Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 22
Capítulo 22 De volta para a casa dele


Notas iniciais do capítulo

Humm, como esses meus leitores são investigativos. Li os reviews e a maioria tem a mesma opinião: quem estava na foto que a Annie encontrou era o Willian. Quanto a isso, vocês acertaram. Mas o que ele tem a ver com o sumisso de Thalia?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223571/chapter/22

Não, eu não iria ser feita de palhaça novamente. Coloquei a foto em um saquinho separado, iria tirar satisfações com um certo alguém. A foto não parecia ser muito velha, Thalia não estava tão diferente. Mas o garoto ao seu lado, este estava. Seu cabelo loiro estava bem penteado, ele usava roupas que nem meu avô ousaria usar, não parecia ter os mesmo músculos. Mas só reconheci Willian quando reparei em seus olhos. Dizem que é a única parte do corpo que não conseguimos mudar. 

Peguei a foto e corri para ver se Zeus já havia chegado. Infelizmente, ele parecia não estar em casa. Dei de cara com Hera, que parecia estar muito cansada.

- Hera, Zeus ainda não chegou? - digo tentando controlar minha respiração.

- Creio que não. querida. Encontraram alguma coisa no quarto de Thalia? - ela disse olhanco curiosamente para minhas mãos.

Lhe mostrei a foto, e no mesmo instante, Hera franziu o cenho. Senti que ela conhecia Willian. Sua expressão parecia uma mistura de surpresa e indignação.

- Onde... Onde encontrou isso? - Hera perguntou sem tirar os olhos da foto.

- Estava em uma gaveta trancada. Percy e eu fomos conversar com Willian, o moço da foto, mais cedo. Ele nos garantiu que não era próximo de Thalia, mas não é o que esta foto diz.

Na foto, eles pareciam estar no parque. Provavelmente no primeiro ano de faculdade, a julgar pela aparência de ambos. Estavam abraçados, rindo. Não pareciam estar ali apenas como amigos. Pude perceber, tanto pelo sorriso de Thalia, como o sorriso dele, que se gostavam de um jeito mais forte. Senti um aperto no peito ao pensar que talvez Willian tivesse algo a ver com nosso caso.

Apenas depois de algum tempo, Hera desgrudou os olhos da foto e olhou para mim. Ainda parecia assustada.

- Eu o conheço... Quer dizer, o vi algumas vezes. Ele vinha aqui em casa estudar com Thalia. Mas suas visitas pararam assim que ela começou a namorar. O garoto era tímido e quase não falava. Sabia que Thalia sentia algo por ele, mas sabe como são os adolescentes.... Todos prezam mais pela aparência do que pela beleza interior. Ela me falava as vezes que ia sair com um tal Willian, mas creio que não seja esse. As baladas para onde ela ia, não pareciam ser um lugar para um garoto assim.

Pensei no que Hera havia dito. Será que Will omitiu alguns fatos por estar magoado? Me senti mal por ele. Olhei para a foto novamente e vi um garoto loiro com um ar de tímido. Muito diferente do homem que Percy e eu fomos visitar ontem. As pessoas mudam. E, infelizmente, na maioria das vezes não é pelo bem delas mesmas. Will era muito bonito, apesar de usar aquelas roupas. Talvez ele estivesse lá, isolado, por esse motivo.

Me lembrei da minha época de colégio. Eu sempre fora quieta, e só tive Percy como amigo. Isso gera comentários maldosos. A maioria das meninas vinha de saia e blusinhas femininas, enquanto eu, mal me importava em pentear o cabelo de manhã. Não me lembro de ter ido a festas, sempre ficava em casa. E Percy ficava comigo. Ele é realmente incrível. Só me sinto mal por não ter enxergado isso antes.

Mas estou inteira, certo? Terminei o ensimo médio, me formei, e tenho um emprego incrível ao lado do meu melhor amigo. Estou muito melhor do que a maioria das pessoas que um dia ousaram me menosprezar.

- Acho... Acho que terei que lhe fazer uma nova visita. Vou ver se consigo um táxi, afinal o carro de Percy não está em um estado apropriado... - comecei a dizer, mas Hera me interrompeu.

- Táxi? Não seja boba. Pode usar o carro de Thalia, ela quase nunca o usou mesmo. Considere isso com um presente.

Arregalei os olhos. Estava prestes a ganhar um carro, era isso? Entrei em choque. Quer dizer, eu tinha carteira de motorista, mas quase nunca dirigia. Ou melhor, eu nunca dirigi. 

- O que? Não, não posso aceitar. Além do mais, eu não tenho muito prática. - eu disse tentando não ser rude.

- Não seja boba, querida, eu vi o que aconteceu com o carro de Percy. E vocês não vão querer vir até aqui à pé durante todo o tempo que o carro de seu amigo ficar na oficina, não é? - Hera disse caminhando então para a enorme cozinha. Não demorou muito, ela voltou com uma chave nas mãos. De longe, reconheci o símbolo que nela estava impresso.

