eu sempre soube que o que os dois tinham passava através da amizade, só não sabia que ela seria capaz de me trocar por ele. Depois de todas... as coisas que passamos juntos.

Enfim decido parar de pensar nela, não vale a pena. Comecei a respirar desregularmente em quanto imaginava ela beijando outro, dizendo "eu te amo" para outro, sorrindo para outro... sendo de outro. Dou logo a partida no carro. Eu precisava pensar, e não seria em frente a uma festa feliz de casamento.

Melany POV'S

Eu estava na casa de Steve assistindo a um filme qualquer na televisão. Ouço um barulho forte e olho na direção do som.Steve entrou batendo a porta com tudo, no entanto, sua expressão se suavizou ao me ver.

– Peguei uma camisa sua não aguentava mais aquele vestido, espero que não se importe. - Disse voltando minha atenção para a Tv e colocando um punhado de pipoca na boca. O sofá pendeu para um lado, e percebi que Steve estava sentado ali me observando. Coloquei meus pés em seu colo, me deitando por completa no sofá.

– Você não acha que está folgada demais assim, não? - Neguei com a cabeça sorrindo. Ele deu de ombros pegando um pouco de pipoca. Em seguida soltou um suspiro involuntário. - Está se sentindo melhor?

– Defina melhor.

– Parou de vomitar? Ainda está se sentindo tonta?

– Não se preocupe ok? Eu estou bem. Para o seu governo, a tontura foi uma coisa passageira. Eu bebi um pouco na festa, acho que foi um pouco da ressaca adiantada. Você sabe como é, não é mesmo? - Ele abriu um grande sorriso em concordância.

– As meninas acabaram de me ligar. - Disse depois de um breve período em silêncio - Parece que amanhã elas querem falar com você. Acho que elas devem ter alguma teoria sobre esses sintomas estranhos que você vem tendo.

– Elas comentaram com você sobre algo? - Ele negou desapontado.

– Isso está me deixando nervoso. Não sei o que pode estar acontecendo com você, mais elas parecem que sim. Bom... eu tenho uma hipótese. Olha, pode parecer meio chato isso, mas eu fiquei pensando... se você não herdou a doença do seu pai. - Meu coração se apertou por um segundo.

– Acha que eu preciso fazer os exames? - Ele sorriu e assentiu. Suspirei nervosa e voltei a comer pipoca tentando não pensar sobre o assunto. Não, eu precisava mesmo era esquecer o que ele disse.

Não me lembro bem sobre o que aconteceu a seguir, mais quando retornei a abrir meus olhos estava deitada em uma cama macia. A claridade indicava que já estava de manhã.

– Que bom que acordou, Bela Adormecida. - Steve jazia na porta com uma bandeja cheia de comida. Sabe quando você se levanta com um desejo de comer chocolate? Pois então.

– Hm... não quero parecer mal educada, principalmente por você ter me permitido dormir na sua casa, ocupado seu quarto de hóspedes e ainda trazer meu café da manhã no quarto, mais seria pedir demais chocolate?

– Chocolate em barra a essa hora da manhã? - Ele torceu o nariz em quanto negava desapontado com a cabeça.

– Por favor... - Pedi manhosa - Acordei com esse desejo estranho de comer chocolate... eu preciso ir na casa das meninas daqui a pouco e não vou conseguir chegar carente de chocolate.

– Tudo bem... eu posso te deixar na casa da Thalia de carro e no caminho eu compro chocolate pra você. - Comecei a sorrir e a pular na cama de tanta felicidade.

Já estávamos no carro, a caminho de algum supermercado. Steve entrou e não demorou a regressar ao automóvel. Trouxe uma variedade surpreende de chocolate, o que me deixou feliz.

– Mel? - Ele me chamou depois de estacionar. - Não se esquece de me ligar depois que descobrir o que está havendo contigo, ok?

– Pode deixar. - Sorri e me direcionei até a casa dos Grace.

Assim que entrei a empregada da casa me avisou que as meninas estavam no quarto da punk. Não demorei a encontrar o cômodo, e me arrependi de tê-lo achado. As meninas discutiam entre si, e assim que me viram um súbito silêncio pairou no local.

– Ainda bem que você veio. - Annie foi a primeira a se pronunciar. - E trouxe ainda por cima trouxe chocolate? - Todas, inclusive a mim sorriram.

– Acordei com o desejo de comer chocolate. Nunca senti tanta vontade de comer algo como hoje.

– Ér... Mel, você sabe porque te chamamos aqui, certo? - Inquiriu Silena. Assenti vagarosamente.

– Achamos que você podia estar... grávida. - Meu coração freou uma batida quando Thalia pronunciou essas palavras - Pense bem, você e o Nico já... bem você sabe. Então, do nada no casamento você se sente enjoada. Depois, Steve me liga e diz que você estava se sentindo tonta, e hoje você me diz que sentiu desejo ao acordar. Annabeth estava com essa hipótese desde o casamente, mais não tivemos coragem de dizer ao Nico ou a você. -Permaneci imóvel, como uma estátua. - De qualquer forma, aqui está o teste. -Ela me estendeu uma caixa rosa com algumas informações - Leve para casa e o faça. Hoje nós precisamos arrumar a lua de mel da Annie e começar os preparativos para a minha festa de casamento, então não vamos poder ficar com você. Me ligue mais tarde, quero saber o resultado.

Sai de lá sem ao menos respondê-la. Grávida?! Não podia ser! Eu não podia estar esperando um filho dele! Não, dele não! Ele beijou outra em uma festa que sabia que eu estava ele... ele me magoou. Vaguei pela quelas ruas deixando minhas pernas me guiarem, e quando menos percebi já me encontrava a uma casa que reconheci como a minha. Entrei lá sem hesitar, tudo o que eu menos queria era encarar Steve.

Deitei no sofá e deixei com que as lágrimas saíssem. Não sei bem por quanto tempo estive assim, mais não me lembro de ter pego no sono. Acordei com alguém me sacudindo pelos ombros.

– Melany? O que faz dormindo aí? - Steve me perguntou, atencioso como sempre.

– Acho que acabei cochilando...

– Ahn... fiquei preocupado com você. Liguei no seu celular mais só dava ocupado. Liguei no da Annabeth para saber se você ainda estava lá mas elas afirmaram que você já tinha ido em bora. Por que não me ligou? Eu iria te buscar.

– Não queria te incomodar.

– Bom... - Ele se sentou ao meu lado - Descobriu o seu problema? As meninas disseram que tinham quase certeza sobre o que poderia ser e que intuição feminina não falha. Me conta? - Fiquei calada - Hey Mel! Pode confiar em mim. Me diz, por favor.

– Você quer mesmo saber, Steve? Grávida. Elas acham que eu estou grávida, e para ser franca eu também estou achando isso. Não sei como pude ser tão idiota e não ter percebido isso logo. - Ele apenas me encarava, sem dizer uma única palavra. Após alguns minutos, ele me acolheu em seus braços em quanto eu chorava. Uma reação que eu não esperava.

Eram quase cinco da tarde quando resolvi fazer o teste. Eu estava no meu quarto sozinha, esperando o resultado. Steve tinha ido em bora a algumas horas, o que me deixou mais confortável. Olhei mais uma vez no relógio do meu celular confirmando os minutos. Sim, já estava na hora.

– Anda Mel... não seja covarde. - Repeti para mim mesma de olhos fechados. Azul é negativo e rosa positivo. Respirei bem fundo em quanto observava a cor. Rosa.

Sim, eu estava oficialmente grávida.