Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 3
Capítulo 3 (In)decisão


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por não ter postado ontem, to gripada então passei o dia todo dormindo. Só depois entrei um pouco, mas foi só para responder as review. Falando em reviews... Levei um susto quando vi a quantidade de reviews que tinham me mandado, tanto aqui como em In Love With You. É muito amor pra uma autora só aguentar *-*



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– Annabeth?

Só depois de escutar a voz de Percy foi que me dei conta que havia cochilado no carro. Minha cabeça doía um pouco, assim como meu pescoço. Abri os olhos e me deparei com Percy me olhando.

Aqueles olhos... Seus olhos era lindos, únicos. Me lembro da época em que estudávamos, qualquer garota ficava derretida por conta de seus olhos verdes. Mas para falar a verdade, eles eram mesmo incrivelmente lindos. Percy tinha um olhar diferente, eu sentia como se o modo como ele olhava para os outros o diferenciasse dos demais homens. Aliás, não só os olhos.

– Seus olhos são lindos. - eu disse meio que involuntariamente.

Percy me olhou assustado e corou. Quando me dei conta do que havia falado, senti que havia corado também.

– Annie, você me conhece a mais de 8 anos, e só agora foi descobrir que meus olhos são lindos? Que tipo de detetive é você? - ele me disse rindo.

Ri também e abri a porta do carro. Já estávamos na frente do laboratório de Grover. Éramos meio que parceiros, Percy e eu trabalhávamos em campo, e Grover no laboratório. Ele dizia que achava fascinante olhar os humanos por dentro. Não podia discordar dele. Em minha curta experiência, já havia assistido a uma autópsia. Não foi muito agradável no começo, mas depois que você se acostuma se torna cada vez mais intrigante.

Peguei a bolsa com nossos equipamentos e caminhamos para dentro. Apesar de ter cochilado um pouco, eu ainda estava com muito sono, e Percy percebeu.

– Annie, não quer dormir um pouco? Eu levo a amostra para Grover. - ele disse tomando a bolsa de meus ombros.

Sim, eu precisava dormir. Apenas assenti e me deitei no sofá que ficava em um canto da sala. Fechei os olhos e senti o sono tomar conta de mim. Sempre fui uma pessoa muito dorminhoca, mas ultimamente não tenho tido muitas horas de sono. Percy me cobra todo dia, dizendo que um dia eu ainda fico doente por não dormir direito.

Me mexi mais algumas vezes e logo peguei num sono.


POV Percy

Eu disse para que Annie fosse dormir, e ela o fez. Estava estremamente cansada, era fácil de se ver. A vi deitar num sofá velho que ficava na sala de espera, pode-se chamar assim. Normalmente, era ali o lugar onde as pessoas esperavam Grover trazer o resultado dos testes.

Não demorou muito, logo notei que Annabeth já havia dormido. E ela ficava incrivelmente linda dormindo. Fiquei olhando-a com um sorriso bobo nos lábios. Fazia tanto tempo que eu a conhecia, e nunca tive uma chance sequer de lhe dizer o que realmente se passava dentro de mim.

– Limpa a baba, Percy. - uma voz conhecida me tirou do transe.

Me virei e vi meu velho amigo Grover. Ele tinha cortado os cabelos e usava um jaleco branco. Quem não o conhecia acreditava que ele era um profissional muito sério.

– Qual é, Grover. Tenho um trabalho para você. - eu disse entregando o coletor para ele.

– Onde achou isso? - me perguntou intrigado. Ele observava a pequena substância escura com um olhar um tanto curioso.

– Annie e eu temos um caso. - lhe disse, só percebendo, depois, o duplo sentido da mesma - Quer dizer, nos ligaram. Uma moça desapareceu e nos contrataram para encontrá-la. A filha de Zeus Olimpius.

Ao dizer seu nome, Grover arregalou os olhos. Zeus e Hera eram muito ricos, mais do que qualquer um de nós pudesse imaginar. Alguns diziam que parte desta fortuna era de um trabalho clandestino que Zeus fazia, mas ninguém sabia dizer exatamente qual.

– Bom, eles devem estar pagando uma bela quantia para vocês, certo? Vou levar ele líquido estranho para o laboratório e tentar descobrir o que é. - dizendo isso, ele se virou e entrou em uma sala com paredes de vidro, onde só ele tinha permissão para entrar.

Eu tinha outros assuntos para conversar com Grover. Queria saber sua opinião sobre uma coisa, uma coisa que eu estava pensando em fazer. Tentei ficar calmo, mas esperar nunca é fácil. O vi colocar seus óculos especiais e depois inserir o líquido na máquina. A análise nunca ficava pronta rapidamente. Normalmente demoráva-se de 6h a 8h, dependendo da substância.

Continuei parado em frente a porta, esperando por Grover. Ele logo limpou seus equipamentos usados e veio até mim, já prevendo qual era o assunto.

– Decidiu em fim contar para Annabeth? - ele disse tirando o jaleco.

– Sim... bem, não... não sei. - eu disse. Só depois percebi o quanto aquilo soou patético.

Grover me encarava com a sobrancelha arqueada.

– Percy, já fazem mais de 3 anos, não acha que já está na hora de dizer para Annie o que você sente?

Suspirei.

Sim, eu gostava de Annabeth não apenas como amiga. Não sei bem como começou, mas quando começamos a cursar direito juntos, senti algo havia mudado. Só fui perceber o que era de verdade alguns anos mais tarde. Mas infelizmente ela só me via como amigo. Annie nunca foi uma garota de sair, namorar, ela era calma, e gostava de ter o seu espaço. Nunca se deixou levar por palavra de garoto algum. A admiro muito por isso.

– Grover, isso é ridículo. Me sinto tão... patético. Não vou conseguir falar com Annie, pelo menos não agora.

