Fogo e Gelo escrita por Reira


Capítulo 6
Oh Darling, everything is so confusing.


Notas iniciais do capítulo

"How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears...
Wish you were here"
(Wish you were here, Pink Floyd)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/221826/chapter/6






Eu estava dando o máximo de mim para fingir que nada havia acontecido. Sentia um peso enorme ao pensar no que eu poderia ter feito. E se eu tentasse me lembrar, minha cabeça iria doer mais ainda. Melhor esperar para que eu me acalmasse para tentar remontar esse quebra cabeça terrível. Meredy tentou conversar comigo, mas eu estava com a cabeça cheia demais para manter uma conversa digna.

Até que chegamos ao Midnight Club. Era um lugar bonito, com um letreiro em neon enorme. Meu pai disse que iria esperar no estacionamento e fomos. Lá de fora eu já podia ouvir o barulho, mas não podia indentificar a música, mas nem estava me concentrando. .. mas provalmente era uma composição original... eu ouvia, mas não processava.

–- Você tem certeza que quer ir ? - perguntou Mel. Eu estava tão distraída e perdida em pensamentos que até tropecei na calçada da entrada, e ela me apoiou. Sua expressão era preocupada. Eu me recompus e sorri.

–- Estou. Vamos. - A puxei pela mão e entramos. O lugar era agradável e bem organizado. Haviam mesas, mas a maioria estava em pé. Haviam quadros e mais quadros de bandas e cantores clássicos, de variadas vertentes do rock. Havia um bar logo na entrada, com um pôster enorme do Jack Daniel's e garçons com uniformes tradicionais, de coletes ao estilo máfia dos anos quarenta. Logo que entramos a banda terminou a música que estava tocando. E para minha surpresa, o vocal era o Castiel. Se bem que no campo vocal, no folheto, estavam todos... acho que alternavam. Um coisa meio Beatles... Ele tocava guitarra e cantava, mas havia ainda outro guitarrista, um rapaz de cabelos pretos... o baixista era um de cabelos meio compridos e azulados. O baterista eu não pude ver direito.

–- Nós somos todos muito gratos pela presença de todos vocês – disse Castiel. - Muitos nos acompanham desde o primeiro show, e esperamos que ainda hajam muitos. Agora nós vamos tocar um cover para encerrar, espero que gostem. - Nisso ele foi trocar a guitarra pelo violão.

–- Se vocês gritarem bastante no fim, a gente joga o Castiel pra vocês, aí poderão fazer o que quiserem com ele – disse o baixista invadindo o microfone. As garotas já começaram a gritar desde já, e eu só ri. Ele faz muito sucesso...

–- Ele nem se importa – comentou Mel – nunca vejo ele com uma garota. Diferente do Dake, o baterista... com ele é uma por quinzena – Eu ri.

–- Castiel, porque não toca Always do Bon Jovi ? Acho maravilhosa na sua voz – Gritou uma garota lá da frente. Nesse momento eu pude perceber que todos os membros da banda ficaram um tanto estranhos, e um traço de angústia passou pelos olhos do Castiel. Eu podia sentir a atmosfera tensa, mas que foi logo quebrada. E como sempre mal educado, ele ignorou a menina e anunciou a próxima música. Wish you were here, do Pink Floyd.

Que voz. Ele tinha talento, e muito. Pude me sentir mais calma, a música em si era maravilhosa, tinha um poder calmante, e Castiel só apurava isso. Nem estava mais com dor de cabeça e havia esquecido completamente do que ocorrera na festa. Ironicamente eu estava ouvindo Wish you were here, mas estava confortavelmente entorpecida. Mas algo nele incomodava. Eu podia sentir uma tristeza em sua voz. Podia ver em seus olhos que seus pensamentos estavam longe. E novamente, aquela barreira havia sumido, e eu podia ver um Castiel com sentimentos. Um Castiel que sofria.

E quase no meio da música, ele olhou para mim. Diretamente nos meus olhos, e eu pude sentir um arrepio percorrer minha espinha... porque era um olhar intenso demais. É como se ele pudesse ver além de mim, pudesse ler meus pensamentos. Mas não durou nem um segundo direito, e pude perceber que ele ficou um tanto abalado ao me ver.

–- Ele errou – sussurrou Mel.

–- Hã ? - eu me virei, como se saindo de um transe. Até esqueci onde estava.

