Músicas Para A Vida escrita por Polly S


Capítulo 7
Capítulo 6 - The Truth Comes Out (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas... Eu ia postar o cap amanhã, segunda feira, mas ao ler os reviews de vocês eu não aguentei e tive que postar.
Quanto ao parte I e parte II eu vou explicar...
O capítulo iria ficar muito grande e nem estava totalmente completo, mas como eu não queria trollar vocês eu postei a parte I e agora a parte II, mas eu tenho quase certeza de que capítulos assim não irão mais ficar desse modo na fic.
Beijos, obrigada pelos reviews e vão ler o capítulo.



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Edward olhou para a filha.

Ele não queria que ela descobrisse daquela forma. Ela não merecia aquilo.

– Nessie... – ele começou, mas dizer o que? Que sentia muito por ela ter descoberto tudo daquela maneira? Não era bem assim que as coisas funcionavam.

– Agora eu entendi. – ela disse – o seu nome na lista da clínica de reabilitação... A visita da tia Rose... a mamãe nervosa... Tudo agora faz sentido. Ai meu Deus! Como eu sou burra!

Com os olhos marejados a adolescente correu a escada tropeçando. Quase não conseguindo ver aonde ia, com a visão embaçada pelas lágrimas.

Bella foi atrás dela.

Entrou no quarto da filha.

Nessie estava andando nervosa de um lado para o outro no quarto.

– Filha... – Bella começou.

– Porque não me contou antes? Por quê? Você me disse uma vez que se algum dia encontrasse com ele iria falar sobre mim. Iria me falar quem era ele. Você me prometeu isso. Você quebrou a sua promessa. Você mentiu pra mim.

Bella parecia ter levado um tapa na cara.

– Nessie... querida... – ela tentava falar desesperada.

– Você. Mentiu. – Nessie disse impiedosamente.

– Eu tive meus motivos. – Bella disse – Eu quero ter uma conversa séria com você agora. Bem séria.

Nessie fungou e sentou-se na cama, esperando a mãe começar.

Bella respirou fundo. Já havia treinado o que diria a ela quando tivessem essa conversa. Só não esperava que fosse tão cedo e nem daquela forma.

– Eu era apenas uma menina quando fiquei grávida de você. Uma menina inconseqüente e sem-noção. Eu me achava ‘original’ e era a típica garota durona que encarava tudo. Eu não deixava ninguém ver que eu era super apaixonada pelo Edward. Ele era o meu ponto fraco e eu não queria que ninguém soubesse disso. Para as outras pessoas ele era apenas alguém com quem eu podia ahn... fazer sexo ocasionalmente. – Nessie fez uma careta e Bella solidarizou com ela, sabia que era nojento imaginar seus pais fazendo sexo. – Mas para mim... Ele era tudo. O sol que iluminava meus dias, o ar que eu respirava... Tudo eu fazia com ele. Nunca ficávamos separados. E se ficávamos era apenas por algumas horas. Tudo o de certo e errado que eu fiz com ele. Ficamos ambos viciados em Nirvana, Sonic Youth, Melvins, Metallica, em fim, Rock em geral. Foi com ele que eu fui ao primeiro show da minha vida, foi dos Scorpions. Foi com ele que eu fiz a burrada de começar a usar drogas. Eu tinha quinze anos e era a maior viciada em cocaína que havia na escola. Não pense que me orgulho disso, porque não me orgulho. Quando eu descobri que estava grávida de você... Foi um baque... Eu fiquei com medo. E, Ângela costuma dizer que eu, a ‘garota durona que encarava tudo sem medo’ estava com medo. Eu estava com muito medo, Nessie. Sua avó gritou comigo, dizendo que eu era irresponsável e disse que eu deveria falar com o Edward. Seu avô ficou estático, ele não conseguia falar nada. Ninguém conseguia só a sua avó que estava histérica. – Bella fez uma pausa para respirar – A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: “Não posso ter esse filho!”, a segunda coisa foi: “Mas eu tenho que decidir com o Edward!”. Eu fui contar a ele, mas... – Bella olhou para cima para conter as lágrimas. – quando eu cheguei lá. Ele estava completamente drogado. Tinha usado heroína. Uma droga que nós havíamos jurado nunca tocar. Nós havíamos prometido nunca usar heroína. Nós brigamos, ele não quis me ouvir e... eu desisti. Resolvi ter você. Eu seria motivo de orgulho pra você. Eu seria a sua mamãe. A pessoa em quem você poderia confiar sempre. Eu não queria que você tivesse que passar pelo o que eu passei. Não queria que você tivesse um pai que vivesse drogado, que não conseguisse ficar sóbrio! Era o que eu não queria para você. Eu te amo Nessie... e não queria que sofresse com um pai que não conseguiria te dar a devida atenção... Se eu não contei antes foi por isso... e porque sempre doeu muito falar sobre isso. Seu pai marcou a minha vida de uma maneira que ninguém jamais marcou.