Grover me encarou sério, mas logo em seguida me deu um sorriso maroto. Eu conhecia aquela cara, ele acabara de ter uma ideia.

– Percy, confia em mim?

O olhei assustado. As vezes... bem, na maioria das vezes, os planos de Grover não dão certo. Mas assenti, afinal o que poderia piorar aquela situação?


POV Annabeth

Eu estava sozinha em um quarto escuro. Me sentia menos, mais inofensiva, como se não pudesse me defender. Tinha algo molhado em minhas mãos, mas eu não conseguia enxergar. Estava tudo muito frio. Então de repente, alguém abre a porta, e sinto a luz invadir meus olhos. Imediatamente, reconheço quem era. Zeus. Ele me olhava com ódio, como se eu fosse a culpada. Não entendi o que estava acontecendo.

Mas cometi o erro de olhar para minhas mãos. Elas estavam completamente vermelhar. Eu tinha sangue nas mãos e por algum motivo sabia de quem era, Thalia!

– Não fui eu! - eu tentava gritar, mas minha voz não saia.

Zeus então caminhou em minha direção e apontou um revólver para minha cabeça. Eu não podia me mover, nem sequer gritar. Então ele puxou o gatilho e eu me levantei num pulo.

Olhei em volta ofegante e me dei conta que aquilo tudo não havia passado de um sonho. Suspirei aliviada.

– Annie, tudo bem? - Percy disse chegando perto.

Vi por sobre seus ombros que Grover nos observava. Lhe dei um aceno tímido. Quando nos conhecemos, foi exatamente no dia em que Percy e eu começamos a faculdade, Grover teimava em dar em cima de mim. Cantadas baratas e trocadilhos toscos eram lançados em minha direção a todo minuto. Porém depois de um tempo ele parou, acho que percebeu que não conseguiria nada comigo.

– Não foi nada, foi só um... pesadelo. - eu disse.

Percy ficou me encarando por um tempo.

Tinha alguma coisa errada, e eu sentia isso. O comportamento de Zeus durante a madrugada, fora mais do que suspeito. Fora que olhamos apenas o quarto de Thalia, não nos deixaram nem ver o quintal. Para mim, eles, principalmente Zeus, tinham algo a esconder.

Então, senti que uma pequena lâmpada se acendeu em minha cabeça.

– Percy, o que acha de fazermos uma pequena visita para os Olimpius? - eu disse com um sorriso sarcástico no rosto.

– Mas nós já... - Percy começou a falar, mas logo se interrompeu, entendendo o que eu quis dizer. Ele sorriu do mesmo jeito e assentiu.

Era a primeira vez que iríamos invadir a casa de um cliente, então eu fiquei feliz em "bancar a espiã".

– Annie, eu só vou com uma condição. - Percy completou se sentando ao meu lado.

Olhei para ele um tanto receosa. Eu sentia que sabia qual seria sua condição. Ele sempre gostou de festas, baladas, churrascos, mas eu nunca fui esse tipo de garota. Quase sempre, essas "condições" de Percy era para que eu o acompanhasse em uma dessas festas. O nome daquilo? Chantagem! Mas não posso falar nada, porque sou mestre em chantagear os outros, principalmente Percy.

Suspirei e o encarei, já me preparando para o que estava por vir. Ele sorriu vitoriosamente.

– Terá que ir à festa dos Stoll comigo, hoje à noite.

Os Stoll, os gêmeos mais festeiros, mulherengos e bagunceiros que conheço. Eram muito bonitos, ambos, mas não valiam uma moeda sequer. Percy era amigo deles. E infelizmente, ele me obrigava a tentar ser agradável perto deles. Quase nunca eu conseguia. Já disse que não gosto muito de pessoas?

– Ah Percy, os Stoll? - perguntei angustiada.

– Sim, hoje é aniversário de Travis e Connor, e eles irão dar uma festa. Parece que alugaram uma balada inteira para isso. Conhece O Olimpo?

Como não iria conhecer? Todas as pessoas "legais" iam nessa tal balada. Revirei os olhos. Percy percebeu que eu não havia ficado muito feliz, então começou a me cutucar. Eu tenho cócegas, e odeio isso. Mas Percy não parou até me ver dar risada.

– Então, temos um trato? - ele disse estendendo sua mão.

– Com uma condição: vamos para a casa dos Olimpius primeiros. - eu disse apertando sua mão.

Ele riu descaradamente e depois me disse:

– Annabeth, você precisa sair mais! Tem noção de que horas começa uma festa de Travis e Connor? Poderíamos ir e voltar da Califórnia e ainda chegaríamos a tempo.

Revirei meu olhos novamente.

– Está certo, eu vou com você. Mas se você ousar, por um minuto sequer, me abandonar no meio de toda aquela gente... - comecei a dizer mas interrompi a mim mesma.

– Não se preocupe, Sabidinha, juro que não vou me desgrudar de você. - Percy disse apertando uma de minhas bochechas. Lhe dei um tapa merecido.

Meu estômago então começou a roncar e decidimos ir para casa. Nos despedimos de Grover e Percy me deixou em casa. Minha mãe mora no Brooklin, e eu em Manhattan. Já lhe pedi inúmeras vezes, mas ela teima em continuar morando por lá.

Passei o resto da tarde dormindo. Afinal hoje iríamos invadir uma casa de um empresário importante, eu precisava estar descansada.


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Notas finais do capítulo

Uma coisa que eu queria esclarecer: para trabalhar na área de criminalística, primeiro se deve fazer faculdade de direito, para depois adentrar em outras áreas (sim, eu já pesquisei isso a muito tempo porque queria seguir carreira, mas já mudei de ideia).
Espero que tenha ficado bom, até amanhã sweeties NHAC ;3