–- Deu pra perceber que ele deu uma errada agora á pouco... parece que ficou meio abalado quando viu algo, sei lá. Mas foi um erro besta, a maioria nem percebeu eu acho. É que eu toco violão e tenho um ótimo ouvido pra isso... mas só pra isso – Disse, e riu. Eu dei uma risadinha também e voltei a olhar para o palco, e ele já estava nos acordes finais. A possibilidade dele vir falar comigo me passou pela cabeça e eu resolvi ir embora assim que eles terminaram. Mel não entendeu porque, mas eu dei a desculpa de estar com dor de cabeça e ela concordou. Saímos em meio aos agradecimentos finais da banda, e eu podia sentir os olhos dele em mim.

Ok, agora estou confusa. Não entendo, aquele garoto tem um efeito sobre mim, e parece que eu provoco o mesmo. Mas no meu caso, eu sabia que era pela presença, pelo olhar, ambos marcantes. Os cabelos vermelhos... se Castiel tivesse um elemento, seria fogo. Tanta presença, mas uma presença que provocava, que intrigava. Que com certeza consumia o coração daquelas garotas com a facilidade com que o fogo consumia o a mata seca.

É até melhor ficar longe. Eu me sinto – involuntariamente – atraída á ele, mas não de uma forma romântica... simplesmente por ele ser quem é. Mas eu sentia um pouco de medo disso... mas não conseguia entender. Nem sei porque fui no show... curiosidade ? É, pode ter sido. Corrigindo, foi isso e ponto.

Já no caso dele, eu não entendia. Era como se eu o incomodasse, ou pertubasse... como se eu suscitasse algo nele, que talvez ele quisesse esquecer. Talvez fosse apenas impressão... mas algo em mim dizia que não.



Só quando cheguei em casa e já estava indo trocar de roupa que percebi que estava sem o meu relicário. Eu tinha a mania de sempre conferir se ele estava no meu pescoço, porque o fecho dele vivia abrindo. Mas dessa vez, devido á distração, ele caiu e eu nem percebi.

–- Ah não... - Murmurei, já com os olhos cheios de lágrimas. Aquele relicário tinha um valor sentimental enorme. -- Mais alguma coisa para melhorar ainda mais a noite ? - Perguntei á mim mesma. Mel tinha e oferecido para ficar em casa comigo, mas eu disse que estava tudo bem. Queria ficar um pouco sozinha, tentar remontar os acontecimentos da noite e se ela ficasse aqui, com certeza eu mal daria atenção á ela, e ela não merecia isso. Ás vezes eu consigo fingir que estou bem e ignorar tudo, mas em algumas ocasiões eu simplesmente desabo. Admiro de coração as pessoas que conseguem se manter firmes, mesmo com problemas terríveis nas costas.

Tomei um vicodin antes de dormir – a dor de cabeça havia voltado - e quando me deitei, fui procurando na memória alguma cena daquela noite, mas simplesmente não conseguia me lembrar. Acabei caindo no sono, mas decidida a descobrir o que havia acontecido, e reverter a situação. Eu havia me recusado á ceder ás regras do jogo de Ambre, e precisava provar isso.





Para minha alegria, alguns amigos do novo trabalho do meu pai vieram no domingo e eu tive que sustentar um sorriso por toda a tarde... porque não semana que vem ? Meus pais eram muito apressados, mal chegavam já tinham amizades e levavam em casa. Se bem que não posso falar nada... pelo pouco tempo que estava ali, já tinha amizades e um problema pra lidar.

Logo que as visitas foram embora, eu corri para o notebook ver se Ly estava online, precisava muito desabafar com ele, mas ele não estava... maldito fuso horário. Mandei um e-mail dizendo como eu estava, e contando sobre a festa. Depois naveguei á toa na internet por um tempo, e resolvi dormir. No outro dia iria tentar de todo jeito descobrir o que houve, ou melhor, o que eu fiz.



Na manhã seguinte a primeira pessoa que procurei no intervalo foi Nathaniel. Nem prestei atenção se Castiel estava na sala, de tão focada que minha mente estava.

–- NATHANIEL – Entrei na biblioteca um tanto nervosa, e devido ao volume um tanto alterado da minha voz, além dele, umas três pessoas que estavam ali olharam pra mim. Corei na hora e fui de mansinho até ele, que estava no balcão mexendo no computador. Deu pra perceber que ele estava surpreso com o meu estado.

–- O que aconteceu ?

–- É sobre a festa... o que eu fiz lá ? O que nós fizemos ? - Ele olhou para o chão. Depois de alguns segundos, voltou a me encarar.

–- Eu também estou tentando lembrar. Mais uma vez a Ambre conseguiu me fazer passar dos limites. Como sou idiota – Disse, passando uma das mãos pelo rosto. - Só lembro de jogar verdade ou desafio e... de beijar você.

–- Me beijar ?? Ah não – nisso eu sentei na cadeira mais próxima que encontrei. Estava indignada, me sentindo culpada...

–- Mas calma, acho que foi só isso...