– Você ainda gosta dele não é? – Nessie perguntou.

Bella assentiu.

– Não deixei de amá-lo nem por um segundo. – falou fracamente – Mas isso não importa. Não mais.

Nessie podia ver o quão difícil estava sendo para sua mãe contar-lhe aquilo. Embora a voz da mãe fosse calma e segura. Seus olhos mostravam a dor e a mágoa que aquela história lhe trazia. Ela sabia que a mágoa de sua mãe a impedia de se abrir para o amor.

Nessie fungou.

– Eu... eu quero falar com ele. – Nessie disse – dessa vez... de pai para filha, se ele quiser.

Bella assentiu.

As duas se abraçaram fortemente.

Estava acabado. Aquela história estava passageira.


_________________________________________


Carrie estava cada vez mais tensa.

Doía em seu íntimo ter que esconder o que fizera dos amigos.

Ela precisava contar a alguém. E não podia ser Nessie. A ruiva andava muito temperamental ultimamente e não sabia lidar com problemas que não fossem equacionais. Pelo menos essa era a opinião de Carrie.

Entrou no quarto de Leah.

O quarto da morena era o maior quarto que Carrie já havia visto. Ela era cheia de mimos e agia como uma badgirl ordinária. Vá entender!

– Oi loira! – Leah saudou saindo de seu imenso closet com sua roupa mais relaxada. Uma blusa preta de alças e calça jeans descalça.

– Leah eu preciso te contar uma coisa. – a garota comentou e Leah notou pela primeira vez que ela estava chorando.

Leah ficou séria imediatamente.

– O que foi?

Carrie fungou e soltou a bomba com um sussurro:

– Eu... – ela começou, mas não conseguiu falar nada

Leah olhou para a amiga.

– Aimeudeus, você fez não fez? – Leah saltou sob a cama para chegar à amiga loira.

Fechou a porta com uma estrondosa batida e trancou-a na chave.

Leah puxou a amiga pelas mãos e sentou-se na cama com ela, de frente para a mesma.

– Com quem foi? – perguntou tentando não parecer muito ansiosa.

– J-Ja-Jacob B-Bl-Black. – Carrie mal conseguia falar devido aos seus violentos soluços.

Leah sentiu o corpo enrijecer.

– Você não podia ter feito isso. – Leah disse quase desesperada. – Carrie... Você deu a sua virgindade para um filho da mãe desgraçado!

– Eu sei. – Carrie chorou.

Leah abraçou a loira que chorava dolorosamente.

– Eu sei, Leah... E você sabe como eu fiquei hoje quando eu o vi conversando com a Nessie?

– Você se sentiu um objeto descartável. Sei como é. – Leah disse.

Carrie olhou para a morena confusa.

– Passei pela mesma situação. – Leah disse – com o mesmo cara.

Carrie arregalou os olhos.

– A diferença é que eu não era mais virgem. Então não doeu tanto assim depois. O que realmente me matou foi o remorso, arrependimento, medo. Eu guardei isso de vocês com medo do que vocês fariam. Eu te admiro, Carrie. Você veio conversar comigo. Eu não conversei com ninguém. Tive que lidar com isso sozinha. Não foi fácil. Todos os dias eu tomava vários banhos, sabe? Tentando me sentir limpa e não tão ferida.

Carrie fungou, um pouco mais calma.

– Ele é um cretino. – Leah disse sorrindo tristemente – Me usou por uma noite e depois me trocou por uma vadia loira e peituda de uma universidade.

– Ele me dispensou depois que aconteceu.

– Você se preveniu não é?

– Sim, claro. Minha mãe me faz tomar anticoncepcionais desde que eu dei meu primeiro beijo ano passado. – Carrie sorriu – Nunca fiquei tão feliz.

