Seus pensamentos quase nunca eram filtrados antes de saírem por sua boca, mas diferente dele, que não se importava com este fato, havia outras pessoas que se importavam, porém Emmett era assim e preservava seu jeito de ser, afinal temos que ser o que somos verdadeiramente, sem essa de querer ser outra pessoa na frente de fulano. As pessoas vão gostar de você do jeito que você é, se elas dizem gostar de você e tentam a qualquer custo te fazerem mudar, pare e repense no conceito que você tem sobre essa pessoa, porque ela pode não estar sendo sincera com você.

Embora haja aquelas pessoas que surgem em nossas vidas e nos faz mudar, mas tem uma diferença de ela tentar te fazer mudar e de você querer mudar. Quer dizer, é meio confuso já que eu havia dito que temos que ser o que somos e ponto final, mas eu gosto de comparar o primeiro e o segundo parágrafo usando o Edward de exemplo. Como assim? Bem, ele é um homem frio, presunçoso e arrogante. Eis que pode surgir alguém em sua vida no qual ele acabe mudando suas atitudes, mas essa mudança ocorre inconscientemente, ele pode acabar se tornando algo melhor, deixando aflorar suas qualidades mais do que deixa aflorar seus defeitos, sem nem mesmo perceber.

Então há duas mudanças a meu ver, aquela na qual as pessoas mudam para agradar aos outros, gosto de classificá-la também como: falsidade. E a segunda mudança é aquela na qual as pessoas mudam inconscientemente para serem melhores, gosto de classificá-la como: repensar seus próprios conceitos como ser humano.

***

Rosalie Holmes gosta realmente de Emmett, assim, do jeitinho que ele. Mas como Emmett Harvey é? Hm. Ele é engraçado, na maior parte das vezes, na verdade. Ele é bastante protetor, fiel, amigo e generoso. Infelizmente, assim como todos, ele não é perfeito e possui defeitos e um deles é ser um “servo” de seu pai, fazendo tudo que ele lhe manda, digamos assim, não tendo opinião própria. Fausto quer lhe casar com Isabella — sua prima — e mesmo não desejando isso, ele irá acatar com as vontades do pai, como sempre.

— Emmett? — Seu nome foi chamado por uma voz familiar e doce.

Ele estava na varanda da sala de visita, do castelo do Rei e da Rainha da Dinamarca. A varanda dava para o exuberante jardim. Emmett se virou para a voz e sorriu ao ver quem era.

Rosalie estava trajando um lindo vestido longo vermelho, a saia era rodada e havia detalhes bordados em dourado, o corpete marcava bem sua cintura e seios, as alças estavam caídas sobre seus ombros e deixava seu colo e pescoço à mostra, visto que, seu cabelo louro estava amarrado com apenas alguns cachos caídos em sua nuca.

— Rose. — Ele abriu um lindo sorriso e caminhou até ela. — Está muito linda. — Ele segurou as mãos dela e beijou as costas de cada uma delas.

— Eu sei. — Ela disse sorrindo alegremente.

— Tinha me esquecido o quanto você era a modéstia em pessoa. — Zombou.

— E você sabe o que significa modéstia? — Rebateu com uma sobrancelha arqueada e com o sorriso ainda nos lábios rosados.

— Eu sei até soletrar modéstia. — Gabou-se.

— Sério? Então soletre. — Ela envolveu seus braços pela cintura dele e levantou a cabeça para fitá-lo.

Emmett posou suas mãos nas costas da loura e olhou para ela. Suas bocas estavam a poucos centímetros de distancia.

— M- — se aproximou mais dela. — O-D-E-S-T-I — ao falar seus lábios se tocavam. — -A. — Ele sorriu. — Modéstia.

— Não, não. Você esqueceu-se do acento agudo. — Emmett arqueou uma sobrancelha e riu.

— Senti sua falta. — Ele disse e antes que ela pudesse o responder, ele lhe beijou.