–- Só isso ? - o encarei, incrédula – Eu tenho namorado , e estou me sentindo culpada... não foi uma coisa pequena, um beijo evolui muito fácil, você sabe !

–- Pelo que eu me lembro eu que te “ataquei”, mas você cedeu bem fácil... mas achei que ia fingir que nada aconteceu.

–- Fingir que nada aconteceu ? - Como ele conseguia ser tão calmo ? - Claro, eu estava chapada – dei uma risada irônica. Ele ergueu uma sobrancelha. -- Não, eu não bebi nada com álcool, só refrigerante. Mas a Ambre deve ter colocado algo nele.

–- A Ambre não faria algo assim á toa...

–- Eu não aceitei as regras dela...

–- Temos uma situação séria agora – ele sentou na cadeira do lado e encarou a mesa, sério.

–- Só agora ficou sério?!

–- Bom, eu não me lembro de muita coisa... e como você cedeu fácil ao beijo eu nem me preocupei muito. Achei que estivesse sóbria. E o que passou, passou, de que adianta criar caso... nem teve consequências graves... até agora. - Eu suspirei e deitei a cabeça na mesa.

–- Queria ser assim, mas vou ter uma overdose de vicodin hoje e adeus mundo – esperei uma resposta, mas nada. Ergui a cabeça e ele estava sério, meio distante.

–- Acho que lembro de ter alguém filmando – disse ele, depois de alguns segundos – É, agora me veio na mente alguém com uma câmera... acho que era a Karin.

–- meu Deus – Ótimo, fiz besteira e com direito á filminho. Só isso que consegui dizer, eu tremia da cabeça aos pés. E se ela exibisse isso na escola ? Várias possibilidades do uso desse vídeo me passou pela cabeça, e eu me imaginei fazendo coisas realmente terríveis... Nathaniel percebeu meu estado e colocou a mão no meu ombro.

–- Calma, vamos resolver isso. Se tem um vídeo, nós vamos achá-lo e com certeza eliminar... e se alguém da escola te viu , logo vai esquecer. Sua reputação não vai ser manchada.

–- Você deve estar pensando que sou uma falsa santa, perfeitinha... - ele franziu o cenho e eu suspirei fundo. - Eu já tive fases terríveis. Mas acabei percebendo que não vale a pena... até perdi um namorado por isso. Toda adolescente hora ou outra quer experimentar a falsa liberdade da rebeldia . – dei um sorriso de canto – E não, não me importo que falem coisas de mim. Eu sei muito bem quem eu sou. Mas nesse caso, como provar que eu não estava sóbria ? Ou que eu não passei dos limites porque quis ? E eu me sinto mal, com se tivesse traído o Lysandre...

–- Eu sei, dessa vez não são meras fofocas, são provas reais. - Então ele deu um salto da cadeira e se virou pra mim, que também pulei de susto. - Lysandre ?

–- AH É ! - De novo, esqueci completamente onde estava e todo mundo olhou pra mim quando alterei um pouco a voz. Corei de novo. Só agora havia me lembrando de que Ly falou que conhecia um Nathaniel... mas estava tão concentrada nas outras coisas que ele tinha falado que até esqueci desse detalhe. - Ele me falou de você...

–- Mundo pequeno esse hem...

–- NY é pequena. – Sorri. - Falando nele, você não viu um relicário por aí ? - Ele franziu o cenho. Ah, é, me esqueci que garotos não entendem esses “termos femininos”. - Um colar com pingente de coração, que abre.

–- Ah não... se eu achar por aí, te aviso. Bom, eu tenho que voltar ao meu serviço... o responsável pela biblioteca sai pra comer e eu fico aqui cuidando... e não precisa ficar tão nervosa, vou procurar aquele vídeo e dar um jeito nele. A Ambre não sai vitoriosa dessa. - Agradeci e ia deixando a biblioteca, quando ele me chamou. -- Vai no Baile de Máscaras ?

–- Acho que sim... porque ? - Ele deu de ombros.

–- É bom que vá. - Deu um sorrisinho misterioso e voltou a atenção para o que estava fazendo antes de eu chegar. Porque as pessoas gostam tanto de me deixar curiosa ? Revirei os olhos e saí. Dessa vez consegui chegar até a sala sem problemas, e quando entrei, uma das pessoas que já estavam ali era Castiel, mas ele nem olhou pra mim. Parecia meio perdido em pensamentos... dizem que pessoas quietas tem a mente tumultuada. Até que ele olhou e eu nem me atrevi a sustentar aquele olhar, poderia ficar vermelha e fazer papel de tonta de novo.