– Eu não tive essa sorte. – Leah disse – Não me preveni e fiquei cerca de um mês e meio com medo de estar grávida. Foi o terror.

Carrie sorriu leve e brevemente.

– Sabe do que a gente ta precisando? – Leah disse – de uma festa de pijama. Vou ligar pra Nessie ir lá pra sua casa, peraí.

Carrie se permitiu sorrir.

Era disso o que ela mais amava em Leah.

Leah era forte, gentil, meio maluca, é claro, mas ela era a melhor pessoa que Carrie já tivera o prazer de conhecer. Sempre sabia o que fazer e sempre estava disposta a ajudar. Era algo que ela aprendera com tantos anos de amizade com Nessie, Seth e Leah: Não importa o quão ferrada estivesse a situação. Se você tiver verdadeiros amigos, eles sempre darão um jeito de tornar uma situação horrível em algo bom e divertido, sempre irão te fazer rir.


Bella assistia de longe Nessie e Edward se entrosarem como se conhecessem há anos.

O telefone tocou e ela atendeu.

– Alô, boa tarde? – disse ao atender.

Oi tia, aqui é a Leah. – a voz animada do outro lado disse.

– Olá Leah, como vai?

Vou bem. Escuta... Será que a Nessie pode vir dormir aqui na casa da Carrie hoje? Eu e a Carrie decidimos de última hora uma Noite de Garotas.

–Ahn... Leah, você pode ligar daqui à uma hora ou duas? Nessie está bem ocupada agora. – disse sorrindo levemente.

O quê que ela ta fazendo?– essa era Carrie.

Porque não estou surpresa por elas estarem usando o viva-voz?, pensou Bella rolando os olhos.

– Bem... ela está conhecendo o pai dela. – disse.

AIMEUDEUS! – as duas berraram tão alto que Bella teve que afastar o telefone da orelha.

Nessie e Edward olharam para ela que deu ombros apontando para o telefone.

– Bem... – disse ao telefone – eu vou pedir para ela ligar para vocês assim que eles terminarem a conversa ok?

Se ela não ligar em duas horas no máximo eu juro como vou arrastá-la pelos cotovelos. – Leah disse.

– Ok. – Bella riu – Eu tenho que ir agora, mas garanto que ela ligará mais tarde.

– Ok. – as duas disseram – tchau tia.

E desligaram imediatamente.

– Ela é muito parecida com ele não é? – Rose perguntou ao seu lado.

Bella assentiu.

– Eu vou ter que dividi-la agora. – Bella disse melancólica – Vou ter que me acostumar...

Rose abraçou a irmã caçula pelos ombros.

– Você sobrevive. – ela disse – Você sobreviveu a 18 anos morando com o papai e a mamãe, sobreviveu a 15 anos cuidando de uma filha sozinha e ainda agüentou seis anos dirigindo uma escola de música sozinha. Você é a Mulher Maravilha!

Bella riu.


..............


– Como foi crescer esses 14 anos sem mim? – Edward perguntou à adolescente.

– Foi meio normal, sabe? A minha mãe se desdobrava em milhares para ser suficiente para mim, eu sempre tinha meus tios e meu avô por perto, mas... no fim eu queria o meu pai sabe? Um pai só pra mim. – ela abaixou a cabeça – eu nunca admiti isso, mas... eu sentia inveja dos meus amigos. Carrie tem ambos os pais, tudo bem que a tia Alice é a madrasta dela, mas ela nunca realmente sentiu falta da mãe biológica. O Seth tem ambos os pais, embora o pai dele o tenha renegado, ele ao menos sabia quem era. Até da Leah eu tinha inveja. Ela cresceu por si própria e tal, os pais dela foram hiper ausentes então ela é meio... soltinha se é que me entende, mas ela tinha um pai... Eu queria ter o meu. Nem que ele fosse que nem o do Seth...

Ela fez uma careta e então concertou:

– Pensando bem, que nem o do Seth não. Não vale a pena.

Edward riu.

– Ah... você quer ver algumas fotos minhas? Além das milhares que a minha mãe insiste em colocar pela casa, é claro.

Edward sorriu.

Sua filha era linda. Tímida, gentil, educada, alegre e tinha um sorriso lindo.

Ela parecia meio retraída no início, mas logo foi se soltando.

Ele notou que o cabelo dela, não era de um ruivo totalmente puro. Era como se tivesse escurecido ao longo dos anos e agora estivesse com um tom ruivo escuro, quase castanho. Os olhos dela eram castanhos como os de Bella. Ela era linda.