Fiquei um tanto sem graça por isso. Além de estarem nos pagando ainda ganho um carro? Não, não era certo. Por mais que um carro daquele fosse incrivelmente fantástico, eu sabia que era errado aceitar. 

Fomos até a garagem e logo Hera destravou e Ferrari vermelha que ali estava. Era o sonho de consumo de qualquer um. Até meu, que não tinha sonho de consumo algum. Percy iria enlouquecer quando a visse.

- Será um empréstimo, certo? - começo a falar - Assim que o Camaro de Percy estiver pronto, eu te devolvo.

Hera assentiu e me entregou a chave. Abro a porta do carro com cuidado. Onde uma pessoa como eu, completamente desastrada, estava com a cabeça para andar em um carro daquele? Era lindo, tanto por fora como por dentro. Estofados de couro que pareciam nunca terem acomodado alguém. Um sistema de som inacreditável. Era o carro dos sonhos. E agora aquele carro estava em minhas mãos.

Encaixei a chave e pensei "Seja o que Deus quiser". Liguei o carro. Até aí, tudo bem. Pisei na engrenagem e puxei a alvanca do freio de mão. Depois de engatar a primeira marcha, fui soltando a engrenagem aos poucos. Para minha felicidade, o carro estava cooperando comigo. Acelerei um pouco e logo já estava fora da garagem. Passei pelo portão e continuei digindo. Me lembrava perfeitamente onde era a casa de Willian. Segui para lá sem problemas.

O único problema de se pilotar uma Ferrari em Nova Iorque, é que você está pilotanto uma Ferrari em Nova Iorque. Apesar de ser comum, as pessoas ainda te encaram como se pensassem: "Essa ai tem mais dinheiro do que toda a minha geração junta". Me senti constrangida, mas continuei dirigindo. Ignorei assovios, olhares estranhos e qualquer outro tipo de coisa que pudesse tirar minha concentração.

Não demorou muito, já estava fora da zona urbana. Agora eu era observada apenas pelas árvores e pequenos roedores que se encontravam perto da pista. Logo avistei a velha casa de madeira maciça. Estacionei o carro perto e vi que Will estava na varanda. Ele estava sentado na cadeira velha e uma pilha de peles de animais se encontravam ao seu lado. Respirei fundo e sai do carro. Ele me examinou por um minuto e depois sorriu.

- Parece que alguém aceitou meu convite. Em que devo a honra de encontrá-la por aqui? - Will disse se levantando da cadeira enquanto eu subia os degraus de sua casa.

- Acho que alguém andou omitindo certas informações. Só vim aqui para saber da história inteira. E quero a verdade. - digo de maneira séria.

Will me encarou por um minuto e sorriu sem graça.

- Não sei do que você está falando.

Trinquei os dentes e peguei a foto.

- Jura que não sabe? - eu disse e só então lhe entreguei a foto.

Assim que ele tocou na foto, vi que suas mãos tremiam. Ele examinou-a e não se virou para mim nem por um minuto sequer. Sim, Will gostava de Thalia, mais do que como amiga. Não podia culpá-lo. O amor sempre nos pega desprevinidos.

- Onde... Como... Onde isto estava? - ele perguntou só então levantando os olhos.

- Estava em uma gaveta trancada no quarto de Thalia. Sabe, acho que eu sabia que você não tinha nos dito tudo o que sabia sobre Thalia. Essa foto só confirmou minhas hipóteses. - eu disse.

Will abaixou o olhar e ficou encarando o chão por um tempo. Depois levantou a cabeça e fez um sinal para que eu entrasse com ele. Pensei em recusar, pensei até me ligar para Percy, mas não tínhamos tempo, então acabei entrando. A casa estava do mesmo jeito. A não por aquela enorme pilha de peles que se encontrava do lado de fora.

Me sentiu no sofá e ele se sentou ao meu lado. Seus olhos castanhos estavam agora repletos de lágrimas. 

- Quando me perguntaram sobre Thalia, eu não sabia o que dizer simplesmente porque ainda estava em choque. Quando vi no noticiário o que havia acontecido, quase não acreditei. - Will disse, então pegou a foto e entregou para mim - Estávamos no primeiro ano de faculdade. Com eu tinha dito, fiz música, e ela teatro. Mas isso não queria dizer que não nos falávamos. Pelo contrário, Thalia e eu sempre saíamos. Ela cantava muito bem, mas não tinha muito controle na voz. Sempre me pedia a minha ajuda para ensaiar escalas e essas coisas. E eu... Acabei me apaixonando por ela.

Senti meu peito pesar. O modo como Will descrevia minha amiga, parecia que aquele sentimento ainda não tinha se estinguido.

- Mas por que mentiu? - perguntei.