Seus lábios se moldavam perfeitamente e harmoniosamente. Ele passou a ponta de sua língua pelo lábio superior dela e sugou levemente o inferior, em seguida pediu passagem para explorar sua boca com avidez. Porém Rosalie não concedeu a seu pedido e se afastou.

— Sua noiva sabe que está beijando outra?

Aquela pergunta desarmou Emmett, foi como levar um soco no estomago.

— Rose. — Sussurrou. Sua expressão era pura agonia.

~*~*~

Os pássaros cantavam no alto das arvores. O gramado do jardim era um verde tão intenso que a luz do Sol sobre ele o fazia brilhar.

— Sua tia lhe falou sobre Isabella? — Emmett perguntou.

Ele e Rosalie trilhavam um caminho, até um dos bancos que havia espalhado pelo gigantesco jardim.

— Claro. Sofia me conta sobre tudo. Você e seu tio deveriam saber disto. — Rosalie estava com o semblante triste. Desapontado.

— Ah, claro. — Suspirou.

— Você vai? — Perguntou vacilante, enquanto se sentavam no banco.

— Me casar? — Perguntou e ela assentiu. — Eu devo.

— Deve? — Ela sentiu raiva começar a arder em seu interior. — Você não deve nada, você é dono do seu próprio nariz Emmett, qual é o seu problema? — Bufou e olhou para baixo. Seus olhos começavam a marejar.

— Eiii — Emmett se virou para ela e levantou seu queixo, a fazendo olhá-lo. —, não fica assim.

— Como você pode pedir para eu não ficar assim? — Ela se levantou. — O que aconteceu? Por acaso passou tanto tempo com seu pai que acabou ficando tão insensível quanto ele? — Esbravejou sem pensar.

Emmett ficou algum tempo em silencio, apenas a fitando descrente.

— Rose — sussurrou, mas sabia que ela estava o escutando. —, como pôde? — Levantou-se e ficou de frente para ela.

De repende Rosalie parou e mediu suas últimas palavras, se arrependendo por tê-las proferido.

— Desculpe, eu não queria te magoar. — Envergonhou-se.

Ela sabia que Emmett podia ser tudo, até meio burrinho às vezes, mas não insensível. Ele era bom demais para isso.

— Eu não quis... — Emmett colocou um dedo sobre os lábios dela a calando.

— Tudo bem. — Ele colocou sua mão no rosto dela e a trouxe para mais perto, depois a beijou docemente.

Rosalie colocou sua mão direita na face dele e a direita ela depositou sobre o peitoral dele, coberto pelo elegante paletó negro.

— Me desculpe também. — Ele pediu ainda de olhos fechados e com suas testas coladas. — Eu te amo.

Rosalie abriu os olhos e em seguida ele fez o mesmo. Os dois ficaram se encarando por alguns segundos.

— Eu te amo também, mas não posso o desculpar caso se case com ela.

Emmett sentiu seu coração se apertar dentro de seu peito. O que fazer agora? Ele estava encurralado e confuso.

~*~*~

Bella ainda estava sentada no sofá, na verdade deitada. Sua cabeça estava sobre o braço do estofado, sua perna esquerda no chão e a direita sobre as costas do sofá. Uma almofada estava em seu colo. Em sua cabeça nada se passava. Pela primeira vez, desde que tudo começou a virar uma tremenda bagunça em sua vida, ela não estava pensando em nada, bem, isso até ela ouvir um comentário de Edward, que havia se sentado na poltrona de frente para ela:

— Que folga, hein? — Ela abriu os olhos.

Flashback On

— Que folga, hein? — Ela não se deu ao trabalho de olhar para trás — onde dava a porta da cozinha — para saber que se tratava de Seth.

— Aprendi contigo. — Zombou.

— A convivência é uma maravilha. — Bella sentiu a voz se aproximar e quando deu por si, Seth estava basicamente em seu colo, com as pernas sobre o sofá e o tronco e cabeça sobre Bella.

— Tenho que falar para nossos pais que você anda sendo um mau exemplo para sua irmãzinha caçula. — Disse com um sorriso brincando nos lábios.