Ela foi até o outro lado da sala e pegou em cima de uma mesinha um álbum de fotos.

Ele pegou as fotos com cuidado.

Nessie foi um bebê engraçado.


Ele contou, umas dez, de duzentas fotos, onde ela sorria. Na maioria das fotos ela ficava encarando a câmera mau-humorada.

– Você... ahn...

– Vovó diz que não tenho o nome Bob a toa. – ela disse sorrindo. – Ela disse que quando eu nasci, depois que eu parei de chorar eu fiquei encarando os médicos como se eu fosse trucidá-los.

– Vovó disse uma ova. – Bella entrava trazendo um lanche. – Eu também vi, Rose também viu. Você, inclusive fez careta para a sua tia.

– Ela era durona feito o Bob. – Rose entrou sorrindo carinhosamente. – Bons tempos onde ela não era tão parecida com a mãe dela.

Bella rolou os olhos sorrindo.

– Eu to falando sério. Bons foram os tempos onde a Nessie era mais parecida com o Bob do que com a besta da Bella.

Rose se jogou entre pai e filha sorrindo.

– Aqui. – ela ergueu um CD. – Isso aqui é a sua filha crescendo. Jay, Sammy, Jessica e eu fizemos. A Tanya não fez porque ela é uma desgarrada, mas quem editou foi o Riley.

Edward pegou o Cd e o guardou no bolso da calça.

Havia uma foto em que ele se sentiu especialmente interessado.

Era uma foto de Bella amamentando a filha.

– Posso ficar com essa? – ele perguntou a Nessie que o olhou satisfeita, como se esperasse aquela pergunta dele.

– Claro! – ela respondeu.

Ela puxou a foto e entregou a ele.

– Fica também com essa. – ela disse puxando outra foto. Nessa, o cabelo de Bella não estava tão curto estava clareando e passava dos ombros. Nessie deveria ter um ano mais ou menos.

Ela estava de joelhos segurando a filha pelas mãos que parecia dar passos vacilantes.

Bella olhou para a foto com carinho.

– Ela tinha oito meses nessa foto. – Bella disse parecendo estar com a mente a milhões de anos de distância dali. – Foi a primeira vez que ela ficou de pé, fora do cercado.

Edward pôde notar uma leve melancolia vinda dela ao falar da filha quando bebê.

– Ela parece ter um ano aqui. – ele observou.

– Ela sempre foi um bebê grandalhão. No entanto isso parou quando ela alcançou os dez anos. Parece que ela deu uma estancada e passou a crescer devagar. – Bella disse.

Nessie notou naquela breve conversa dos pais que eles ainda tinham muito que conversar. Havia muita mágoa entre eles. Muita coisa não resolvida.

Ela olhou para Rose pedindo ajuda com os olhos, arregalando-os o máximo possível.

Rose entendeu.

– Nessie, eu acho melhor você ligar para a Leah. Ela ligou agora a pouco e pediu para você ligar de volta para ela.

Nessie poderia beijar sua tia agora.

– Ahn, tudo bem. – disse.

– Eu acho que está na hora de eu ir embora. – Edward falou. – Nessie, você gostaria de almoçar comigo amanhã?

– Eu adoraria, mas eu fiquei de ver a Leah competir com uma líder de torcida. Mas, se você quiser pode vir jantar aqui em casa amanhã, o que acha?

Edward sorriu.

– Acho ótimo. Tudo bem pra você, Bella?

Bella pareceu levar um peteleco.

– O que eu acho? Acho que é uma boa idéia.

Rose mordeu os lábios para esconder a gargalhara. Bella não fazia a mínima idéia do que acabara de concordar de tão concentrada que estava secando o Edward.

– Então está combinado. – Edward disse.

Hesitante, Nessie se aproximou do pai e lhe deu um abraço.

Edward abraçou a filha com força.

Ela era tão pequena, tão inocente... Precisava de proteção o tempo inteiro.

Ele reconheceu o excelente trabalho que Bella fez criando a menina sozinha. Ela protegeu a filha das maldades ao qual ambos foram expostos, protegeu a filha do mundo cruel ao qual eles viveram. No entanto aquilo o preocupava. Ele sabia que a filha iria descobrir e vivenciar o mundo de dores, drogas e sofrimento a qualquer momento. E ele não queria que ela sofresse quando descobrisse.