- Fiquei com medo de vocês pensarem que eu tinha alguma coisa a ver. Sabe, eu me declarei para ela. Disse tudo o que eu sentia e a beijei. Mas Thalia não me amava, ela tinha outro cara.

Mordi o lábio tentando imaginar a dor que ele passara. Se declarar e ainda ter que ouvir da pessoa amada que ela ama outro, não é fácil.

- E esse outro cara, ele se chamava Willian também? - Perguntei.

Will fez uma careta, como se aquela lembrança doesse.

- Sim, mas esse não era o primeiro nome dele. Thalia havia me dito, mas não consigo lembrar. Ela sempre o chamava de Will. Se não me engano era Louis, mas não posso te afirmar isso com certeza.

Mais uma informação importante. Parece que o Willian que Percy e eu estávamos procurando não era apenas Willian. Só tínhamos que descobrir seu primeiro nome.

- Não lembra de mais nada sobre ele? - eu disse pegando meu bloquinho para anotar certas coisas.

- Eu nunca o vi, na verdade. Só sei que seu nome provavelmente era Louis e que ele nunca fez faculdade. Parece que ele era da pesada. Usava drogas e bebia muito. 

Anotei tudo o que Will disse. Então acho que agora estávamos a procura não mais de um "Willian", mas sim de um "Louis Willian". Parece que a minha visita apra Will não havia sido totalmente em vão assim. Assim que terminei de escrever, guardei meu bloquinho de volta em meu bolso e olhei para ele. Ele parecia longe, como se as lembranças o tivessem possuído.

- Olha, Will, muito obrigada. Sinto muito pelo que aconteceu entre você e Thalia. Acho que amor é o sentimento mais estúpido e irracional que já foi inventado. - digo. A última parte acabou saindo meio que involuntáriamente. 

Will me olhou um pouco assutado. Acho que ele ainda pensa que Percy e eu somos namorados.

- Quer dizer que seu namorado não é o cara que você ama? - ele me perguntou chegando perto.

Senti meu rosto corar. Sentei-me no sofá um pouco mais afastada dele, mas isso só fez com que ele chegasse mais perto.

- Eu amo Percy, mas ele não é meu namorado. - digo sentindo que meu rosto deveria estar parecendo um pimentão. 

Will me lançou um sorriso malicioso e me segurou pela cintura. Meu coração levou um susto. Estávamos muito próximos. 

- E por que ele não veio? Queria ficar sozinha comigo? - ele perguntou depositando um beijo em meu pescoço.

Não vou negar, aquilo me arrepiou. Não estou muito acostumada com esse tipo de atenção. E ter um homem bonito como Will beijando meu pescoço, era uma situação um tanto nova para mim.

Seu rosto estava afundado em meus cabelos. Já não consegui mais enxergá-los, a não ser pelos cabelos. Fechei os olhos e, por um minuto, senti que era Percy quem depositava os beijos em mim. Abri os olhos e me deparei com um par de esmeraldas olhando para mim. Se eu estava ficando louca? Provavelmente. 

Abri a boca inúmeras vezes para falar alguma coisa, mas não saia som nenhum. Sim, era Percy, ali parado em minha frente. Seus lábios tão próximos aos meus... Pudia até sentir seu doce hálito de menta. Não resisti e selei nossos lábios. Logo, sua língua invadia minha boca, do mesmo jeito que havia acontecido noites atrás. A sensação era ótima. Meu corpo chamava seu nome. Senti meu coração acelerar.

Mas desta vez algo estava diferente. Não era o mesmo beijo, não era o mesmo gosto, nem suas mãos macias. Abri os olhos e me deparei com a enorme borrada que eu acabara de fazer. Eu havia beijado Will pensando que ele era Percy! Parei de beijá-lo de repente. Fiquei o encarando envergonhada.

- Me desculpa. - digo afundando meu rosto em minhas mãos.

Sinto que alguém me pega pelo braço, me forçando a olhar para cima.

Will me olhava. Ele também parecia culpado. 

- Me desculpe também. - ele disse levemente corado.

Lhe lancei um sorriso tímido e me levantei. Arrumei a blusa que havia sido ligeiramente tirada do lugar e caminhei até a porta. A foto estava em minhas mãos. Apesar de querer que Will ficasse com ela, não poderia deixá-la. Era uma prova. Uma evidência.

- Obrigada pelas informações. Se descobrirmos alguma coisa, prometo que entro em contato. - digo e saio correndo para o carro,

Tudo o que eu mais queria era chegar em casa e esquecer o que havia acontecido nesta tarde.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acharam mesmo que a Annie ia desperdiçar um pedaço de mal caminho como o Will? HEUHEUHEUEUHU Só não me matem, please. Mas ela ama o Percy, essa foi a primeira vez que ela disse isso. Até amanhã meus liêndos NHAC ;3