Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 23
Capítulo 23 f******


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde amores, não postei ontem porque passei praticamente a tarde toda na casa da minha amiga linda cantando. Só entrei aqui para responder os reviews. Mas hoje entrei sem atraso. Lá vai mais um (:



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Tentei me manter calma, mas aquilo parecia ser a missão mais impossível do mundo. Não estava nervosa pelo fato ter beijado Will, estava nervosa porque, quando olhei em seus olhos, vi os olhos de Percy. O que raios estava acontecendo comigo? Já não bastava ter se apaixonado por meu melhor amigo, agora estou tendo alucinações com ele também? Eu precisava me acalmar, afinal estava dirigindo uma Ferrari que eu não conseguiria pagar nem mesmo depois de 30 anos de trabalho.

Tentei controlar minhas lágrimas, mas parecia ser impossível. Não queria chegar na casa de Zeus e mostrar que eu estava chorando. Respirei fundo diversas vezes, só assim consegui que o choro sumisse, pelo menos por enquanto.

A foto de Will e Thalia, meu bloquinho de anotações e meu celular estavam jogados no banco. Vi que tinha uma chamada perdida de Percy. Mas naquele momento, a última coisa que eu precisava era escutar sua voz. Eu precisava mesmo era conversar com alguém. E esse alguém não poderia ser, nunca, Percy.

Dei uma última olhada no espelho e vi que meus olhos já não estavam mais tão avermelhados. Para minha sorte, estava quase chegando na residência dos Olimpius. Respirei fundo uma última vez e acelerei o carro. 

Entrei na propriedade e vi que Percy já havia voltado. Ele se encontrava parado ao lado de Zeus. Sua expressão não era das mais felizes. Mas, depois de baterem em seu carro, garanto que ninguém ficaria feliz. Porém, sua expressão mudou assim que ele me viu naquela Ferrari. Seus olhos se arregalavam cada vez mais conforme eu ia me aproximando. Parei o carro no jardim mesmo. Peguei tudo o que estava espalhado pelo banco e sai.

Assim que sai, um Percy diferente do que eu havia visto alguns minutos atrás, veio até mim.

- Annabeth, onde conseguiu essa... essa... Ferrari! Annie, você está dirigindo uma Ferrari! Meu Deus, tem noção da velocidade que essa belezinha pode atingir? - Percy disse tocando delicadamente no carro. Seus olhos pareciam brilhar.

- Espere só até seu Camaro descobrir que está sendo traído. - brinquei,

Percy deu risada, mas continuou encarando a Ferrari. Queria interrompê-lo, mas deixei que ele se maravilhasse mais um pouco. Caminhei até Zeus com meu bloquinho e a foto na mão. Não tive tempo de explicar para ele o que havia acontecido. Assim que cheguei perto, lhe disse:

- Lembra do Willian que Percy e eu fomos visitar ontem? Então, ele não nos contou a história toda - então lhe entreguei a foto, Zeus arregalou os olhos assim que a viu - Eu estava na casa dele, fui lá mostrar isso e pedir algumas satisfações. Para minha não surpresa, ele disse que era apaixonado por Thalia, mas eles nunca chegaram a namorar. Will me contou também que Thalia tinha um namorado, mas ele nunca o vira. E tenho uma péssima notícia para dar. Parece que "Willian" não era seu primeiro nome. Will disse que poderia ser Louis, mas ele não se lembrava direito.

Zeus continuou fitando a foto por um tempo. Senti que meu rosto esquentou assim que mencionei que fui visitar Will novamente. Não havia percebido, mas Percy estava parado bem ao meu lado. Seus olhos estavam fixos em mim, o que fez com que eu me sentisse ainda mais envergonhada.

- Então nosso suspeito provavelmente é um "Louis Willian". - Percy disse sem tirar os olhos de mim.

- Provavelmente. - confirmei.

Percy não tirou os olhos de mim. Pensei que talvez pudesse estar mais vermelha do que pensava. Passei minhas mãos, que estavam completamente geladas, em meu rosto. Talvez assim disfarçassem um pouco a vermelhidão. Não acho que tenha funcionado, mas mesmo assim deixei minha mão em meu rosto por precaussão.