Ele deu um beijo no cabelo ruivo escuro da filha e se foi.

Assim que a porta se fechou, Bella perguntou:

– Com o que foi que eu acabei de concordar, hein?

As outras duas desataram-se a rir.

Nessie pulou na mãe e deu-lhe um beijo na bochecha.

– Com o seu ex-namorado e meu pai. Ele vai vir jantar aqui amanhã.

Bella suspirou.

– Porque foi que eu fui te educar tão bem? – a morena resmungou indo para a cozinha.

As duas riram mais um pouco e Nessie puxou seu celular.

– Ah... Nessie! Leah ligou e pediu para você ir dormir na casa da Carrie. Se quiser pode ir.

Nessie fechou o celular e correu para o quarto.


.............. HORAS DEPOIS...........


– Meu tio Edward é o seu pai? – Carrie perguntou surpresa.

– O tio gostoso? – Leah escancarou a boca, mas fechou quando recebeu dois olhares fuzilantes das duas meninas.

– Ok, esquece. Olha só o que eu fiz. – Carrie disse. Ela se levantou e correu para uma parede que estava coberta com uma cortina.

– Bem, como vocês duas sabem, eu sou muito boa em desenhar. Então olhem só.

Na parede branca havia três bonecas. Indicadas NESSIE BOB, EU, LEAH ROSE.

Todas separadas por linhas espaçadas.

– Pra quê isso? – Nessie perguntou.

– Isso é para anotarmos os nomes dos garotos que gostamos e passaram por nossa vida. – ela olhou para Leah de um modo que Nessie não entendeu, mas resolveu deixar para lá. – E a partir de hoje, ninguém vai poder ‘pegar’ um cara já pego por uma amiga sua. Também pode ser pessoas com quem você pretende ficar, beijar, sonha em ser a mulher da vida dele, e sonhos românticos impossíveis.

– Você sabe que não foi porque eu quis, Carrie. – Nessie disse fazendo um bico – e não fui eu quem ‘pegou’ ninguém, foi o Tyler que me roubou um beijo.

– Beijo roubado é bom, mas você o beijou. Isso não pode mais. – Leah disse em um tom determinado. – Vai lá, você primeiro.

Nessie pegou o pincel que Carrie estendia para ela e anotou: DREW PARKINSON, STEPHEN CARLTON, TYLER CROWLEY, DAVE GROHL, KURT COBAIN, KRIST NOVOSELIC, SEVERUS SNAPE.

– Porque o Snape? – Carrie perguntou confusa.

– Gosto de caras sinistros e o Snape foi um herói sinistro. Tudo bem que era fictício, mas e daí?

Leah rolou os olhos e puxou o pincel da mão de Nessie:

– Me dá isso aqui.

Ela anotou debaixo de sua bonequinha: BRUCE STELLE, KENNY WILLIAMS, DAMIEN EVANS, TYLER CROWLEY, BART VINCROY, MATTHEW MORESCCHI, LOUIS COMITTI, ADAM GONTIER, CHESTER BENNINGTON, MIKE SHINODA.

Carrie notou que ela não colocou o nome de Jacob Black, então ela também não colocaria, mas seria difícil manter esse segredo de Nessie.


Carrie pegou o pincel e escreveu: TYLER CROWLEY, MATT BENJAMIN, CHARLES GOLDSTREAM, CALVIN BRUNNER, SERJ TANKIAN, BENJAMIN BURNLEY.

– Eu queria ter marcado o Dave Grohl, mas a Nessie marcou antes de mim. – Carrie fez piada.

– Eu tive todo o direito, eu fui a primeira. Pensasse nisso antes. – Nessie disse em falsa arrogância o que fez as amigas gargalharem.

– Carrie! – era Alice cantarolando na porta – O brigadeiro de panela está pronto. Meninas não vão dormir muito tarde, amanhã tem aula.

– Pode deixar, tia. – Nessie falou.

Alice entrou no quarto com a panela e colocou em uma cômoda em cima de um pano, é claro. Olhou para Nessie com emoção e disse:

– Finalmente eu posso me gabar da veracidade desse ‘tia’. – Alice disse e então abraçou a sobrinha rapidamente antes de se afastar e dizer: - E, por favor, nada de dormir com maquiagem maluca de novo! Deus, a pele da Carrie ficou um caco durante uma semana.

