Os anos se seguiram, o hospital estava crescendo sob as mãos de Naruto, o que era um milagre, mas ele estava controlando bem, mesmo que com uma mãozinha ou outra do pai de vez em quando.

Shin e Usui, os filhos de Tenten e Neji, agora com 3 aninhos, eram dois pestinhas que deixavam a mãe de cabelos em pé e só sabiam obedecer ao pai, a quem tinham puxado fisicamente.

Ino e Gaara tiveram um lindo menino de cabelos dourados e olhos verdes, mas ainda era um bebê de colo, cedo demais para descobrir qual era seu temperamento.

Hinata e Naruto haviam se mudado para uma casa maior e esperavam sua primeira filha.

Sasuke havia conhecido uma dançarina numa casa de show noturna em uma de suas viagens e acabou engatando num elacionamento sério com ela.

Karin havia voltado com Suigetsu e estavam em seu antigo relacionamento de “morde e assopra”.

Itachi conhecera uma moça que fora trabalhar na empresa dos Uchiha e acabou se apaixonando perdidamente por ela e ela aceitou criar Haruhi, agora com 5 anos, haviam formado uma família feliz.

Temari, Shikamaru e a pequena Ritsu de 4 anos estavam mais felizes do que nunca.

Sakura e Sai estavam casados perante a lei, mas ainda não pensavam em ter filhos.

...

–Neji, eu vou trabalhar, não deixe esses dois entrarem no meu “escritório”.

–Vocês ouviram a mamãe, nada de brincar com tinta. – disse pegando os dois no colo. Eles eram miniaturas do homem. Tinham olhos perolados e o cabelinho castanho, herdado de ambos os pais, era cortado no queixo.

–Você é um bom pai, Neji. – elogiou da porta do quarto de artes, seu “escritório”.

–Você até que é uma boa mãe também, mesmo deixando o Shin beber tinta ou segurando o Usui com as mãos sujas de barro. – lembrou divertindo-se com a cara dela.

–Foram acidentes! – contrapôs – Eu já falei que quando estou trabalhando eles devem ficar longe.

–Eles só têm três anos, ainda não entendem bem essa ordem.

–Bom, já que é fim de semana e você está em casa, vou aproveitar pra terminar minha produção, dê a comida deles. Até mais tarde. – disse fechando a porta.

–Vocês ainda vão endoidar a mamãe assim. – disse Neji aos filhos, ambos pareciam brincar juntos num mundinho só deles, isolado do resto da humanidade.

...

–Ai que belo dia... – comentou a loira entrando na cozinha.

–Não tão belo quanto seu olhar. – respondeu o ruivo fazendo oniguiri.

–Adoro quando você acorda romântico assim. – disse beijando-o – Onde está nosso homenzinho?

–Aquele ali? – brincou apontando por sobre o ombro para a criança na cadeirinha de bebê.

–Bom dia, meu amorzinho. – disse pegando-o nos braços – Papai te deu café da manhã?

–Diga a mamãe que você só quer comer com ela, Ichiru.

–Ora... Com a mamãe é mais gostoso, né, Ichiru-kun?

–Não o acostume a essas coisas, ele vai crescer e vai acabar me odiando.

–Diga pro papai deixar de drama, diga que vai amá-lo com todas as suas forças, como vai amar a mamãe.

–Não precisa, eu não tenho duvidas nenhuma do amor dessa família.

...

–Own, Naruto-kun... Como será que a Kotomi-chan vai ser...? – perguntou alisando a própria barriga.

–Espero que parecida com você, Hina-chan. Está ouvindo, Kotomi-chan? Esforce-se pra ser parecida com a mamãe. – disse o loiro gritando para a barriga de Hinata.

–Oh! Ela mexeu! Acho que ela não gostou muito do barulho, Naruto-kun. – comentou risonha.

–Ela vai ter que se acostumar, porque nossa casa é bem barulhenta, tá, Kotomi-chan?! Acostume-se e nem pense que será filha única.