— Se você falar, eles podem banir a mim aqui de casa e eu terei que morar no campus da universidade, e... eu sei que você não viveria sem mim o que implica... — Seth refletiu por alguns segundos —... que você não vai contar nada para eles. — Riu por fim fazendo Bella o acompanhar no riso.

— É, eu não vou, mas isso não quer dizer que você pode usar a sua folga comigo e deitar em cima de mim. — Bella o empurrou para fora de seu colo. — Então trate de se sentar pra lá. — Disse voltando sua atenção para a TV.

Seth sorriu sapeca e inverteu sua posição, encostando as costas onde estavam suas pernas e jogando essas ultimas no colo de Bella.

— Você é mesmo um implicante, né? — Bella o olhou com os olhos semicerrados e com um sorriso brincando nos lábios.

— Está no manual dos IMV eu ser implicante. — Sorriu mostrando seus dentes impecavelmente brancos.

— IMV? — Bella franziu o cenho.

— É, Irmãos Mais Velhos. — Respondeu olhando para a TV.

— Palhaço. — Bella cantarolou lhe dando uma tapa em seus pés. Ele apenas riu.

Flashback Off

Bella sentiu seus olhos ficarem marejados. Estava com tanta saudade de seu irmão, Seth. Ele sempre seria seu irmão, seu irmão mais velho, implicante e chato, no qual ama incondicionalmente. Ela estava com saudade de tudo. De sua mãe amorosa, de seu pai superprotetor, de San Francisco e até mesmo da sua futura universidade, na qual ainda nem pisara o pé. Caramba! Ela estava perdendo tanta coisa estando presa naquele lugar. Ela se sentia sufocada! Tudo o que ela queria agora era voltar pra casa. Ela não sabia o que iria acontecer com ela e isso estava a corroendo aos poucos.

— Edward. — ao dizer o nome dele sua voz estava embargada.

Ele semicerrou os olhos, pois a Isabella que estava diante de seus olhos era aquela assustada e doce garota que conhecera em San Francisco.

Bella sentou-se direito no sofá e ficou de frente para ele. Ela segurou firme as lágrimas, não queria demonstrar de forma alguma fraqueza.

— Sim? — A estimulou a prosseguir

Ela suspirou fundo e perguntou:

— O que vai acontecer comigo? — Ela pegou Edward de surpresa, pois ele não esperava por uma pergunta desse tipo e tão direta.

— Quer que eu seja sincero? — Ele não tinha porque mentir para ela, mas a decisão de saber a verdade era dela.

— Por favor. — Respondeu firmemente.

Ele a encarou por alguns minutos até começar a falar:

— Você vai saber de qualquer jeito, então não tenho porque mentir pra você. — Ela assentiu. — Fausto é o homem que contratou a mim e a minha irmã. — Umedeceu os lábios. — Ele a quer para que você se case com o filho dele, Emmett, e assim ele se torne futuramente um Rei, já que você é uma princesa e será futuramente uma Rainha caso sua irmã rejeite a coroa ou sei lá, não entendo essas coisas, principalmente porque vocês são gêmeas. — Ele passou a mão pelo cabelo. — Mas a resposta para sua pergunta é essa: Você vai se casar com Emmett.

O mundo de Bella parou.

— Casar-me? — Ela ofegou.

Uma lágrima escorreu por seus olhos e ela abaixou a cabeça. Ela tinha que fugir dali. Ela precisava! Ela não queria se casar! Não, isso não estava certo, ninguém pode obrigá-la a se casar, ninguém tem o direito de sequestrá-la e dizer quem é ela, o que ela deve fazer e como fazer e nem qual será o seu destino. Quem foi que disse que ela quer ser uma Rainha? Quem disse que ela quer se casar? Quem é esse desgraçado que está pretendendo arruinar com a sua vida?

— Quem é esse Fausto? — Sua voz saiu tremula pela raiva que a consumia aos poucos.

— Vou dá uma dica. O sobrenome dele é Harvey e ironicamente esse era o sobrenome da sua mãe quando solteira. — A voz de Edward era séria e ao mesmo tempo sarcástica e sem interesse algum. Como ele conseguia usar tantas facetas em apenas um tom de voz? Ela não fazia ideia, na verdade é essa capacidade que o torna tão diferente e tão Edward.