Nessie e Leah se entreolharam marotas.

Na última festa do pijama, as duas acordaram de madrugada para passar maquiagem maluca em Carrie. Quando a loira acordou na manhã seguinte possessa e iniciou uma violenta guerra de travesseiros. Que terminou em gargalhadas e com Carrie pichando a cara das duas com um spray de maquiagem para fantasias azul na cara das duas.

Foi a melhor noite de todas.

Alice saiu e as três se desataram a rir.


............HORAS DEPOIS...........


Nessie não estava conseguindo dormir.

A toda hora sua cabeça voltava para a conversa breve e hostil com Jacob que tivera aquela manhã.

Desistindo de tentar dormir, resolveu descer para tomar um copo com água.

Não ficou surpresa por ver Alice lá, trabalhando com desenhos de decoração. Alice era designer de interiores, vulgarmente conhecida como ‘decoradora’.

– O que faz acordada as dez e meia da noite? – Alice perguntou.

Nessie hesitou.

– Não estou conseguindo dormir.

Alice deixou os desenhos de lado e olhou bem para a sobrinha.

– Algum motivo para isso?

– Bem... tem um cara na escola... ele pediu a minha ajuda para passar de ano. Ele quer que eu seja a tutora dele, mas eu não me sinto segura perto dele. Eu sinto que se eu for aceitar eu vou estar traindo os meus amigos.

Alice pensou um pouco.

– Esse cara é um bandido?

– Não.

– Fumante?

Nessie estava confusa com as perguntas da tia.

– Não.

– Tem ficha policial?

– Eu acho que foi por atravessar a rua fora da faixa de pedestres. – Nessie falou.

– Então não vejo motivos para não ajudá-lo. Você pode, inclusive, ajudar a melhorar a moral dele com seus amigos. Se ele for um sem juízo, você pode colocar um pouco de juízo na cabeça dele.

Nessie engoliu seco.

– Não sei se vou conseguir fazer isso.

Alice sorriu animada.

– Você vai sim. É a pessoa com mais personalidade que eu conheço. Você influencia as pessoas e não o contrário. E além do mais... Você é uma Cullen. É você quem manda. Não o contrário. E você também é uma Swan e Deus me livre, mas você tem um sangue quente pra caramba. Por debaixo dessa menina tímida e meiga... existe uma leoa que anseia por uma briga. Aceite isso... você é desafiadora e não leva desaforo pra casa. Lembra daquela vez com aquela menina que xingou a sua mãe?

Nessie corou.

Ela levou a única detenção de sua vida por, literalmente, espancar a menina.

Rose ficou saltitante de alegria.

Bella parecia não saber o que fazer.

Já seus tios e avós acabaram morrendo de rir, típico da família Swan.

Nessie, então soube o que fazer.

Sorriu, beijou a bochecha da tia e subiu correndo.

Trocou o pijama por calça jeans, camiseta e seu casaco.

Desceu as escadas dizendo um:

– Volto em vinte minutos.

E saiu deixando Alice estupefata.


Ela olhou para a imponente casa a sua frente.

A caixa do correio indicava: MANSÃO BLACK.

Vencendo seu medo crescente, ela foi até a porta.

Tocou a campainha e enfiou as mãos nos bolsos para protegê-las do frio.

A porta se abriu.

Era o próprio Jacob.

Ele pareceu surpreso ao vê-la.

– Eu vou te ajudar. – ela disse logo de cara. – Mas terão condições.

Ele inclinou a cabeça para o lado pedindo que ela continuasse.

– Condição número 1: Ninguém pode saber.

– Feito. – ele disse.

– Condição número 2: Deixe o Seth em paz.

Ele fez uma careta, mas disse:

– Feito.

– Ok. Então... amanhã, seis horas no píer próximo a quadra do rio.

– Rivercourt. – ele reconheceu. – Porque não na sala de tutoria.

Ela olhou para ele impaciente.

– Que parte de ‘ninguém pode saber’ você não entendeu?

Ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

– Píer de Rivercourt, seis da manhã. Estarei lá. – ele prometeu.

– Não se atrase. – ela disse antes de dar meia volta e sair como se o diabo estivesse atrás dela.

Jacob sorriu levemente.

Seu plano estava dando certo.

Logo, logo Seth iria ser expulso do time de basquete por brigar com o capitão que ‘desonrou’ suas amigas.

Ele iria dormir com os anjos agora.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?