–Mas será amada como se fosse. Todos serão.

...

–Amor, estou chegando aí amanhã. – disse a mulher de longos cabelos alaranjados e olhos cor de mel, por ser da Irlanda, seu sotaque era diferente e até um tanto engraçado, mas falava japonês fluentemente

–Quer que eu vá te esperar no aeroporto? – perguntou o moreno.

–Não, não precisa. Quando menos esperar estarei ao seu lado.

–Tudo bem então, estarei te aguardando ansiosamente.

–Logo, logo eu chego. Te amo, Sasuke.

–Também te amo.

...

...

–Ora, mas você é um imprestável mesmo, em Suigetsu!

–Ha! Sou tão imprestável que você voltou correndo pra mim!

–N-não voltei correndo.

–Voltou sim! Estava lá, num barzinho de esquina, chorando enquanto se acabava no chopp por ter levado um pé na bunda do médico bonitão.

–Você se aproveitou do meu momento de fraqueza!
–Eu não podia perder a chance de dizer “eu te avisei”, porque eu te avisei que ele não era pra você.

–E só você que é pra mim é?

–Claro, sua insuportável.

–Olha quem fala. – disse pulando no pescoço dele e beijando ferozmente.

...

–Papai... – chamou a menininha estendo os braços, pedindo colo.

–Oi, Haruhi. Olha, a mamãe chegou.

–Haruhi-chan! - disse a mulher de cabelos castanhos na altura dos ombros e olhos verdes alegres dando um beijo na testa da menina – Olá, amor. – cumprimentou selando seus lábios rapidamente nos do homem.

–Pelo visto as compras foram boas. – disse observando a fatura de sacolas nas mãos da mulher.

–Foram sim, comprei um monte de coisas pra mim, pra você e pra nossa pequena Haruhi.

–Presente! – festejou a menina.

–É, querida, presentes. Vamos, mamãe vai te mostrar tudo.

...

–Tema-chan!

–Não! Mamãe! – corrigiu Temari.

–O que foi, Temari? – perguntou o moreno.

–Shika! – choramingou – A Ritsu não quer me chamar de mamãe!

–Filha... – chamou.

–Shika-kun! – disse alegremente apontando pra ele.

–Hã?

–Tá vendo? É disso que eu estou falando! Ela não quer ser nossa filha!

–Sem drama, Temari. Ritsu, quem sou eu? – perguntou pausadamente olhando a pequena nos olhos.

–Shika-kun!

–Não. Eu sou o papai.

–Papai?

–É. Papai.

–Papai!

–E eu? Quem eu sou? – perguntou Temari.

–Tema-chan.

–Não! Mamãe!

–Mamãe!

–Ufa...

...

–O amor é tão mágico, Sai... – comentou a moça de cabelos róseos, ela olhava a pintura de ambos que ele havia feito três anos atrás, era uma pequena surpresa que ela se lembrava de ter penado pra descobrir, lembrara claramente daquele dia – De todas as suas pinturas, esta é a mais bonita. – era um pôr-do-sol, o cenário era uma praia, parecia uma imagem congelada dos dois correndo à beira-mar, Sai sempre desenhara bem assim, traços finos, delicados... Expressões bem traduzidas...

–A beleza está nos olhos de quem vê.

–E o amor do coração de quem sente. – disse beijando-o.

–Nós podíamos planejar nossa prole, não acha?

–Acho. Uns três filhos seria pouco pra você?

–Por que não encher a casa? Acho que esse foi o objetivo dos seus pais ao nos dar esse enorme lar.

–É, eles exageraram no tamanho, mas acho que três que está ótimo.

–Você será a mãe, você é quem sabe.

...

Uma pessoa não cruza o caminho de outra por acaso, tudo tem um motivo, o mundo gira demais para se acreditar no “para sempre”, tudo passa e tudo deve ser bem aproveitado pois talvez não tenha volta, e o destino tem o terrível costume de brincar com as pessoas, mas no final, tudo permanece onde deve permanecer.

*Owari*