— Ele é meu tio? — Indagou.

— Não. — Refletiu duvidoso. — Ta mais para um — colocou um dedo no queixo. — primo de segundo grau.

— E porque ele ta fazendo isso?

— Você não está me escutando, princesa? — Ele se inclinou para frente. — Eu acabei de dizer. Ele quer que o filho dele seja Rei.

— E por quê? — Nem mesmo a provocação dele a fez perder o foco da conversa.

— Como eu vou saber? — Indignou-se. — Quando meus serviços são solicitados eu tento estar por dentro do assunto, eu pergunto e se a pessoa não quiser me responder eu investigo e foi isso que eu descobri. Agora, querer que eu entenda a mente de um perturbado como Fausto, aí já é demais, milady. — Tranquilizou-se.

Certo, parece que aquelas informações seriam apenas o que Bella teria, mas ela tinha que admitir que foram informações bem esclarecedoras. Agora ela precisava sair dali o mais rápido possível, mas ela não fazia a menor ideia de como iria conseguir fazer tal proeza, pois passar por Edward parecia algo bastante difícil e...

E se...

— Me deixe fugir, Edward. —... ele a ajudasse?

Ele apenas riu.

— Que ideia absurda. — Levantou-se. — De todas as coisas que você já me disse, essa foi a mais estúpida, princesa. — Resmungou e revirou os olhos.

Sim, com certeza de todas as ideias que Bella já teve em toda sua vida, essa foi a mais estúpida. Em que universo ela achou que Edward Cullen a ajudaria?

Edward a olhou de esguelha. Ela parecia estar decepcionada e irritada, ele até que queria provocá-la mais, dizendo o tanto que ela estava sendo ridícula em pedir aquilo a ele, mas percebeu que aquele não era o momento, pois ela parecia estar realmente desesperada, pois acabara de pedir ajuda a ele. Bem, provavelmente se ele estivesse no lugar dela, também iria se desesperar. Muito. Ao ponto de passar ao ridículo pedindo ajuda ao seu sequestrador.

— Vem cá. — Ele se levantou e a chamou.

Bella levantou os olhos na direção dele.

— O que? — Ele abriu a porta e a esperou.

— Vem. — De repente o coração dela disparou. Será que ele ia deixá-la ir embora? Ela não pôde deixar de se perguntar isso.

Ela se levantou e caminhou até ele, um pouco receosa ainda.

— Escute bem o que vou dizer. — Ele semicerrou os olhos e gesticulou para fora da cabana, Bella saiu e ele foi atrás dela, fechando a porta atrás de si. — Eu vou precisar te amarrar ou só segurar sua mão bastará para você não fugir?

Logo a esperança de ir embora dali se foi, com a constatação de que ele não a deixaria ir a lugar algum. Então, para onde ele a levaria? Isso fazia parte das ordens de Fausto? Ela tinha quase certeza que não.

— Aonde vamos? — Ela o respondeu com outra pergunta.

— Eu não sei quanto a você, mas eu não quero passar o domingo todo dentro dessa cabana, quando o dia aqui fora está simplesmente fascinante, princesa. — Bella olhou ao redor depois do que ele disse e percebeu que mesmo com a chuva de ontem o dia hoje estava muito bonito. O Sol estava fraco, mas estava presente. O céu azul com apenas algumas nuvens, o chão vez ou outra coberto de grama estava úmido, das folhas das arvores caiam gotículas de água quando a brisa soprava forte, mas não era o caso naquele momento, já que a brisa estava suave. Bella conseguia ouvir até mesmo o canto de alguns pássaros ali perto. — E como eu não posso sair e a deixar sozinha, eu volto a lhe fazer a pergunta: Eu vou precisar te amarrar ou só segurar sua mão bastará para você não fugir?

Ela o olhou com curiosidade. E ele arqueou as sobrancelhas.