- Então acho que teremos que recomeçar nossa investigação. - Zeus disse. Ele então se afastou por um minuto e pegou o celular, provavelmente estava fazendo algumas ligações para alguém do Serviço Secreto, ou algo assim.

Continuei quieta em meu canto. Não sabia ao certo se devia falar alguma coisa. Cruzei os braços e comecei a encarar meus tênis. Precisavam ser limpos logo. Falando nisso, lembrei que tenho que lavar roupa. Assim que Zeus nos der uma folga, coloco todo aquele acúmulo de roupa suja na máquina e já era. 

Olhei para Percy pelo canto dos olhos e notei que ele estava mexendo no celular. Seus dedos se mexiam freneticamente. Estava digitando alguma mensagem. Queria ir até seu lado e ver para quem era, mas me contive. O que foi bom, porque logo depois, Zeus apareceu.

- Comentei com o pessoal do Serviço Secreto que precisava encontrar um certo alguém. Eles me garantiram que daqui a meia hora me mandam todos os indivíduos com segundo nome "Willian" de Nova Iorque entre 20 e 30 anos. Se quiserem ir para casa para jantar, essas coisas, vejo vocês aqui as quatro. - ele disse guardando o telefone no bolso.

Sim, jantar as três da tarde seria ótimo, mas decidi aceitar. Estava com fome e, como mal tive tempo de pentear o cabelo de manhã, seria bom tomar mais um banho. Percy também aceitou, e ficou ainda mais feliz assim que soube que a Ferrari, temporariamente, era nossa. Ficou insistindo para que eu pudesse deixá-lo dirigir. Como sou uma boa pessoa, lhe entreguei a chave.

Percy fez questão de abaixar todo o vidro do carro e dirigir com o braço para fora. Parecia um daqueles mauricinhos. Fazia caras e bocas toda vez que se olhava pelo retrovisor. Eu não poderia fazer nada além de rir da situação. Mas por dentro, eu não me sentia feliz. Claro, não havia nada de mais em se apaixonar, ainda mais por um cara como Percy. Mas meu medo era que esse meu sentimento, pudesse atrapalhar meu trabalho. Imaginei que estava beijando Percy hoje, talvez isso fosse o pior dos efeitos do amor.

Encostei a cabeça na janela e pensei em quão ridícula era essa minha situação. O amor é ridículo. O amor nos faz agir ridiculamente. Queria muito nascer com um botão liga/desliga para esse sentimento. Seria muito mais fácil.

Mas quem disse que a vida é fácil? Ela é assim, como um jogo. Sempre nos derruba. Cabe apenas a cada um de nós decidir se quer ou não se levantar. E, naquele momento, eu estava caída. Precisava ficar de pé instantaneamente. Precisava seguir em frente. Não deixaria que um sentimento assim atrapalhasse minha vida. Eu... Acho... Eu amo Percy. E isso provavelmente nunca vai mudar.

- Annie? Annie? - meus pensamentos foram interrompidos por sua voz.

O olhei assustada, e só então me dei conta que estava com os olhos repletos de lágrimas. "Não seja fraca" pensei. Os limpei no mesmo momento, mas Percy havia percebido que alguma coisa estava errada.

- Tudo bem? Quer conversar sobre isso? - ele perguntou.

Mordi o lábio inferior e fechei os olhos com força. Não, eu não iria chorar novamente. Mas o choro foi inevitável. Percy me olhava com cautela. Parecia pronto para me abraçar a qualquer momento. Mas eu não queria ficar ali, então abri a porta e sai em direção a minha casa. Para minha sorte, já estávamos parados.

Peguei minha chave e tentei forçá-la na fechadura, foi quando alguém tocou meu ombro. Encostei a cabeça na porta e fiquei parada, de olhos fechados. Assim ele não me veria chorando. Mas, ao contrário do que pensei, Percy me ajudou com a chave e destrancou a porta. Entrei rapidamente em minha casa e me sentei no sofá. Segurei minha nuca com força. Queria me forçar a parar de chorar, mas eu simplesmente não conseguia.

Percy se sentou ao meu lado e passou os braços por meu ombro. Ele sempre fora um bom ouvinte, um bom companheiro. Acho que foi por isso que me apaixonei por ele. Seu jeito brincalhão e ao mesmo tempo adulto de ser. O jeito como ele sempre fazia de tudo para me manter firme. Ele era simplesmente incrível. Deitei minha cabeça em seu ombro e senti que ele havia apoiado seu queixo em mim. Naquele momento, meu choro pareceu cessar.