Enfim o sinal de saída tocou. Esperei o bando de adolescentes furiosos pela liberdade deixarem a sala e saí. Comecei a prestar atenção á minha volta, vendo se alguém não me olhava torto ou fazia cochichos, mas não vi nada. Talvez eu não tenha feito nada muito constrangedor ou grave na festa... tudo parece normal.

Mas toda minha alegria em viver naquele momento foi tirada quando vi Ambre se aproximar. Ela parou na minha frente, com aquele sorrisinho cínico.

–- Gostou da festa, Shizuska ? - Calma, Shizuka. Respira. Respondi com um olhar duro e frio. Ela riu. -- Tenho uma coisinha pra você. - Ela estendeu um pequeno envelope quadrado, parecia ter um CD dentro. - Decidi fazer uma cópia pra você. Agora vai poder contemplar seu aproveitamento da festa... divirta-se ! E pode ficar calma querida, a gente vai deixar isso pra lá, ninguém vai poder usar isso contra você... até segunda ordem. - Nisso ela saiu , ainda com seu sorrisinho cínico. Mas eu não deixaria isso por assim mesmo, precisava dizer alguma coisa. Me virei.

–- Ambre – Ela se virou pra mim na mesma hora. - Parece que você gosta de jogar... - Ela deu outro sorrisinho, agora irônico.

–- É, eu gosto muito de poker. Porque, quer jogar ?

–- Na verdade você gosta mesmo é de roleta russa não é ? É como se você tivesse certeza que a arma nunca vai aprontar pra você. Mas uma hora o jogo vira, querida. - Enfatizei o querida com toda a ironia possível. - Mas até lá, eu não me importo que aponte pra mim. Eu sou á prova de balas. - Ela deu de ombros.

–- Isso é o que vamos ver – E deu as costas pra mim. Não podia demonstrar ter medo de jeito nenhum, jamais me renderia. Eu tinha algumas pessoas em quem poderia confiar, e pelo jeito ela não usaria isso contra mim agora. Mas confesso que achei estranho... mas aproveitaria esse tempo para descobrir onde estava o vídeo e deletá-lo. Olhei para o envelope na minha mão, ansiosa para chegar em casa e ver.

–- O que é isso ? - A voz de Mel nem me assustava mais, era até engraçado. E como sempre, ela apareceu comendo bolachas.

–- A Ambre me deu uma cópia do vídeo que ela fez da festa... tudo que eu fiz está aqui. - Ela arregalou os olhos.

–- O que ela vai fazer com isso ?

–- Não sei... por enquanto nada. Talvez seja uma tática reserva, ou só pra me deixar com medo.

–- E você está bem ?

–- Sim, agora estou melhor... não vou deixar ela vencer tão facilmente assim. Tudo bem que eu beijei o Nathaniel... mas ele ficou tranquilo quanto á tudo. E eu não tinha controle sobre as minhas ações... - Ela estava com os olhos arregalados, e eu ri. - Vou parar de me culpar tanto.

–- Você sabe quantas meninas nessa escola querem beijar ele ? Melhor que nem saibam, você vai ser linchada. Mas é, para com isso... agora que você já sabe, não vai mais cair nessa armadilha. Bom, eu tenho que ir, depois me conta o que tinha no vídeo. - Assenti e me despedi. Quando estava saindo, me deparei com a Iris e abri um sorriso para cumprimentá-la, mas ela passou reto. E com certeza tinha me visto, passou na minha frente ! Suspirei fundo e voltei a andar. Será que eu fiz algo sem saber ? Ela não parecia muito receptiva, então resolvi deixar para perguntar amanhã. Fiquei com aquilo na cabeça. Sentei na escada para esperar minha mãe, pensando em todos os acontecimentos do final de semana. E pra completar a Iris estava estranha... nem amigas éramos direito, nem vi ela desde que ela me ajudou a chegar na sala, como eu poderia ter feito algo ? Desisti de pensar. Mas sou extremamente ansiosa, principalmente quando se trata de pessoas... minha consciência pesa demais quando faço algo ruim pra alguém. Mas não adiantava ficar me martirizando por uma coisa que eu nem sabia... logo minha mãe apareceu e eu fui para o carro. Enquanto atravessava o pátio, vi Karin um pouco mais á frente. Ela sorriu e acenou pra mim, que ignorei. Como podia ser tão cínica ? E não fosse pelo teatro perfeito dela, eu não teria ido áquela maldita festa.

– Filha de uma Ambre – sussurrei pra mim mesma, e ri. Bom, pelo menos agora eu tinha um xingamento novo.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês devem ter ficado meio 'hã' nessa parte:
"Eu estava ouvindo wish you were here, mas estava confortavelmente entorpecida".
Confortavelmente entorpecida vem do inglês Confortably Numb, que é outra música do Pink Floyd ;D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fogo e Gelo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.