— Ou talvez eu a deixe na cabana, amarrada a cama. — Ele sugeriu e antes que pudesse dizer mais alguma coisa, sentiu a mão de Bella junto a sua.

Ele sorriu e ela abaixou a cabeça. Ela enfrentaria qualquer coisa para sair daquela cabana, mesmo que fosse apenas para um passeio e depois retornar.

— Vamos. — Ele disse e a guiou por entre as árvores.

— Eu não sei aonde vamos. — Bella comentou enquanto olhava ao redor.

— Isso porque eu não lhe disse. — Respondeu e ela franziu o cenho.

— E aonde vamos?

— Vou te levar até a arvore maior dessa floresta e depois te enforcar. — Falou despreocupado.

Bella ficou rígida e apertou a mão dele.

Edward riu internamente. Às vezes Isabella era tão ingênua que isso a fazia ser adorável.

— Eu sei que não vai fazer isso. — Ela tentou dizer firmemente, mas sua voz saiu vacilante.

— Não parece estar convicta disso.

— Mas estou.

— Não parece.

Ele disse encerrando o assunto. Bella apenas revirou os olhos e continuou o seguindo, seja lá para onde ele a estava levando.

Eles ficaram em silencio durante alguns minutos, o som omitido dentro daquela floresta eram apenas pelo canto dos pássaros, pela brisa do vento, pelas gotas de água que caiam vez ou outra, pelos passos deles ou pelas suas respirações. Aquele silêncio estava agradável, até Bella escorregar. Ela colocou sua mão livre em uma árvore para se segurar, mas a árvore estava escorregadia e ela acabou caindo para trás. Edward sentiu um puxão em sua mão e soltou a de Bella, com o susto.

Ele se virou na direção dela e a viu caída no chão.

— Como você é desastrada. — Queixou-se risonho. — E quase me levou junto.

— Por que não me segurou? — Ela sentou-se no chão e ele a ajudou a se levantar.

— Sou humano, não tenho reflexos tão rápidos. Quando você ver um ovo escorregando pela mesa, sua primeira reação não é ir pegar o ovo e sim pensar algo do tipo “ferrou”. — Explicou-se.

— Você ta me comparando com um ovo? — Ela parou de se limpar e olhou para ele.

— Não, eu não estou te comparando a um ovo, só estou explicando que eu não tenho reflexos como a de um vampiro.

— Você pode me explicar, por favor, como é que um ovo e um vampiro entraram na nossa conversa? — Ela semicerrou os olhos.

— Garota, cala a boca e continua andando. — Ele fez uma careta e agarrou a mão dela, fazendo com que eles voltassem a andar.

— Por que sempre que conversamos, ou brigamos ou temos um dialogo estranho?

— Eu sei lá.

Eles ficaram alguns segundos em silencio.

— Você pensou “ferrou” mesmo? — Perguntou curiosa. Ele olhou para trás com uma expressão do tipo: qual é o seu problema?

— Pensei que tivéssemos encerrado esse assunto. — Se voltou para frente novamente.

— Se eu estou falando sobre esse assunto é porque obviamente não o encerramos. — Disse como se fosse obvio.

— Você é confusa. — Constatou.

— Isso foi um elogio? — Ele parou de andar e a olhou.

— Não sei, na sua cabeça desparafusada, confusa é uma qualidade?

— Depende da pessoa que me direcionou a palavra.

— No meu caso?

— Sim. — Ele semicerrou os olhos e voltou a andar.

— Certo, então não precisa agradecer pelo elogio.

Encerraram o assunto, definitivamente .

Estavam andando há quase vinte minutos e Bella já estava se preparando para queixar-se quando Edward deu mais dois passos, saindo de dentro das árvores e adentrando a um local aberto, sem árvores. Ali o chão era todo coberto de grama, a uns três metros havia um riacho e uma cachoeira não muito grande, mas linda de qualquer forma. A água era transparente e podia se ver claramente alguns peixes nadando e saltando por ali.

— Que lindo. — Bella arfou com a beleza daquele lugar.