- Eu estou aqui, Annie. Seja lá porque você está chorando, já passou. - Percy sussurrou para mim.

Dei um sorriso bobo e levantei minha cabeça. Encarei seus olhos pela primeira vez naquele dia. Não, eu já os tinha encarado antes. Mas, tecnicamente, não era Percy. Porém os olhos eram os mesmos. 

- Está tudo uma bagunça, Percy. Eu me sinto como se estivesse totalmente desorganizada. Desde o enterro de Thalia... - comecei a falar, mas assim que o choro voltou para minha garganta, mordi meu lábio tentando impedí-lo de passar.

- Ei, sei que você ficou muito abalada com o que aconteceu com Thalia. Ela era sua amiga, tem razão de se sentir assim. Mas como eu já disse, não gosto de te ver triste. Estou aqui, sempre. - Percy disse enxugando uma das lágrimas que escorriam por meu rosto.

Ele então se inclinou e beijou meu nariz. Ele estava perigosamente perto. Fechei os olhos por alguns segundos e depois os abri. Percy estava com sua testa praticamente grudada a minha. Pude sentir seu hálito. Mas diferentemente de hoje mais cedo, agora eu sabia que era real. Uma solitária lágrima escorreu de seus olhos e eu a limpei sem pensar duas vezes. 

Assim que minha mão tocou seu rosto, Percy fechou os olhos suavemente. Encarei seus lábios por alguns momentos. Não, eu não conseguiria resistir. Assim que Percy abriu os olhos, aproximei-me de seu rosto. Ele ficou um tanto assustado, mas passou as mãos delicadamente por meus cabelos e segurou meu rosto.

"Foda-se" pensei, e então acabei com a distancia que havia entre nós. Meus lábios tocaram os seus delicadamente. Não demorou muito até nosso beijo ser aprofundado. Percy segurava meu rosto, e eu também segurava o seu. Sua boca em contato com a minha novamente, fora isso que eu estive sonhando durante esses últimos dias. 

Nunca fui assim. Nunca fui o tipo de menina que perde o sono por causa de um rapaz. Mas, eu acho que isso acontecia porque eu nunca havia gostado de ninguém do jeito que eu gosto de Percy. Era algo novo, algo puro. Algo que eu nunca senti. Amor. Essa era a minha resposta. Eu já o amava antes. Ele era meu amigo, meu único amigo. Acho que o amor começa assim, com a amizade.

Assim que senti que precisava respirar, fui acalmando o beijo. Me separei de Percy completamente envergonhada. Não sabia ao certo o que dizer para ele. Mordi o lábio e encarei seus olhos. Pareciam estar surpresos. Soltei seu rosto e me levantei do sofá, saindo de seus braços. 

Fiquei parada no meio da sala, apenas encarando o nada. Não sabia se conseguiria encarar Percy de novo. 

- Me desculpa. - digo ainda de costas para ele.

Escuto passos por trás de mim e, quando me viro, vejo apenas uma figura atravessando a porta. Me senti culpada. Percy estava aqui, me ajudando, e eu o beijei. Talvez ele tivesse ficado tão envergonhado que saiu daqui antes que eu o visse. Meu peito apertou novamente. Mas eu tinha um sorriso bobo nos lábios. Toquei minha boca com a ponta dos dedos. Mal podia acreditar que tive coragem o suficiente para beijá-lo. Talve não tivesse sido a atitude certa a ser tomada, pelo menos não neste momento, mas eu estava feliz.

Mas eu ainda queria conversar com alguém. E esse alguém obviamente não poderia ser Percy. Grover? Não. Juníper? Nunca, ela provavelmente iria querer me apresentar para um de seus arbustos. Pensei em todos os nomes possíveis, até um me agradou.

Peguei meu celular e disquei seu número. Não demorou muito, ela atendeu.

- Piper?


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Notas finais do capítulo

Surpresinhaaaaaa! Então, gostaram? Covarde o Percy, não? Mas calma, no próximo capítulo vocês irão entender porque ele saiu daquele jeito. Até amanhã blueberries NHAC ;3