— A floresta não é só mato. — Edward disse abrindo um de seus poucos sorrisos sinceros, aquele torto, que havia chamado à atenção de Bella desde a primeira vez que o vira.

Ela olhou para ele e ficou o admirando. Ela parou para vê-lo melhor agora que ele estava distraído, olhando para a cachoeira. Seu cabelo a luz do Sol ficava mais claro, meio avermelhado. Era lindo. Seus olhos verdes eram intensos e quando se irritava ficavam mais escuros do que o normal, seu nariz em linhas retas era perfeito para seu rosto. Sua boca com aquele lindo sorriso...

— Tira uma foto que dura mais tempo. — Ele disse e Bella olhou para baixo rapidamente.

Ela sentiu suas bochechas esquentarem e um pequeno sorriso nascer em seus lábios. Lembrou-se que certa vez ela tinha proferido aquela mesma frase para ele.

— Desculpe. — Ela sabia que não era educado ficar encarando as pessoas.

— Tudo bem, eu sei que sou irresistível. — Pretensão era o forte de Edward Cullen. Sem sombras de duvidas.

— Você é sempre tão...

— Vamos chegar mais perto. — Ele a interrompeu e a puxou para mais perto do riacho.

Ambos retiraram seus calçados e sentaram lado a lado com as pernas dentro da água. Edward tivera que dobrar sua calça, deixando partes de suas pernas de fora.

— Você é cabeludo. — Bella comentou sem pensar.

— Imagino que isso na sua cabeça é um elogio, certo? — Arqueou uma sobrancelha.

— Não foi um elogio, mas também não foi uma critica.

— Então o que foi?

— Foi só um comentário impensado. — Ela tocou a água com sua mão.

— Ta bem. — Ele jogou de ombros.

— Só quis dizer que tipo, seu peitoral é desprovido de pelos e suas pernas...

— Quer mudar de assunto?

— Quero. — Ela o agradeceu mentalmente.

Bella precisava parar de ficar falando essas coisas sobre Edward. Como se ele já não tivesse uma excessiva confiança em si próprio.

Se ele percebesse — se é que já não percebeu — que ela fica o reparando só ia aumentar o seu ego.

Ela olhou para ele e notou que ele a encarava como se estivesse esperando por algo. Ah, sim. A mudança de assunto. Certo, sobre o que ela iria falar?

— Então a Sarah disse que sua mãe faleceu. — Parabéns Isabella, por que raios você não se joga nesse riacho e morre afogada?

Edward franziu o cenho.

— Puxar assunto não é o seu forte, né? — Zombou.

— Pelo menos eu tento. — Disse com indiferença. Mas por dentro ela queria literalmente se matar por realmente não saber puxar assunto.

— Sim, ela faleceu. O nome dela era Elizabeth Masen. Ela era uma muito linda e uma ótima mãe. — Disse normalmente, mas Bella sabia que lá no fundo aquele assunto o deixava desconfortado.

— Não precisa falar sobre isso.

— Obrigado. — Ele suspirou e eles ficaram alguns segundos em silencio, aproveitando aquele lugar.

— Do que ela morreu? — Ele se virou para ela descrente. — É brincadeira. — Ela riu e ele balançou a cabeça.

— Pensei que sua cabeça fosse realmente desparafusada. — Comentou.

— Talvez ela seja. — Eles se olharam.

— Talvez.

— Você não é tão desagradável como eu pensei que fosse. — Bella disse se surpreendendo com sua própria conclusão.

— Igualmente. — Ele assentiu.

Edward havia sido pego desprevenido pelas palavras de Bella e, de repende ele chegou à conclusão de que ela também não era tão desagradável, apenas confusa e com a cabeça desparafusada.

— Mas só porque somos toleráveis um para o outro não quer dizer que vamos parar de nos irritarmos. — Edward.

— Ou de nos insultarmos. — Ela disse concordando.

— Exato. — Dito isso ele fez algo que surpreendeu Bella.

Ele pulou na direção de Bella e enlaçou sua cintura, em seguida se jogou no riacho abraçado a ela.